Memórias das claques e outras histórias

Concordo com o Majestade.
A fase de decadência havia começado alguns anos antes, tanto que o Sporting desde 83 até 2002 só foi campeão 2 vezes. No entanto, para recuperação da identidade Sporting é fundamental transformar Alvalade num estádio realmente leonino. O fosso, as cadeiras e os azulejos (embora estes sejam o que me incomoda menos).

Quanto ao estádio antigo, felizmente e graças ao meu velhote, tive oportunidade de ir a Alvalade algumas vezes. Comecei muito cedo.
A primeira vez num Sporting 3 Nacional 1 (ou 0?) em 1990 com golos de F.Gomes (2) e Balakov. O estádio ainda não tinha cadeiras. Deste jogo tenho apenas uma vaga lembrança.
A segunda vez num Sporting 2 Kocaelispor 0 e aqui já me recordo bem. A Juve era impressionante e só consigo dizer que fiquei de tal forma viciado que queria ir a Alvalade na eliminatória seguinte contra o Celtic, mas o meu pai não me levou com ele por ser considerado de alto risco.

Enfim…saudades.

Este topico…que saudades do velhinho Alvalade, lembro-me tao bem da fogueira das lamparinas…mas o que mais me lembro foi quando marcamos o 6-1 o estadio inteiro cantava : ja chega! ja chega! :lol: foi tao lindo…

O meu primeiro jogo foi com o Dinamo de Zagreb, que ganhamos 3-0 hat-trik do Oliveira…Também me lembro do jogo do Atletico de Bilbao de que o forista To mané fala o tal golaço do Sousa e todos com lenços brancos a gritar : ciao bilbao, ciao,ciao,ciao! O estadio tremia!

A cena mais caricata foi eu ter tido o previlegio de ver jogar o melhor jogador de todos os tempos, o enorme Maradona, e so reparei nele no aquecimento e depois no fim do jogo, :lol: durante o jogo so tinha olhos pro Sporting, este jogo foi o primeiro em que chorei com uma derrota… foi tao inglorio!

Mas o dia em que a Juve Leo me deu a maior alegria que me podia dar foi em Alkmaar, nao tinha previsto ir ao jogo, mas na vespera eu e o meu irmao ficamos naquela… so eu sei porque nao fico em casa… compramos o bilhete easy jet e la fomos para Amesterdao. Ja nao haviam bilhetes mas fomos de qualquer forma, so para lhes mostrar que acreditavamos, que o Sporting é o nosso grande amor. Pegamos o comboio para Alkmaar e quando chegamos estavamos à nora, sem saber onde era o estadio, a sorte começou a sorrir-nos ja aí :wink: apareceu um carro da bofia a perguntar se estavamos à procura do estadio, ( tinhamos ambos o manto sagrado) vai daí ele diz-nos para entrar no carro e leva-nos até à porta do estadio! La começamos a conversar com alguns gajos da Juve que ficaram malucos com a nossa ideia de ir a Alkmaar para ver o jogo na tv, so para estar mais perto do Sporting, um deles foi falar com o Pedro Barbosa, os jogadores estavam a chegar, e o Capitão deu-nos 2 bilhetes :lol: o resto da historia vocês conhecem! que dia lindo!

Que estes momentos lindos voltem rapido, in Bruno i trust!

Esse jogo ficou 0-0 e foi a 1ª mão. Deves estar a fazer confusão com outro. :great:

Ja vi, mas na minha memoria, ja decadente, lembro-me de um golo à beira do fim em fora de jogo! devo estar a confundir com outra noite europeia.

Boas malta, alguém tem fotos das bandeiras antigas da Juventude Leonina ?
Cumps

Lembro-me tão bem destes tempos com uma certa nostalgia. Tive a oportunidade de passar a minha juventude na “Juve Leo” desde os meus 13 anos. O meu primeiro Jogo na “JL” foi o histórico “7-1” em que o meu pai que é sócio do Sporting e na altura tinha lugar na bancada nascente me levou com ele, tendo eu “implorado” a ele para me deixar ir para a “Juve”. Mas que grande estreia…
O meu núcleo era o do Cacém (Outsiders) e sendo eu vizinho do “Tropa” comecei a ir a todos os jogos em casa do Sporting tendo presenciado coreografias brutais na Juve Leo. Quando fiquei mais velho comecei a acompanhar também a alguns jogos fora (quando o $$ permitia), dessas saídas aquela mais brutal têm de ser a de Madrid que foi qualquer coisa de Gigantesco.

Calcula-se que fossemos cerca de 12.000 ultras nesse jogo

Uma das fotos que mais gozo me deu tirar juntamente com o meu irmão em Milão

A maior bandeira que já fiz para o núcleo do Cacém 7 metros de altura por 9 metros de comprimento. Quase impossivel de levantar. :o

Grandes memórias :clap: E essa foto com o Rui Bosta :rotfl:

Epa essa bandeira é um hino, que potência. Com os canos actuais e um bicharoco a levantar era qualquer coisa.

Merecia ir para o fb do carnide :rotfl:

Já não me lembro bem se foi na temporada de 86/87 ou 87/88 (mais provavelmente nesta), eu e um grupo de amigos sportinguistas de Setúbal fomos ver um Sporting-Porto no velhinho Alvalade. Era a altura das primeiras experiências alcoólicas de jovens adolescentes e resolvemos levar vinho para dentro do estádio. Após a loucura de um golo do Sporting, entre saltos e abraços, o depósito do vinho rebentou-se e começou a escorrer bancadas abaixo, criando um clarão, já que os espectadores afastavam-se para não se sujarem. “Olha como corre” dizia um “é carrascão!”. Em poucos segundos metade do estádio estava em pé a olhar na nossa direção, pois tinha-se gerado aquele efeito de contágio das pessoas que se levantam para ver o que está a acontecer.

Tenho boas memórias desses tempos em que comecei a ver jogos do Sporting em Alvalade. Uma vez, entre a Juventude Leonina que esperava para entrar no estádio, estava tão apertado que ia conduzido para dentro sem tocar com os pés no chão!

Hoje em dia nem uma sandes de torresmo entra. :lol:

Velhos tempos,esses…

:lol:
É verdade. E cervejinha só sem álcool.
Mas nesses tempos, o estádio estava sempre cheio.

Alguém foi na transferta às antas de comboio para a Taça de Portugal no ano em que houve a facada? Foi brutal…

.

Também fui a esse jogo em Madrid. Acho que foi a maior invasão de sempre de uma claque ao estrangeiro. E fizemos uma jogatana espetacular. Essa foto que tiraste em Milão foi no ano em que perdemos lá 2-0? Fui a esse jogo também. Saímos 4 gajos de Lisboa num Nissan Micra :mrgreen:
Que saudades desses tempos…

Não Veddie. Já não me recordo do ano mas foi no ano que o AC Milan foi campeão europeu.
A historia por de trás desta foto é engraçada porque o meu irmão concorreu a um concurso da pepsi e ganhou uma viagem para 2 com direito a conhecer o R. Costa, a visitar o Milanello (centro de estagio do AC) e a ver o jogo da champions com o Bayern. Na altura ainda havia a fossa dei Leone… Brutal…
Mas voltando a foto, mal soubemos que tínhamos ganho o concurso planeamos logo levar Jerseys do Sporting e da Juve mais o Famoso cachecol… Na foto o R. Costa só disse … Nem quero ver o que esta ai por cima :rotfl:

Amem! :venia: :venia: :venia:

:rotfl:

Porra, estive lá e não me lembro disso. Mas era tanta a fartura de riso que não deu para memorizar tudo.

Estádio José de Alvalade

Ganhamos 3-1 as lamparinas.


[font=trebuchet ms]Ainda não tinha tido tempo de vir a este tópico senão para ler posts na diagonal. Aqui vai um contributo.

Em tempos contei aqui no fórum a história duma ida minha a um jogo, já não me lembro em que tópico terá sido. O post andará por aí, mas o fórum já foi reorganizado, é difícil encontrá-lo entre 16 mil posts meus. Deve haver quem se lembre da história, mas aqui vai de novo. Deixo-vos adivinhar quando foi.

A brilhante FPF, sempre fora da realidade, decretou em tempos que as eliminatórias da Taça de Portugal passavam a ser numa única mão, com os respectivos jogos às quartas-feiras às 15 horas.

Isto tinha a ver com o início da generalização das transmissões televisivas. As transmissões existiam, é claro, mas eram irregulares.
No caso da Taça, a maioria dos jogos não era transmitida. Fosse para a Taça, ou para o Campeonato, a lei protegia a assistência ao vivo. Os jogos com transmissão televisiva tinham que ter um delay de duas horas, em relação aos não transmitidos, para que os espectadores destes tivessem tempo para regressar a casa a tempo de verem as transmissões. É preciso ver que quase só havia um canal de TV.
Como podem calcular, esse gerava confusões. Vai daí, na sua eterna e infinita sapiência, a FPF, lá do excelente observatório da realidade que eram os seus gabinetes (na Praça da Alegria), decretou, como disse acima, que passava a haver um único jogo em vez dos dois (um em casa de cada clube) anteriores, e que esse jogo seria sempre à quarta-feira, às 15 horas. Period

Como calculam, isso era completamente desajustado da realidade portuguesa. Quase não havia shoppings como há hoje, não havia call centers, as pizzas ao domicílio eram raras, etc. Ou seja, a maioria da população trabalha às quartas-feiras às 15 horas.
Mas as iluminárias decidiram que era assim e assim foi. Num das primeiríssimas eliminatórias sob esse novo esquema, o FC Porto, dominador do futebol nacional de então (…) veio jogar a Alvalade. E era favorito. Foi nos tempos das célebres imagens de José Pratas a fugir de Fernando Couto e Jorge Costa…

Na altura eu trabalhava numa oficina, onde era o apontador.
Era-me impossível ir ao jogo sem faltar ao trabalho. Estava feito ao bife. Discuti isso lá na oficina e uns sportinguistas de lá deram-me uma solução.
Um serralheiro civil e um soldador, ambos pessoal da pesada, disseram-me que aquilo era «no problem», que eles costumavam lidar com essas situações numa boa. No dia dos jogos iam ao hospital dar sangue, o que legalmente correspondia a um dia inteiro de folga, com pagamento integral do ordenado.
Eu não costumava dar sangue, long story (e não costumo, even longer story). Era magríssimo na época (devia pesar uns 60 quilos), mas era sobretudo devido a um internamento hospitalar em miúdo, por hepatite contraída em África, que não podia, em teoria, dar sangue. No entanto fui-me informar. Disseram-me que bastava declarar a antiga hepatite para poder dar sangue na mesma, pois analisariam cuidadosamente o sangue. De resto teria a tal regalia, o dia de trabalho seria pago.
E na quarta-feira do jogo lá fui, de manhã, com o soldador e o serralheiro civil, dar sangue. Trabalhávamos em Alcântara, pelo que apanhámos o eléctrico para o Hospital Egas Moniz. Até correu bem, embora me tenha sentido algo atordoado. Aquilo não me caiu nada bem… A «cerimónia» incluía uma espécie de lanche, para o dador de sangue recuperar, mas era uma coisa mínima, muito levezinha. Os outros pediram um copinho de vinho do Porto, que era a única coisa alcoólica que havia. Eu comi já não sei o quê, mas era manifestamente pouco. E na época eu comia imenso…

Aquilo tinha demorado bué e já estávamos algo atrasados. É que na época ninguém andava de carro (eu até tinha dois, ambos parados à porta de casa!). Só o seguro era uma fortuna, fora a gasolina… Toda a gente tinha o passe da Carris.
Lá nos arrastámos de volta ao Largo do Calvário, onde apanhámos um autocarro para o Saldanha e Av. da República, onde apanhámos outro para a Alameda das Linhas de Torres, etc. Perdia-se mesmo muito tempo nos transbordos!
Chovia com força, estava vento e um frio de rachar, enfim, era uma ida ao futebol à antiga, só que num dia de semana, ou seja, com muito mais trânsito que o habitual. Mas conseguimos chegar em cima da hora. Só que já há bué que não me estava a sentir bem. Aliás, desde que me tinham tirado o sangue.

Os bilhetes, eram, já não sei como nem porquê, para a bancada central ou lateral. Na época aquilo era uma grande confusão, por ser um jogo para a Taça e não para o campeonato. A FPF já tinha a paranóia dos bilhetes impressos e distribuídos por ela, escolher o lugar era quase impossível, comprava-se o que havia na bilheteira e ia-se com sorte. Por isso fomos parar ao meio de… Tripeiros!
Que eram muitos e grandes… A malta que ia comigo também era grande, os dois, mas perdemo-nos rapidamente uns dos outros. Fiquei no meio de dois tipos de sotaque marcado, tipo «carago» prá aqui, «carago» prá li, mas… Não me lembro de quase mais nada.

Acho que desmaiei. Parece que passei o jogo inteiro a dormir ao colo dum deles. Não sei. Nem sei bem como saí dali, como cheguei a casa, tenho uma vaga ideia de ter cambaleado mecanicamente atrás do resto da multidão até uma paragem de autocarro e de ter ido sempre em piloto automático até casa.
Em casa deitei-me e dormi sem parar até à manhã seguinte.

Tudo isso é estranho, porque me lembro que foi um jogo muito ruidoso, com muita gritaria, chato como tudo, com muita porrada no relvado e, obviamente, casos. O FC Porto era pioneiro no tipo de jogo actual, com muita posse de bola, sem jogar nem deixar jogar, e na época ninguém gostava disso (ainda acho isso um futebol de m*rda, mas enfim, veio para ficar). Devo ter visto tudo, mas assim a modos que drunfado.

Ainda hoje tenho imensos problemas com dar sangue (apago-me sempre), mas dessa vez podia ter corrido mal. O que vale é que, como ia (e vou, já lá vão uns bons 40 anos) regularmente ao estádio, sabia ir e vir de olhos fechados. E, pequeno pormenor, morava (e moro) perto…

Depois, se tiver tempo, acrescento aqui a memória doutros jogos. Há um importante, de 1977-1978, no Topo Sul, atrás da baliza, que foi algo histórico.[/font]