A liberalização do mercado de eletricidade em Portugal está em curso desde 2000 e irá entrar agora na sua fase plena, com a extinção gradual das tarifas reguladas para todos os clientes, de acordo com o seguinte calendário:
A partir de 1 de julho de 2012, para os clientes de eletricidade com potência contratada igual ou superior a 10,35 kVA e para os clientes de gás natural com consumos anuais superiores a 500 m3;
A partir de 1 de janeiro de 2013, para os clientes de eletricidade com potência contratada inferior a 10,35 kVA e para os clientes de gás natural com consumos inferiores ou iguais a 500 m3.
Os clientes poderão verificar a sua potência contratada nas faturas de eletricidade.
A partir das datas acima referidas deixará de ser possível realizar novos contratos com a EDP Serviço Universal e EDP Gás Serviço Universal. Os atuais clientes continuarão a ser abastecidos de energia pela EDP Serviço Universal e EDP Gás Serviço Universal, até escolherem um novo comercializador. Durante este período, será aplicada uma tarifa transitória com preços agravados, fixada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Não tenho gás em casa. Quando me mudei optei apenas pelo serviço de electricidade, teoricamente desse modo só tinha de prestar contas a um chulo.
E até agora não me arrependo pois pelo menos poupei no pagamento da activação/instalação de um serviço. Creio também que com a liberalização, o consumo do gás nem compense tanto como o da electricidade, até porque pelo que sei, o gás natural é importado enquanto a tendência da electricidade é a de ser toda produzida no nosso país.
Continuando, dentro da EDP optei pela tarifa do bi-horário.
Entretanto, fui contactado pela Endesa (mais um fornecedor de electricidade), de modo a fazer a simulação e verificar se compensava ou não mudar para eles, o que ainda não se verifica pois mais de 40% do meu consumo é no vazio (tem uma tarifa muito mais baixa que a deles).
Infelizmente a 1 de Janeiro isso vai mudar. Com a liberalização os preços das tarifas reguladas (como é o caso da minha) vão sofrer uma penalização trimestral até deixarem de ser compensadores. Nessa altura o pessoal é todo forçado a passar para o mercado liberal onde:
os preços são quase todos iguais.
Mas onde é que isto tem lógica??? Mercado liberal com cartelização de preços?!?! :wall:
Epá, o que me custa é ser pobre. Senão eram paines fotovoltaicos e élices espalhados pelo quintal e telhado e acabava com toda a chulice.
Também há tempos andei a investigar a questão da instalação dos paineis fotovoltaicos para vender a energia produzida à rede só que infelizmente não tinha dinheiro para investir e depois vim a saber que a área do telhado virada a sul teria que ter no mínimo X metros quadrados.
Como o meu é de duas águas (tem o formato de V invertido) a parte virada a sul não tem a área necessária, o que inviabilizaria a candidatura (pois ainda por cima as licenças são limitadas).
Outra curiosidade nessa cena de vender energia à rede, é que temos que ser clientes da EDP (ou de um operador, não tenho a certeza). Depois na factura da electricidade é descontado o valor dos kW vendidos à rede.
Enfim, é um proteccionismo do caraças aos operadores evitando ao máximo que as famílias sejam auto-suficientes na produção de energia para o seu consumo.
Já agora pessoal, não permitam que este tópico se transforme num monólogo.
Se detectarem alguma informação errada da minha parte, por favor corrijam.
Falando agora em poupança de energia, isto de morar em moradia aqui no norte é tramado quando a mesma não está bem preparada para o frio. Quando comprei a casa, a mesma não tinha nenhum sistema de aquecimento central. Tem a pré-instalação, mas falta o resto.
Também andei a fazer contas ao investimento a fazer e acabei por optar pela instalação de ar-condicionado. Era mais barato e é útil tanto para o frio como para o quente.
Na parte da iluminação, tenho um número incontável de focos de 50w, o que dá um consumo brutal.
Já verifiquei que é possível trocar para leds, e é o que tenho feito gradualmente, só que ainda não encontrei nada muito barato. O que tenho feito é encomendar pela net em sites chineses, pois ficam mais conta do que comprar em loja onde são caríssimos.
Como os preços eram subsidiados pelo governo (com os impostos dos contribuintes), é natural que estes, após esses subsídios serem retirados, subam. O preço aproxima-se portanto do seu valor real (e creio que ainda se encontra cerca de 15% abaixo do valor real).
Há umas confusões quaisquer - criadas pelo Sócrates e sua faraónica política energética - na factura da EDP.
O mesmo fenómeno acontece em países cujos combustíveis são muito baratos. Assim que o governo deixa de os subsidiar, os preços sobem muito, nalguns países a subida foi mesmo brutal, e as populações, não compreendendo, revoltam-se, forçando as autoridades a recuarem - dinheiro que pensam que estão a poupar está a ser gasto noutro lado, no fundo.
Nada a dizer sobre a “liberalização”. Não há liberalização nenhuma. A EDP continua uma empresa mafiosa que tem o mercado - e o governo, porque um governo sério já teria desmantelado o poder da EDP - na mão.
As privatizações em Portugal são perfeitos exemplos de como não devem ser feitas. Não se privatiza o lago, privatiza-se o acesso ao lago. Aqui, neste país, as privatizações concluem-se num simples passar de poder de uma mão para a outra.
Não te posso dar qualquer ajuda relativamente a preços ou a aparelhos que te permitam poupar dinheiro, porque não estou ciente dos mesmos. A casa dos meus pais tem 5 painéis montados no telhado. Água quente mais barata, até porque o gás em minha casa é ainda proveniente das bilhas de gás Tomahawk :mrgreen:. As ligações não foram todas feitas, e por isso os painéis não podem fornecer energia a todos os cantos da “tenda”. Acho que é assim, não tenho bem a certeza.
A minha mãe detesta buracos, perfurações, portanto a opção pelo gás natural nunca foi sequer ponderada. ;D
Chev, aceito que o preço não estivesse, ou esteja, abaixo do real.
Mas há aí um custo que os clientes estão/vão suportar e que não é real mas sim político/estratégico dos operadores, é o custo da energia perdida/dissipada durante a noite.
É que durante esse período (nocturno), grande parte da energia produzida não é consumida sendo por isso dissipada. E sem os incentivos dos bi e tri horários, a tendência é que essa parte cresça ainda mais, o que vai obrigar que os operadores invistam mais em formas de armazenar energia. O que não me parece racional.
Pois, essa é aquela parte em que o cliente português, por causa de decisões de um político agora a viver à grande em locais onde se comem muitos croissants, paga a política de investimento da EDP.
O governo que actue! Pois, duvido.
Sobre o segundo paragrafo, estás a informar-me de algo que eu desconheço. Não sabia disso. O que é que outros países fazem relativamente a isso?
Mas esses paineis são para aquecer a água ou para produzir energia electrica?
É que são diferentes. Os primeiros podem ter logo o acumulador junto ao painel ou dentro da casa, mas apenas servem para isso, aquecer água. Já os segundos, a energia electrica que produzem é normalmente injectada na rede, sendo o acerto feito na factura da electricidade.
Entretanto há tempos encontrei na net uns kits de paineis fotovoltaicos (os tais para produção de energia), que em vez de injectarem a electricidade na rede, injectavam na casa (ou seja, na rede mas dentro do quadro), sendo então a energia consumida na propria casa.
Só que como não percebo nada do assunto, fiquei sem perceber como isso funciona. Se era mesmo assim como era descrito no site ou se havia detalhes escondidos.
By the way, não existe ninguém por aqui especialista nesta área?
Confesso que é uma questão com que me deparei recentemente e sobre a qual nunca tinha lido ou mesmo pensado. Mas é quase garantido que a energia eléctrica produzida não é 100% aproveitada. E creio que nem seria possível.
Se calhar esta parte o Nunoni é que pode responder melhor.
Sobre a questão do armazenamento de energia eléctrica, encontrei a seguinte resposta na net, e que me parece correcta:
É possível, Pilhas baterias e capacitadores, mas é inviável armazenar em grande escala, o que é produzido em uma hidroeletrica e consumido simultaneamente. Para armazenar a carga de uma grande usina, seria necessário aparelhos de dimensões gigantescas.
O Gas natural tem a mesma propriedade, dificuldade de armazenamento. O que é produzido na Bolívia é consumido logo em seguida no Brasil, não fica ‘guardada’.
Acho que servem somente para aquecer a água, até porque, se fossem mais avançados na sua utilidade, não havia necessidade de ter aqui gás em bilha, pois não?
Não quero cometer nenhuma gaffe. O sistema foi montado há mais de 10 anos. Era bastante “Star Trek” na altura. ;D
Isso de ter gás em bilha a nada responde, é apenas um suplemento, caso não haja energia luminosa.
Existem dois tipos de painéis ditos “solares”, os painéis fotovoltaicos que servem para produzir energia eléctrica e os painéis solares que servem apenas para o aquecimento de água, sendo complementados por uma caldeira.
Sem grande certeza no que estou a dizer penso que no caso de o consumidor possuir painéis fotovoltaícos a EDP envia duas facturas uma com o consumo que foi retirado da rede e outra com o que foi produzido, não descontando uma sobre a outra.
Não querendo estar a cometer nenhuma erro, creio que haja duas hipoteses para investir no fotovoltaico (ou melhor, 3 - a outra já explico mais à frente):
sistema comparticipado: em que tens que ter a dita licenca e tens tarifas de venda, que antigamente eram muito atractivas (vendes mais caro do que compras), em que neste caso o numero de licenças/comparticipações é baixo;
sistema não comparticipado: vendes ao mesmo preço que compras, nos entanto o numero de licenças é maior e a burocracia bastante menor.
A 3a hipotese é não venderes (não conheço ninguem que o faça, mas é possivel). Com isto o que fazes, tens os paineis solares (que devem estar unicamente dimensionados à tua necessidade para haver maior aproveitamento) e gasta energias dos paines conforme o que vão produzindo instantaneamente, isto se tiveres equipamentos para consumir a energia produzida, porque a que sobra é perdida.
Na 3a hipotese o que acontece é tão simples quanto isto, tens o paineis a produzir X (ligados a jusante do contador) e equipamentos a gastar X+2, vais gastar X dos paines e 2 da EDP. Se tiveres equipamentos a gastar X-2, vais utilizar apenas isso dos paineis sendo o restante perdido.
Sim, quando disse que descontavam referia-me ao dinheiro, até porque o preço a que se vende a energia à rede é diferente do preço a que se compra. Portanto não te vão cobrar X e pagar Y, o que fazem é logo a diferença.
Pois, eu sei que esses incentivos são bem aliciantes. No primeiro ano pagavam X pelo kW, depois no ano seguinte passaram a pagar X1 onde X1 < X, e assim sucessivamente até que o preço de compra fique igual ao de venda.
Quanto à 3ª hipótese, uma dúvida é se essa ligação dos painéis a jusante do contador se é assim tão simples. Num kit que encontrei, aquilo ligava-se a uma tomada dentro de casa e já estava a “injectar” a energia produzida.
Para além disso há ainda a questão do tipo de painel, pois pelo que pesquisei existem vários modelos, uns mais adequados a um clima do que outros, no entanto creio que é ponto assente que só funcionam a 100% durante o dia, com o céu limpo, e durante o período em que o Sol está no alto. No resto do tempo o rendimento vai decaindo, e à noite é nulo.
Só que li que há painéis que mesmo com o tempo encoberto conseguem produzir razoavelmente.
Gostava era de conhecer casos reais, cá em Portugal, onde kit K permite garantidamente reduzir a conta de luz em pelo menos X %.
pessoalmente, ainad não tive tempo de olhar para as opções! Tenho tarifa bi-horária e contrato de pagamentos fixos, a deco diz que ainda não há nenhum dos planos novos que seja mais vantajoso que a tarifa bi-horária.
A questão é que estou um bocado farto da bi-horária, de ter cuidado com as horas a que ponho as máquinas a lavar, etc etc!
pelo contrário sou super-organizado, até tenho timers nas máquinas para elas ligarem na hora certa, mas a verdade é que fazendo as contas, o que poupo é pouco, sobretudo quando o inverno é mais frio por´causa do aquecimento! Se mudar para uma tarifa normal não perdendo, ou de preferência ganhando um pouco, tanto melhor!
O governo legislou no sentido de permitir as empresas a criaçao de tarifas bi-horarios, algo que ate a pouco tempo nao estava previsto e nao era permitido, sendo assim convem esperar para ver o que vai aparecer em termos de oferta bi-horaria ou em formato identico, parece-me que acontecera no inicio de 2013, dado que e apartir de Janeiro que as tarifas reguladas vao começar a ser actualizadas trimestralmente, isso incentivara os clientes a mudar, e o meu caso, tenho bi-horario e nenhuma tarifa actual na concorrencia me compensa, veremos o que vem por ai em termos de opçoes da concorrencia a EDP.
Relativamente aos paineis, quando fiz as obras, ha 2 anos, acabei com o gas em casa, optei por instalar um cilindro com bomba de calor, para aquecimento de aguas, mantive o aquecimento eletrico (acumuladores ceramicos), comprei placa de induçao e forno eletrico, em casa so gasto agua e luz, alguma lenha se quiser ligar um fogao de sala, com recuperador de calor, que tenho na parte “nova” da casa, um salao para o maiorzito, no inverno o bi-horario compensa bastante, os aquecedores carregam durante a noite e debitam calor durante o dia, carregando em vazio acabo por poupar bastante, o cilindro com bomba de calor e uma maravilha e nao me compensa instalar uns paineis solares para auxiliar, o investimento e grande e o proveito muito pequeno, quando tiver dinheiro vou instalar um aquecimento central com bomba de calor, e a melhor opçao, nas obras deixei a tubagem toda montada, falto o “melhor” para comprar a bomba de calor e os aquecedores. 8)