Legislativas 2009

Eu só quero é ver o PSD sob a liderança do Rui Rio ou do Pedro Passos Coelho. Até lá tenho que me contentar com o CDS/PP a fazer oposição e para isso fiquei muito satisfeito com os seus 10%.

Curiosa, ou talvez não, é a subida do Bloco que duplicou o número de deputados. Deputados esses que não foram perdidos pelo PCP (que ganhou mais um) mas sim pelo PS.

Neste novo governo vamos ver o Sócrates ora a negociar com o CDS/PP ora com o BE e PCP. Isto, se não for feita uma coligação PS/PSD como já ouvi falar.

Entretanto fiquei com pena por nenhum partido dos pequenos ter conseguido eleger ninguém. Paciência. Também só desde há 10 anos atrás é que conseguimos o 5ª partido na Assembleia, em 1995 tínhamos 4.

E, pelo que se sabe, o Espirito Santo agradeçe…

Dignificar a função de militar? Mas tu sabes do que estás a falar?
Deixa-me adivinhar, foste à inspeção Militar e pouco mais.
A maior corja de gajos que não fazem nada neste pais e que tem grandes regalias são as grandes patentes militares.

Conheço por dentro instituições como Academia Militar, Escola Naval, Lanceiros 1, Escola Prática de Cavaleria e Infantaria e não tenho problemas nenhum em dizer que não conheço outro quadrante da sociedade que tenha as regalias destes gajos e façam tão pouco de útil.

Algumas considerações sobre estas eleições:

Para mim há 2 vencedores claros, o PS, ou melhor, José Socrates, isto porque a campanha foi toda centrada na descredibilização do homem, nomeadamente por parte do PSD, abrindo espaço ao PS para se centrar na defesa do seu líder e na promoção das ideias para os próximos 4 anos, praticamente não se falou da governação, durante a campanha, com a CS a ajudar ao descalabro cobrindo e dando relevância aos ataques, esquecendo a avaliação do que foi feito, assim Sócrates e o PS conseguem ter uma maioria relativa depois de 2 anos de contestação social permanente, várias classes em conflito com o governo, uma crise internaiconal profunda a somar à estrutural existente há muitas décadas, mesmo assim o PSD conseguiu o impossível, não ganhar estas eleições!

O outro vencedor foi o CDS-PP, ou melhor, Paulo Portas, fez a campanha habitual do PP, muito povo, muito líder, muita demagogia, mas, desta vez, deixou os ataques pessoais para o PSD e desgastou-se menos com isso, focalizou toda a campanha nos aspectos que sempre criticou a Sócrates, Agricultura, Educação e Segurança, temas importantes no dia-a-dia de cada um e que Portas soube e sabe “trabalhar” como ninguém, é aqui que o PP consegue uma subida histórica e acredito que tenha havido transferência de muito eleitorado do centro, os que “decidem” as eleições, do PS em 2005 para o PP em 2009, ficando o PSD a ver navios nestas transferências!

O BE, ao contrário do que se chegou a perspectivar no início da noite, sobe de facto o numero de deputados, neste caso dobra o “score” de 2005, mas em termos de peso no Parlamento não há alterações, seria uma grande vitória ter ficado com um numero de deputados que lhe permitem-se fazer uma maioria com o PS, não sendo assim a importância parlamentar do BE esvazia-se e neste caso voltará ao confronto permanente nos debates, mas, como não tem expressão autárquica nem sindical, o seu combate político não se altera, isto nestas eleições pode ser considerado uma derrota pois, a perpectiva de governação passou de certeza pela cabeça do Louçã, no entanto ficou aquém desse objectivo (dificilmente o PS conseguirá os 4 depuitados do circulo europeu e resto do mundo!), é para mim o 2º derrotado da noite!

O PCP tem um eleitorado fiel e isso viu-se nestas eleições como em tantas outras, sobe o nº de deputados em 1, tem mais 30.000 votos que em 2005, absorvendo parte das transferências de eleitorado do PS para a esquerda, muito possivelmente retirando a possibilidade do BE eleger mais 2 ou 3 deputados, é ultrapassado pelo Bloco em representatividade mas será também o responsável por o Bloco não poder ser alternativa de governo!

Os cenários possíveis e admissíveis neste momento não são muitos, Sócrates tem 3 hipóteses, ou governa sozinho, ou governa em coligação com o PP, ou governa em coligação com o PSD, no 1º caso terá que ir fazendo acordos parlamentares e fará com que tenha muita ginástica política, algo que manifestamente não é o seu forte, no 2º caso terá que fazer um acordo abrangente com o Portas, que até nem será muito complicado dada a sede de poder do PP de Portas, por último um governo de bloco central só será possível com a saída rápida de MFL do PSD, que acredito só acontecer e se acontecer depois das autárquicas, restringindo um pouco a margem de manobra, mesmo assim não há muitas figuras do PSD que se perpectivem como possíveis líderes e concordantes com o governo de bloco central, eu só vejo como hipóteses o Rui Rio, PSL se perder em Lisboa, ou Pedro P. Coelho, embora ache que se PPC conseguir chegar à liderança do partido estará mais interessado em consolidar uma imagem de alternativa e oposição ao PS, em vez de ser uma “muleta” governamental num bloco central onde o PSD seria minoria!

Há 3 cenários possíveis, na minha opinião, acredito que Sócrates vai ter a tentação de governar em minoria mas acho que a sua melhor hipótese e o melhor para Portugal seria uma coligação, entre o PP e o PSD venha o diabo e escolha! :idea:

P.S - Não falei no Cavaco porque parece-me que nesta altura do “campeonato” e dado os últimos acontecimentos tudo o que vier a dizer, ou não dizer, em nada alterará o facto que passou a estar dependente do PS e de Sócrates até às eleições presidenciais, muita da estabilidade do governo passará pela relação entre estes 2 e como esta não é “famosa” prevejo tempos complicados para nação! ???

Paulo Portas tem, de facto, vários defeitos e um deles, provavelmente o maior, é o facto de ser político profissional, tal como o nosso primeiro-ministro, se bem que o último tem uma licenciatura, digamos, dúbia, além de, profissionalmente, não ter nada para mostrar. No entanto, tirando o caso dos Submarinos, que me parece manifestamente mal explicado, Paulo Portas foi um bom Ministro da Defesa, e aí ninguém o criticou, nem este Governo, que passa a vida a discursar sobre o passado, etc. Subsídios para os veteranos, fim da obrigatoriedade de ir para o exército, etc.

O grande mérito de Paulo Portas foi o complemento de reforma para os antigos combatentes da Guerra Colonial, ai dou-lhe 20 valores.

Não estou a comparar o CDS a outros, estou a afirmar o que o CDS é… um partido que passa uma boa imagem quando está na oposição, com boas ideias, realistas mas também inovadoras, conservadoras mas também progressistas q.b. É um partido que faz bem o seu trabalho de casa e tem um líder muito perspicaz, isso é tudo bem verdade.

No governo, é péssimo. Reequipamento das Forças Armadas uma ova, 900 M€ para o galheiro em submarinos queres tu dizer, quem critica o TGV não pode de forma alguma achar que este negócio foi bom para Portugal enquanto país. Esse dinheiro teria sido bem melhor aplicado nas tais reformas que o senhor Paulo Portas ignorou assim que se viu no governo após ter prometido mundos e fundos. Depois há os casos todos que se conhecem como o Portucale, a rábula das fotocópias, enfim, o Santana Lopes ainda é pior mas estes não ficaram muito atrás.

Para mim é irrelevante se o partido é formado sobretudo por quadros, mas se o é, aí está mais um mau sinal… é que são os quadros intermédios (sobretudo do sector público) que têm desgraçado o país, com a sua falta de competência para gerir e organizar, porque esta sempre foi a grande falha na produtividade portuguesa, gestão eficiente e organização, algo que não está tanto ao alcance do zé povinho que dá o litro, mas sim dos tais “quadros”.

Nada me move contra o CDS e Paulo Portas, é uma questão de confiança. Não me inspiram nenhuma porque tive a oportunidade de presenciar 3 anos da sua governação enquanto pessoa adulta e com opinião formada sobre a política em Portugal. E foram uma mão cheia de nada, tudo políticas sectoriais a favorecer apenas determinadas e pequenas franjas da sociedade e muitas em direcção oposta ao que tinham apregoado antes de irem para lá.

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Concordo em pleno. Tenho 3 amigos que foram para o exército porque não queriam estudar nem trabalhar (palavras deles), e os relatos que me fazem da vida militar são basicamente centrados em beber minis e jogar às cartas no quartel. Parece-me manifestamente incoerente defender-se o fim do rendimento mínimo para aqueles que não querem trabalhar e depois acreditar que o exército precisa de ser reforçado.

Aquilo que o exército precisa, na minha opinião, é de ser especializado. Reduzir-se o número de efectivos e criar-se unidades ultra-especializadas e capazes de intervir em vários sectores. Também não veria com maus olhos a formação de um exército europeu e a disponibilização de verbas e efectivos segundo os recursos de cada país. Para além disso, mais importante do que aumentar o número de submarinos, é aumentar e melhorar a qualidade das lanchas da Guarda Costeira, responsável pela patrulha da costa e pelo combate ao tráfico de droga.

Quanto às questões das provas, obviamente que não as tenho. Também aquilo que sei dele é uma questão de gravidade jurídica menor, mas muito interessante do ponto de vista da avaliaçao pessoal, especialmente num candidato de direita. E não, não me estou a referir à suposta homossexualidade.

Decerto que te esqueces da polémica estalada pelos submarinos e pela invasão do Iraque. Paulo Portas foi tudo menos um ministro consensual.

Pedro Passos Coelho? O “Sócrates” do PSD? Talvez tenha sido o grande erro do PSD, não terem apostado na imagem do Passos Coelho em vez da experiência da Ferreira Leite para bater o Sócrates.
Quanto ao Rui Rio, acredito que chegará a vez dele, mais tarde ou mais cedo, para assumir a presidência laranja. E com o trabalho que tem desenvolvido na câmara do Porto, apesar de se ter batido contra um influentíssimo Pinto da Costa, ou de ter tido vários problemas com as greves dos trabalhadores do lixo, ou contra os comerciantes do Bulhão, tem sabido resolver e com imagem positiva. Apesar de estar curioso para ver o resultado daqui a 2 semanas, não acredito que a Elisa Ferreira belisque o Rui Rio na corrida à Câmara do Porto.

Portugal não participou na “Invasão” do Iraque. Essa missão, na altura considerada legítima, coube a outros elementos, principalmente aos EUA e ao Reino Unido. Agora que o mal está feito, por culpa dos EUA e do Reino Unido, Portugal não pode abandonar o Iraque à sua sorte. Além disso, a missão da GNR é diferente e não contempla aquilo que os Americanos e Britânicos lá andam a fazer, além de ser uma força apreciada pelos cidadãos iraquianos, assim como pelas forças de segurança dos mesmos, que têm aprendido muito com os nossos militares. Tem sido à custa da NATO, dos seus exercícios, que as nossas Forças Armadas têm evoluído, sendo sempre reconhecidas pelos demais elementos. O treino providenciado pelos exercícios navais da Nato têm mantido a qualidade da nossa Armada activa, e não no esquecimento, que aconteceria caso não fizéssemos parte desse bloco militar. Além disso, sempre é uma vantagem em política geo-estratégica.

A intervenção de Portugal no Iraque com o reforço de contingentes não começou obviamente quando o conflito estalou, mas depois. De qualquer forma, a palavra invasão é correcta porque estamos a agir num país que não é o nosso através da força militar (e, para muitos iraquianos, as forças estrangeiras são consideradas como invasoras). Neste sentido, é uma invasão (mesmo que seja para manter a paz), visto que esta não finda quando o conflito bélico cessa.

Quanto às outras questões, o principal não foi o envio mas sim a permanência após o mandato. Nós permanecemos lá depois de, por exemplo, o Zapatero ter decidido no sentido contrário, gastando o dinheiro do Estado num conflito onde os interesses de Portugal não estavam representados. Quanto à retirada ser perigosa para o equilíbrio estratégico da zona, o que foi perigoso foi justamente a declaração de guerra. Após esta ter sido feita, os países responsáveis é que deveriam responder pela manutenção de efectivos na zona e não nós. Por esse prisma, também teríamos que intervir em todos os países do mundo onde há situações instáveis do ponto de vista da segurança dos cidadãos, o que me faz muito pouco sentido.

E, acima de tudo, todas estas questões provam que Paulo Portas não foi um primeiro-ministro consensual. Muitas das suas decisões foram altamente contestadas pela oposição e não se verificou, como afirmaste num post atrás, um clima de concordância em relação às suas políticas.

Acho que a meu ver depois dos resultados não se deve estar a criticar quem votou A ou B , não me vais ver a fazer isso de certeza.

Quanto ao BE é claro que têve uma grande vitória porque duplicou os resultados , mas quando falo em derrota refiro-me ao que já se falava por aí , 3ª maior força política , coligação com o PS , maioria dos dois sem coligação , que iría condicionar decisivamente a governação do PS , ora aqui é que está a derrota do BE , ao não conseguir ter juntamente com o PS uma maioria , perde relevância política porque não pode condicionar a governação do PS.

Aposto que o próprio PS não vai passar cartão nenhum ao BE , porque sem maioria , o BE não serve.

Também acredito que para ganhar algum poder e protagonismo o PP não se importe de ir na onda do Sócrates (desde não seja na questão do casamento entre homossexuais).

Tal como já disse, A bola está do lado esquerdo. Para que o PP tenha algum poder, além daquele que tem por ser oposição, terá que o PS precisar de recorrer a ele.
E tal só acontecerá se nenhum (neste caso ambos) dos partidos da esquerda “der o braço a torcer”.

Acho que durante os 4 anos da legislatura iremos ver o PS a recorrer à esquerda para fazer passar a maioria das leis, mas para aquelas leis mais “centristas” poderá muito bem faze-lo com o apoio do CDS ou do PSD.

Cheira-me que não será aprovada nenhuma das ditas “leis fracturantes”.

Acho que o Portas não vai ser estupido em caír numa possível coligação com o PS , esse cenário está para mim completamente afastado.

Quanto às leis fracturantes , se forem da iniciativa do BE , duvido que o PCP seja um colaborador activo , cheira-me que as diferenças entre o BE e o PCP vão começar a vir ao de cima.

Agora é que se vai ver a estaleca de PCP e BE para gerir situações políticas… :twisted:

… Não podem hostilizar em demasia o PS não vá este coligar-se com o CDS e as políticas de esquerda passarem a ser uma miragem ainda mais longínqua, mas por outro lado uma coligação PS - CDS seria o melhor que lhes poderia acontecer daqui a 4 anos, já que muito eleitorado com “partidite aguda” pelo PS ficaria ofendido com uma aliança com a direita e rapidamente se iria entrincheirar nos dois partidos mais à esquerda.

… Do lado do PS, Sócrates pode querer ter um último mandato para si e deixar obra e para isso aceitar a coligação CDS até ao fim, mas se o partido o conseguir vergar para não perder eleitorado então nunca vai aceitar uma aliança deste tipo e quem se vai lixar é o país, porque isto com acordos aqui e ali nunca vai lá (e temos o PR a querer fazer a folha ao PS), o ideal seria ter uma coligação em que cada partido tomasse conta de determinadas áreas bem definidas.

Além do meu espanto em relação ao voto do Juveboy, acho que não critiquei o voto de ninguém.

Hmm… podes não criticar quem votou em A ou B agora, mas chegaste a fazê-lo antes das eleições.

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Fizeram provavelmente a melhor campanha de todos os partidos (muito fruto da enorme capacidade de comunicação do Paulo Portas). Mas depois ouve-se o Portas dizer “queremos acabar com a corrupção” e lembramo-nos logo daquele último dia de governação com o caso Portucale que foi (mais uma) chapada de luva branca para todos aqueles que acreditam na honestidade e seriedade das pessoas.

Isso é que era. O Louça ficava com a Economia, o Jerónimo com SS e Trabalho. O Portas com “a Lavoura e Pescas”.

… mas nenhum destes cenários é plausível.

E a coitada da Manelita a olhar para eles!

Então não estavas a criticar quem votou no PP.

Quanto eu a criticar antes das eleições , critiquei alguns partidos , e troquei alguns argumentos , sim , mas isso é normal em período pré-eleitoral.

Posso ter criticado alguma coisa se alguem disse vou votar no partido x , mas isso é porque dito assim antes das eleições é pura campanha eleitoral , apesar das diferenças e perspectivas que cada um tem , a decisão do voto que cada um tem seja A ou B merece-me o mesmo respeito.

Não é plausível, porque eles sabem que têm que estar os 3 de acordo e para isso acontecer têm todos de ceder. E é o facto de não cederem e se manterem irredutíveis nas suas posições (algumas delas demagógicas) que faz com que o eleitorado se lhes mantenha fiel. Além disso, o BE acabou de conquistar uma posição importante apesar de tudo, ir meter-se nos braços do PS é como que deitar à rua o esforço conseguido.

Portanto, eu acho que BE e PCP estão um bocado nas mãos do PS se quiserem uma coligação, visto que o único argumento que têm é o de que é para impedir uma governação à direita, nada mais que isto.

Já o PS com o CDS é mais complicado, porque aqui o PS tem mais a perder, é muito mais arriscado, mas se a governação correr bem então as pessoas vão render-se às evidências julgo eu e o CDS é capaz de vir a tomar o lugar do PSD no centro-direita caso este não acorde depressa da letargia para onde descambou.