Jornal Sporting 12/10/88
Provavelmente o melhor jogador que já envergou a mítica camisola verde e branca…
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Antes de representar o Sporting em futebol, Travassos já o fazia no atletismo, na vertente de velocidade pura. Fazia os 100 metros em 10,9 segundos;
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Foi cobiçado pelo Futebol Clube do Porto mas como era Sportinguista, foi no Sporting que fez toda a sua carreira, começando com um ordenado de 750$00;
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Chegou a ser pretendido por Real Madrid, Vasco da Gama e Inter de Milão. Os espanhóis ofereceram-lhe um contrato de dois anos e oitocentos contos, em 1950. Mas conforme dizia o Zé da Europa: “nunca quis sair do Sporting”;
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José Travassos casou na véspera de uma recepção ao Boavista. No dia após o casamento, alinhou de início, jogou maravilhosamente e o Sporting venceu por 12-0. Perante uma vitória robusta e exibição de gala, Manuel Marques (o célebre Manecas) abeirou-se de Travassos e disse-lhe: “Podias casar todos os sábados, Zé!!”;
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No início da sua carreira, dias antes de disputar o seu primeiro derby, passeava Travassos em Lisboa, na Rua da Prata. Foi abordado por um associado do clube, na Ourivesaria David, que lhe prometeu um despertador de qualidade, caso o Sporting vencesse e ele marcasse três golos. O Sporting venceu o Benfica por 6-1, Travassos marcou três golos e, na segunda-feira seguinte, recebeu o despertador (sempre o guardou religiosamente, daí que eu calcule que a família ainda o tenha).
Os outros Violinos vistos por Travassos:
Jesus Correia - “Um óptimo rapaz de extrema correcção, pessoas destas já não se «usam», incapaz de uma atitude menos digna, menos educada. Em suma: um «gentleman».”
Manuel Vasques - “Companheiro que me acompanhou em mais que uma situação, no atletismo, no futebol. Depois, na actividade profissional. Nada a apontar em seu desabono. Uma amizade de sempre. Inquebrantável.”
Fernando Peyroteo - “Uma saudade. Um irmão mais velho, conselheiro dos mais novos. Ajudou-nos bastante.”
Albano Pereira - “A simplicidade em pessoa. Brincalhão, a maldade não conseguia penetrar na sua pessoa. Animava muito o trabalho colectivo, inspirando contagiante boa disposição.”