Jornal do Sporting - Parte 2

AQUELA MADRUGADA DE 1984

Por Juvenal Carvalho
18 Ago, 2022

OPINIÃO

Passaram já 38 anos. Dizer que me lembro como se fosse ontem, seria um manifesto exagero, muito embora me interrogue como passaram tão rapidamente quase quatro décadas, num Mundo em que tanto mudou, em que regimes autocráticos caíram, em que a tecnologia mudou o Mundo, em que até os States foram alvo de um ataque sem precedentes às Torres Gémeas, e mesmo no Sporting Clube de Portugal de hoje já tanto se alterou em relação a esse tempo, menos naquilo que é o seu ADN, em que está implícita a cultura ganhadora que vem dos primórdios da nossa existência.

Foi precisamente no dia 12 de Agosto de 1984 que o desporto português teve a sua primeira medalha de ouro Olímpica. O palco foi a cidade norte-americana de Los Angeles, e o feito foi conseguido pelo campeão dos campeões, o nosso Carlos Lopes. A particularidade maior desse feito, foi não só a medalha de ouro daquele atleta invulgar, com uma capacidade ainda hoje nunca vista que pôs os portugueses espalhados pelo Mundo em êxtase, como ainda o recorde Olímpico da maratona, que haveria de perdurar no tempo 24 anos.

Dessa madrugada, do então teenager que havia em mim, e na ausência dos meus pais, que se encontravam de férias, recordo o nervoso miudinho, mas sobretudo o momento em que Carlos Lopes entra no estádio destacado e já não lhe fugia o ouro. Pulei, gritei, chorei de alegria até. Tinha então um gato siamês que me acompanhava quase desde bebé, o Kimba, e a recordação é de ele - sim, parece mentira - se pendurar literalmente na televisão a ver o ‘nosso’ Carlos Lopes a cortar a meta.

Foi esse, depois das vitórias do Sporting no Campeonato Nacional de futebol de 1980 e 1982, juntamente com a conquista da Taça dos Campeões Europeus de hóquei em patins em 1977, os meus momentos mais marcantes do meu Sportinguismo na fase de adolescente. Apenas superado pelo dia em que pelas mãos de meu pai, e acompanhado do Sr. Olímpio, o Sócio proponente - tempos em que existia essa obrigação para se ser Associado do Sporting CP -, entrei pela secretaria do antigo estádio e me fiz sócio em menino, que me faz ser hoje tão garbosamente o número 4375-0.

Quis o destino que depois de 1984, e de rejubilar com o feito do grande campeão Carlos Lopes, tivesse tido o prazer de o conhecer pessoalmente, e a cada momento em que estive com ele recordar-me daquela madrugada de 1984, entre tantos outros feitos com a camisola das quinas ou com o Leão rampante ao peito.

Ele, para mim, é o campeão maior de um clube que é o meu - nosso - feito de uma história de campeões e de figuras gradas do desporto português e até internacional. Já se ganhou tanta coisa, a tanta tarde e noite de glória assisti ao vivo ou através da televisão, mas a efeméride do dia 12 de Agosto de 1984 fez-me rebobinar as memórias… e que belas elas foram.

Obrigado ao Carlos Lopes, esse Leão viseense, mais propriamente de Vildemoinhos, de uma têmpera como ninguém, e que para ele ganhar, naquele jeito tão peculiar e franzino, era como respirar, fazia-o naturalmente.

São momentos como este que me faz repetir vezes sem conta que ser Sportinguista não se explica, sente-se.

Obrigado, Sporting Clube de Portugal. Obrigado, Carlos Alberto de Sousa Lopes!

A NOSSA CAMPEÃ

Por Miguel Braga
18 Ago, 2022

OPINIÃO

Editorial da edição n.º 3885 do Jornal Sporting

Auriol Dongmo é sinónimo de vitórias, recordes e medalhas. Assim foi, mais uma vez, em Munique, por ocasião dos Campeonatos da Europa de atletismo. Nem uma lesão no braço a impediu de conquistar a prata e de bater o recorde nacional ao ar livre a escassos 18 centímetros da marca dos 20 metros: “Queria a medalha de ouro, mas, devido a esta lesão, não consegui dar mais de mim. Agradeço a Deus pelo que consegui hoje, mas queria mesmo lançar mais longe e vencer”.

Ainda nos Camarões, Auriol Dongmo gostava de praticar andebol em criança. Um dia, porém, uma competição de lançamento do peso na sua escola, trocou-lhe as prioridades: “Fui lá, lancei nove metros e ganhei uma medalha de bronze”, recordou em entrevista ao Jornal Sporting em 2020. Mas não se pense que foi amor à primeira vista: “Para mim, naquela altura, o lançamento do peso era para os homens e não para as mulheres. Não gostei logo”.

Anos mais tarde, foi a fé, por Fátima, e as circunstâncias do seu país natal que lhe despertaram uma curiosidade lusa. Apesar de ter um convite para ir para um Clube francês, acabou por preferir encontrar-se com o Sporting CP e rumar a Leiria para treinar com Paulo Reis. “A primeira coisa que fiz quando cheguei a Portugal foi ir a Fátima directamente do aeroporto. Fiquei muito feliz. (…) Quando cá cheguei, o meu recorde pessoal era 17,92 metros. Fui a um meeting no Brasil e o meu treinador foi comigo a Fátima. Comecei a rezar e a pedir a ajuda. No Brasil, bati o meu recorde pessoal com 18,37 metros. Quando consegui os 19,27 metros aqui, em Leiria, a Ana Lopes [nota: ama do filho] foi com o meu filho a Fátima”. Este ano, recorde-se, Auriol conseguiu 20,43 metros, o que lhe garantiu o título mundial em pista coberta, em Belgrado.

Sabemos que agora, na sua cabeça, está o próximo meeting, a próxima competição, os próximos campeonatos. Com uma humildade desconcertante, esta campeã quer continuar a fazer história pelo Sporting CP e pelo nosso país. Só podemos estar enormemente agradecidos por ter encontrado em Portugal o porto de abrigo que a faz brilhar.

O Sporting CP despediu-se esta semana de Matheus Nunes, que rumou à Premier League e ao Wolverhampton WFC de Bruno Lage. 101 jogos de Leão ao peito, um Campeonato, uma Supertaça, duas Taças da Liga, oito golos marcados e nove assistências, contando já com oito internacionalizações e um golo marcado pela selecção nacional. Uma venda dolorosa do ponto de vista desportivo, mas indispensável para a sustentabilidade do Clube.

Ainda há dois anos, a garantia dada pelo presidente Frederico Varandas de que Matheus sozinho pagaria o investimento feito no treinador, foi recebido com cepticismo pelo mundo do futebol. Agora, é certo e sabido que o miúdo que servia bolos na pastelaria na Ericeira e corria pelo GDU Ericeirense transformou-se num craque. Que tenha toda a sorte do mundo nos próximos capítulos.

CRESCIMENTO

Por Pedro Almeida Cabral
18 Ago, 2022

OPINIÃO

Nada se consegue sem esforço, dedicação e devoção. Sabemos bem que num ápice se pode ter que recomeçar tudo de novo, qual Sísifo a empurrar a pedra vezes sem conta montanha acima. O antídoto contra este eterno recomeço será sempre o trabalho árduo e sustentado. Sem lirismos nem esquecimentos do caminho percorrido. Seguir em frente, recordando o passado, tanto o recente como o longínquo, sabendo que nada sucede pelo desejo, por mais intenso que seja, mas sim pela preparação meticulosa do futuro.

Foi por isso, com gosto, que estive em Alvalade ver a equipa a defrontar o Rio Ave FC. Depois do aziago empate em Braga, era grande a expectativa para ver como iríamos reagir. E o que vimos foi um belo espectáculo de futebol. Rúben Amorim soube desmontar com paciência a muralha defensiva vila-condense. Destaco, sobretudo, a articulação ofensiva entre Pote, Edwards e Trincão, que souberam desenhar variadas jogadas de ataque que poderiam bem ter dado mais golos. Pote marcou dois tentos, foi perdulário noutros dois e ainda ofereceu outros tantos. Uma exibição ao seu melhor nível, conforme nos habituou na época em que fomos campeões. Edwards também brilhou, com uma assistência primorosa, e desequilíbrios constantes, a prometer muita magia. Por fim, Trincão surgiu mais endiabrado, a lembrar a grande época que fez no SC Braga há três anos. Vadiou pelo campo, como é próprio dos afortunados na leitura do jogo, fez desmarcações precisas e desferiu um potente remate à barra. Já é o segundo jogo seguido em que “cheira” o golo. À terceira, estou certo, obterá o golo que já merece. De resto, Matheus Nunes marcou o que pode bem ser o golo do campeonato e a defesa, reforçada com Neto, cortou o que havia para cortar, sem temores nem tremores. Resultado limpo com três golos marcados sem resposta. Um crescimento com mais acerto e rigor táctico que esperamos que se mantenha no clássico que se aproxima, contra o FC Porto.

A fechar, a possível venda de Matheus Nunes por valores astronómicos face ao investimento do Clube no jogador era irrecusável e, sabemo-lo há muito tempo, inteiramente previsível. Poderá ser a segunda maior venda de sempre do Sporting Clube de Portugal, apenas atrás de Bruno Fernandes. Dizer isto é quase dizer tudo o que há a dizer sobre a valia da venda de um Clube que tem que, ao menos parcialmente, formar e alienar para ter uma vida financeiramente saudável. Poder fazê-lo com preparação e multiplicando por 50 o investimento só é possível com um caminho bem preparado. Também por aqui se vê crescimento.

PS: Uma nota pessoal. Deixou-nos no fim-de-semana uma grande Leoa, Lurdes Serro, atenta leitora desta coluna, mãe de dois fantásticos Leões, com quem acompanhei, jogo a jogo, o nosso campeonato de 2000. Todos contamos para apoiar o Sporting CP e esta grande Sportinguista fazia-o como ninguém. Os meus sentimentos à família.

JORNAL SPORTING JÁ DISPONÍVEL

Por Sporting CP
18 Ago, 2022

JORNAL SPORTING

Em versão papel e em formato digital

Já está disponível, em versão papel e em formato digital, o Jornal Sporting desta semana. A edição 3885 do semanário verde e branco tem como principal destaque Auriol Dongmo, que venceu a prata nos Europeus ao ar livre.

No futebol, destaque para a crónica da estreia em 2022/2023 da equipa principal em Alvalade, com um triunfo sobre o Rio Ave FC (3-0), e para o lançamento da próxima jornada da Liga Portugal, marcada já para este sábado frente ao FC Porto no Estádio do Dragão.

A publicação Leonina recorda ainda os jogos da formação no passado fim-de-semana e a passagem da equipa principal feminina à final da Supertaça, depois de vencer o FC Famalicão (3-0).

As modalidades de pavilhão também estão de regresso, mas ainda sem competição. O Jornal Sporting faz, por isso, apenas o ponto da situação da pré-época do andebol, basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol.

Destaque ainda para a entrevista ao treinador Nuno Dias, que não tem dúvidas nem medos: “A exigência é grande, tenho noção disso, mas é colocada desde logo por nós”.

A Lenda desta semana é José Luzia, antigo andebolista e treinador-adjunto do Sporting CP, que faleceu prematuramente e que nesta quinta-feira celebraria 59 anos.

MEMÓRIA

Por Pedro Almeida Cabral
25 Ago, 2022

OPINIÃO

Fez há dias 56 anos um dos Sportinguistas que me deu uma das maiores alegrias da minha vida. Beto Acosta, como era conhecido, foi o argentino matador fundamental para a conquista do nosso campeonato de futebol da época 1999/2000. Chegou na época anterior, em dezembro de 1998, por indicação de um grande treinador que passou pelo Clube, o croata Mirko Jozić. Para não destoar dos tempos actuais, também Acosta chegou, jogou e foi criticado. Tornou-se recorrente comentar, em tom jocoso, que os seus 32 anos eram idade a mais para o futebol e que os seus problemas com ciática eram mais próprios de quem devia estar num lar. Há coisas no Sporting Clube de Portugal que persistem em não mudar.

Porém, calando todos os detractores e enchendo o peito de todos os admiradores, na época seguinte, Acosta arrancou para a conquista do campeonato com 22 golos e exibições inesquecíveis. Apesar do final feliz, o início não foi brilhante. Nas primeiras dez jornadas, tivemos até alguns resultados comprometedores. Para além do empate a abrir com a equipa mais fraca desse campeonato, o CD Santa Clara, que ficaria em último, empataríamos novamente à quarta e à quinta jornada, com o CF Estrela da Amadora e o Gil Vicente FC, e perderíamos à sétima jornada com uma equipa que, na altura, nos causava especiais dificuldades, o FC Alverca. Já à nona jornada, no clássico no Estádio das Antas com o FC Porto, uma derrota por três golos sem resposta. Chegámos à décima jornada em quarto lugar, a cinco pontos do líder, SL Benfica. O campeonato parecia, uma vez mais, irremediavelmente perdido. Mas, jogo a jogo, o Sporting CP foi escalando na classificação até que recebemos o FC Porto. Se ganhássemos, passávamos para o primeiro lugar. E foi exactamente o que sucedeu, uma vitória por 2-0 que arredou os portistas do título. Acosta marcou o golo que selou a vitória, ainda hoje comentado por todos os Sportinguistas que viram esse jogo. Um passe desastrado de um jogador do FC Porto, Secretário, a quem desejo as melhoras por se encontrar gravemente doente, foi directo para os pés do argentino goleador, que não perdoou. O resto, foi história. Ou melhor, a história do nosso 21.º campeonato.

Se me lembro de Acosta, não é somente pelo seu aniversário. É porque me recordo especialmente desse campeonato, o primeiro em que, verdadeiramente, festejei como campeão. Sobretudo, lembro-me do início titubeante e da forma como o Sporting CP perdeu, sem apelo nem agravo, o clássico da nona jornada, sofrendo três golos sem conseguir marcar. É, coincidentemente, o mesmo resultado do jogo do fim-de-semana, contra o FC Porto no Estádio do Dragão. Aliás, como me lembro bem dos dois jogos, posso dizer que neste último causámos mais perigo que naquele que se jogou há 23 anos. Não fora a exibição monstruosa do guardião portista e talvez o resultado final fosse outro. A memória não serve só para nos aquecer a alma com boas lembranças. É também para nos recordar que, por vezes, a história se escreve da mesma maneira com palavras diferentes. Deixemos o que ainda de campeonato há para jogar, que é muito, e, no final, fazemos contas.

VENHA O PRÓXIMO JOGO!

Por Juvenal Carvalho
25 Ago, 2022

OPINIÃO

Como Sportinguista procuro ser quase sempre pragmático, mas nunca consigo ser tão racional quanto tantas vezes o desejaria. Assumo que a irracionalidade do momento, sobretudo nos jogos de maior carga emocional, e seja em que modalidade for, porque o Sporting CP para mim está acima de uma equipa de futebol, me tolda o raciocínio e digo coisas, principalmente quando algo corre menos bem - quem nunca? - que por vezes, passado o calor da luta, e mais a frio, me penitencio por estar a exceder-me e a entrar numa espiral em que não me revejo.

Afinal sou, como tantos de vós, um Sportinguista normal: que vibra com as vitórias e sofre com as derrotas, mas que nunca abandona o Clube e que, como me dizia o Sr. Olímpio, grande mentor do meu amor ao nosso Clube, não sou do Sporting CP pelo que ganha, porque infelizmente ganha muito menos do que eu desejaria, mas sim porque o amo.

É essa, e tão só essa, a minha ‘cartilha’. Escrevo sempre desassombradamente e quando toca ao ‘meu’ Clube a emoção é o meu nome do meio.
Não gosto de perder jogadores. Ao longo da história vi partir grandes jogadores para clubes rivais até. Não gosto de perder nunca, mesmo que em locais onde o nosso saldo é infinitamente negativo ao longo da história. Não acho que esteja tudo bem, e coisas haverá a melhorar, até porque não sou o pior dos pessimistas, como o seu contrário também é verdade, e acredito em ajustes que nos irão levar a uma época ao nível dos nossos pergaminhos.

Ainda estamos na terceira jornada. Afinal - que bom seria ganhar sempre - já tivemos duas deslocações muito difíceis. Esta prova é de regularidade e de todos contra todos. O adversário seguinte é o GD Chaves.

O ideal será sempre não fazer o papel de avestruz e meter a cabeça na areia, mas sim unir-nos em prol do símbolo e ajudar a melhorar o que está mal e a aplaudir o muito que o passado recente merece de ser aplaudido. Detesto unanimismos. Menos quando toca ao símbolo. Aí, passam jogadores, treinadores e dirigentes e fica o Sporting Clube de Portugal.

Afinal, este grito de alma não é de desespero algum. Porque acredito muito que dias melhores virão e que nada está perdido, porque ninguém perde quando a procissão ainda não saiu do adro. O #ondevaiumvãotodos não pode nunca ser erradicado. Porque os treinadores treinam, os dirigentes dirigem e a nós, por mais que tenhamos tácticas ideais e ideias diferentes para gerir o Clube, resta-nos aplaudir, sem contudo deixar de ter massa crítica. Mas para construir. Porque para querer mal, porque são rivais, temos os adversários. Um Leão só se curva para beijar o símbolo.

Venha o próximo jogo!

JORNAL SPORTING JÁ DISPONÍVEL

Por Sporting CP
25 Ago, 2022

JORNAL SPORTING

Edição n.º 3886 nas bancas e em formato digital

Já está disponívela edição desta semana do Jornal Sporting, cuja primeira página é dedicada à equipa principal feminina de futebol, que esta sexta-feira vai disputar a final da Supertaça, em Leiria, frente ao SL Benfica. Leia a antevisão das Leoas ao primeiro troféu da época e conheça o histórico verde e branco na prova: dois títulos em três possíveis, o que faz do Sporting CP o emblema com mais Supertaças no palmarés.

Já sobre o conjunto orientado por Rúben Amorim, além do rescaldo do Clássico, perspectiva-se o embate com o recém-promovido GD Chaves e destaca-se a renovação de contrato de Jovane Cabral.

Como é habitual, pode ler também as crónicas de jogo das restantes equipas de futebol dos Leões, da equipa B – cujo plantel é apresentado ao detalhe nesta edição – até às goleadas conseguidas nos vários escalões de formação.

No que toca às modalidades, espaço para o resumo do desfecho da numerosa prestação Leonina nos Campeonatos Europeus de atletismo ao ar livre, em Munique, na Alemanha, terminada com duas medalhas. Por sua vez, no Pavilhão João Rocha continua a preparação de 2022/2023 e nesta edição saiba tudo sobre os primeiros passos das equipas femininas de futsal e voleibol, bem como da formação masculina desta última.

Por fim, o antigo futebolista Mário Jorge é a Lenda a recordar no Jornal Sporting.

É exatamente por ter memoria que tu, Pedro Almeida Cabral, serás sempre um montinho de esterco.

18 ANOS QUE RETRATAM UMA HISTÓRIA

Por Sporting CP
31 Ago, 2022

OPINIÃO

31 de Agosto de 2004. O Clube era então presidido por António Dias da Cunha. Foi esta a data em que foi inaugurado o Museu do Sporting Clube de Portugal neste novo complexo. Está lá desde então, e, felizmente, com muitas actualizações depois deste momento, retratada a história…a imensa história do nosso Clube. 18 anos passaram desde que em boa hora foi levado por diante um espaço que retrata toda uma vida de um Clube, o nosso, com 116 anos de existência, e com tanta e tanta conquista ali simbolizada. O ‘pai’ deste espaço, com a colaboração de outras pessoas, porque ninguém faz nada sozinho, foi o senhor Mário Casquilho. Para mim, e repetindo-me por convicção sobre o conhecimento histórico do Sporting CP, Mário Casquilho é o mais dos mais em termos de cultura Leonina. Uma verdadeira enciclopédia por quem me curvo respeitosamente.

Depois dele, e até à actualidade, com Isabel Victor, a responsável do espaço aos dias de hoje, já estiveram outras pessoas e todas elas com um trabalho meritório e de uma dedicação incrível para que a menina dos nossos olhos, o nosso Museu, esteja sempre lindo e apelativo para quem o visita. E muitos são os Leões que fazem questão de ir ao nosso local de culto. Eu, pessoalmente, com extraordinário orgulho, tive o privilégio de recentemente estar no Centro de Memórias a dar o testemunho da minha vivência no Clube e vi o empenho com que as pessoas, na sua maioria jovens, tratam aquele ‘brinquedo’ que é o ex-líbris das nossas conquistas.

Não é sem emoção que o mais insensível dos Sportinguistas, ao fazer a visita guiada ao Museu e ver ali exposto um verdadeiro exemplo do que é um Clube ecléctico, não deixa de soltar uma lágrima marota. São tantos e tantos os troféus. Tantos e tantos os homens e mulheres que fizeram com que tudo isto fosse possível, que seria injusto enumerar cada um deles. O Museu é sobretudo o reflexo do Esforço, da Dedicação e da Devoção que ilustram a nossa imensa Glória. Como nenhum outro Clube no nosso aís. Estão ali retratados Campeões Mundiais, Europeus e Olímpicos. Troféus individuais e colectivos. Desde os fundadores à actualidade, a nossa história orgulha-nos. Para simbolizar o meu momento mais feliz das vezes que lá estive, levei a Ana Rita, a minha filha, ainda pequenina, ao Museu depois de lhe comprar um Leão de peluche que ela designou como ‘Leo’. Agora, aquando da entrega do meu emblema de 50 anos de Associado - está quase - quero levar a Leonor, a minha neta. O Museu serve sobretudo para transmitir cultura e divulgar o ideal. É esse o propósito de cada um de nós. Pelo Sporting CP não há limites. Somos mesmo tão grandes como os maiores da Europa!

MUITO PARA CRESCER

Por Pedro Almeida Cabral
31 Ago, 2022

OPINIÃO

As décadas passam. Os anos sucedem-se. As épocas disputam-se. Os jogos começam. A quadra rejubila. Os golos são marcados. E os títulos avolumam-se. Em poucas palavras, é esta a descrição que melhor assenta ao futsal do Sporting Clube de Portugal. Muito mais que uma secção do nosso Clube é, sobretudo, a modalidade verde e branca em que o esforço, a dedicação e a devoção andam sempre acompanhados da glória. São 42 títulos europeus e nacionais, incluindo duas UEFA Futsal Champions League, 17 Campeonatos, nove Taças de Portugal, dez Supertaças e quatro Taças da Liga.

Seguidor das modalidades do Sporting CP que se preze, acompanha atentamente os torneios de pré-época. São jogos que se disputam com alguma intensidade competitiva e que dão sempre indicações do que se perspectiva para as exigentes temporadas que se seguem. Este ano o futsal Leonino tornou a marcar presença no Masters de Futsal, disputado em Portimão, e venceu com brilhantismo.

A abrir, a repetição da final da última UEFA Futsal Champions League, com o Sporting CP a defrontar o FC Barcelona. E o que pudemos ver foi, tão-só, uma das melhores primeiras partes de sempre da nossa equipa. Um ataque trepidante, esbanjando classe e pontaria, fez o resultado quase final. Chegámos ao intervalo a bater o campeão europeu de forma categórica, por 6-2. Na segunda parte, a equipa catalã havia de marcar um solitário golo, fechando o resultado. Os muitos golos do Sporting CP foram marcados por Diego Cavinato, Pany Varela, Erick Mendonça, Hugo Neves, com Esteban Guerrero a bisar. O segundo jogo, contra o Inter Movistar, era uma autêntica final, a repetição dos encontros decisivos da UEFA Futsal Champions League de 2017 e de 2018. O Sporting CP não facilitou e venceu por 3-1. Esteban Guerrero abriu a contagem numa magnífica recepção e remate. Depois, foi Merlim, num remate cruzado, bem longe da baliza, a fazer o que, provavelmente, foi o golo do torneio. E, finalmente, Esteban Guerrero aproveitou da melhor forma um ressalto. Como nem só de ataque vivem as equipas de futsal, Bernardo Paçó esteve exímio, a negar, por duas vezes o golo aos espanhóis.

Podia ficar satisfeito por ser a segunda conquista deste torneio, depois de 2019, que nos torna a única equipa que o conseguiu. Ou podia alegrar-me pelo excelente nível do futsal praticado, em que fomos, sem dúvida alguma, a melhor equipa. Contudo, nada mais me apraz que as palavras de Nuno Dias, o nosso treinador, que comentou esta vitória dizendo que ainda havia “muito para crescer”. A sorte sorri aos audazes. Mas sorri ainda mais aos que sabem que há sempre algo para trabalhar e aperfeiçoar e que, tantas e tantas vezes, o sucesso nos atraiçoa. É com esta equipa, com este treinador e com toda a esta secção que vamos crescer esta época.

JORNAL SPORTING JÁ DISPONÍVEL

Por Sporting CP
31 Ago, 2022

JORNAL SPORTING

​​Edição n.º 3887 nas bancas e em formato digital

Já está disponível nas bancas e em formato digital o Jornal Sporting desta semana, que tem como grande destaque na primeira página o Museu Sporting, um dos espaços mais emblemáticos do universo Leonino, que celebra esta quarta-feira, dia 31 de Agosto, 18 anos.

Não perca as entrevistas exclusivas a Isabel Victor, directora do Museu Sporting desde 2017 que abordou o passado, presente e futuro do espaço, e Diogo Travassos, futebolista verde e branco que actua como lateral na equipa B e que, tal como o Museu, nasceu em 2004 e tem 18 anos.

Como habitual, no interior da publicação poderá encontrar todos os jogos disputados pelas equipas principais e da formação do futebol, bem como uma análise ao grupo D da UEFA Champions League que o Sporting CP partilha com Tottenham Hotspur FC, Eintracht Frankfurt e Olympique de Marseille, e as primeiras declarações de Sotiris Alexandropoulos de Leão ao peito.

Nas modalidades, destaque para as prestações de Jorge Fonseca e João Fernando na Taça da Europa de seniores de judo em Coimbra, com os dois atletas a arrecadarem medalhas, bem como para o triunfo do futsal no prestigiado torneio de pré-época International Masters, que os Leões conquistaram depois de levarem a melhor sobre SL Benfica, FC Barcelona e ainda Inter FS.

A Lenda desta semana é Malcolm Allison, um dos mais carismáticos treinadores de futebol do Sporting Clube de Portugal do século passado.

1 Curtiu

No jornal desta semana já vem a informação com os valores das entradas e saídas?

JORNAL SPORTING JÁ DISPONÍVEL

Por Sporting CP
09 Set, 2022

NOTÍCIAS

Edição n.º 3888 nas bancas e em formato digital

Já está disponível, nas bancas e em formato digital, o Jornal Sporting desta semana, que tem como principal destaque a vitória da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal em casa do Eintracht Frankfurt (0-3) na abertura da UEFA Champions League.

Para além das habituais crónicas de futebol e modalidades, incluindo a história do triunfo do conjunto de Rúben Amorim no recinto do GD Estoril Praia (0-2), a publicação verde e branca apresenta a composição do plantel sub-19.

O Jornal Sporting conta ainda com a reportagem do evento que marcou o 18.º aniversário do Museu Sporting, que aconteceu na última quarta-feira, e a visita de autor de André e Tiago Santos, atletas do kickboxing.

A Lenda desta semana é Rui Pignatelli.

HISTORISCH

Por Pedro Almeida Cabral
09 Set, 2022

OPINIÃO

Histórico. E vai em alemão e tudo! A vitória contra o Eintracht Frankfurt por três golos sem resposta entra directamente para o álbum de ouro europeu do Clube. Nunca o Sporting Clube de Portugal havia ganho um jogo de futebol na Alemanha. De 1970 até hoje, foram 14 jogos, com 13 derrotas e um empate, contra o FC Bayern Munique, em 2007. Finalmente quebrou-se este enguiço! Também nunca o Sporting CP havia ganho em casa alheia na Liga dos Campeões, com um resultado tão expressivo, e sem sofrer golos. Uma vitória fora por mais golos só tinha ocorrido na edição da época passada, quando defrontámos o Besiktas JK e vencemos por 4-1. E não nos podemos esquecer que o Eintracht Frankfurt é o actual campeão em título da Liga Europa, o que ainda dá mais brilho ao nosso feito.

Se, por vezes, os jogos de futebol correm por acaso, com uma ou outra jogada de inspiração e lances providenciais, este foi, ao invés, um jogo preparado ao detalhe e executado rigorosamente pela equipa. Rúben Amorim soube encontrar o antídoto certo para derrotar a turma germânica. A ideia era contrariar a construção do adversário logo no início, não deixando que as transições se realizassem, até porque a equipa alemã joga com extremos de qualidade, Kamada e Lindstrom. Tirando um erro ou outro, prontamente resolvidos por Adán e Coates, o que vimos na primeira parte foi um Sporting CP organizado e coeso, em contraste com a falta de ideias dos alemães. Em equipa que ganha, não se mexe. E em estratégia que resulta, também não. Na segunda parte, o 3-4-3 Leonino ficou mais consistente e permitiu arriscar sortidas rápidas, que foram extremamente eficazes e deram golos. O primeiro foi de Edwards, assistido por Morita, que, em plena área, soube aguardar friamente pelo momento certo para disparar. Logo de seguida, Edwards fez o trabalho todo no corredor direito e assistiu Trincão. Já merecia tanto este golo, o nosso extremo. A fechar, Nuno Santos, entrado para a ponta final, finalizou com sucesso uma bela jogada de ataque construída por Porro. Três golos de pé esquerdo de três esquerdinos, baralhando a defesa adversária em momentos cruciais, como no golo de Trincão, que recebe a bola com um magistral toque com o pé esquerdo, ficando o defesa alemão a uma eternidade de espaço para poder interceptar. Uma bela entrada na Liga dos Campeões que poderia ter terminado com mais golos nossos.

No futebol, a volatilidade impera. Ainda ontem, se punha em causa um treinador e uma equipa que, em dois anos, conquistaram um campeonato, duas Taças da Liga e uma Supertaça. Se há fórmula para o sucesso, passa sempre pelo trabalho sério, pela constância dos métodos e objectivos e pela persistência. Tudo que se tem visto em campo deste Sporting CP. Se hoje, estamos felizes com esta vitória histórica, saibamos amanhã levar esta equipa mais longe, onde sabemos que ela pode chegar.

21 ANOS DE AMOR E CONQUISTAS!

Por Juvenal Carvalho
09 Set, 2022

OPINIÃO

Modalidade que nasceu no Sporting CP em 1985, era então João Rocha o presidente do nosso Clube, o futsal, designação de hoje, e que se transformou numa modalidade universal com cada vez maior projecção internacional, começou com a designação de futebol de cinco e desde então tem tido verdadeiras referências do nosso símbolo desde jogadores a treinadores, passando por dirigentes. As conquistas são mais do que muitas desde o arranque, tanto a nível nacional como internacional. Somos, de forma inquestionável, além dos pioneiros da modalidade, os mais ganhadores de toda a história da mesma.

Falar nestes 37 anos de uma modalidade que já o disse aqui, por acção de Melo Bandeira, o ‘pai’ de tudo isto que vivenciamos ao longo dos anos, me proporcionou as primeiras linhas neste nosso Jornal Sporting, quando comecei a escrever sobre a modalidade na altura em que pontificavam, orientados por Fernando Coelho Lopes, José Belo, Paulo Mendes, João Trindade, Pireza, Pedro Miguel, Madié e Seninho, entre outros, deixa-me boas recordações. Tempos que recordo, e amizades que ficaram.

Falei daquela primeira equipa, a dos tempos em que muito jovem escrevi para o jornal sobre a modalidade, e para não ser injusto para ninguém, porque as referências são tantas, que me esqueceria de algumas, fico-me por estas, mas uma, porque ainda joga e é um Leão de juba muita alta e um jogador transcendental, está na génese desta minha coluna de opinião.

Falo de João Matos que ainda não tinha nascido aquando da fundação da modalidade, mas tem aos dias de hoje 21 anos − 21!!! − de Sporting Clube de Portugal.

Uma publicação no Instagram do atleta, feita de sentimento e de amor ao Clube que é o seu desde pequenino, anunciando a sua vigésima primeira época de Leão ao peito, por quem já ganhou tudo o que tinha a ganhar tanto no nosso Clube como na selecção nacional, levou-me a não deixar passar estas linhas em sinal de agradecimento de Leão para Leão.

Tanta tarde e noite de glória nos proporcionou que seleccionar a melhor de todas as conquistas − tantas − é trabalho hercúleo. Mas a palestra motivacional de uma das duas conquistas europeias do Sporting, ainda me ecoam pelos ouvidos e me emocionam a cada passo. Aquele grito na cabine para os companheiros: “E agora a resposta hoje, é sim ou não, querem ser lembrados como Leões? Sim! Como Leões? Sim! Como Leões? Sim!”. Foi tão emocionante quanto sentido de dentro. Além de um grande jogador, existe em João Matos mais um dos nossos e daqueles que a máxima #ondevaiumvãotodos se aplica na plenitude.

João Matos é simplesmente um Senhor, um Líder e um ‘Capitão’ dentro e fora das quadras, e não é preciso conviver com ele para o aferir.

Apetecia-me pedir-lhe mais 21 anos, mas por impossível, que o seja até quando as forças e a sua alegria contagiante pelo jogo e pelo clube o permitirem. Obrigado, Campeão. Obrigado, João Matos!

2 Curtiram

JORNAL SPORTING JÁ DISPONÍVEL

Por Sporting CP
15 Set, 2022

NOTÍCIAS

Edição n.º 3889 nas bancas e em formato digital

Já está disponível, nas bancas e em formato digital, o Jornal Sporting desta semana, que tem como principal destaque a vitória da equipa principal de futebol do Sporting Clube de Portugal na recepção ao Tottenham Hotspur FC (2-0) na segunda jornada da fase de grupos da UEFA Champions League.

Para além das habituais crónicas de futebol e modalidades, incluindo a história do triunfo do conjunto de Rúben Amorim sobre o Portimonense SC (4-0), a publicação verde e branca dá-lhe a conhecer Maiara Niehues, reforço para a equipa feminina, e conta tudo sobre a parceria com a AE Economics.

No futebol de formação, regressaram os treinos ao Pólo EUL, a casa dos escalões mais jovens, e o Jornal Sporting esteve lá.

Nas páginas centrais, são explicados os principais pontos do recente relatório e contas da Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD, que apresentou um resultado líquido positivo de 25 milhões de euros.

No voleibol, Josué López chegou para reforçar a equipa de Gersinho.

“O LONGO PRAZO NÃO É SIMPLESMENTE A SOMA DOS CURTOS PRAZOS”

Por André Bernardo
15 Set, 2022

OPINIÃO

Editorial da edição n.º 3889 do Jornal Sporting

Em 1980, Ronald Reagan, à data candidato pela primeira vez à presidência dos Estados Unidos da América, imortalizou a pergunta “estão melhor do que estavam há quatro anos?”, que viria a ter um impacto determinante no resultado das eleições.

Decorriam as disputadas eleições para a presidência norte-americana quando, a 28 de Outubro, no último debate antes da votação, e na sua derradeira intervenção, o ex-actor se dirigiu na televisão à audiência com esta pergunta.

Jimmy Carter era então o presidente e candidato para renovar o seu mandato, com as sondagens a anunciarem uma renhida contenda.
Por curiosidade, esse período tem, do ponto de vista económico, algumas semelhanças com a actualidade no que concerne a uma inflação crescente, preços dos combustíveis com subida de 30% em menos de um ano e estagflação.

A resposta do povo americano à pergunta de Reagan, em forma de voto, viria a ser um estrondoso ‘não’, o que asseguraria a derrota de Carter e a primeira presidência a Ronald Reagan.

A famosa tirada entraria desde então para o pódio das mais célebres frases de campanhas por ser considerada o momento crítico que desempata a eleição.

Vale a pena ver, ou rever, esta intervenção, sendo que, na minha opinião, uma segunda pergunta mais importante ficou por fazer: “Estamos mais bem preparados para os próximos quatro anos?”.

Extrapolando a mesma questão original ao universo do Sporting CP, e aproveitando o destaque que nesta edição damos aos resultados publicados pela SAD: “Está o Sporting melhor do que estava há quatro anos?”.

Eu responderia: “Não. Estamos muito melhor”. A mesma lógica aplica-se à segunda pergunta… Não estamos apenas melhor que há quatro anos, estamos muito mais bem preparados para os próximos quatro anos, o que nos deixa em melhor situação do que estivemos nos últimos 20.

Não estamos apenas, ou pontualmente, melhor porque acedemos aos oitavos-de-final da UEFA Champions League em 2021/2022 ou porque ganhámos com propriedade os dois primeiros jogos da actual edição da UEFA Champions League, mas acima de tudo porque conseguimos fazê-lo de forma sustentável e sustentada, sem hipotecar o nosso futuro.
Os bons resultados são consequência do sucesso de uma estratégia semeada em 2018, que agora dá frutos, assente numa estrutura base. Resultam igualmente de um processo de transformação do Clube que está em curso. Os factores aleatórios conjunturais nem sempre permitem que assim seja, mas não devem nunca nublar a objectividade da análise a cada momento, nem muito menos afectar a consistência do trajecto definido.

Os pés continuam, assim, assentes na terra. Falta caminho por percorrer, com solavancos e curvas inevitáveis, mas sempre tendo presente que o futuro é determinado pelas acções que tomamos hoje, e que “o longo prazo não é simplesmente a soma dos curtos prazos”*.

Saudações Leoninas

*citação de Peter Drucker. A versão completa é: “Tens de produzir resultados no curto prazo. Mas também resultados no longo prazo. E o longo prazo não é simplesmente a soma dos curtos prazos”.

ACONTECEU SPORTING

Por Pedro Almeida Cabral
15 Set, 2022

OPINIÃO

Veio aventurada a tarde da última terça-feira. Estádio repleto, adeptos entusiasmados, equipa motivada, técnico esclarecido e entendimento perfeito do jogo deram um merecidíssimo triunfo ao Sporting Clube de Portugal perante o Tottenham Hotspur FC, que ainda não tinha perdido nenhum jogo nesta temporada. Bem mais do que a mera conquista dos três pontos na fase de grupos da UEFA Champions League, esta vitória é uma vitória de quem sabe que o Sporting CP só pode entrar em campo – em qualquer campo – para ganhar. Não importa, sequer, que o adversário seja, como é o Tottenham Hotspur FC, de outro campeonato. É que a equipa inglesa está avaliada em mais de 600 milhões de euros, sensivelmente o triplo da avaliação da nossa.

Porém, os euros não correm em campo, nem treinam jogadores. A razão pela qual o futebol é o deporto mais popular do mundo é que em futebol tudo pode acontecer. Sobretudo, quando joga este Sporting CP, com a faca nos dentes e olhos fixados nas redes adversárias. Entrámos disciplinados, cientes de que o embate com a equipa inglesa que anda pelo topo da Premier League e tem jogadores como Son, Kane e Richarlison iria exigir paciência e sofrimento. E lá fomos, formosos e seguros, envolvendo o Tottenham Hotspur FC numa corrente defensiva que agrilhoava os ataques adversários. Na primeira parte, esta estratégia resultou em cheio, a permitir lançar ataques venenosos por parte dos Leões. Será sempre lembrada aquela jogada de Edwards, que fintou toda a linha defensiva inglesa, com Perišić a ficar a ver a bola passar por duas vezes, e só falhou o golo devido ao braço direito de Lloris que, in extremis, desviou para canto.

A segunda parte contou outra história. O jogo ficou mais aberto. Sucederam-se oportunidades para os dois lados. Mas havia algo nos jogadores do Sporting CP que fazia querer seguir o jogo atentamente. Misto de confiança e vontade. Parte de crença, parte de inconformismo. A astúcia de Rúben Amorim fez o resto. Raras vezes se viram substituições tão acertadas. Paulinho, entrado aos 76´, mostrou que sabe usar bem a cabeça e desviou oportunamente para o primeiro golo, no último minuto do tempo regulamentar. Já Arthur Gomes, aos 90´+2, na primeira vez que vestia a verde e branca, no primeiro jogo que entrou, na primeira vez que tocou a bola, fintou com arte e engenho Emerson e marcou o segundo golo, levando Alvalade ao delírio.

Das centenas de jogos que tive o prazer de ver nosso Estádio, este foi dos que mais apreciei. E não foi só pela vitória. Foi, acima de tudo, porque aconteceu o Sporting CP que por tantos e tantos anos ansiámos, sem temores nem receios, só e só com o pensamento na vitória, não importando a dimensão ou o nome do adversário. É este o Sporting CP que queremos e merecemos e que, estou certo, ainda vamos ver muitas vezes esta época.

AQUELE PASSE DO MÉSZÁROS

Por Juvenal Carvalho
15 Set, 2022

OPINIÃO

O passar da idade traz com ele marcas que são indeléveis. Entre elas o termos tido oportunidade de vivenciar situações tão marcantes, e felizmente tão ganhadoras, que o passar dos anos nos fazem avivar recordações de uma história marcante e inequivocamente bela.

No passado domingo à noite, em telefonema com um amigo - o Pedro Fonseca, homem dos desportos de combate e Leão tremendo que também serviu o nosso Clube - daqueles que como que por telepatia nos entendemos e que quando falamos de coisas do passado, e que quando um começa a querer abordar determinado momento, o outro, porque também o viveu ao vivo, e embora então ainda não nos conhecíamos, sabe do que está a falar.

E o ter memória, sobretudo de referências tão marcantes do nosso clube, é claramente algo que nos faz felizes.

E o que me leva a escrever esta coluna de opinião começou com uma conversa sobre Vítor Damas, aquele guarda-redes que marcou a minha geração - e a dele - e sua forma felina e espectacular com que defendia as nossas redes. Falámos que ele, mas também Manuel Fernandes, Rui Jordão, Joaquim Agostinho, Carlos Lopes, António Livramento, Fernando Mamede, e outros, nos “forravam” as paredes dos quartos enquanto adolescentes.

De Vítor Damas falámos sobretudo da ‘pinta’ de guarda-redes e das suas valências morfológicas e de presença na baliza, anormais para a época, e de jogos atrás de jogos em que foi tão determinante e em que tirou golos atrás de golos aos adversários.

Vítor Damas foi o primeiro guarda-redes de que me recordo . Ouvi falar de outros mágicos anteriores como Azevedo - que o meu pai me contou por mais do que uma vez ter defendido com um braço partido um jogo ante o nosso eterno rival -, de Carlos Gomes e de Joaquim Carvalho. O último, felizmente ainda tive o privilégio de com ele me ter cruzado no futebol juvenil do nosso clube. Todos eles foram mágicos. Assumo que sempre fui fã dos últimos a ser batidos, esse lugar tão ingrato mas tão determinante de guarda-redes. No futebol como no andebol, recordo António Bessone Basto e Carlos Silva; no hóquei em patins António Ramalhete e António Chambel; no futsal José Belo e João Benedito - não que outros, ou até mesmo os actuais nestas modalidades não sejam também fantásticos, mas porque estou apenas a falar de vivenciar tempos passados.

Para culminar a tal conversa de domingo à noite, o tema foi acabar num húngaro que também ficou na história, e também ele guarda-redes.
Falámos de Ferenc Mészáros e da forma como, tanto com as mãos como com os pés colocava a bola nos colegas de forma cirúrgica, olhando para um lado e colocando-a no outro. Era sublime. Como sublime foi o momento que nos recordámos de um jogo da época de 1981/82 em que num desses passes, em jogo no Estoril que nos deu o título de campeão nacional, Ferenc Mészáros isolou Rui Jordão e este marcou um golo em que a bola só tocou nos dois, num momento mágico.

Um momento que nos fez muito felizes ainda tão meninos e que ambos vimos ao vivo. E que passados quarenta anos voltámos a recordar como se fosse ao vivo ainda.

O tempo passa mas não se apaga. Por isso, me repito tanta vez. Ser do Sporting CP não se explica, sente-se.

TALHADOS PARA GANHAR

Por Juvenal Carvalho
22 Set, 2022

OPINIÃO

Existem projectos que nasceram para ser ganhadores. Se fosse uma película cinematográfica alusiva ao basquetebol do Sporting Clube de Portugal, um título como “Talhados para Ganhar” seria perfeitamente adequado à realidade.

Depois do reaparecimento em 2019, passados que estavam 24 anos de uma ausência que eu, enquanto então dirigente da modalidade, senti profundamente pela negativa, o regresso viria em boa hora e alicerçado em conhecimento e rigor.

Desde o ano do regresso, vão no tempo apenas três anos desde o arranque, não do basquetebol no seu todo, porque esse regressou em 2012 pela formação, mas da equipa sénior, estão no museu sete dos dez títulos possíveis de conquistar, e sem queixumes, como por exemplo o aparecimento do COVID-19 nos ter impedido de ganhar o campeonato de 2019/2020, e as lesões de jogadores determinantes no momento das grandes decisões, como no campeonato passado, quem sabe estaríamos a falar de ainda mais conquistas.

Mas as que contam são estas: um Campeonato Nacional, três Taças de Portugal, duas Supertaças e uma Taça Hugo dos Santos. Também a formação, após o regresso já esteve em várias final four e já conquistou dois títulos nacionais em sub-14 masculino. Quando as coisas são alicerçadas em conhecimento e competência, o caminho para o sucesso é sempre muito mais estreito.

Começou com Luís Magalhães o projecto ganhador. Agora chegou o legado de Pedro Nuno, que afinou pelo mesmo diapasão, sob o signo da vitória. Do início do projecto estão Diogo Ventura − enorme “capitão” −, João Fernandes, Diogo Araújo e o “mágico” Travante Williams. Inevitavelmente saíram uns e outros entraram e este ano foram vários os que vieram acrescentar qualidade aquela que já era muita qualidade anterior. Sábado passado, Torres Novas assistiu a um Leão rampante que não se assustou com o orçamento do rival, nem com anunciados favoritismos. Que desde cedo se impôs e que foi buscar forças ao baú quando no período derradeiro teve que tocar a unir para garantir o troféu.

Foi assim uma entrada com o pé direito, com as próximas “batalhas” a passar pelo início do Campeonato Nacional, bem como o apuramento para a fase de grupos da FIBA Europe CUP.

O ADN do Sporting CP é ganhar, sabendo nós que ninguém consegue ganhar em tudo. Falando das modalidades de pavilhão, e sem fazer futurologia, as primeiras impressões mostram um Leão que quer conquistas e que se apresenta competitivo em todas. Ganhar ou perder, poderão ser os detalhes a resolver. Com todos juntos e a fazermos do “João Rocha” uma muralha inexpugnável feita de um apoio incessante, o sucesso será mais fácil.

Somos um clube ecléctico. É essa a nossa matriz de sempre e a marca do sucesso de que o nosso Museu se orgulha.

No basquetebol a primeira conquista já está. Vamos à procura de mais em todas as modalidades!