O Joelson é mais um caso, na nossa longa história de atletas promissores que não preenchem o seu potencial. Mas este ainda pode inverter essa tendência.
A tentação será dizer que a estrutura falhou e, em alguns casos, assim será. Mas não podemos aligeirar a importância das vicissitudes próprias da adolescência ou das abelhinhas que andam de roda do pólen.
O Sporting vive, em permanência, obcecado com os miúdos dos juvenis que, um dia, serão os craques que nos vão dar um título. Quando passam a ser juniores, vivemos a continuação de um “sonho” que começa a chocar com a realidade. E, na passagem a sénior, isto é tudo uma merda porque não apostamos, etc e tal.
É certo que o Sporting pode melhorar o processo formativo dos jogadores, criando âncoras de transição para o futebol profissional. Também é certo que, por vezes, há casos sem salvação. Aquele rapaz que levou um tiro parece-me ser um caso paradigmático daquilo que o clube não tem como contrariar.
Mas, mais importante, o Sporting ganhou um título há 2 épocas atrás. O paradigma, a partir desse momento, teria que sofrer algumas alterações. No entanto, o “projecto” continuou a propagandear o objectivo de apostar na formação e de vender. Em algum momento se perdeu o “momentum”, porque eu não vejo em lado nenhum escrito que um responsável do Sporting tenha dito que o objectivo é ter sucesso desportivo acima dos objectivos de formar ou de vender.
Eu não me tranco num conceito único, nem vejo que apostar na formação, ter de vender (quando tiver mesmo que vender) e tentar vencer sejam conceitos incompatíveis.
Aparentemente, anulam-se ou justificam a não obtenção de sucesso desportivo. Pior do que isso, é que o Sporting ganhou um título com baixos encargos ou, pelo menos, plenamente comportáveis. Não fomos capazes de construir o futuro em cima disso. Em apenas 2 épocas, estamos a tentar construir o futuro em cima do insucesso desportivo.
Dá que pensar…