Vários equívocos no jogo de ontem, mas mais importante é que tem muitas ilações para retirar desta exibição. Há que saber aprender e evoluir com os erros.
O 11 inicial teve más escolhas. Inácio percebe-se devido ao perigo das bolas paradas do Arsenal mas recuperou à pouco de lesão e não está em forma, podia ter sido o Matheus a titular. Maxi a lateral com Edwards à frente é suicida pelo jogo sem bola, faria sentido ter Geny a lateral e Maxi na frente.
Na primeira parte, a equipa por um lado estava com receio de arriscar, especialmente em fazer passe longo para os alas. Por outro lado fomos pouco pacientes com bola e com pouco critério perto do último terço. Sem bola, o nosso lado esquerdo foi sodomizado.
A equipa pareceu intranquila e desconcentrada pelo antijogo do adversário (com a conivência do árbitro) sendo que pelo menos 2 golos deles foram após demorarem imenso tempo para marcar lançamento e canto. Não podemos descurar posicionamento e abordagem às bolas paradas mesmo nestas condições.
Eu teria feito alterações ao intervalo, mas curiosamente a equipa voltou bem mais solta, com mais nervo e critério até ao penalti (lance absurdo).
É pegar nisto tudo e melhorar estrategicamente já no próximo jogo.
Sobre a comunicação para imprensa também não me está a parecer a melhor, queremos que tenha e passe mais confiança!
Nem só mas também o foram. O Maxi cobriu muito mal as costas, mesmo o Inácio teve ali falhas ao nível de dobrar o ala. Depois tens o Israel, o Edwards, o Morita, com erros e sem estofo mental para o jogo.
O JP demorou a mexer no jogo. Tens de corrigir quando identificas as dificuldades, seja corrigir com instruções, seja com substituições. Agora a razão da demora só a equipa técnica saberá.
É tudo ainda verde e a minha esperança passa por aprenderem com os erros.
Ontem foi como se um rapaz com a 4a classe tivesse sido posto a fazer um exame do 12o ano. Nâo correu bem como até seria de esperar.
O JP pode vir a ser um excelente treinador no futuro, o problema é que o Sporting precisa de um treinador para o presente.
Estão demasiadas coisas em aberto para se andar a brincar aos treinadores.
Vamos ver como correm os próximos tempos. O teste de ontem seria difícil para qualquer treinador, experiente ou nâo. O Sporting tem menos qualidade que o Arsenal, o “normal” acabou por acontecer.
Os números da derrota e a apatia da equipa durante grande parte do jogo foram o pior aspecto.
Acho que é completamente errado estar a fazer comparações com o Amorim. Agora o técnico do Sporting é o João Pereira e não se pode desculpabilizar o resultado de ontem com resultados do antigo treinador. Definitivamente não é esse o caminho que nos vai levar ao sucesso.
São os resultados positivos que terão que defender o João Pereira começando já pelo próximo jogo.
Editado. Quis dar um voto de confiança ao treinador depois da derrota contra o Arsenal, o jogo seguinte veio desfazer as dúvidas todas. Não serve, e não quero que fique no meu histórico nenhuma mensagem de confiança ao treinador mais impreparado que já vi no Sporting, e isto diz tudo quando temos o historial de treinadores que temos neste séc xxi.
As minhas duas razões para ainda não estar pessimista:
1ºJogámos contra um adversário do top-10 europeu e em boa forma. Mesmo que o JP fosse só treinador de transição, íamos levar com este jogo complicado na mesma.
2º A equipa da Youth League está a jogar bom futebol, com boa organização defensiva e ofensiva, e isso é trabalho do João. É um bom indicador.
Ganhar a Santa Clara e Moreirense é que é preciso, agora.
Pah, a mim faz-me muita confusão vê-los no banco rodeados de cadernos, a tirar apontamentos, totalmente perdidos.
Mas entendo que esta sequência de jogos (estreia e depois UCL contra Arsenal) não é propriamente fácil.
Espero que, com o tempo, tudo se estabilize.
há duas opiniões que não podem sair deste jogo, se o objetivo for analisar a questão com bom senso: João Pereira não serve, é horrível, é o oceano v.2; ou João Pereira não podia fazer mais, é injusto criticar. há uma zona cinzenta que é exatamente onde o jogo se insere; há um conjunto de nuances do arsenal, sobejamente conhecidas, que o JP não contemplou na sua adaptação estratégica ao adversário( que basicamente não existiu) que são um ponto muito negativo; mas ao mesmo tempo é um resultado completamente desajustado, onde as incidências do jogo nunca sorriram a nosso favor( numa 1a parte, a meu ver, menos negativa do que a do city) e que resultam num 5-1 demasiado pesado, num jogo onde rematamos, temos mais bola e obrigamos o guarda redes do arsenal a 4X mais defesas do que com o city. tudo correu mal.
mas há aspetos que não podem deixar de ser mencionados, não para queimar o joão mas sim para que isto seja uma etapa de um processo de aprendizagem e crescimento.
no pré jogo a análise do joão sobre o arsenal foi manifestamente curta, limitando-se a falar do facto de terem grandes individualidades, e se é verdade que não se esperam nas CIs análises profundas, também é verdade que a falta de profundidade na análise do adversário passou para o campo.
á cabeça:
a forma como nunca fomos capazes de ajustar a pressão ás várias manipulações de pressão que o arsenal faz. quer quando o calafiori invertia para o meio campo, quando saiam a 3 com o timber, quando o rice abria á largura para atrair um médio e abrir espaço interior nas costas dos médios, quer quando o odegaard arrastava o morita para criar 2v1 na direita, enfim. é bread and butter para o arsenal disromper pressões e nunca tivemos argumentos táticos para o contrariar.
no último terço conseguiram constantemente forçar situações de 5v4 ou 4v3 no corredor direito que invariavelmente criaram dificuldades na nossa linha defensiva( como é mais do que óbvio em jogadores com esta qualidade e com vantagem numérica e espacial). disse-o antes do jogo no estádio, mas a titularidade do edwards era completamente incompreensível tendo em conta o adversário, não por ser uma equipa de topo, mas especificamente por ser uma equipa com 11 monstros físicos e que faz das overloads no lado direito uma das suas principais armas. era muito óbvio que o edwards, um jogador frágil em todos os parâmetros físicos e sem cultura tática/intensidade para ser uma arma sem bola, não ia oferecer soluções á equipa em nenhum momento do jogo.
nunca neste cenário nos poderíamos dar ao luxo de ter um jogador naquele corredor que defensivamente é nulo( e no estádio dá para perceber particularmente bem o quão nulo é). não tem conhecimento do jogo para ajudar a equipa a defender nem argumentos físicos para ser uma ameaça em transição( quase ninguém o é perante a defesa do arsenal, muito menos o marcus). não o ter percebido antes do jogo é mau, não o ter percebido ao intervalo de uma 1a parte que contou com 2 golos e 10/15 situações de vantagem numérica no corredor esquerdo defensivo do Sporting ainda pior é. no minimo dos mínimos trocar o trincão de lado no decorrer da 1a parte para garantir uma solução mais ajustada ao que estava a acontecer.
deixar o saka constantemente 1X1 com o maxi. não dá. basta ver os jogos do arsenal e constatar rapidamente que NENHUMA equipa da premier league o faz. posições diferentes mas basta ver, por exemplo, que o arsenal ajusta particularmente ao gyokeres deixando o sempre 1v2:
não é o fim do mundo, e é óbvio que o cenário de um dos melhores treinadores e equipas do mundo exporem as fragilidades de um treinador que se estreava numa competição de 1ºnível era provável. tomar as devidas ilações, seguir em frente e ao mesmo tempo perceber que nenhum dos desafios de ontem, sequer perto, se vão colocar em qualquer jogo do campeonato, e que nada do que aconteceu ontem nos diz que o joão pereira não é o homem para nos levar ao marquês. dar resposta sábado.
Uma coisa é perder com o City ou com o Ajax por erros individuais, ontem foi claramente por falta de organização e por falta de reacção à equipa adversária.
Já não me tinha convencido no discurso de apresentação, ontem confirmei o que achava, o presidente achou que com este plantel qualquer coisa servia como treinador.
com o city e ajax não teve nada a ver com erros individuais. fomos completamente trucidados taticamente e á semelhança de ontem o rúben manteve o sistema ipsis verbis e deu merda. aliás fê-lo da mesma maneira na 1a parte com o city, simplesmente contou com felicidade e ineficácia do city.
há que dar tempo ao tempo. apontar e reconhecer os erros mas sem nos precipitarmos em conclusões definitivas. na liga portuguesa estou convicto que continuaremos a dominar, e neste nível o mais relevante para no próximo jogo apresentarmos outra capacidade será a capacidade de auto análise e de flexibilidade do joão. se a tiver, crescerá como o amorim cresceu.