Hernán Peres a caminho da Academia

Estás a comparar equipas de dimensão totalmente diferente. Isso serve no caso do Manchester United porque é um dos maiores clubes a nível internacional e por isso é conhecido em todo o mundo e em particular na Ásia.
No continente asiático duvido que muita gente conheça o Sporting e não era por termos por cá um jogador do (fraco) nível como Dabao que passaríamos a ter maior popularidade no continente asiático ou que viriam maiores receitas desse local.

Não me importatia de ter por cá um Park-Ji-Sung ou um Nakamura porque são jogadores de topo nos seus países e seriam jogadores de enorme classe a jogar em Portugal e no nosso campeonato. Acontece que qualquer um desses jogadores seriam jogadores caros.
Já o caso de Dong Fangzhuo só resulta num clube da dimensão do Manchester United.

Eu prefiro ter um Luiz Paez que não me dê retorno financeiro no Paraguai e que me dê retorno desportivo em Portugal e na Europa que um chinês que faça precisamente o contrário

Não deves ter lido bem o que escrevi, sobretudo aquilo que estou a realçar de novo. Se eu te perguntar onde joga cada um dos 23 jogadores da selecção portuguesa convocados para o Mundial, provavelmente és capaz de me responder. Se perguntares a um chinês qual o clube onde joga cada um dos (não 23 mas) 11 titulares da selecção chinesa, também ele será capaz de dizer. E quem diz os chineses, diz os coreanos ou os japoneses.

E viva ao Off-Topic ::slight_smile:

Whatever… O Hernan Peres sempre vem?

Acontece que nem Dabao nem Fangzhuo são titulares absolutos das respectivas selecções e se pretenderes ter um jogador desse calibre o valor do seu passe seria elevadíssimo e não sei até que ponto terias retorno a nível de publicidade e marketing que compensasse o investimento. ???

E o Hernan Pérez vem ou não?
O resto é conversa…

:arrow: :arrow:Mai nada. Vem ou nao?

propunha à moderação que se criasse um novo tópico baseado na discussão que se levantou em torno do Adu, que me parece importante e relevante, mas que não está directamente relacionada com o Hernan Pérez, pelo que está OFF-TOPIC.

Percebo o que dizes, mas é bom não esquecer que cada estrangeiro que é contratado vem tirar o lugar aos jogadores portugueses que já estão no clube há anos e não me parece bem dar preferência aos estrangeiros.
Eu sou totalmente contra esta nova moda de se contratar jogadores estrangeiros para a formação do clube. Formação consiste em formar e essa formação devia dar prioridade ao produto português acima de tudo e com tanto Portugal para explorar, não vejo necessidade de contratar estrangeiros. Já para não falar que contratar estrangeiros é muito mais arriscado porque acarreta despesas muito maiores.

Não precisam de me vir dizer que esta política é fixe porque o Ajax e mais não sei quantos clubes também a fazem. Isso não me interessa nada, se na Holanda e nesses países os jogadores são mais cepos que os nossos o problema é deles, daí a necessidade de recorrer a estrangeiros. A nossa realidade aqui é outra, o jogador português é bom e não me parece bem contratar estrangeiros que depois, pelo ordenado que auferem, remetem os portuguesas para a prateleira, mesmo que tenham qualidade, como já se começava a ver na época transacta nos juniores.

Esta época o número de estrangeiros é muito superior e, sinceramente, não me agrada nada o cenário que se está a traçar… >:D

Não concordo com algumas coisas que a Felina diz:

  • Futebolisticamente, a Holanda está ao mesmo nível que nós (se calhar hoje estamos mais por cima em termos de selecção, mas historicamente, em termos de palmarés de clubes, selecção, etc., se calhar são melhores que nós; por outro lado, têm a mesma capacidade de produzir craques que nós).

  • Não há assim tanto jogador português “abandonado”, à espera que o SCP lhe pegue. Há cada vez mais competitividade, não só porque o merdas, anos depois, se apercebeu de que estava no caminho errado (então quando descobriram que se cobram comissões de formação sobre as futuras vendas…), como também porque os próprios clubes estrangeiros estão a fazer prospecção em Portugal.

  • Os jogadores estrangeiros não são contratados exclusivamente para “arrumar o português na prateleira”. Continuo a achar que há critérios desportivos que ainda contam numa estrutura profissional como a do SCP (e não me precisam de vir com a história das comissões dos empresários).

  • Acho um bocado utópico e desenquadrado da realidade defender a exclusividade do “produto português” na formação. Tal como acontece em muitos outros sectores da economia, cultura, desporto, etc., hoje em dia, quer se queira quer não, o factor “cor do passaporte” não tem a mesma importância. Hoje predomina a lógica do mérito e da mobilidade.

O outro dia saiu uma notícia a dizer que este ano, ao contrário do que acontecia antes (eram 4 ou 5 por ano), entraram 50 alunos portugueses no curso de medicina da Universidade de Compostela. Aí, surgiram queixas dos estudantes espanhois a mandar vir e a reivindicar cotas de acesso, etc. Resposta do reitor: nas candidaturas, não se olha a nacionalidades, mas sim ao mérito apresentado pelo candidato, venha de onde vier. E, independentemente de quem entrar e da sua nacionalidade, terá de se adaptar às exigências da universidade.

Goste-se ou não, a realidade hoje é esta. E se hoje temos brasileiros, nigerianos, etc., nas nossas camadas jovens, também na Itália, Inglaterra, Espanha, etc., há jogadores portugueses nas camadas jovens. O mais importante aqui é que haja uma “cultura Sporting” que os jovens devem absorver, independentemente da cor do seu passaporte.

Por outro lado, esse argumento “purista”, levado ao extremo, poderia se tornar algo perverso: jogadores como o Antoninho Silva que vem da Guiné, ou o próprio Adrien Silva (luso-francês), poderiam jogar ou não? Onde se estabelece o limite?

  • Em suma, acho que tudo é uma questão de equilíbrio entre a adaptação às lógicas de mercado futebolístico e a preservação de uma identidade ou cultura local (a tal “cultura Sporting”), sem entrar em posições extremas (só jogadores portugueses vs. “o estrangeiro é que é bom”). Até porque, como dizes e bem, o jogador português é bom (não é à toa que nos chamam “o Brasil da Europa”).

[quote author=Leão Vegetariano link=topic=7398.msg209669#msg209669 date=1186824634]
Não concordo com algumas coisas que a Felina diz:

- Futebolisticamente, a Holanda está ao mesmo nível que nós (se calhar hoje estamos mais por cima em termos de selecção, mas historicamente, em termos de palmarés de clubes, selecção, etc., se calhar são melhores que nós; por outro lado, têm a mesma capacidade de produzir craques que nós).

Eu não sou da mesma opinião. Considero que os jogadores que Portugal tem formado nos últimos anos são mais em quantidade, melhores em qualidade e também muito mais cobiçados pelos clubes europeus que os jogadores holandeses.

- Não há assim tanto jogador português "abandonado", à espera que o SCP lhe pegue. Há cada vez mais competitividade, não só porque o merdas, anos depois, se apercebeu de que estava no caminho errado (então quando descobriram que se cobram comissões de formação sobre as futuras vendas...), como também porque os próprios clubes estrangeiros estão a fazer prospecção em Portugal.

Eu não disse que há jogadores abandonados à espera que o SCP lhes pegue. O que quis dizer é que acho que em Portugal há jogadores suficientes para fazer plantéis não havendo, portanto, necessidade de ir ao estrangeiro. Se houvesse escassez em quantidade e qualidade eu compreendia…

- Os jogadores estrangeiros não são contratados exclusivamente para "arrumar o português na prateleira". Continuo a achar que há critérios desportivos que ainda contam numa estrutura profissional como a do SCP (e não me precisam de vir com a história das comissões dos empresários).

Pois olha, se não são é o que parece. Eu também acreditava nessa ideia de “existirem critérios desportivos”, e digo acreditava porque já não acredito. Aliás, até no fotebol sénior se vê isso. Brasileiro ou seja lá o que for que seja contratado, em pouco tempo tira o lugar a quem anteriormente o ocupava. Mas voltando à formação… Depois de andar já há mais de 2 anos a ver jogos de camadas jovens foi a conclusão a que cheguei. Os estrangeiros tornam-se cativos nos 11 iniciais, mesmo que façam exibições fracas e mesmo que haja jogadores melhores no banco para os substituir. Vi isso no Sporting e não só e acho revoltante pois, na verdade, devia predominar a lógica do mérito, mas não é isso que se verifica, nem no futebol nem em muitas outras profissões, infelizmente! Se a razão para os contratar são apenas as comissões ou não, não sei, mas a realidade que vejo é a que descrevi.

Acho um bocado utópico e desenquadrado da realidade defender a exclusividade do "produto português" na formação.

Eu não penso se é utópico ou não…apenas penso que até agora ainda não vi nenhuma vantagem na inclusão de estrangeiros, bem pelo contrário. As contratações não têm sido grande coisa, mas a sua entrada fez com que outros atletas (alguns melhores) foram desprezados e as despesas que os primeiros acarretam são muito superiores às dos restantes.

Resumindo, são duas as razões base para eu ser contra:

1 - Não vejo necessidade de recorrer a estrangeiros
2 - Até agora vi mais desvantagens que vantagens

Ok, estamos em completo desacordo, portanto.

E eu concordo com tudo o que a Felina diz. Chamem-me naïf ou sonhador. Mas a verdade é que concordo com tudo o que ela diz.

é tudo mto bonito…mas quem n se adapta a nova realidade do mercado fica para trás. O que eu quero (e os dirigentes do Sporting) é qualidade. SE ele vem de Portugal ou do Egipto tanto me faz.

Na minha opinião só vale a pena contratar estrangeiros para a formação se eles oferecerem qualidade suplementar e se à partida derem um mínimo de garantias de qualidade para chegar ao plantel principal.

Infelizmente, pelas informações que me têm chegado de entre os 9/10 jovens estrangeiros contratados pelo Sporting só metade deles tem de facto qualidades mais do que evidentes para entrarem no futuro no plantel principal.

E aí eu que já não acho correcto. Se não são craques a sério, não vale a pena virem. Porque jogadores de qualidade média ou média/alta que possivelmente não caberão no plantel principal, já nós temos na nossa formação, e não necessitamos de importar coisas dessas (a peso de ouro). A nossa formação já é excelente, e se é para importar jovens, eles têm que ser predestinados de valor totalmente inequívoco.

Quanto à referência neste particular ao Ajax, eles depois de muitos anos com essa dispendiosa política de importação de estrangeiros para as camadas jovens, desistiram dela e neste momentos concentra-se apenas na Holanda. Por alguma razão foi. Porque de facto de jogadores estrangeiros contratados para as camadas jovens deles e que depois tenham conseguido singrar no plantel principal foram poucos. A grande maioria dos jovens estrangeiros que eles contrataram e que conseguiram singrar foram quase todos contratados directamente para o plantel principal deles, e não para as camadas jovens.

Com tudo isto não quero dizer que o Sporting deva fechar os olhos ao estrangeiro, mas repito o que disse, a reforçar as camadas jovens com estrangeiros, então que o sejam verdadeiros predestinados e que não ofereçam muitas dúvidas quanto às suas possibilidades de vir a brilhar no plantel principal. O resto já nós cá temos em grande abundância.

Exacto Ricardo, embora faças uma abordagem diferente do assiunto, é basicamente isso que eu também penso.

O que eu procurei defender era uma postura de equilíbrio entre o “local” e o “global”, digamos.

É que, do meu ponto de vista, cada vez faz menos sentido andar a distinguir entre os “de cá” e os “de fora”. Seja pelo fenómeno migratório contemporâneo, seja pela expansão global das redes de prospecção de clubes como o nosso, esse discurso de proteger o que é nosso face à “invasão” estrangeira parece-me, de facto, naif e, se levado ao extremo (e atenção, não estou a dizer que seja o caso da Felina ou do RMP, por favor não o entendam assim), pode chegar à xenofobia.

Vejamos o caso do tal miúdo romeno de 12 anos que o SCP incorporou na Academia (agora escapa-me o nome dele), onde é que o enquadraríamos? Produto nacional ou estrangeiro? O mesmo acontece com outros jogadores que mencionei, como a nossa nova coqueluche, o Adrien Silva. É da casa ou veio da França para tirar o lugar aos que cá estão?

Por outro lado, continuo na minha: se é verdade que pode haver injustiças, favorecimentos, cunhas, etc. no SCP (e aí, obviamente, a Felina é mais “expert” que eu), também digo que 1) esse é o “real world”, e nesse aspecto o SCP não é diferente de qualquer outro colectivo (desportivo ou outro qualquer) neste mundo; e 2) mesmo assim, ainda estou para ver o dia em que alguém com responsabilidades na formação do SCP diga «não, é que nós preferimos apostar no jogador estrangeiro porque ele é mais caro, logo tem de jogar mais, mesmo que jogue mal; o que interessa é que seja estrangeiro». Acho que as coisas não são assim tão lineares, tão branco no preto.

Neste sentido, defendi no meu post que o mais importante era manter uma cultura e identidade Sporting, mais do que defender produto nacional.

Finalmente, concordo com o RMP em que o que tem de primar aqui é a qualidade, e não a proveniência. Neste ponto (aparentemente o único) acho que estamos todos de acordo.

P.S. Não é bem verdade que o Ajax se concentre hoje apenas na Holanda: mantém escolas de futebol em África (e ainda gere o Ajax Cape Town). Recentemente, anunciou a criação de uma escola na Malásia, por exemplo.

http://thestar.com.my/sports/story.asp?file=/2007/8/2/sports/18475869&sec=sports

Tanto o miúdo romeno como o Adrien fazem parte do mercado nacional, porque foram captados cá em Portugal. O miúdo romeno no Olhanense e o Adrien em V. N. Cerveira.

Em relação à importação de talento acho que se for para trazer jogadores de valor idêntico a Adrien Silva, Daniel Carriço ou Diogo Amado, (como parece ser o caso de Luis Paez ou Rabiu) concordo plenamente.
Jogadores deste gabarito, salvo algum grave infortúnio, terão entrada garantida no plantel principal do Sporting e qualidade suficiente para por lá se imporem.

Se for apenas para desenrascar e tapar buracos nos plantéis dos escalões de formação penso que não vale a pena.
É preciso ter em conta que a maior parte dos jogadores das camadas jovens nunca vão integrar o plantel principal do Sporting.
Jogadores, medianos, bons e até talvez muito bons não terão lugar no plantel sénior, apenas os excelentes e foras-de-série lá chegarão.

Errado :stuck_out_tongue: , foi nos Arcos de Valdevez, em VN Cerveira foi o Ricardo , central dos juvenis :wink: