Futebol Feminino --nova treinadora Susana Cova

Fátima Pinto: “O meu pai e o meu irmão não acharam muita piada eu jogar à bola com rapazes, mas a minha mãe sempre deu aquela força”

A médio centro do Sporting, que nasceu na Madeira, considera que o clube pode vencer esta terça-feira as norueguesas do Avaldsnes (15h, Sporting TV) e passar a fase de grupos da qualificação para a Liga dos Campeões feminina, pela primeira vez. Estudante do curso de Turismo, Fátima Pinto, de 22 anos, adora aventura, viajar sozinha de mochila às costas e pregar partidas às colegas. E, quanto ao campeonato português, não tem dúvidas: é para voltar a ganhar esta época, tal como nas duas anteriores

Que balanço faz destes dois anos no Sporting?
Muito bons. O que nos faltou o ano passado foi a Liga dos Campeões. Ficamos mesmo tristes porque sentimos que podíamos ter feito um bocadinho mais. Mas a falta de experiência em coisas pequeninas acabou por ser fatal. Se calhar cá, no campeonato, passam despercebidas, mas na Liga dos Campeões um erro mata-nos. Contra essas equipas sofrer um golo e depois ir para cima delas é mais complicado. Mas estou confiante que este ano podemos fazer uma coisa bonita.

O que chama uma coisa bonita?
Passar a fase de grupos. Esse é o primeiro objetivo. Acho que estamos melhor preparadas, somos mais maduras, já temos mais noção para o que vamos, o ano passado acho que 80% da equipa nunca tinha jogado uma Liga dos Campeões.

O primeiro jogo é contra a equipa do norueguesa do Avaldsnes. Está ao alcance do Sporting?
É uma equipa forte no confronto físico e muito rápida, o que nos vai causar problemas. Mas estamos preparadas para o que aí vem. Apesar de ser a equipa mais forte do grupo, está ao nosso alcance.

O campeonato nacional está mais competitivo?
Continuo a achar que ainda nos falta muito. Estamos num bom caminho, mas ainda nos falta muito para sermos um dos campeonatos top.

Como madeirense que é e sabendo que o Marítimo subiu à I Divisão, gostava de jogar no Marítimo?
Sinceramente, não. Eu comecei a jogar futebol no Juventude Atlântico Clube, por isso o meu principal rival foi sempre o Marítimo. As finais eram com eles. E mesmo quando fui para o futebol feminino, no GD Apel, a rivalidade era sempre com o Marítimo. Eu adorava ganhar ao Marítimo (risos).

Nasceu no Funchal, tem dois irmãos mais velhos. Como surge o futebol na sua vida?
Eu comecei a dar os primeiros toques com o meu irmão mais velho, o Horácio, para quem tenho 11 anos de diferença. A minha irmã Juliana, mais velha oito anos, não ligava. Eles não se dedicaram muito ao futebol, não têm muito jeito (risos). Mas eu, já com três anos, quando fui para o infantário, jogava com os miúdos no campo. Quando cheguei ao primeiro ciclo, com sete anos, jogava com os miúdos nos intervalos todos. Os meus colegas da turma diziam que tinha de ir jogar para o clube e com nove anos federei-me no Juventude Atlântico Clube.

Tem ideia de onde lhe vem esse gosto pelo futebol?
Sinceramente não sei. Não tenho ninguém na família que jogue. Gostava mais de andar a jogar à bola do que brincar com as bonecas. Claramente, até ao 5º ano pelo menos, não me lembro de brincar com raparigas em situação nenhuma na escola. Era os intervalos todos a lutar pelas balizas, para ver quem é que ficava e quem é que não ficava.

Essa equipa do Juventude Atlântico Clube era masculina?
Sim, era uma equipa de rapazes. Eles é que me convidaram para lá ir. Cheguei, fui titular e o treinador pôs-me logo como capitã de equipa. Eu na verdade também parecia um rapazito, tinha o cabelo curto. Nunca tive problemas. Depois aos 13 anos é que tive que ir para a equipa feminina, para a equipa do Grupo Desportivo da Apel.

Os seus pais nunca lhe colocaram entraves?
O meu pai e o meu irmão não acharam muita piada eu jogar à bola com rapazes, mas a minha mãe sempre deu aquela força: “Ela gosta, ela vai jogar e vocês não a vão tirar de lá”. A minha mãe sempre foi o meu apoio no futebol. Agora o meu pai está super orgulhoso, é do Sporting, foi vendo com o passar dos anos que eu realmente gostava de futebol. No início acho que era mais o instinto de proteção, era uma menina no meio dos rapazes e ele não achava muita piada.

Além do futebol praticou mais algum desporto?
Fiz triatlo ainda no Juventude. Havia muitas provas de corta mato na escola e no desporto escolar. Ganhava no basquetebol, no atletismo, tinha aulas de natação e um professor veio falar comigo e propôs-me experimentar o triatlo. Fiz uma prova de duatlo e duas de triatlo e ganhei.

Tinha quantos anos nessa altura?
11 ou 12 anos, só que depois desisti porque acabar um jogo de futebol de 11, ao sol, com calor, e passada uma ou duas horas ir fazer um triatlo era muito exigente, não conseguia. Uma vez estive prestes a desmaiar dentro de água, não correu muito bem, portanto decidi parar com o triatlo e continuar só com o futebol.

Lá em casa torciam todos pelo Sporting?
O meu irmão é benfiquista, mas a minha irmã, a minha mãe, o meu pai e eu somos sportinguistas.

Tinha ídolos?
Vou ser sincera, não gosto muito de ver futebol, gosto é de jogar. Mas quando era miúda já conhecia algumas jogadoras, como a Marta e a Alex Morgan.

E no masculino tinha algum ídolo?
Na altura era o Liedson, no Sporting, e o Nani. Agora claramente o Cristiano Ronaldo é o ídolo, mas quando era miúda não ligava muito.

Depois de duas épocas no GD Apel vai para o Atlético Ouriense. Como é que se dá esta passagem e porquê?
Em 2012 fui ao Europeu de sub-19. Tinha 16 anos quando o selecionador José Paisana foi à Madeira ver dois jogos nossos. A Associação da Madeira não tinha dinheiro para vir ao torneio Interassociações, então o professor foi lá. Chamou-me para um estágio de sub-18, éramos 35 jogadoras em observação e logo na semana a seguir era o Europeu de Sub-19. Acabou aquele estágio de observação e entrei logo no estágio com as sub-19 para ir ao Europeu.

Qual foi a sensação?
Foi um choque, embora não tivesse bem a noção do que era o Europeu. Eu era uma menina da ilha que veio uma vez à seleção e de repente dizem que vou a um Europeu… Eles até ficaram um bocado admirados com a minha reação porque fiquei calada a olhar para eles. A professora Marisa virou-se para o professor Paisana e disse-lhe: “Ela não tem a noção do que é que nós lhe estamos a dizer” (risos). Mas, claro, fiquei muito feliz. Para mim foi um salto.

Como foi a experiência na seleção e no Europeu?
Vou confessar, não tinha noção. Agora tenho muito mais noção da importância dos jogos e fico muito mais nervosa ao entrar. Naquela altura lembro-me que o professor Paisana chegou ao pé de mim, fui titular no primeiro jogo do Europeu, e disse-me: “Faz de conta que estás a jogar na Madeira”. E eu fui com aquele pensamento para o jogo e por acaso a UEFA até me escolheu como a melhor jogadora em campo nesse jogo, na minha primeira internacionalização. Claro que estava um bocadinho nervosa, mas joguei descontraída e correu-me bem o jogo. Não tinha noção da importância daqueles jogos. Hoje em dia fico mais nervosa.

Nessa altura já era médio centro?
Sim, mas nesse jogo o professor pôs-me a jogar a lateral esquerdo. O primeiro estágio das sub-19 fiz todo a lateral esquerdo, só que depois a Rita Fontemanha, que agora é do Sporting e na altura era uma das capitãs, saiu, era o último ano dela, e fui para médio centro.

Onde é que se sente mais confortável a jogar, a médio centro ou como extremo?
Médio centro.

Mas no Sporting não está a jogar como extremo?
Agora estou como médio centro outra vez. Aquilo foi só uma estratégia para a final da Taça. Gosto mais de jogar a médio centro, não sou extremo, não tenho velocidade nem técnica para isso.

Por que razão gosta mais da posição de médio centro?
Porque é preciso ter muita capacidade de observação, perceber o jogo e gosto muito de perceber o jogo e de jogar simples. Gosto de jogar a dois toques, não sou aquela jogadora tecnicista, de fintar, gosto de receber e dar.

Foi a esse Europeu com 16 anos e depois?
Depois o Ouriense conheceu-me. Havia outras jogadoras do clube, a Diana, a Marchão, a Naná a jogar também na seleção. Eles viram os jogos e chamaram-me. Tinham subido à I Divisão. Quando vim à seleção senti que o campeonato na Madeira não me preparava para estar em grandes competições. Jogava futebol de 7 e fui para o Europeu jogar futebol de 11, portanto senti que precisava mesmo de vir jogar para o continente e quando o Ouriense me chamou, a equipa campeã, fiquei muito feliz e contei logo aos meus pais que disseram: “Vai, se te arrependeres podes sempre voltar, mas não percas a oportunidade”.

E a escola?
O meu pai o que me exigiu, e ao clube, era manter a escola. Só que eu na Madeira estava a fazer o curso Tecnológico de Desporto, que no Continente já tinha fechado. Por isso tive que mudar para o profissional de Apoio à Gestão Desportiva. Tive que fazer 12 módulos em atraso, consegui e acabei o 12º. Além dos estudos pagos o meu pai exigiu casa, alimentação e viagens para ir a Madeira. Eram as condições que eu tinha na altura. Acho que era a única jogadora com essas condições.

Foi viver para onde?
Para Ourém, para um apartamento com outras colegas. A Tita, que está agora no Benfica, a Filipa Rodrigues, que também está no Benfica, e Bárbara Pragana. Éramos quatro ali.

Como é que era a organização dessa casa?
Era tranquila, porque a Tita era mais velha e punha-nos em sentido.

Nessa altura começam as saídas à noite e o entusiasmo por outras coisas?
Sim, mas na Madeira já saía muito com os meus amigos. Nunca fui de sair antes de um jogo, isso era coisa que não fazia, mas durante a semana sim. Sempre gostei de sair com os meus amigos e ainda agora o faço.

A época no Ouriense corre-lhe bem.
Sim, fomos campeãs. E joguei a Liga dos Campeões. O primeiro jogo foi com o Zurique e perdemos 5-0. No segundo jogo, já não me lembro do nome da equipa com quem jogámos, mas fiz uma assistência e um golo.

Quando teve contacto com atletas de outros países percebeu que havia uma grande diferença no nível de futebol praticado?
Sim, uma enorme diferença. Já em Portugal eu sentia falta de mais. No futebol masculino treinava quatro vezes por semana, quando fui para o futebol feminino treinava duas, uma realidade completamente diferente. Chateei-me e pedi ao meu antigo treinador para treinar com eles porque queria manter aquele ritmo. Depois tive de deixar porque começou a haver uma grande diferença para os rapazes. Eles deram o salto e eu já não tinha a força nem a velocidade deles.

Depois do Atlético Ouriense vai para Espanha.
Quando cheguei cá, ganhámos tudo e pensei: “Quero mais, quero uma coisa mais difícil ainda”. A Cláudia Neto tinha sido contactada pelo Santa Teresa, só que ela já tinha clube na Suécia. Então ligou-me e disse que havia um clube que tinha falado com ela, queriam uma médio centro e ela queria saber se lhes podia dar o meu número. Disse-lhe que sim e eles entraram em contacto comigo. Viram uns vídeos, chamaram-me para lá ir fazer uns treinos, gostaram e quiseram que eu ficasse.

Aí já foi com contrato?
Sim e já recebia.

Os pais reagiram bem ao facto de ir para fora do país?
Sim, eles sabem que sempre fui muito desenrascada e independente.

Foi viver para onde e com quem?
Para Badajoz com mais colegas de equipa. Éramos quatro também. Todas espanholas. Eu era a única portuguesa na equipa. Havia uma brasileira também.

Largou a escola nessa altura?
Já tinha acabado o 12º ano mas uma das condições que pus ao clube foi de continuar a estudar. Só que como já cheguei tarde para entrar na universidade e tinha que fazer umas equivalências fui tirar um curso de grau médio de Atividades no Meio Natural. Era um curso de guia a pé, a cavalo, de bicicleta, de primeiros socorros. No 2º ano em Espanha, tirei o nível um e o dois de treinadora.

Nessas duas épocas no Santa Teresa notou muitas diferenças a nível de treino, de condições?
Notei. Têm melhores condições do que tínhamos cá no Ouriense. Apesar do Ouriense em comparação às outras equipas da I divisão portuguesa na altura já nos ter dado grandes condições. Mas lá é outro nível. A preparação física era incrível. Éramos uma equipa que tínhamos a noção de que não íamos ter muita bola contra grandes equipas, então treinávamos muito físico.

Já fazia ginásio cá ou só começou lá?
No Ouriense chegámos a fazer algumas vezes mas lá era mais a sério. Só que a nível de futebol não gostei de lá estar esses dois anos porque éramos uma equipa que não tinha bola, então eu como médio centro ficava a ver o jogo e só estava lá para destruir, destruir, destruir e isso para mim acho que me prejudicou muito.

De que forma?
Por exemplo, quando chegava à seleção, tínhamos muita bola e quando a bola chegava-me aos pés parecia que queimava. Já não tinha aquele toque, aquela sensibilidade com a bola. Foi complicado.

Mas veio para o Sporting depois desses dois anos.
Sim, ligaram-me. Foi espetacular. Uma grande oportunidade de voltar para Portugal e ir para a Faculdade. Ainda por cima no meu clube do coração, não havia como dizer que não.

Houve um grande salto também em termos de contrato do Santa Teresa para o Sporting?
Não, mais ou menos igual. Agora já renovei, é diferente, mas na altura não acrescentou muito.

Quando veio foi viver para onde e com quem?
Em Lisboa, com mais quatro colegas de equipa. A Marchão e a Diana, com quem tinha jogado no Ouriense, a Catarina Lopes e Matilde Figueiras.

Ouvi dizer que é das que mais gosta de pregar partidas…
(risos) Tem dias que sim. Gosto. Tenho uma que foi muito engraçada. Eu sabia que a Marchão estava quase a chegar a casa e escondi-me debaixo da cama dela e pus a minha GoPro em cima do armário a filmar. Ela quando chegou ao quarto para vir buscar qualquer coisa, ainda por cima não acendeu a luz, e eu agarrei-lhe na perna. Ela deu um salto e gritou tanto (risos). Ficou sem respirar uns segundos e depois gritou outra vez (risos). Uma outra vez pus a roupa interior de um membro do staff (não vou dizer de onde) no frigorífico e coloquei-lhe o colchão na areia. Estávamos num estágio em Rio Maior, que tem um campo de futebol de praia (risos).

E na seleção?
Eram as típicas brincadeiras de esconder as botas, “destruir” os quartos. Aqui no Sporting também. O nosso enfermeiro que o diga. O ano passado, na Liga dos Campeões, o quarto dele ficou irreconhecível. A cama já nem estava lá. Ainda por cima tinha enfermaria e quarto juntos… Acabou a dormir na marquesa essa noite (risos).

Que curso está a frequentar?
Estou no curso de Turismo. Gosto muito. Tem a ver com a Madeira. Em Espanha aquele grau que tirei de guia despertou-me mais este bichinho. Gosto muita da natureza, de aventura, acho que o Turismo é um setor onde posso pegar. Gostava de viver na Madeira quando for mais velha, por volta dos 50 anos, e ser guia intérprete, levar a pessoas às levadas, fazer atividades radicais, etc. Não sou tanto de museus mas mais de natureza e aventura.

Já fez desportos radicais?
Fiz skydive este ano com a Matilde Fidalgo, no aniversário dela. O futebol não nos permite fazer muitas atividades dessas durante a época. Mas nas férias gosto de fazer essas maluquices e de viajar sozinha, de mochilas às costas.

Por onde tem viajado?
Este ano quando tivemos cinco dias de folga, o meu namorado não podia tirar férias, e comprei logo uma viagem para Itália. Fiz Pisa, Florença e Roma. Fui à boleia, ficava em hostels. Tive uma experiência recente na Albânia, que adorei. Pensamos que é uma coisa e depois chegamos lá e as pessoas são fantásticas. As pessoas vivem muito na pobreza, mas é tudo tão simples e tão bom. A costa da Albânia é fantástica. Depois da Albânia fui para Punta Cana, com algumas colegas de equipa e não gostei tanto. É só resorts e mais nada, enquanto na Albânia temos muitos locais que são património mundial da Unesco e eu visitei-os quase todos.

O seu namorado apoia-a no futebol?
Apoia. É muito engraçado porque o Joel não liga a futebol, mas vem ver os meus jogos . Acompanha os meus jogos na televisão. É benfiquista. Fomos à Gala das Quinas, onde estavam imensos jogadores conhecidos, mas eu sei que ele foi lá por mim, porque ele não quer saber se passa um jogador muito famoso ao lado dele, não liga.

É verdade que tem o sonho de conhecer o Cristiano Ronaldo.
Tenho. E já me cruzei tantas vezes com ele, já estive perto dele, mas nunca fomos apresentados ou falámos um com o outro. Na Cidade do Futebol, na gala das Quinas, na Madeira - até já estivemos no aeroporto ao mesmo tempo, mas nunca tive oportunidade de falar com ele. Mas é uma das coisas que não posso morrer sem fazer, tenho que lhe dar um abraço. É o melhor do mundo, é o meu ídolo, estou super orgulhosa, é madeirense…

Tem várias tatuagens. Quando fez a primeira e porquê?
A primeira foi feita no pé e era menor. A minha mãe autorizou-me a fazer. Mas não devia (risos). Já estou a pensar apagá-la.

Porquê?
É uma bola, significava o Europeu pelas sub-19. Só que não ficou muito bem feita. Gostaria de refazê-la de outra forma, mais pequena, mais discreta. Tem muito significado porque aquele Euro para mim foi muito importante.

E as outras?
Tenho uma nas costas que simboliza a ilha. Tem uma praia e a frase é: “Life’s a beach enjoy the waves”. Tem ondas e palmeira. Depois tenho uma que diz “Girl Power” e tenho o 13, porque desde que comecei a jogar, com os rapazes, que fiquei com o 13. O meu treinador tinha sido jogador de andebol e quando me pôs capitã disse-me: “Vou-te dar o 13 porque no andebol normalmente o melhor jogador é o 13”. Desde que sou miúda fiquei sempre com o 13. Não sou supersticiosa, nem crente. Tenho uns símbolos de sol, mar e montanha e tenho uma mochila, tem a ver com aventura.

Dá para viver do futebol?
Neste momento, com as condições que me dão, consigo viver perfeitamente do futebol. O apartamento é o Sporting que paga, as minha viagens para a Madeira é o Sporting que paga, a faculdade idem.

A discrepância entre o que se paga no masculino e no feminino justifica-se?
Por enquanto sim. Por muito que isso evolua, acho que nunca vamos conseguir, pelo menos na Europa, comparar o futebol feminino ao masculino. Acho que o feminino pode melhorar muito mais, claramente, e estão a abrir portas para isso. Por exemplo, a Liga espanhola já é totalmente profissional e na altura em que lá estive não era. Mas há uma diferença enorme. Não temos a visibilidade que eles têm, as marcas investem sobretudo no futebol masculino.

Em Portugal o que é preciso acontecer para avançarmos mais rapidamente?
Primeiro profissionalizar a Liga. Para todas as raparigas terem as mesmas oportunidades e as mesmas condições de trabalho. Mas no futebol feminino o que peca mais é a formação. Há imensas raparigas que chegam a um clube com 15 anos e não tiveram formação. Chegam com 15 anos e vão aprender o que nos outros países aprendem com seis anos. Apostar na formação é muito importante e todas poderem ter condições de trabalho, treinar mais vezes por semana. Poderem viver só disto.

A nossa participação na fase final do Europeu do ano passado deixou-lhe um sabor muito amargo ou não?
Sim e não. O que fizemos foi muito bom. Fomos pela primeira vez a um Europeu feminino e foi muito bom. Mas fica um sabor amargo porque tivemos tudo para passar e não conseguimos. Eu estava no banco e a equipa contra Inglaterra foi super competente. O outro treinador menosprezou-nos claramente, numa entrevista prévia ao jogo. Percebo, por um lado, porque ele já tinha passado e por isso desvalorizou-nos, mas no fim do jogo veio reconhecer que não éramos o que ele estava à espera. Criámos dificuldades à Inglaterra, que é uma grande equipa, uma potência mundial. Acho que foi aí também que nos deu aquele clique de que conseguimos fazer mais e somos boas também.

O Sporting está mais forte este ano?
Acho que sim.

Vai ganhar o campeonato outra vez?
Claro que sim. Essa é sempre a nossa ambição. E trabalhar para isso porque sem trabalho não conseguimos nada.

Tribuna Expresso

Tópico para os jogos da Champions League:

https://www.porta10a.com/index.php?topic=69985.0

A Inês Salvador foi para o Fófó.

A Wonder Woman, a She Ra e a Elecktra ou a revelação dos superpoderes das nossas bicampeãs!

No dia em que a equipa principal de futebol feminino do Sporting regressa à Champions, a Tasca dá-te a mais surpreendente homenagem às bicampeãs nacionais, revelando-te a identidade secreta de cada uma delas!

Patrícia Morais / Mera
Força sobre-humana, incrível velocidade de reflexos, capacidade telepática de falar com a bola, adivinhando onde vai cair, e dotada do poder de viajar interdimensionalmente, surpreendendo meio mundo quando aparece a defender o esférico que parecia indefensável. Patrícia Mera é mais do que a rainha da Atlântida; é a dona das redes leoninas!

Inês Pereira / Supergirl
Defensora da causa que carrega junto ao peito, diz-se invulnerável quando veste a camisola Rampante. Reflexos, velocidade, resistência e capacidade de voar, sempre com aquele sorriso de felicidade. Inês Kara Zor-El representa o equilíbrio perfeito entre a alegria de uma jovem e a força e confiança de uma super-heroína.

Rita Fontemanha / Red Sonja
Cheia de coragem e manejando a espada como poucas, Rita Red Sonja é o protótipo de uma guerreira. Treinando desde pequena para contrariar tudo e todos, a lateral faz da força mental e da técnica as suas maiores armas, sendo capaz de desafiar todo e qualquer adversário, mesmo aqueles que sorriem ao pensar que a deixaram por terra.

Carole Costa / Mulher Invisível
Uma das almas da equipa e um garante de segurança. Carole Invisível manipula os campos de força para aparecer onde é preciso a defender a nossa área, mas desengane-se quem acredita que esta elegante heroína se limita a ficar cá atrás: quando damos por ela, está a levitar para subir mais alto que todas as outras e cabecear para a baliza ou a bater um livre em jeito que só termina dentro da baliza. Um verdadeiro clássico!

Bruna Costa / Estatura
Filha do segundo Homem-Formiga, Bruna Lang tem os mesmos poderes do pai, mas prefere quase sempre manter-se grande e enfrentar as adversárias olhos nos olhos. Há, no entanto, quem jure que ela encolhe e aumenta radicalmente a velocidade quando a vêem desarmar as adversárias.

Matilde Figueiras / Nevasca
Preparada para enfrentar momentos que deixam qualquer adepto gelado de medo, Matilde Nevasca tem a capacidade de utilizar as baixas temperaturas para congelar os adversários e a sua inteligência posicional para ajudar a proteger a equipa de sofrer dissabores.

Matilde Fidalgo / Estrelar
Matilde Estelar era uma habitante do planeta Tamaran, que depois de ver o seu planeta destruído, decidiu viajar para a Terra, onde viria a juntar-se aos Jovens Titãs para defender o planeta. Além de força e resistência, esta heroína consegue disparar raios de energia!

Joana Marchão / Wonder Woman
Uma espécie de ícone do poder feminino à nossa moda e uma verdadeira líder sem braçadeira. Dotada de velocidade acima da média Joana tem como principais valores o amor, a compaixão, a justiça e a igualdade e como principais poderes a resistência ao fogo, a força e a capacidade de curar-se rapidamente. Podem contar com ela para estar sempre na frente de batalha!

Mariana Azevedo / Zatanna
Mais uma que engana pela aparência. Mariana Zatanna domina a arte do feitiço e as capacidades no campo da magia e do ilusionismo permitem-lhe jogar com os quatro elementos naturais, tornando-a numa personagem muito importante nas conquistas alcançadas.

Fátima Pinto / Hulk Woman
Um dos pulmões da equipa e um verdadeiro poço de força, Fátima Hulk tem uma inacreditável resistência à dor, a temperaturas extremas, a qualquer impacto e até às mais variadas doenças terrestres, sendo capaz de regenar-se muito rapidamente. E, ao contrário do Incrível Hulk, esta nossa heroína consegue manter a sua inteligência e identidade quando se transforma.

Tatiana Pinto / She Ra
Também conhecida como “A Princesa do Poder”, Tatiana She Ra tem uma força incrível e consegue nadar a um ritmo impossível para qualquer outro humano. Não admira, por isso, que faça verdadeiras piscinas ao longo dos 90 minutos e que, empunhando a sua Espada de Protecção, seja o garante de um equilíbrio a meio do campo onde, inúmeras vezes, surpreende as adversárias com arrancadas que culminam com golpes desferidos de longe. Tudo isto com a elegância de uma princesa e utilizando a estratégia para atingir os seus objectivos.

Nadine Cordeiro Média / Hera Venenosa
A sua obsessão por plantas, perdão, pela relva, faz dela uma verdadeira terrorista ambiental. Dona do conhecimento sobre toxinas, pode envenenar, adormecer e até manipular psicologicamente os seus adversários.

Carlyn Baldwin / Feiticeira Escarlate
Desengane-se quem avalia esta nossa Wanda Maximoff pelo primeiro olhar: ela é capaz de distorcer a realidade, manipulando campos de probabilidades e energia e utilizando a telepatia para manipular mentalmente as adversárias. Tudo isto com um ar alucinado!

Patrícia Gouveia / Canário Negro
Nascida numa família de heróis, possui um poderoso grito que atinge frequências altíssimas: o efeito são as adversárias desorientadas e as suas companheiras ainda mais motivadas. Não pensem que o seu papel é secundário.

Sharon Wojcik / Batgirl
Filha do polícia Jim Gordon, tem um código de conduta moral acima da média e utiliza como maior arma a inteligência. Isso faz dela uma leoa muito perspicaz, verdadeiro extra para, em conjunto com a agilidade, a tornar numa boa lutadora.

Solange Carvalhas / Capitã Marvel
Solange Danvers possui resistência à maioria das toxinas e venenos, tem o dom da indestrutibilidade e consegue manipular a energia. Com a inteligência própria de uma piloto da força aérea, treinada em artes marciais e espionagem, é uma líder e uma inspiração para a equipa, estando ou não dentro de campo.

Ana Capeta / Elektra
Ana Capeta é um dos nomes mais marcantes de dois anos repletos de conquistas, Elektra Natchios é uma das personagens femininas mais marcantes do Universo Marvel. E ambas são assassinas profissionais. Elektra Capeta é uma guerreira excepcional, uma verdadeira mestre das artes marciais que utiliza para desferir golpes finais nos seus adversários. Anos e anos de treino, à espera de chegar aos momentos em que deixa a sua marca, quebrando aquele ar fechado, concentrado, com sorrisos de felicidade. Ao longo do seu percurso, a nossa heroína desenvolveu surpreendentes poderes místicos, numa demonstração de habilidades mentais que faz com que a sua simples entrada em campo faça como que os adversários digam para si mesmos, “já fomos…”.

Diana Silva / Tempestade
Ororo Munroe já foi vista como deusa na África, já foi rainha de Wakanda ao lado do Pantera Negra e, hoje, veste a mais bela camisola do mundo. Diana Tempestade consegue controlar manipular os mais diversos estados climatéricos, lançando verdadeiros vendavais sobre as defesas adversárias e gelando-as antes de lhes disferir um relâmpago que as destrói definitivamente. É uma das mais poderosas bicampeãs e inúmeras vezes assume o papel de liderar a equipa rumo às conquistas.

Ana Borges / Catwoman
Pode alguém sem superpoderes ser um dos rostos mais importantes das conquistas? Sim, pode, e Ana Catwoman é prova disso. Tal como Batman, todas as suas habilidades são reflexo do seu treino e experiência, tornando-a numa excelente lutadora com flexibilidade, resistência e velocidade que deixam qualquer adversária por terra! Uma anti-heroína que todos adoramos!

Ana Leite / Patinadora Dourada
Saiam da frente ou, se preferirem, tenham cuidado. Deslizando com mestria, Ana Snart é letal, principalmente se a julgarem por alguém apenas equipada para patinar: é meio caminho andado para sucumbirem ao golpe da lâminas onde assenta os pés!

A Tasca do Cherba

Ja perdem… 1-0… 3 min de jogo

Com 3 minutos de jogo, já estamos a perder 1-0.

Tá a dar onde?

SportingTV

Obrigado , vou procurar um stream :great:

A Borges empatou. 1-1 ao intervalo

https://twitter.com/FutFemSCP/status/1026847407873708032

Já se estava à espera a partir do momento que, com a equipa cheia de posições carenciadas, se deixa sair uma titular que tinha qualidade e só se contrata uma jogadora que vêm acrescentar algo.

Jogamos bem, mas a equipa precisa de mais 2/3 jogadoras do nível da Nevena.

O nosso meio campo não consegue produzir nada, muito do perigo que criámos foi a partir de bolas longas das centrais para as alas.

Se queremos que este projeto continua a crescer para nos podermos afirmar na Europa precisámos de fazer muito mais e continuar a crescer na qualidade individual, infelizmente, esta época decidimos brincar e adormecer.

Que esta seja a única desilusão da época.

Há um tópico específico para comentar a Liga dos Campeões.

https://www.porta10a.com/index.php?topic=69985.100

Fomos abaixo fisicamente e infelizmente não conseguimos ter sorte para não sofrer nestes momentos.

Mas o nosso meio campo está muito fraquinho. A ideia de jogo era boa mas não temos jogadoras de nível que aguentem o meio campo.
Como disseram precisamos pelo menos de 2 jogadoras do nível da Nevena que foi a melhor jogadora em campo.

Disse-o a 7 de maio após o bicampeonato

É pior que isso… em vez de as corrigirmos, agravámos as fragilidades.

[center]x.com

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"FOI UM VALENTE MURRO NO ESTÔMAGO, MAS ISTO AINDA NÃO ACABOU" Por Jornal Sporting 07 Ago, 2018 FUTEBOL FEMININO Após o desaire na primeira jornada da Liga dos Campeões (3-2), Nuno Cristóvão recusou-se a deitar a toalha ao chão

“Foi um valente murro no estômago, mas isto ainda não acabou”. Estas foram as primeiras palavras do técnico Nuno Cristóvão após o desaire frente às norueguesas do Avaldsnes (3-2). O míster do Sporting Clube de Portugal recusa-se a desistir da hipótese da qualificação e apontou os erros da equipa na primeira jornada da UEFA Women’s Champions League.

“O Sporting CP e o Avaldsnes apresentaram modelos de jogo diferentes. Isso ficou bem patente nos 90 minutos. Na minha opinião, fez-nos mal ter feito o 2-1. Deixámos de jogar a partir daí. Faltou-nos maturidade para gerir o encontro em toda a segunda parte. Depois, acabámos por repetir a história do ano passado, em que nos últimos minutos sofremos um golo. Se tivéssemos empatado, tenho poucas dúvidas de que ambas as formações passariam à fase seguinte”, sublinhou, admitindo que a derrota desta época na competição internacional lhe custou mais do que na temporada transacta. Nuno Cristóvão explicou os motivos.

“Foi um murro pior ainda do que o do ano passado, porque o Avaldsnes não é tão forte como a equipa do Cazaquistão, com a qual perdemos na época anterior, apesar de serem superiores a nível atlético. Ficámos a dever os três pontos a nós próprios”, concluiu.

As leoas voltam a entrar em acção na quinta-feira contra as anfitriãs do Osijek (19h15), que golearam esta terça-feira o Dragon 2014 por 13-0.

https://www.sporting.pt/pt/noticias/futebol/futebol-feminino/2018-08-07/foi-um-valente-murro-no-estomago-mas-isto-ainda-nao

Amigo [member=24592]PHRZ qual a dimensão da vitória da seleção sub15 contra os USA?

Outra pergunta, porque é que esta seleção não tem nenhuma jogadora nossa?

É importante para percebermos que estamos a evoluir mas também é necessário realçar que os USA nessas faixas etárias fazem trials gigantes e muitas das vezes nessa fase de observação as equipas que jogam não são necessariamente as melhores do país, além disso as jogadoras americanas a fase em que evoluem para outro patamar é quando chegam ao Liceu e depois posteriormente a Faculdade onde têm um bom acompanhamento sendo uma selecção de sub 15 ainda não chegaram a essa fase.