O próximo combate que vai definir o Sporting do futuro não está na escolha do sucessor do Varandas mas na decisão dos sócios de vender, ou não, a maioria da SAD.
O Varandas é uma distracção que está a permitir a destruição do Sporting para que a venda seja vista como a ultima oportunidade para salvar o clube.
Já vimos este filme antes, quando a ultima oportunidade foi a venda de todo o património não desportivo, ou as sucessivas reestruturações financeiras realizadas no tempo FSF, JEB e GL.
Porém agora o que está em causa é a sobrevivência do Sporting tal como o conhecemos.
O plano está em marcha. Não foi um acaso, nem inocente, o Henrique Monteiro escrever uma crónica para A´Bola a defender os méritos da venda SAD, acrescentando que o Sporting vai ser o primeiro clube português a fazê-lo. Em seguida apareceu o pai da destruição do Sporting, José Roquette, na rádio Observador a defender a mesma ideia. Há poucos dias o José Eduardo também dizia que “se calhar era a única solução”.
A discussão em torno da venda da SAD anda a ser feita em surdina há muitos anos, em círculos muito restritos.
Mais, a queda do BdC começou no dia que anunciou que estava próxima a conclusão do acordo com a banca que permitia ao Sporting reaver as VMOC e aumentar o capital social da SAD, reduzindo a posição da Holdimo (Álvaro Sobrinho) de 30% (maior accionista privado) para menos de 10%.
Em resumo passava a ser irrelevante e sem possibilidade de nomear um administrador para a SAD, como acontece actualmente.
Quando este tema saiu para a praça pública, além da pressão do SLB sobre o BCP e Novo Banco, acusando-os de terem feito um perdão bancário ao Sporting, onde a campainha soou mais alto foi junto dos partidários da venda da SAD porque com este acordo, passaria a ser virtualmente impossível de se concretizar.
Ora a partir desse dia aconteceram uma espiral de acontecimentos que na vertente desportiva nos afastaram do acesso à Liga do Campeões quando o mais normal seria termos garantido o segundo lugar deixando o SLB sem os milhões desta prova, e fora de campo, o surgimento vindo do nada do processo Cashball para no mesmo dia que o CM lhe dá noticia de capa acontecer o ataque à Academia.
O resto é história.
Lembram-se quem foi a pessoa que poucos dias após o ataque, disse na SIC N que o BdC já não contava para nada? Álvaro Sobrinho.
Recordo:
Em declarações à SIC Notícias, Álvaro Sobrinho lembrou que o atual líder verde e branco "é um assalariado da SAD e não dono", frisando que as palavras "gravosas" surgiram num "momento crítico de solvabilidade da SAD, quando estamos à beira de prolongar a maturidade do empréstimo obrigacionista e de colocar um novo por questões de falta de liquidez da SAD": "Está a destruir o Sporting... é um morto-vivo, faz parte do passado.
Curioso. O Álvaro Sobrinho é o tal que foi considerado um proscrito, e a quem ninguém pede opinião sobre nada, devido ao envolvimento na queda do BES. Porém quando chegou o momento de falar sobre o Sporting e de BdC, estava todos os dias na comunicação social. Após a confirmação da destituição voltou a desaparecer.
Ninguém se pergunta por que razão este CD não fechou o acordo que estava feito com estas entidades bancárias? Nem por que fogem deste assunto, e até hoje não deram qualquer explicação ou fizeram um ponto de situação?
Eu não me deixo enganar. Discutir quem é o próximo presidente, é confundir a árvore com a floresta.
Vamos por hipótese concordar que amanhã o Varandas é deposto? E depois? Elege-se o Ricciardi? Ou outro mais bem-falante, mas que está preso aos mesmo interesses?
Esqueçam o Varandas. Enquanto não surgir uma alternativa credível, que pegue nos ideais do BdC, que tinham em mira os superiores interesses do Sporting, não vale gastar energia com este tema.
O foco tem de estar no que se está a passar nos bastidores, sobre a venda da SAD. Este é o tema que vai definir o futuro do Sporting para o resto da sua existência.
É o combate que interessa e nos deve motivar para ir à luta.