Ensaio Sobre a Inflexibilidade

É tão anti-democrático aquele que luta contra a liberdade como aquele que impõe a liberdade. E é isso, sobretudo isso, o que mais martiriza, nos dias de hoje, o Sporting: duas correntes que, de tão diferentes, acabam por ser exactamente iguais. Ou quase.

Do lado da direcção, a inflexibilidade: a incapacidade para ouvir os adeptos, para ir ao seu encontro, perceber-lhes os anseios, os temores, as agonias. Do lado dos adeptos, daqueles que há 17 meses votaram em Bruno de Carvalho e também de outros que entretanto se lhes juntaram, a mesma exacta inflexibilidade: a incapacidade para perceberem que a liberdade de protestar não é, nunca é, a liberdade de achincalhar. Até porque achincalhar o presidente do Sporting (basta pensar que Vale e Azevedo ainda é usado, tantos anos volvidos, como arma de arremesso e ridicularização do Benfica) é achincalhar o próprio Sporting. E é neste ponto que a problemática fundamental nasce: com o extremar de posições, a convergência é impossível. E sem convergência só há um cenário possível: dois clubes num só, cada um a puxar a sua corda para o seu lado. E assim caminharão, alegres dentro das suas posições inflexíveis, até que a corda rebente. Será então, malogradamente, tarde demais.

Godinho Lopes tem tido uma actuação pouco menos que desastrosa. Não cumpriu objectivos – e, mais grave ainda, destruiu a equipa que, com ele (e por ele), venceu as eleições. Perdeu, dessa forma, toda a legitimidade (já de si, fruto das estranhas complicações eleitorais, não tão poderosa como deveria) que tinha. Se eu mandasse, Godinho já não era, há muito, o nosso presidente. Se eu mandasse, Godinho já tinha ido dar uma volta ao bilhar grande há muito tempo. Mas não mando. E este Godinho ainda é – porque legalmente isso lhe é permitido - o presidente do Sporting. E diz ter arregaçado as mangas e, sozinho, estar pronto a levar a bom termo os objectivos a que se propôs. Eu estou disposto, porque não acredito em revoluções extemporâneas e pouco sólidas de um ponto de vista racional, a dar-lhe o benefício da dúvida. A ele e a todos os que votaram nele. E vejo este momento como o da viragem. Tenho de ver. Tenho de acreditar. Por mim. Pelo meu clube. Pela esperança que não consigo deixar de ter. Tenho de acreditar que é agora, que tem de ser agora, o momento da viragem. O momento em que as promessas – com ou sem equipa inicial – serão cumpridas. Já não vamos a tempo de ser campeões ou de ganhar a taça. Mas vamos a tempo de ganhar (e recuperar), ainda, muita coisa. Quanto mais não seja o orgulho sportinguista.

Sou pela liberdade. E exijo que todos os sportinguistas o sejam. Sempre fomos um paradigma disso mesmo. Tenho a absoluta convicção de que assim, depois desta tempestade, continuará a ser. Exijo ser respeitado – e o que penso também. Exijo-me acreditar, sem desvios, que um dia o presidente do enorme Sporting não precisará de andar com guarda-costas ou temer pela sua integridade física. Porque acredito que, um dia, só haverá um clube no nosso clube. E esse clube não será o de Godinho Lopes ou de Bruno Carvalho. Será o Sporting.

Este rapaz está imparavel. Acordou inspirado…

Qual o novo projecto de GL? Devem os sócios assistir a uma morte lenta do clube sem se manifestarem?

Se assumes que GL falhou, se não existe nenhum novo projecto (vercautarem até junho não me parece lá grande projecto de futuri), porque não devem os sócios contestar?

A produção continua

Então temos 2 Sportings.
1- O Sporting da direcção
2- O Sporting dos adeptos (que votaram Bruno de Carvalho e dos que se lhe juntaram)

Isto é de um simplismo atroz.
Tb houve sócios que votaram Godinho, outros que votaram Baltazar, outros que votaram Dias Ferreira, outros que votaram Abrantes Mendes, outros que não votaram. E há adeptos que não são sócios. Onde é que esses todos estão?

E porque motivo o Bruno de Carvalho é aí destacado?
Dias Ferreira fala todas as semanas na tv. Baltazar tb fala que se farta. Porque motivo achas, stôr, que estão todos submetidos a Bruno de Carvalho, como se fosse o líder de qualquer coisa?
Destaca-lo só porque votaste nele? Nada como abrir os olhos, stôr, e olhar em volta e ver que há mais gente.

[hr]

“Pouco menos que desastrosa”?
É possível definir o que considerarias ser o ponto abaixo nessa escala, ie, “desatrosa”? Ser despromovido logo na 1ª época?

[hr]

Como já disseste noutros tópicos, és “um dos mais ferozes críticos desta direcção” e tens uma crónica de opinião num órgão de comunicação social desportiva.
Presume-se que malhas regularmente forte e feio no Godinho. Portanto, deves ter andado, até aqui, na linha da frente da cisão entre os 2 Sportings, a mandar abaixo o Godinho e a exaltar o teu Bruno.
Ok, tu é que sabes.

Subitamente, ó stôr, transformas-te num “beneficiador da dúvida godinhista”. Até há 1 semana, devia ser porrada em barda. De um momento para o outro, deixas de dar porrada no boneco e passas a “esperar para ver”.
O que aconteceu para essa transfiguração? Viste a luz ou o rambo que afinal havia no Godinho? E antes nunca tinhas visto esse rambo da Costa?

Impor liberdade é anti-democrático? Em que mundo tenho vivido eu… :think:

2 Sportings? Não, Sporting só há 1. Por outro lado, há quem o tente apoiar, há quem o venha a destruir.

Achincalhar o presidente é achincalhar o próprio Sporting? O Sporting está acima de qualquer figura ou personalidade. Antes do Godinho existiu um grande Sporting. E Godinho está a destrui-lo em tempo record. Será o mesmo que dizer que achincalhar o sr. Passos Coelho é achincalhar o país que luta por melhores condições de vida e por justiça.

É pela liberdade e exige que todos o sejam? Se é pela liberdade, qualquer um é livre de ser o que bem lhe apetecer, conquanto o bem estar de um indivíduo não prejudique o bem estar de outro.

Espere respeito e não exija respeito bem como não exija que respeitem as suas opiniões. Espere que respeitem as suas opiniões.
Já diz o velho ditado, quem quer respeito, dá-se ao respeito, não exige. As suas opiniões são respeitadas pela maioria certamente. O que não significa que se tenha de concordar com as mesmas. Eu não concordo, apesar de respeitar a liberdade de pensamento de cada um, bem como a sua liberdade de expressão.

Algumas notas apenas: achincalhar o presidente não é achincalhar o Sporting. E até ocorre, actualmente, o contrário: é o próprio presidente que tem achincalhado o clube. Através de decisões erradas. Muitas. Que tiveram como corolário o actual posto classificativo.

Vale e Azevedo é usado como arma de arremesso pela incompetência. Não por ser do Benfica. Mas pela incompetência. E é também, por isso, que o Godinho Lopes será usado (tal como JEB) da mesma forma: ambos estão a destruir o clube e tornarão praticamente impossível qualquer recuperação vindoura.

Escrever um texto a apelar à união baseando-se apenas em critérios futebolísticos não é correcto. Até podia chegar o José Mourinho, que os 90 milhões de prejuízo, a ausência de pavilhão, os maus resultados nas modalidades e a hipoteca dos jogadores não desaparecia.

Mais do que a bola entrar na rede, o problema é ficarmos sem redes.

Em relação ao achincalhar digo o seguinte:

  • presidente que fez a campanha nojenta e sem princípios, denegrindo de todas as formas o outro candidato, merece mais do que ser achincalhado;
  • presidente que mentiu descaradamente durante a campanha, como este empossado o fez, merece muito mais do que ser achincalhado;
  • presidente que continua a mentir sem pudor, agarrando-se ao poder, quando todos os principais gatos que lhe deram oportunidade de estar onde está, já saíram, merece mais do que ser achincalhado.
  • presidente que tenta silenciar quem se lhe opõe, merece ser achincalhado.

Por respeito ao Sporting, ao seu ideal, jamais poderemos aceitar que alguém com este comportamento o represente.

Assim estaremos a defender o Sporting.

Não sou muito de setinhas mas lá terá de ser :arrow:

Joselito e as historias da carochinha

Eu gosto do Sporting.

O Sporting usa listas verdes e brancas. Os calções são de muitas cores.

O meu tio não gosta das camisolas laranjas porque ele e’ do comunismo.

Eu vou ao estádio com o meu tio e gosto de comer um lanche. Dantes a minha mãe dava-me croquetes mas agora diz que não pode porque em dias de jogo estão sempre esgotados.

O Jubas e’ um homem com um fato mas eu gosto dele. O meu tio diz que o presidente também e’ um homem com um fato. Eu perguntei-lhe se o presidente era o Jubas e ele disse que não, mas que o Jubas e’ mais util.

Eu gosto de ouvir as pessoas a cantar nos jogos. No ultimo jogo muitas pessoas estavam a chamar um golfinho, mas eu não ouvi tudo porque o meu tio tapou-me as orelhas.

Eu também gosto de gritar golo mas já quase me esqueci disso. Nos últimos jogos adormeço porque os jogadores parecem caracóis. O meu tio diz que a minha avo corre mais do que eles, mas eu nunca vi a minha avo correr.

O meu tio diz que um dia vamos ser campeões e eu perguntei quando. Ele disse que não sabia mas que se não formos a culpa e’ do golfinho. Eu gosto de golfinhos e acho que eles não tem culpa nenhuma, só porque estão sempre a meter agua.

No outro dia andei 'a porrada com o Luisinho na escola. Ele disse que o Sporting não ganhava nada e eu disse que o Chuck Norris e o Rambo eram do Sporting. A professora não gostou e estivemos de castigo uma hora.

Eu perguntei ao meu tio se era verdade que o Sporting nao ganhava nada. Ele disse que sim , porque um senhor andava a fazer mal ao Sporting. Eu perguntei porque e’ que não o tiravam de la, se ele e’ tão mau. Ele disse: porque os Sportinguistas estão a dormir mas um dia vao acordar. Eu pensei que era melhor chamar o Chuck Norris, mas não quis chatear o meu tio.

Fim

O golfinho quis dar à costa pela 3º vez e pensava ele que o iam chamar agora de Golfinho da Costa, chamaram-lhe antes de Camarão, Golfinho Camarão pede a demissão!

haha muito boa essa fabula Rasputine, mais parecia uma historia real nunca antes vista …

:lol:

:mrgreen: :slight_smile:

[b]
“Vou deixar um Sporting independente da banca”

“Portanto, reuni -me com várias entidades financeiras credíveis e consegui as condições para dizer que, sem aumentar o passivo e garantindo a sua diminuição daqui a três anos, tenho um projecto desportivo vencedor.”

“Olhando para isso, criámos um modelo e definimos uma coluna vertebral da equipa, em torno da formação”

“A falta de uma liderança clara faz com que um projecto forte se torne fraco”

“Se houver liderança, as quintinhas acabam de uma maneira clara, estou de acordo.”

“Vou impor uma liderança forte»

“Todos falam do nome do treinador mas o que está a ser discutido é o presidente, treinadores já entraram e saíram vários. O que queremos? Indicar um treinador que pode ter algum azar e três meses depois sai? É um forever? É brincadeira… Alguém que coloca um treinador não acredita na sua capacidade para ganhar as eleições quando se tem de criar um modelo para ser vencedor continuamente, valorizando os talentos da Academia. Devemos ter a formação como base e contratar jogadores que sejam mais-valias pela qualidade e experiência. Agora, contratar jogadores que estão sentados a ver miúdos da Academia a jogar mas ganham dez vezes mais não faz sentido, tem de acabar! “

“O Sporting não vai aumentar o passivo”

“Tem de haver uma voz de líder clara, que quer ser candidato próprio e não por vontade de ninguém. Quero criar independência em relação ao futuro e para isso tem de ganhar no futebol. Assim, achei importante unir. Dentro das pessoas que se podiam candidatar, fui buscar aquelas que entendia poderem ajudar e de acordo com competências. Comecei com Luís Duque e Carlos Freitas, o futebol ficou logo resolvido. Qual é a melhor mensagem para mostrar a unidade? Rogério Alves, por ser a pessoa que melhor transmite isso. Mas o Sporting é só futebol? Não, a marca Sporting tem de ser valorizada. Carlos Barbosa tem competência, está a fazer um bom trabalho no ACP? Sim, então fica connosco. A comunicação tem sido bem tratada? Também não. Quais são as críticas que têm sido feitas? O estádio… Porquê? Porque nunca lá estiveram ou então estiveram e ganharam zero no futebol e vendem isso hoje como bandeira da candidatura. Eu ganhei. No futebol não podiam atacar… “


Tenho a certeza. Segui a postura de presidente, de união, de vencedor, apresentei ideias, não estive a ver o que os outros diziam para atacar e dizer mal. Podia desmascarar as pessoas mas não ando aqui para perder tempo com gente que não sabe o que diz, quero passar uma mensagem para o Sporting. Se conseguir um projeto independente que torne o futebol ganhador, consigo. Dizerem que sou da continuidade é ridículo porque sou vencedor. Dizerem que sou o candidato da banca é ridículo porque fui procurar um Sporting independente, onde a banca está de um lado e o Sporting do outro. Dizerem que há uma relação de promiscuidade com os credores é ridículo porque só há uma relação de respeito e eu tenho capacidade. “

“Estou preocupado em passar a mensagem de competência, credibilidade e vitória. Não vou à procura de eleitoralismos fáceis. Quando olho para o futuro do Sporting, vou fazer parte desse futuro ganhando, não é só para meter uma fotografia como presidente. A minha mensagem é como tem sido a minha vida: vitórias em cima de credibilidade. “

«Não somos capazes de transmitir aos sócios aquilo que não vamos fazer. A contratação de Domingos Paciência e o enquadramento da estrutura do futebol vão garantir que vamos lutar pelo primeiro lugar»

«É um bocado sobranceria minha, mas sinto que se não tivesse vindo para cá, se não tivesse a equipa que tenho, se não tivesse feito o investimento que fiz, o Sporting tinha acabado. É o que eu acho.»

“Conheci a maior parte das pessoas mês e meio antes das eleições, e o que nos unia era sermos do Sporting. É o mais importante para todos nós, privilegiando a competência. Detesto as vaidades, mas felizmente encontrei pessoas que estão preocupadas com o clube e colocam-no à frente dos seus interesses. Tenho sete elementos em 11 que têm menos de 40 anos e fazem um trabalho espectacular. Na Academia a mesma coisa”

“É cíclico. Ou é Carlos Barbosa, ou é Luís Duque, ou é Paulo Pereira Cristóvão… Acham que devem pegar por qualquer coisa. Carlos Barbosa desempenha uma função no clube, e bem. Sabe o que faz. A equipa é uma mais-valia. Estou satisfeito.”
[/b]

Pá, GL está a falhar em toda a linha. Tudo o que aqui citei, já tem muitos meses e as entrevistas dos últimos dias têm um efeito dejá vu que dá vontade de vomitar. A realidade mostra algo muito diferente das pretensas ideias estruturantes do actual presidente do Sporting. O rumo, se existe, foi algo muito diferente do que foi dito e em algumas vertentes, claramente denunciador que não houve intenção de concretizar o que foi comunicado aos adeptos.

Liderança forte? Regime presidencialista? Yeah, right.

Até dava troco, mas não gosto de banha de cobra! O melhor é mesmo o ignore!

Tão simples analisar a realidade com uma pequena fábula…

::slight_smile:

[youtube=350,235]- YouTube

Tão sublime quanto esclarecedor, caro Rasputine.

:clap:

O título deveria mesmo ser Ensaio sobre a Cegueira, aí também se descreve uma longa tortura, a única diferença é que aí inova-se nos parágrafos ou pontos finais… Aqui são os adjectivos e a temática “auto ajuda” que são mirabolantes.

Extremamente criativo - embora com algumas deficiências técnicas. Nada de grave. Parabéns.

Saudações leoninas.

Caraca, tu realmente fazes-me rir… e como aqui até está de chuva, isso é bom.

Gostei principalmente das seguintes frases no mesmo texto:

“É tão anti-democrático aquele que luta contra a liberdade como aquele que impõe a liberdade.

“Sou pela liberdade. E exijo que todos os sportinguistas o sejam.”

Afinal parece que não escreves tão bem como alguns dizem…
Ou és manifestamente anti-democrático ou não passas de um qualquer pseudo-intelectual que se masturba com frases bonitas, mas sem qualquer coerência. Eu aposto na segunda hipótese.
E não esquecer que “escreves aquilo que pensas”, ou seja, o teu pensamento está ligeiramente destrambelhado, obtuso e narcísico.

Agora, finalmente, junto-me a 2 ou 3 foristas que anteriormente te deram as boas-vindas.
Bem-vindo! Em dias de chuva, és um bálsamo!

É sempre um prazer ler palavras tão simpáticas. Grato.

Saudações leoninas.