Eu tenho uma visão de Estado Soberano em que existem ativos de valor incalculável e por esse motivo devem estar sempre na esfera de influência e controlo do Estado. 2 dos ativos que vejo de fulcral importância, são a informação e a energia.
Sobre a energia (assunto deste tópico), sempre vi Portugal (e Espanha) como 2 países em excelentes condições para não só terem independência energética verde, como também para poderem inclusivamente exportar parte dessa energia.
Compreendo que para Portugal a exportação não seja “fácil”, pois os países mais próximos (Espanha e França) possuem independência energética e ir para além disso, só com perdas enormes.
No entanto, Portugal se tivesse independência energética, podia “investir” nos custos baixos dessa energia e com isso captar indústria de elevado consumo energético (como a metalúrgica e mesmo a tecnológica [servers e clouds principalmente]) que por norma procuram locais com custos energéticos baixos e bons portos marítimos (na metalúrgica).
Dai que defendo o governo na aposta do hidrogénio.
Pessoalmente acredito que o hidrogénio será sem duvida o combustível do futuro.
Mas para se produzir hidrogénio é preciso gastar muita energia (verde) e se Portugal não tiver independência energética então não terá independência na produção do hidrogénio. E voltamos ao mesmo…
Agora, se Portugal tivesse produção excedentária (fácil de atingir na minha opinião) e utilizasse o excedente para produzir hidrogénio que serviria para armazenamento de excedente, para combustível e mesmo para exportação, então ai sim, Portugal estaria naquilo que chamo “pleno energético”.
E sobre a produção de energia: Portugal tem dependido muito da produção hidro através das barragens.
Este ano já vimos alguma contestação popular por causa do consumo de água nas barragens para produção elétrica, aumentando assim os cenários de seca.
Acredito que no futuro e com cada vez maiores períodos de seca, a contestação popular aumente, pois ninguém aceita que as barragens fiquem vazias “apenas” para se produzir energia. Assim, será expectável que a produção hidro diminua nos próximos anos, pois haverá cada vez mais exigência de desligar as turbinas a cotas cada vez mais altas (tentando evitar barragens vazias).
Logo é essencial que o Estado promova a produção energética alternativa…
Como?
Não tenho a resposta concreta, mas não consigo deixar de olhar para o mar e ver um oceano de oportunidades
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