Educação em Portugal

A minha mulher dá aulas há mais de 10 anos e nunca teve a mesma turma durante dois anos seguidos… como é que medes a evolução se as turmas têm um professor diferente todos os anos?

Não concordo mesmo nada contigo.

Voltando ao exemplo dos médicos: Avaliando um médico, concluis sobre o estado da saúde em Portugal? Se achas que sim, então estás redondamente enganado. A mesma coisa nos casos dos professores e do ensino. Os professores ministram o ensino, e são em parte responsáveis pela aprendizagem de um aluno, mas avaliá-los não é o mesmo que avaliar o ensino. Existem demasiadas variáveis à mistura e que nunca são estáticas. Podes arranjar todos os modelos estatísticos que quiseres para fazer as compensações que esbarras sempre no mesmo problema: o peso relativo de cada variável, tendo em conta a sua evolução e interacção com as outras variáveis. Simplesmente, não é possível quantificar.

E como não é possível quantificar, a melhor forma de avaliar o ensino é, em primeiro lugar, ter as principais variáveis a funcionar. No caso dos professores, que faltem o menos possível, que cumpram os programas que se planeiam leccionar, que não se esqueçam de escrever os sumários no livro de ponto, que não se atrasem a lançar pautas e por conseguinte atrasar o trabalho de todos os colegas, que não insistam em ter reuniões de 8 horas consecutivas para cada turma, que estejam disponíveis para lidar com os pais dos professores em vez de deitarem tudo para cima do director de turma, que estejam na cobertura de outros professores durante os exames em vez de serem calões, desligarem o seu telemóvel quando estão a apanhar banhos de sol na praia e deixarem o trabalho todo para os outros e por aí fora.

Ou achas que os professores são castigados se falharem este tipo de coisas… aqui vai uma novidade, não só não o são como se safam à grande e quem fica com a batata quente e o trabalho todo são sempre os outros. É que enquanto tu achas que o sistema já funciona como deve ser, ficas a saber que ele não funciona de um modo geral e que não há ninguém que possa avaliar, pedir responsabilidades e punir um professor calão e desleixado (mas que é um porreiraço para os alunos). É por esta razão que os professores se sentem, de um modo geral, atacados. Aquilo que os distingue na sua profissão são estes aspectos, é isto que deveria ser avaliado e exigido, e não são os alunos ou os pais que vão entender isto, apenas os seus pares.

nao percebeste a ideia…

nao interessa se teve o mesmo professor ou nao… aliás, só resulta se nao for o mesmo professor todos os anos… a evoluçao é medida por dois resultados: a nota do ano transacto e a nota deste ano…o professor é responsavel por pegar num aluno vindo de outro professor dar-lhe competencias e no fim do ano comparar as competencias que ganhou de um ano para o outro…

eu nao consigo perceber…

a avaliaçao que propoes é simplesmente de ver se um professor é profissional ou nao… nao interessa se é competente, se ensina bem, se os alunos ganham ou nao novas competencias, se os alunos evoluiram ou se tiveram um ano perdido… é preciso é que se “portem bem”…

ora bolas… isso nao é avaliaçao nenhuma… isso sao os minimos… é obvio que qualquer professor deve ser um bom profissional mas isso nao chega para medir os seus resultados…

os seus resultados sao mensuraveis por aquilo que ensinam aos alunos… como é que se mede o que ensinam aos alunos?.. fazendo exames aos alunos…

é obvio que nao é a avaliaçao dos professores que revela o estado do ensino em Portugal… eu nao disse isso… o que disse é que esses exames anuais podem fazer um levantamento do estado do ensino em Portugal, da sua evoluçao e ainda serve para avaliar os professores medindo as variacoes medias dos seus alunos…

basicamente é uma auditoria anual ao ensino… como?.. medindo os resultados…

Já estás a chegar mais perto… de facto, neste momento não é possível punir nem responsabilizar os professores que não são ‘profissionais’, os que não cumprem os “mínimos”. Aqui está o busílis, tu partes do princípio que eles cumprem os mínimos e eu digo-te que o problema no caso dos professores é que a maioria não cumpre sequer os mínimos (e os meus pais são ambos professores ;D).

Tens toda a razão quando referes que os resultados dos exames podem ser uma forma de aferir o estado do ensino em Portugal… são aliás a medida mais fiável de todas. O que já não é justo é carimbar os professores como excelentes ou não excelentes (e que tem de obedecer a uma lógica gaussiana sabe-se lá porquê), só porque chumbam menos alunos mesmo que tenham todas as negativas possíveis, porque dão melhores notas mesmo que não as merecam, porque têm de mostrar um sorriso a todos os pais e fazer todos os possíveis para que fiquem saitsfeitos e os avaliem positivamente mesmo que isso seja errado. Diferenciar um professor com base nestes parâmetros é incentivar o facilitismo, não o rigor e a exigência, além de que é injusto, porque existem imensas variáveis que o professor não pode e não deve controlar.

Voltando ao exemplo médico ;D, seria a mesma coisa que dar uma boa nota a um cirurgião e uma má nota a um médico de medicina interna: geralmente, as cirurgias curam os problemas, mas nas doencas da medicina interna os médicos só conseguem atrasar ligeiramente o seu progresso. Os ‘outcomes’ são completamente diferentes, os índices de mortalidade e morbilidade são completamente diferentes e o cirurgião pode ser muito mais incompetente que o médico de medicina interna (e já nem estou a comparar a qualidade das unidades e servicos hospitalares).

mas se nao cumprir is minimos nem avaliado deveria ser… é logo para a rua…

quanto aos exames nao consigo perceber porque é que nao é justo… nao tem nada a ver com o que descreves de seguida:

O que já não é justo é carimbar os professores como excelentes ou não excelentes (e que tem de obedecer a uma lógica gaussiana sabe-se lá porquê), só porque chumbam menos alunos mesmo que tenham todas as negativas possíveis, porque dão melhores notas mesmo que não as merecam, porque têm de mostrar um sorriso a todos os pais e fazer todos os possíveis para que fiquem saitsfeitos e os avaliem positivamente mesmo que isso seja errado. Diferenciar um professor com base nestes parâmetros é incentivar o facilitismo, não o rigor e a exigência, além de que é injusto, porque existem imensas variáveis que o professor não pode e não deve controlar.

nao tem nada a ver com o numero de chumbos…
nao tem nada a ver se dao melhores ou piores notas…
nao tem nada a ver com sorrisos a pais e a colegas…
nao tem nada a ver com facilitismo e com ausencia de rigor e exigencia…
nao tem nada a ver com variaveis que o professor nao pode controlar…
nao tem nada a ver com burocracias…
nao tem nada a ver com avaliacoes subjectivas e corporativistas

tem a ver com a evolucao de um aluno ao longo de um ano com esse professor quando comparado com o seu historial…

quanto ao exemplo dos médicos nao tem muito a ver mas vou tentar fazer um paralelismo:

  • nao podes comparar um cirurgiao com um medico de medicina interna…
  • podes comparar dois cirurgioes, por exemplo…

um esta no hospital A com montes de condicoes e o outro está no hospital B sem condicoes nenhumas… cada um destes hospitais tem mais que um cirurgiao e existem hospitais identicos ou com as mesmas condicoes sociais e economicas que cada um deles…

é obvio que o medico do hospital A tem obrigacao de ter melhores resultados que o medico do hospital B… como é que se vê isso?.. pelo historial dos hospitais… ora a avaliaçao seria feita com base nesse historial…

nao sei como é que se pode medir os resultados de um cirurgiao… imaginemos que é pela quantidade e qualidade das operacoes, tipo: nº de cirurgias e % de exito…

se um hospital tem uma media de 300 cirurgias por ano por medico com 90% de exito, um medico que tenha 200 cirurgias com 90% de exito tem que ter uma avaliaçao mais baixa que um medico com 400 cirurgias com 90% de exito partindo do principio que a especialidade é a mesma e o tipo de cirurgias que faz é identica…

quando comparado com um medico num hospital com menos condicoes é obvio que a comparaçao já nao pode ser feita com o numero absoluto (tal como os professores tambem nao sao avaliados pela nota absoluta dos seus alunos no exame…) de cirurgias e percentagem de exito… mas pode ser avaliado pelo historial desse hospital e de quanto o medico contribuiu para melhorar os resultados desse hospital…

por exemplo, no hospital B a media era de 60 cirurgias por ano por medico com 70 % de exito… um medico que faça 80 cirurgias com 70% de exito teria uma avaliacao semelhante ao medico que faz as 400 cirurgias com 90 % de exito no hospital A…

depois o peso que se dá á percentagem de exito e ao numero de cirurgias ja nao sei…depende de criterios impostos pelo ministerio da saude com base em estudos e aconselhamentos… estou-me a referir a comparacoes tipo 400 cirurgias com 90% de exito ou 200 com 99% de exito… como é que se pesa isto?.. nao sei bem mas acontece em inumeras actividades e quem manda tem que ter um criterio…

LOL… como é que despedes um professor? Ele é funcionário público, tens de o aturar ad-eternum… podem ser instaurados processos disciplinares, mas é raríssimo e dificílimo expulsar alguém e fazê-lo antes de terem passado uns 10 anos pelo menos. Welcome to reality. :twisted:

Eu disse-te que os exames eram justos para avaliar o nível de ensino, não directamente a qualidade de um professor. Não dá para fazer isso, existem demasiadas variáveis. Tal como no caso da saúde, apesar de ser possível avaliar cirurgiões com base nas percentagens de “sucesso”, podemos logo comecar por definir o que é um sucesso… antes demais, não tens nunca 2 doentes idênticos, pelo que o outcome perante as mesmas condicões de trabalho virtuais (que nunca não são), o mesmo pessoal de auxílio (que nunca não são), o mesmo contexto sócio-económico de cada doente (que nunca são) acaba sempre por ser diferente. Os exemplos que dás podem servir para avaliar a produtividade do servico, mas, dada a quantidade de imponderáveis, será que é justo diferenciar-te como insuficiente em relacão a outrém que passa a ser excelente baseado nesses índices? E o que é que se ganha com isso? Não será muito mais lógico dizer “Meus senhores, a produtividade no sítio X é Y vezes melhor que a nossa… temos de melhorar a nossa produtividade e tentar chegar a este nível e para tal vamos implementar A, B ou C” em vez de “Tu aí passas a ser conhecido como insuficiente e impedido de progredir na carreira porque existe um sítio X que produz Y vezes melhor que o nosso sítio e onde um tipo de lá passa a ser conhecido como excelente”.

sim… tens razao… como está é muito melhor…

uma avaliaçao baseada em amizades, compadrios, simpatias, corporativismo, subjectividade, burocracia e pondo de lado aquilo que é o objectivo de um professor: formar e dar competencias a alunos…

pois, a melhor maneira de avaliar um profissional é esquecer os resultados… as equipas de futebol deviam ser iguais… sem classificacao e sem premios… se os jogadores nao faltassem aos jogos nem aos treinos ficavam todas em primeiro lugar e os jogadores iam ganhando conforme os anos de profissional…

quanto ás “inumeras variaveis” nao estou a ver… a variavel é só uma: o professor… mesmo que possa haver situacoes pessoais em relacao aos alunos que variem, em termos medios e com 2 ou 3 anos de ensino consegue-se perceber claramente quem sao os professores mais competentes e esses devem ser recompensados…

em relaçao aos medicos nao sei como funciona mas tenho ideia que até esses sao avaliados pelo numero de intervencoes e pela qualidade das mesmas… nao sei pormenores…

eu devo estar a explicar-me muito mal mas vou voltar ao teu exemplo dos medicos…

Não será muito mais lógico dizer “Meus senhores, a produtividade no sítio X é Y vezes melhor que a nossa… temos de melhorar a nossa produtividade e tentar chegar a este nível e para tal vamos implementar A, B ou C” em vez de "Tu aí passas a ser conhecido como insuficiente e impedido de progredir na carreira porque existe um sítio X que produz Y vezes melhor que o nosso sítio e onde um tipo de lá passa a ser conhecido como excelente

eu quando comparei o hospital A com o B disse claramente que eram hospitais com condicoes socio-economicas internas e externas diferentes… logo é impossivel comparar o desempenho do hospital A com o do B… contudo, e admitindo que nao existe evolucao nas tecnicas, existe um historial em cada hospital… esse historial pode ser comparado com o historial de hospitais com condicoes socio-economicas identicas e traçar objectivos futuros em funçao disso…

para melhorar o desempenho dos medicos é do interesse deles que estejam implementadas os melhores sistemas (seja ele o A, o B ou o C…) e tentar perceber qual deles se adapta melhor á realidade envolvente… ou seja, os hospitais passam a preocupar-se em dar as melhores condicoes possiveis aos seus medicos para que estes possam subir na carreira e estejam satisfeitos…

“Tu aí passas a ser conhecido como insuficiente e impedido de progredir na carreira porque existe um sítio X que produz Y vezes melhor que o nosso sítio e onde um tipo de lá passa a ser conhecido como excelente”

nao tem nada a ver e revela que nao percebeste o que eu escrevi (se calhar a culpa é minha…)… nao tem nada a ver com o desempenho no hospital X… tem a ver com aquele que vinha sendo o desempenho daquele hospital e de qual passou a ter quando entrou para lá o medico z…

o que se diz é: “tu passas a ser conhecido como insuficiente e nao progrides na carreira (pelo menos tao rapidamente…) porque neste hospital tinhas a obrigaçao de ter um rendimento melhor… essa obrigaçao é dada pelo historial deste hospital, pelos resultados dos teus colegas e pela comparaçao com hospitais com historiais e condicoes identicas, e mesmo com melhorias de rendimento em hospitais com outras condiçoes que tu nao alcançaste”… e considero o caso dos medicos diferente e por isso nao sei porque é que insistes em dar o exemplo de hospitais e nao de escolas…

a um professor o que se diz é o seguinte: “tu passas a ser conhecido como insuficiente e nao progrides (pelo menos tao rapidamente…) na carreira porque a quantidade de competencias que os teus alunos ganharam após um ano de aulas contigo (avaliadas no exame anual…) é inferior ás melhorias apresentadas por outros professores em relacao ao historial dos alunos que tinhas…”…(agora é a parte do exemplo)…"tu tinhas alunos que vinham com média de 16 no exame anual e agora eles passaram para 13 quando a media a nivel nacional subiu… contudo 3% dos teus alunos deram um grande salto positivo e por isso no proximo ano vamos tentar que nas tuas novas turmas estejam incluidos esses alunos se estiveres interessado… "

outro exemplo:" tu tinhas alunos que vinham com media de 6 no exame anual e este ano subiram para 8, sendo assim vais ter uma avaliaçao positiva (a progressao na carreira podia depender dos resultados médios dos ultimos tres anos, por exemplo…)… contudo existem alunos que até tinham uma nota mais ou menos e que agora baixaram muito… para o ano esses alunos vao ter outro professor a essa disciplina e vamos tentar que a maioria dos alunos que subiram contigo se mantenham contigo no proximo ano se estiveres interessado…"

a nota do exame (0-20) seria dada como uma combinaçao de dois valores: a nota total do exame e a nota na parte do ano curricular que o aluno estava a frequentar…

o exame é avaliado em percentagens… vamos imaginar… o exame engloba toda a matéria de uma disciplina desde o 5º ano ao 12º ano… os alunos do 12º ano têm a obrigaçao de fazer o exame para os 100%, os do 5º ano por exemplo para 15%…

vamos agora a um exemplo intermédio: 9º ano… vamos imaginar que a matéria até ao 9º ano valia 60% e que a materia respectiva ao 9º ano valia 12% ( 4 ou 5 questoes…)… sao dados dois resultados: o valor total e o valor do 9º ano… estabeleciam-se valores minimos para ambos (menos que isso o aluno estava automaticamente chumbado… até se podia fazer um exame de recuperaçao…)… depois davam-se pesos a cada uma das notas, por exemplo, a nota total valia 30% e a nota do ano 70%… passa-se tudo para uma escala de 0-20 e temos a nota do exame que depois entrava em determinada percentagem na nota final do aluno…

se tens uma escola problematica é “normal” que as notas sejam mais baixas… imaginemos que um professor pega em alunos com media de 6 nesse exame, após um ano de aulas esses alunos passam a ter media de 8… o que é que mudou?.. quais foram as variaveis?.. em termos medios foi o professor… o ambiente familiar e social mantém-se, se nao em todos os casos, pelo menos em termos médios… tu tens dois professores nessa mesma escola problematica ambos dao aulas á mesma disciplina no mesmo ano e a alunos com um historial identico… um professor dá aulas a alunos com media de 7, no ano seguinte passam a ter 8, o outro pegou em alunos de 6 e passam a ter media de 8… nao é normal que um professor tenha uma melhor avaliaçao que o outro?..

é que nao consigo ver onde está o problema e porque razao esta nao seria a forma mais justa de avaliar os professores…

é que se os professores dessem aulas apenas a meia duzia de alunos na sua carreira ainda percebia, mas nao, sao dezenas ou mesmo uma centena e tal de alunos todos os anos, muitas vezes escolas diferentes em cada ano, acho que dá para perceber uma tendencia em relaçao a esse professor quando comparado com outros professores…

se o país fosse diferente até achava que a avaliaçao pudesse ser feita pelas escolas… com o país que temos acho essencial que seja instituido um modelo destes para incentivar a exigencia, o rigor, a objectividade e “limpar” o sistema…

Mas afinal queres avaliar o ensino ou os professores? Dás a entender que queres avaliar o ensino, colocando o rótulo em cima dos professores. Isso é errado, não dá, não serve. O ambiente social e familiar não se mantém nunca na mesma, os putos até aos 18 anos não se mantêm os mesmos, as suas performances não se mantêm as mesmas, as condicões da escola não se mantêm as mesmas, e por aí fora… o sistema nunca é estático, pelo que depender a nota excelente ou insuficiente da progressão ou não de um aluno é errado.

A actual avaliacão dos professores (a que vai ser implementada) faz depender a classificacão de um professor em grande medida da progressão ou não de um aluno, quando o que o professor consegue afectar no aluno é sobretudo a motivacão para a prendizagem e adequacão dos conteúdos a leccionar à compreensão de cada um. O professor não consegue afectar muito mais do que isto, não controla se o aluno chega ou não tarde à escola, se anda mais distraído por causa de drogas ou namoradas, se arranjou outros interesses e marimba-se no que o professor lecciona, se entrou em depressão e diminui a sua performance, se partiu a perna e teve de faltar, se teve uma branca num exame e logo na pergunta com maior valor, se comecou a andar com a associacão de estudantes e falta mais às aulas, se tem dificuldades intrínsecas a aprender determinados conteúdos e não se esforca para os aprender, se é um calão e não faz os exercícios que devia, se está mais preocupado em ser cool do que em aprender, se passa a não gostar do professor por causa da voz irritante e por isso o que o prof diz entra a 100 e sai a 200… queres que arranje mais? É que arranja-se mais 2000 se for preciso.

E no fim, como não avaliaste todos estes factores, não os discriminaste, não pensaste sobre eles, tens os seguinte: Na escola X temos 40 professores insuficientes e 2 excelentes porque os exames subiram desta nota para esta. Na escola Y temos 30 professores insuficientes e 20 excelentes porque os exames subiram desta para esta. O que é que isso te diz sobre o ensino? Os exames dizem-te alguma coisa. O que é que te diz sobre cada professor? Absolutamente nada. Não sabes o que leccionaram, se tiveram ou não dificuldades inesperadas, se foi uma turma mais difícil, se tiveram aqueles milhentos factores atenuantes que descrevi acima, não sabes nada, e ainda assim classificas o professor de insuficiente.

Cheira um bocado a injustica e ainda por cima inconsequente.

(o que está a bold…)… como?.. como é que se vê se um aluno progrediu ou nao?.. para veres a progressao de um aluno tens de ter dois momentos. o antes e o depois… o que está no meio é a progressao… se nao avalias o antes nem o depois como é que sabes qual foi a progressao de um aluno?.. pelas notas dadas pelo professor?.. isso é do mais subjectivo que pode haver…

quanto aos factores todos que apresentas teriam importancia se cada professor tivesse meia duzia de alunos e se esses alunos nao tivessem outros professores e se nao houvessem escolas com populacoes estudantis nas mesmas situacoes socio-económicas…

agora quando um professor ao longo de um ano tem mais de uma centena de alunos, ao longo de uma decada tem mais de 1000, muitas vezes em diferentes escolas, acho que dá para ter uma ideia da importancia desse professor na evoluçao dos alunos…

nao vejo outra maneira de avaliar os professores se nao fazendo exames anuais aos alunos e ver as variacoes…

os exames anuais serviriam para fazer a avaliacao dos professores através das variacoes de desempenho de um aluno, e para averiguar o estado do ensino através de resultados médios e/ou parciais…

vamos imaginar que a media nacional subiu mas há uma escola em que a media baixou… os professores até vinham com resultados positivos mas naquele ano todos os professores baixaram… a avaliaçao dos professores nao pode ser feita directamente… a avaliaçao é feita puxando a media de evoluçao dessa escola para cima e a partir daí avaliar os professores… quem é chamado á responsabilidade (ou pelo menos a dar explicacoes…) é o conselho directivo… a partir dai o ministério tem de actuar sobre a escola…

agora imaginemos 2 professores da mesma escola, que dao a mesma disciplina aos mesmos anos lectivos… um consegue fazer evoluir os alunos 3 valores e o outro faz os alunos baixar 2 valores… que factores sao alterados?.. em termos médios apenas o professor… mesmo que um aluno ande metido na droga, ou outro tenha tido uma branca, ou outro seja maltratado pelos pais, ou as mil e uma situacoes que queiras colocar é azar a mais numa mesma escola esses alunos calharem todos ao mesmo professor… e mesmo que calhem num ano e o professor nao tenha uma classificaçao positiva no ano seguinte há mudança de turmas e há-de ter mais sorte… é azar a mais em todos os anos lhe calhar a pior turma com mais problemas exactamente nesse ano…

é que se for a pior turma é porque vem com uma nota muito baixa… se vem com uma nota muito baixa é mais facil que eles progridam alguma coisa… para baixarem independentemente do professor é porque os alunos ainda tiveram um ano pior que o anterior em termos pessoais… ou seja é praticamente impossivel um professor competente nao ter reconhecimento através deste sistema… era preciso que todos os alunos (ou a grande maioria, para dar uma media baixa…) que apanhe ao longo da sua carreira tenham tido os seus piores anos exactamente no ano em que ele foi professor deles…

eu dou aulas de piano a crianças… neste momento tenho 3…

agora imagina que em vez de 3 tinha 30… e que a sociedade para a qual eu dou aulas tem que arranjar outro professor e esse professor tem mais 30 alunos… se após um ano os alunos dele (da mesma faixa etaria…) tiverem uma evolucao superior aos meus o que é que isso mostra?.. ou que tive um azar do caraças e calharam-me os 30 maus e a ele os 30 bons ou entao o outro professor é melhor que eu… se ano após ano ele conseguir sempre resultados medios superiores aos meus é porque nao pode ser apenas azar…é competencia…

nao vejo onde seja injusto e muito menos inconsequente…

PARA GRANDES MALES; GRANDES REMÉDIOS!

Esta é a mensagem que o pessoal docente da Escola Secundária de Pacific Palisades
(Califórnia) aprovou unanimemente que deveria ser gravada no atendedor de chamadas da escola.

Foi o resultado de a escola ter implementado medidas que exigiam aos alunos e aos
pais que fossem responsáveis pelas faltas dos estudantes e pelas faltas de
trabalho de casa.

A
escola e os professores estão a ser processados por pais que querem que as notas
que levam ao chumbo dos seus filhos sejam alteradas para notas que os passem -
ainda que esses miúdos tenham faltado 15 a 30 vezes num semestre e não tenho
realizado trabalhos escolares suficientes para poderem ter positiva.

AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA:

Olá! Foi direccionado para o atendedor
automático da escola. De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa,
por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:

  • Para mentir sobre a justificação das
    faltas do seu filho, pressione a tecla 1

  • Para inventar uma desculpa sobre
    porque é que o seu filho não fez o seu trabalho, tecla 2

  • Para se queixar sobre o que nós
    fazemos, tecla 3

  • Para insultar os professores, tecla 4

  • Para saber por que razão não recebeu
    determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em
    diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5

  • Se quiser que lhe criemos a sua
    criança, tecla 6

  • Se quiser agarrar, tocar, esbofetear
    ou agredir alguém, tecla 7

  • Para pedir um professor novo, pela terceira
    vez este ano, tecla 8

  • Para se queixar dos transportes
    escolares, tecla 9

  • Para se queixar dos almoços fornecidos
    pela escola, tecla 0

  • Se já compreendeu que este é o mundo
    real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu
    comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus tpcs, e que a culpa
    da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um
    bom dia!

:clap: :clap: :clap: :clap:

Isto é mesmo verídico?

Este é um dos principais problemas do ensino hoje em dia… na minha altura a escola e os professores estavam lá para ensinar, ponto. Mau comportamento era reportado aos pais e eles é que resolviam e se resolviam!
Hoje em dia, como os papás não têm tempo ou disposição para dedicar aos filhos, depositam-nos na escola e espera que os professores ensinem, eduquem, controlem, etc, etc, etc.

Se eu levasse uma descasca de um professor o mais provável era rezar para que não metesse nada na ficha nem chamasse à escola os meus pais porque senão ainda levava por cima, por isso nem em casa dizia nada.
Hoje se um professor chama a atenção a um menino ou lhe marca uma falta por mau comportamento, o mais provável é ter logo os pais à perna.
Depois os professores ainda têm que ser responsáveis pelo abandono escolar, por ocupar os tempos livres dos meninos, por salas de estudo para fazerem os TPC e por aí adiante.

Hoje há greve dos profs! :wink:

Férias, queres tu dizer. :mrgreen:

Dar folga a uma 6a feira não é greve não é nada. Greve realmente greve é fazerem-na do tipo dias seguidos até alguém ceder nas pretensões. Cá é assim que se faz e ainda há nem muito tempo os enfermeiros estiveram quase 5 semanas consecutivas em greve (assegurando apenas os servicos mínimos de urgência), provocando a diminuicão drástica dos servicos de saúde e obrigando assim as chefias a negociar.

Vou corrigir.
Hoje os profs tiraram o dia para preencherem a papelada da avaliação e para prepararem as aulas da próxima semana. Desse modo vão ficar em casa a trabalhar.
:mrgreen:

e aproveitam e ainda dao umas explicacoes a 10 euros á hora por aluno… com esta agitaçao os miudos so se safam com explicaçoes…

Professores? :o Na minha escola foi greve dos funcionários… ::slight_smile: Não sei é porquê… :-X

Para a semana é greve de quem? :lol:

Durante vários anos tive o meu trabalho de 8 horas (que eram mais vezes 10 que 8 ) por dia e tinha mais 3 clientes ‘por fora’, de quem tratava em mais 1 ou 2 horas que fazia após as 18 e nunca tive queixas dos patrões nem nunca fiz menos horas do que era suposto por causa disso.

Também és contra isso? Qual é o problema de fazer o mesmo se for professor? :inde:

nenhum se passassem 8 horas por dia na escola… a seguir a isso podiam fazer o que quisessem… agora, supostamente os professores têm horarios reduzidos para prepararem aulas corrigirem testes e coisas do genero e a realidade é que essa reduçao de horario serve para os professores ganharem dinheiro a fazer um trabalho que deveria ser feito de borla nas escolas durante as oito horas que lá estivessem…

mas a culpa nao é dos professores… é do sistema de ensino que, na minha opiniao, está mal feito…

Hoje, muito do tempo que os professores passam na escola é a dar aulas ou em reuniões relativas ao actual sistema de avaliação.
Duvido que um professor com a carga horária cheia, consiga ter tempo para dar explicações.
Se o faz, de certeza que retira esse tempo à família e não à escola.