Educação em Portugal

o que é que acham disto que se está a passar?..

  • avaliaçao dos professores

  • estatuto do aluno

uma má mudança é melhor que nao haver mudança nenhuma?

e alternativas para mudanças?

eu ja deixei uma alternativa para a avaliaçao dos professores no topico das “ideias seja para o que for” e até estava a pensar em envia-la para o ministério e para os sindicatos mas queria ouvir/ler criticas construtivas… eu ja a posto aqui…

nao me quero pronunciar de forma aprofundada visto nao conhecer o novo estatuto do aluno ou a forma de avaliaçao dos professores, no entanto acho uma total falta de respeito a forma que se tem encontrado de manifestaçao (falo dos alunos). O atirar ovos e tomates e’ duma falta de classe enorme, mas nada que nao estejamos habituados assistir neste país.

A forma actual do ensino precisa de mudanças, no tempo em que la andei as baldas eram constantes e os professores, pelo menos uma grande parte deles, com avaliaçao, de certeza que melhoravam a forma de ensinar.

Vamos por partes:

Avaliação dos professores

O que sempre esteve em causa foi o modelo de avaliação e nunca a avaliação em si, como querem fazer entender a “ministra sinistra” e o Pinócrates. E quando se referem às duas grandes manifestações como sendo apenas de sindicatos, esquecendo que estavam lá mais de 200.000 professores (nas duas), é de levar aos mãos aos céus. A nova moda agora do governo é afirmar que antes não havia avaliação: mentira! Se não me engano, o antigo modelo de avaliação foi posto em prática, inclusive, por um governo PS e consistia nos famosos inspectores que iam observar as aulas, sem aviso prévio. O problema é que esse modelo de avaliação nunca foi realmente posto em prática - e não foi por culpa dos professores.

Quando o Pinócrates e a a Sinistra vêm dizer que são apenas duas folhinhas de avaliação para preencher, esquecem-se das imensas e extensas reuniões que todas as semanas têm que se realizar parar elaborar as gralhas de avaliação. Para juntar a esta festa, todas as semanas saem esclarecimentos/adendas/correcções à lei, pelo que é necessário nova reunião para discutir novamente as regras de avaliação - como se os professores não tivessem mais nada que fazer que levar até às 21h em reuniões na sua escola.

Mais um aspecto deste modelo de avaliação é que (e conheço um caso) um professor de Educação Física é obrigado a avaliar um professor de Música: que competências existem para tal avaliação? Como se pode avaliar se nem se conhece o programa?

Mais um aspecto é o facto de as notas dos alunos contarem para a avaliação dos professores, o que, apesar de ser ridículo, vai de encontro com a política do facilitismo e de trabalhar para as estatísticas deste governo. Um exemplo: numa turma de 5º ano todos apanham 5 no final do ano; no 6º ano, se os alunos descerem as notas, quem se lixa é o professor porque passa a ser considerado mau professor segundo este modelo de avaliação. O que isto provoca é o seguinte: ou os professores passam os alunos todos para não serem prejudicados na avaliação (e poderem prosseguir na carreira) ou então dão realmente as notas que os alunos merecem e ficam parados na carreira.

Mais um aspecto no mínimo caricato: as escolas têm que ter quotas para os “muito bons” e os “excelentes”. Isto é, imaginem que numa escola existem 3 professores fenomenais, mas a escola apenas pode avaliar com “excelente” 2 professores. O que acontece é que vai ter que haver uma reavaliação e um deles vai ver a sua avaliação a diminuir injustamente.

E estou apenas a enumerar alguns dos muitos problemas que existem no actual modelo importado directamente do Chile (é verdade, não estou a brincar).

Quanto ao estatuto dos docentes ainda dá pano para mais mangas, mas não vou entrar por aí que não estou bem dentro do assunto.

Estatuto do aluno

Mais um tiro certeiro no sistema de (des)educação português. Mas aqui já não estou dentro do assunto.

Segundo a Sinistra, faltar não é um direito dos alunos. Vai daí, acaba com a justificação das faltas. O que acontece é que se tiveres doente ou fores operado e tiveres que faltar, vais ter que fazer um exame que corresponde à parte da matéria que não acompanhaste (acho que é isto mas não tenho a certeza quanto à estrutura do exame). Por outro lado, e como isso podia dar cabo das estatísticas do abandono escolar e das médias, o governo praticamente que decretou que ninguém pode chumbar. O próprio Secretário de Educação já veio publicamente aplaudir a decisão de não reter no mesmo ano os meninos com 5 negativas (e há casos que têm até mais de 5) porque, segundo ele, “dá mais trabalho às escolas passá-los de ano” e tentar “reabilitá-los”. Como pode alguém com 5 negativas (não deve ter feito/percebido um boi da matéria) passar de ano?!

Com todas estas medidas agora imaginem: chega um menino ao pé do professor e diz “Eu já não posso chumbar, portanto, este ano não me apetece fazer nada e o senhor professor vai-me dar boa nota se não quem se lixa é você”.

[hr]

“Uma má mudança é melhor que não haver mudança nenhuma?” - isto não é mudança alguma; isto é um retrocesso e uma subversão total do que uma política de educação devia ser: premiar a excelência segundo parâmetros justos, e não andar a passar de ano tudo e todos. Eu ando a matar-me para chegar onde cheguei e agora vêm uns chico-espertos que não percebem patavina e adquirem as mesmas “qualificações” (teoricamente) que eu?

“…acho uma total falta de respeito a forma que se tem encontrado de manifestação (falo dos alunos). O atirar ovos e tomates e’ duma falta de classe enorme…”: se o governo GOZA com mais de 100.000 professores na rua contra este sistema de avaliação e o estatuto de docente e de autonomia das escolas, que se manifestaram de forma totalmente ordeira, que mais via “diplomáticas” pode haver? É como eu digo: para além dos ovos, deviam atirar também as galinhas.

“A forma actual do ensino precisa de mudanças, no tempo em que la andei as baldas eram constantes e os professores, pelo menos uma grande parte deles, com avaliação, de certeza que melhoravam a forma de ensinar” - tens toda a razão, o sistema de ensino precisa de uma revolução (no meu entender) porque recentemente, e principalmente com este governo (apesar de dizer principalmente os outros também têm culpas no cartório, são todos iguais) o sistema de ensino passou a ser uma brincadeira, em que os alunos vão para a escola passar o tempo enquanto os pais não chegam do trabalho.

Peço desculpa pelo testamento mas estes assuntos revoltam: sou filho de professores e vejo/sei o que eles sofrem.

a minha ideia tem por base um modelo ja utilizado (ou em utilização) nos eua…

a ideia é a seguinte:

em principio um aluno chega ao final da quarta classe tendo sempre o mesmo professor… tambem é certo que normalmente cada professor primário chega de 4 em 4 anos á quarta classe… assim numa escola onde hajam duas turmas de cada ano existem 8 professores supostamente dentro do mesmo ambiente social…

assim podia-se fazer um exame final no fim da quarta classe… esse exame tem dois objectivos: colocar cada aluno no seu patamar e avaliar a prestaçao do professor…

estando o aluno colocado no seu patamar (tendo sempre de ter um minimo para passar ao nivel de ensino seguinte…) entra noutro ciclo…

a partir do 5º até ao 12º ano existem exames finais todos os anos… esse exame é igual para todos os alunos… ou seja um aluno do 5º ano faz o mesmo exame de matematica, por exemplo, que um aluno do 12º ano…

ao longo dos anos vai-se assistindo á evoluçao de cada aluno e assim avaliar a prestaçao media de cada professor…

por exemplo um aluno faz o exame de 5º ano e tem 5% quando a media era 4%, no ano seguinte a media do 6º ano no exame de matematica passa para 10% e esse aluno passa para 8%… alguma coisa se passou… claro que existem problemas pessoais, mas em termos medios será sempre responsabilidade do professor…

até se consegue medir o quanto um professor marcou um aluno… por exemplo se no 10º ano um aluno (ou grupo de alunos que tiveram o mesmo professor) ainda se lembra de coisas do 6º aop contrario de outros que tiveram outros professores pode ser sinal que esse professor foi ou é um bom professor…

por outro lado consegue-se ter uma boa imagem do que é a educaçao em Portugal…

para além de avaliar os professores avaliaria tambem os alunos tendo os alunos de cada ano de ter uma percentagem minima no exame no seu todo e ainda uma percentagem minima na parte do exame que diz respeito ao programa do seu ano…

por exemplo um aluno de 7º ano teria de ter 30% no exame no seu todo e 40 ou 50% na materia do seu ano, e um aluno de 12º ano teria de ter um minimo de 80% no total e 40 ou 50% na materia do seu ano…

@MRG has-de perguntar aos teus pais o que acham disto…

preciso de criticas constructivas…

Não vou comentar o resto por agora, mas destaco esta parte que me parece demasiado simplista e ingénua… se tudo fosse assim, comecava logo por ver os professores todos a recusarem dar aulas a turmas problemáticas.

Eu tenho dúvidas quanto ao estatuto do aluno, não acho que seja liquido tanto assim que quem faltar, as faltas contem como não injustificacdas e de que seja obrigatório passar toda a gente…
No primeiro dos casos não está em desacordo que se tenha que fazer um exame seja porque o aluno esteve doente ou não, no segundo caso isso é bizarro e não estou em crer que seja assim, isso vai contra tudo o que será aconselhável para uma política educativa.

Quanto à avaliação dos professores pode possivelmente ser simpificado, existem erros de existirem professores sem competência para avaliar, mas parece-me errado que os professores dêem a ideia de que terão que dar melhor nota a um aluno para evoluir quando o que eles têm que fazer é melhorar o nível de ensinamentos dos alunos e ai sim beneficiar disso. Por fim as quotas não me parece uma má medida e será um esquema de incentivo à melhoria, em nenhuma pprofissão as pessoas evoluem na carreira porque sim, ou porque são mais antigos.
As pessoas evolluem porque são boas no que fazem (pelo menos dá jeito acreditarmos nisto se não esqueçam lá os modelos que isto não avança), e um bom sistema de avaliação é aquele em que excelente tem apenas a nata, uma minoria terá “bom”, a maioria terá suficiente. Isto sim é um sistema verdadeiro.
Uma pessoa quando entra numa escola, se os alunos têm em média muito mais que suficiente é porque são mal avaliados, o mesmo acontece com os professores. Os testes têm que ser feitos para aqueles que se esforçam o considerado normal e com uma inteligencia normal passarem com suficiente.

Agora como é que querem que um Minnistro da Educação faça alguma coisa, se com estas pequenas coisas que não serão o mais importante de mudar no sistema educativo, a Ministra tem meio mundo na rua a protestar não se sabe muitto bem com o quê.

Se isso de passar toda a gente ser obrigatório for verdade viram os professores na rua ou os alunos na rua? Isso sim era de se protestar! Se dessem aos milhares de analfabetos funcionais do nosso 12º ano o exame nacional de matemática espanhol que mostraram na SIC à uns dias devia passar menos de 10 % dos alunos (e já estou a ser simpático). Mas com isso não se ouve professores a dizer nada.

Ainda tenho esperança de ver os alunos deste país voltarem a ser uma elite (principalmente os Universitários) mas não o vi na geração antes da minha, não o vi na minha (e por isso me penitencio), e certamente não será com esta que verei.

normalmente as turmas mantêm-se mais ou menos estaveis ao longo dos anos… o que interessa é a evoluçao de cada aluno… se as turmas sao problemáticas o professor nao é responsavel pelas notas em absoluto (essa responsabilidade é dos alunos…) é responsavel por fazer os alunos evoluirem…

por isso nao vejo razao para um professor rejeitar uma turma problematica… aliás até deve ser mais facil fazer evoluir uma turma problematica do que uma turma muito boa…

vamos imaginar… uma turma está situada num patamar de 16 (imaginemos que este valor é dado por uma formula a partir da media de todos os valores a nivel nacional para esse ano de ensino e para essa disciplina no geral e na parte desse ano em concreto… é facil através de curvas de distribuiçao de probabilidades chegar a essa classificaçao…) e outra está situada num patamar de 7…

talvez seja mais facil a um professor subir de 7 para 8 do que de 16 para 17… o professor que mais fizer evoluir a sua turma é melhor classificado… essa evoluçao tem por base os resultados dos anos anteriores…

Apesar de estarem a criticar as manifestações dos alunos, nestas os alunos foram vítimas de carga policial violenta (pelo menos na minha escola):
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Partes do princípio (errado a meu ver) que a grande maioria dos alunos vão para a escola porque querem ‘evoluir’ e que gostam imenso que os professores os ‘façam evoluir’. Se assim fosse, era muito fácil medir a qualidade do ensino e a escola era uma maravilha.

Tu sabes o que é uma turma problemática em Portugal? Sabes o que são professores que levam barras de ferro nas malas para o caso de se poderem defender em caso de ataque? Sabes o que são putos que fazem o que querem numa sala de aula e o prof não pode fazer nada senão arrisca-se a levar uma pêra ou a ficar com o carro partido?

:arrow:
Com o estatuto do aluno e este método de avaliação dos professores para quê evoluir?

os alunos nao têm noçao dessa evoluçao… nao existe nada no sistema do ensino que lhes incuta a ideia de evoluçao, de aprendizagem continua… é por isso que acho que estes exames anuais seriam uma boa ideia e permitiriam a acompanhar a evoluçao de todos os alunos, individualmente e como um todo, e que a cultura da evoluçao e da aprendizagem continua se estabelecesse no ensino e se propagasse a toda a sociedade…

mas se estes exames nao seriam uteis o que é que seria?..

é que criticas estou farto de ouvir agora ideias…

todos criticam a avaliaçao dos professores… é mau por isto é mau por aquilo mas nunca ouvi ninguem a sugerir uma alternativa…

o que eu disse é que em termos de evolucao pode ser mais facil fazer uma turma subir de 6 para 7 do que de 16 para 17… se um professor conseguir fazer evoluir os seus alunos, em termos medios, de um 6 para um 7 é melhor classificado que um que tenha mantido os seus alunos no 16…

quanto á violencia nas escolas é “simples”… toda a gente sabe quem sao os alunos problemáticos numa escola ou numa turma… soluçao?.. multas aos pais, quando os pais nao estiverem dispostos a acarretar as multas aluno para o reformatorio entre outras penalizaçoes como adiar a idade para tirar a carta de conduçao ou para frequentar bares e discotecas (dêem ideias…)

Estamos a falar de alunos que batem e ameaçam os pais com armas, estão metidos nas drogas, com pessoal pouco recomendável e são extremamente violentos… e ainda multar os pais? Isso não resulta, lamento.

A avaliação dos professores não deve estar relacionada directamente com o nível educativo. Por exemplo, um médico pode ser o melhor do mundo e ter no seu hospital listas de espera infindáveis, camas insuficientes para os doentes que têm de ser internados, falta de medicamentos ou de outros meios fundamentais para dar resposta às coisas mais básicas.

Os professores devem ser avaliados pelo seu profissionalismo, rigor e exigência. Se faltam muito ou pouco, se efectuam as actividades previstas para o ano lectivo, se leccionam o programa determinado pelo Ministério, se são bem vistos pelos seus pares como trabalhadores e eficientes, etc e tal… tudo o resto não deve ser atribuído aos professores que são meros peões, mas sim à máquina do Ministério, que é responsável por colocar em prática as medidas que sustentem e melhorem o nível educativo do país.

Conseguiram o que queriam ??

A ministra da Educação assinou hoje um despacho, que entra em vigor segunda-feira, que «clarifica de uma vez por todas» o regime de faltas e desobriga os alunos com faltas justificadas à realização de um exame suplementar

Lusa / SOL

Simplesmente, ATÉ QUE ENFIM :dance:

Para já o despacho não clarifica nada. A Sinistra já veio dizer que a culpa é das escolas que querem complicar de propósito. No estatuto do aluno está taxativamente referido que mesmo com faltas justificadas os alunos têm que ir a exame. O que este novo despacho faz não é clarificar mas sim alterar.

E depois mais uma conclusão: afinal não é com 2 mega-manifestações que se vai lá mas sim com ovos e verduras ^-^

E ainda outra: a Sinistra só vai mexer no que respeita aos alunos porque quanto a essa questão não pode manipular a opinião pública. Nos professores vai continuar tudo igual porque consegue meter na cabeça dos portugueses que a classe não faz nenhum, que não quer ser avaliada, que são “apenas” duas folhas… :wall:

A avaliação do professor baseada nas notas dos alunos é uma aberração… como é que pode haver qualquer tipo de justiça ao avaliar dois professores conforme as notas dos seus alunos, quando um dá aulas no Camões ou no Filipa de Lencastre e o outro dá aulas na Damaia ou em Chelas?

Isso da evolução independente da nota é impossível de implementar porque muitos professores raramente têm uma turma mais do que um ano, portanto como é que seria possível avaliar qualquer tipo de evolução?

Para mim a solução passa apenas por tentar aproximar a escola pública (e todas as instituições públicas, na verdade) do que se passa no sector privado no sentido em que o acompanhamento das chefias tem que ser mais próximo.

Numa empresa existe o empregado de armazém, que responde ao chefe de armazém, que responde ao director da área, que responde ao administrador.
É o chefe de armazém que é responsável por avaliar o trabalho do empregado de armazém, pois também o fez durante muito tempo e com qualidade, visto que chegou a chefe.
Se a empresa tem 10 armazéns, então deve ter 10 chefes e cada um deles dirige 5/10 empregados… se há um deles que não presta, então comunica ao director e são tomadas as medidas necessárias.
O director só tem que se preocupar com os seus 10 chefes de armazém e avaliá-los a eles… o Administrador só tem que se preocupar com os seus 4 ou 5 directores.

O que acontece é que nas escolas parece-me que falta o chefe de armazém e o director… há apenas um administrador que quer fazer tudo e saber de tudo, quer ser ele a ter a faca e o queijo na mão sobre toda a gente.
Como não pode estar em todo o lado, inventa processos de avaliação dos empregados sem ter a mínima ideia do trabalho que desenvolvem no dia a dia.

Nas escolas, um professor deveria evoluir na carreira para ser responsável por um grupo reduzido de outros professores e ser ele a fazer a avaliação, caso demonstrasse durante o seu percurso que tem capacidade de liderança para isso.
Para mim a solução passa por descentralizar e por tornar a avaliação mais ‘humana’ e menos ‘burocrática’.

alguns… outros sao alvo de desinteresse por parte dos pais e outros de excessiva proteccao…

nestes dois casos uma multa poderia fazer os pais abrirem os olhos em relaçao á educacao que estao a dar aos filhos…

os casos que falas revelam total incapacidade dos pais educarem os seus filhos e por isso essa responsabilidade deveria passar para o estado…como?.., nao sei que nao é a minha área… levem-nos para mosteiros ou para o exercito onde seriam sujeitos a disciplinas e internatos rigidos de modo a que ganhem juizo…

obviamente que tem que estar relacionada com o nivel educativo… é para isso que eles servem…

como é que se pode medir o desempenho de alguem se nao interessarem os resultados?..

o caso dos medicos que para aqui trouxeste nao tem nada a ver… tem a ver com gestao…

a avaliaçao dos professores que propoes é subjectiva, injusta, nao avalia o trabalho dos professores e esta sujeita a todo o corporativismo presente na classe…

o que é que é um professor exigente?.. do que é que vale se os alunos nao aprenderem?.. e um professor profissional ou rigoroso?.. ou ser admirado pelos seus pares?..

se me disseres que se pode fazer muito mais pelo ensino e que nao é da responsabilidade dos professores concordo a 100%… agora dissociares o trabalho dos professores do nivel de ensino é tao ridiculo como dissociar o trabalho de um treinador do desempenho de uma equipa de futebol…

volto a explicar…

nao tem a ver com as notas em absoluto… tem a ver com o ganho de competencias após um ano de aulas com esse professor, ou seja, é uma comparaçao feita com o nivel em que o aluno estava no ano anterior…

vamos pegar no teu exemplo: professor A (chelas) e professor B (filipa de lencastre)…

a media dos alunos do professor A é de 6 (nota que tem a ver com o exame do ano anterior e o ano curricular que frequentam…) e a do professor B é 16…

no final desse ano os alunos do professor A subiram para 7 e os do professor B mantiveram o 16… consequencias directas: o professor A é mais valorizado que o professor B… consequencias indirectas: avaliaçao dos antigos professores desses alunos…

a partir daqui podem-se fazer 1001 ajustes estatisticos e tirarem-se muitas conclusoes sobre o estado do ensino…

por exemplo…ano em que os alunos mais evoluem, idade em que mais evoluem, matérias que ficam melhor percebidas e cruzar isso com o curriculo do professor (por exemplo, professores que tiraram o curso em determinado estabelecimento de ensino conseguem melhores resultados em determinadas materias, outros noutras… ver se existe correlacao… enviar os resultados para os respectivos estabelecimentos de ensino… ou mesmo pôr em causa estabelecimentos de ensino superior por exemplo por causa das notas de finais de curso efazer um "acerto"nas notas de concurso dos recem-formados tendo em conta os resultados obtidos por profssores formados nesses estabelecimentos de ensino)… tanta coisa se pode fazer…

o trabalho dos professores é dar competencias aos alunos logo é por isso que têm de ser avaliados… como é que se avalia isso?.. vendo se os alunos ganharam essas competencias… como?..com exames nacionais anuais…

nao vejo onde está a aberracao… aberracao é uma avaliacao subjectiva, corporativista e desligada do objectivo que deve ter a escola: formar e dar competencias…

nao sei que tipo de empresas privadas estas a falar mas do que eu conheço as empresas privadas avaliam os seus trabalhadores pelos resultados por eles conseguidos… bons resultados=boa avaliaçao… maus resultados=má avaliacao… entram outros parametros: assiduidade, espirito de grupo etc… mas o que interessa sao os resultados…

o que tens de fazer é responder a estas questoes:

1-qual é o objectivo do professor?..

2-como é que se mede?..

Paulo, tens que perceber que a diferença entre duas das escolas que escolhi não é tanto nos alunos, mas antes nos pais… se numa os pais acompanham o percurso escolar dos filhos e os ‘obrigam’ a ter boas notas, noutra muitos dos pais nem sequer querem saber se os filhos vão à escola, quanto mais se estão a fazer alguma coisa para melhorar a nota.
Numa escola tens alunos com núcleos familiares equilibrados e com um nível de vida médio, noutra tens alunos que vão para casa ver a mãe levar porrada do pai bêbado e ainda levam eles a seguir.
Numa escola tens amigos que te ‘puxam’ para teres boas notas porque senão és mal visto como o burro da turma, noutra tens amigos que te ‘puxam’ para a droga e para as más notas senão és visto como o marrão da turma.
Posso-te dizer que a minha mulher já teve uma aluna de 16 anos que estava cá a morar sozinha há largos meses, com o irmão de 13 ou 14, porque os pais resolveram voltar para Cabo Verde e não havia nota para irem todos.

Portanto, nem tudo pode ser medido matemáticamente, com médias e estatísticas… há n factores internos e externos que influenciam o bom desempenho de um aluno, não está somente dependente da vontade e esforço do professor.

mas os pais sao os mesmos de um ano para o outro, o ambiente social é o mesmo, a escola é a mesma o que varia é o professor… logo o professor pode ser avaliado…

eu tambem acho que muita da intervençao deve ser feita sobre os pais e acho que aí a responsabilidade é do ministério e nao dos professores daí que no modelo de avaliaçao que eu apresentei o que é levado em conta é o historial do aluno e nao a comparacao com outros alunos…
a intervençao sobre os pais é outra conversa… na minha opiniao passaria pela responsabilizaçao dos pais, chamadas á escola, têm que ser apertados, levar com multas em cima etc…

mas partindo do principio que esses n factores internos e externos se mantêm em termos médios ano após ano acabam por nao ter influencia na avaliacao do professor… mesmo que esses factores se alterem na escola isso teria reflexo em todos os professores dessa escola logo poderia haver uma avaliaçao comparativa…

ou seja, nao encontro razao alguma para que a avaliaçao dos professores nao possa e nao deva ser feita tendo por base a evoluçao dos alunos…

sendo a tua esposa professora pergunta-lhe o que acha da ideia e porquê…

é que para além da avaliavao dos professores poderia ser feito um diagnostico exaustivo da situaçao do ensino em Portugal e da sua evoluçao ao longo dos anos… se for bem feito só vejo vantagens…