Acredita que não te sei responder, estou tao estupefacto e surpreendido como tu, Viridis.
Já devo ter falado sobre isto aqui, mas quando era miúdo, fui a Benidorm um par de vezes. Na segunda vez que lá fui, os meus pais começaram a falar com um outro casal já por volta dos seus quarenta ou cinquenta anos de idade e que em conversa acabaram por confessar serem Judeus.
Do homem já não me lembro bem, mas da senhora recordo-me perfeitamente. Nem nunca me esquecerei quando mostrou a tatuagem* feita pelos Nazis no campo de concentração em que esteve durante a IIGM. Uns números muito mal feitos, tudo aos blobs e quase indecifrável. Eu era bastante novo, nem sequer me lembro do nome do campo de concentração, nem me recordo de onde a senhora era natural e/ou habitava naquele momento.
Da tatuagem e da pele enrugada, morena e marcada pela vida que a senhora Judia ostentava, disso nunca me esquecerei.
Foi este acontecimento misturado com os livrinhos de guerra a preto e branco da Condor e outras editoras que comprava na capelista ao lado da casa onde morava a minha avó em Lisboa, que me fizeram crescer a odiar os Nazis com toda a vontade possível num adolescente.
Para mim, os “bons” eram os Aliados, mais precisamente os Ingleses e Americanos. Sempre defendi este ponto de vista, algumas vezes com os punhos, como num célebre concerto de Mata Ratos em Corroios, onde cerca de quatro skinheads de Almada foram parar ao hospital ou quando alguns desses mesmos skins mataram a facada o José Carvalho á porta da sede do PSR, onde me encontrava assistir um concerto dos Censurados, tendo saído eu com o resto da multidão em perseguição da carecada assassina.
Quero dar a entender com todas estas memorias, que nunca na vida fui anti semita, muito pelo contrario.
Agora imaginem o meu espanto, quando cerca dos dezoito, dezanove anos, comecei a perceber (mais ou menos, já que não havia net, nem este era um assunto discutido nos armazéns ou obras onde trabalhava) que os meus “heróis” afinal eram vilões…
Muitos de vocês podem não acreditar, mas eu dei as voltas todas possíveis ao assunto do conflito Israelo-Palestiniano, para tentar demonstrar a um amigo meu, com quem falava sobre estes temas, que os Norte Americanos e Israelitas não eram os culpados. Como nunca fui teimoso ao ponto de só ver através das lentes que me convêm, lá acabei por dar o braço a torcer.
Agora imaginem como será possível aqueles que tiveram familiares mortos durante o Holocausto ou em outros actos terroristas, como o 9/11 por exemplo, continuem a defender mais e mais violência. Sendo a única diferença o formato em que esta é apresentada, neste caso os terroristas usam os mais sofisticados métodos, como bombardeamentos supostamente cirúrgicos, assassinatos, ataques com U.A.Vs ou misseis de longo alcance e tudo pago com o dinheiro dos contribuintes (nosso também, já que fazemos parte da NATO), quando é lógico e bastante claro aos olhos de quem queira ver, que violência gera mais violência. Um facto incontornável, independentemente do campo ideológico onde nos encontremos, e que cada vez ganha mais adeptos.
Olho por olho, acabamos todos cegos.
Só mais um pequeno aparte.
Aqueles que chamam terroristas ao Hezbollah e Hamas, necessitam de entender que em Direito Internacional a defesa de território ocupado por uma força militar estrangeira e invasora, como neste caso, é perfeitamente legal.
Algum de vocês tem conhecimento de membros da Resistência Francesa que tenham sido julgados em Nuremberga?
Eu também não tenho conhecimento, mas se perguntar o mesmo sobre Nazis, a resposta já é a oposta, estando até o caso bastante bem documentado.
*- Mais tarde aprendi que os Judeus nunca fazem tatuagens, nem sequer permitem que outros Judeus com tatuagens sejam sepultados no mesmo cemitério que eles.
Provavelmente abriram uma excepção para os sobreviventes do Holocausto, digo eu que não sei, estando apenas a especular.
[hr]
Esta noticia que aqui coloco foi retirada do Haaretz, uma espécie de The Guardian, O Publico ou The Boston Globe israelita.
Quem conseguir encontrar uma noticia mais bizarra que esta, desde que esteja relacionada com o conflito Israelo-Palestiniano, tem direito a um biscoito virtual.
[center][b][size=14pt]Turkey seeks better security for Israel embassy day after hostage stand-off[/size][/b][/center]
Nadim Injaz, a Palestinian from Ramallah, stormed the embassy in Tel Aviv on Tuesday and allegedly tried to abduct the Turkish vice consul.
Turkey has asked Israel to provide more protection for its embassy in Tel Aviv, Turkish media reported Wednesday, a day after a Palestinian stormed the embassy, threatening to take hostages and demanding asylum.
Ankara was surprised how easy it was for the man to get into the premises, a foreign ministry official was quoted as saying.
The man, identified as Nadim Injaz from the West Bank town of Ramallah, threatened staff with a toy gun and knife in a bid to obtain political asylum, before he was overpowered by embassy security personnel. The 32-year-old was lightly injured in the incident.
Local media reported that Injaz had taken two hostages at the Turkish embassy and had threatened “to kill any Jews” who entered.
Israel Police officials said Injaz was recently released from prison after serving time for an attack on the British embassy four years ago. Israel Radio has reported that the man was a former Israeli collaborator who had a history of mental health problems.
A Tel Aviv court extended Injaz’s remand on Wednesday. During the hearing, Injaz said that he is not “a crazy man” and not “stupid.”
He claimed that he had lost contact with his family after they “saved Jews,” which resulted in them being outcast from their community.
“We saved Jews and now no one will speak with us,” Injaz said.
The Israeli Courts Administration said Wednesday the Tel Aviv court approved holding Injaz in jail for a week to allow police to investigate.
Under Israeli practice, a suspect can be held in jail while police look into his case, and charges are filed afterward if warranted.
Addressing the judge at the hearing, Injaz said, “If the state doesn’t want to take care of me, allow me to leave Israel and continue my life in another country.”
Injaz’s attorney, Avital Horef, requested that Injaz remain under arrest, claiming that if he returned to his home, he would be “killed in the city’s square.”
Haaretz