Ciclismo - Parte 1 (old)

acompanhei na RTP N os últimos 2 anos e este ano tenho andado a ver na eurosport. A dupla é igual, no entanto na eurosport eles “brincam” mais e passa-se melhor o tempo. Na RTP N eles falam mais dos pormenores o que para quem pratica é capaz de ser o melhor.

eu agora ando na eurosport :lol:

Quanto à volta de Portugal, este ano vai estar especialmente má em termos de corredores já que o Cândido decidiu dar um ponto final à sua carreira. Mas convenhamos, no que toca a publicidade e ao aumento dos prémios não conseguimos muito mais do que já está, e também não conseguimos muita assistência internacional por causa disso. Então agora que fomos considerados de “lixo” ainda pior…

Na RTP, a dupla é sempre a mesma. Desde puto que ouço o Chagas comentar o Tour.

Também não deixa de ser uma cena “cultural”. É verdade que não acompanho muito as restantes provas nacionais mas a malta gosta é da Volta no Verão, tentar apanhar algumas etapas enquanto estamos de “férias” etc.

Tudo bem que conseguir-se-iam outras datas melhores que entre o Tour e a Vuelta mas provavelmente nessa altura encontravam-se argumentos como “Fica muito perto da época das Clássicas” ou “Ish, estamos quase no Paris-Nice”, etc.

É uma situação complicada :frowning:

Tens toda a razão quando referes a cena cultural, é verdade… o pessoal chega a Agosto e já sabe que vai estar bom tempo e siga para a estrada ver as bicicletas.

E sim, as desculpas iam ser outras mas iam dar ao mesmo. Porque a nossa Volta é a quarta maior Volta do mundo, com 11 dias, só ultrapassado pelas três grandes voltas e não há interessa em disputar uma prova tão grande para preparar qualquer uma das três.

Eu prefiro manter a nossa identidade e os nossos costumes, agora depende da visão dos organizadores e do que pretendem com a Volta a Portugal.

Em relação ao interesse da nossa volta ser ou não ProTour é burrice, repito, burrice do pseudo-organizadores em querer dar um passo em frente para chegarmos ao escalão maior do ciclismo.
É melhor ter os nossos ciclistas, os poucos que temos, a brincar ás competições internamente? Ou crescem é a competir com equipas ProTour?
Sobre o tema Polónia, nós temos 4 míseras equipas. 4. Repito 4. Podíamos perfeitamente servir de rampa de lançamento da Vuelta ou dos mundiais. Não digo ter cá um Nibaldi ou um Anton com ideias para ganhar a Vuelta, digo para a preparar. Um pouco como o Dauphine e a Volta à Suiça.

Para mim não-me interessa minimamente ter um Ricardo Mestre a ganhar o Troféu Joaquim Agostinho contra marroquinos e tipos da africa do sul (e sim, eu sei que a Barloword andou quase no Protour e era sul africana). Interessava-me ver um Tavira a competir lá fora, ou uma Onda-Boavista a ir para além de provas em espanha ou frança. Ou ver equipas fortes a virem cá correr.

Quando leio “temos uma historia rica no ciclismo”. Temos? Tivemos o Agostinho e quem mais? Um Azevedo? Um Orlando? Ah ganhamos uma etapa no Tour com o Rui Costa e este ano temos 4 ou 5 ciclistas na Radioshack. E eu pergunto, isso é ter uma história rica?
O que temos a menos que uma Bélgica? Ou que uma Holanda? Isso sim são países com história e com futuro.

Não sou tão optimista como alguns de vós, até posso ser considerado um profeta da desgraça, mas o ciclismo profissional em Portugal está condenado.

Sobre este assunto, já o ano passado tinha comentado.

A volta a Portugal vem descendo a pique na minha consideraçao nos ultimos anos.

Os motivos são varios:

1- Volta ao Norte de Portugal! - Mais uma vez, etapas só no Norte, o sul do pais é excluido sistematicamente ano apos ano-

2- Percurso Repetitivo! - Este é um dos pontos que mais me irrita, é sempre a mesma coisa…Sr da graça/Torre/Sr Assunçao/Cri, Torre/Sr graça/Sr Assunçao/CrI, Sr Assunçao/Sr Graça/Torre/CrI, Sr Graça/Torre/…e por ai fora.
E posso já aqui adiantar que para o ano vamos ter chegadas à…Sr Graça, Torre, Sr Assunçao.

É sempre a mesma coisa, ano apos ano.
E no que toca a ciclismo, prefiro claramente “inovação e originalidade” a tradiçao.

Veja-se o Tour, é claro que há lá subidas miticas: Alpe D´huez, Galibier, Mount Ventoux, etc… mas repetem-nas todos os anos?
E o mesmo se poderá dizer do Giro ou da Vuelta, e mesmo de voltas menos conhecidas.

Sinceramente, Sr da Graça e Torre até são subidas interessantes, mas como é sempre a mesma coisa todos os anos … acaba por perder muito interesse para mim.

Depois, nas restantes etapas também se nota um padrao repetitivo no que toca a partida/chegada, normalmente repetem sempre muito, havendo poucas novidades. Ex: Salvo erro, a etapa final é quase copia da do ano passado.

3- Ciclistas que participam - Apesar de tudo, poria tudo o que ja disse de lado se viessem ciclistas de qualidade a Volta a Portugal.
Se fosse um pelotão de qualidade nao muito inferior ao que provavelmente veremos na Volta a Polonia, ou que foi a volta a Austria…é claro que valia a pena seguir com atençao.

Agora, com equipas que vêm cá para fazer numero, com ciclistas que são 4ªs ou 5ªs escolhas, e com um pelotão onde não se visualiza uma mao cheia de nomes de bons ciclistas… é claro que perde muito interesse a volta a Portugal.

Com limitações financeiras ou não, o facto é que a volta tornou-se numa corrida quase regional e de pouco interesse.

Sinceramente, estou seriamente a pensar em não ligar nenhuma a volta deste ano.

Pois, por isso é que disse que no estado em que o nosso ciclismo está, alguma coisa tem de ser feita. Existem neste momento 18 equipas no PT, pelo que mais quatro, perfazendo um total de 22 equipas, não era nada do outro mundo… se a Volta ao Algarve consegue, a Volta principal também.

Mas a questão do preparar é que tens de ver que ninguém aposta só na Vuelta (salvo raras excepções), ou seja, os corredores marcaram presença no Tour e depois logo vêem se vão à Vuelta… por isso é que muitos dos que vêm preparar a Vuelta abandonam a corrida ou andam em ritmo de cicloturismo… é mesmo uma data complicada que, aposto, nem com a subida da corrida ao PT resolvia o problema da falta de competitividade entre os nomes grandes. E, se por um lado, os portugueses perdiam protagonismo, por outro, e aí de acordo contigo, só os obrigava a treinar mais para melhorarem.

Sim, mas ir correr lá fora em provas de algum gabarito está ao alcance de poucas equipas, porque para correr nas provas, ou tendo algum conhecido na organização, como acontece em provas espanholas, ou mostrando trabalho, o que torna tudo um ciclo vicioso, porque sem provas onde mostrar trabalho não se mostra trabalho, sem poder mostrar trabalho, não se é convidado para as provas.

Claro que temos uma boa história… Agostinho, Chagas, Acácio, Azevedo, entre outros. Somos dos países europeus com melhor história no ciclismo… o problema português é a falta de pilim. Tão e somente falta de investimento, não é a qualidade dos corredores o problema, antes pelo contrário.

Eu também não sou optimista, aliás, daí o meu ‘‘agora, como o ciclismo português anda…’’. Estou muito pessimista mesmo, e não vejo sinais de melhorias, infelizmente.

fr0z3nshad3 em relação ao percurso as autarquias que têm o € é que teem os “palhaços”. Não há € não há palhaços. E o € está concentrado no norte. Se concordo com isto? Não. Acho ridículo não termos uma etapa no Algarve quando é aí sediada a equipa mais antiga do pelotão mundial. Acho surreal ter este ano uma Crono-Escalada de 4.4 kms. Falta fazerem um TTT e um IT e temos um mini Tour. Ah, e se quiserem passar em terra batida ou em calçada portuguesa talvez considerem isso “pavée”.

Perdemos claramente a identidade da nossa Volta. Longe vão os tempos das longas rectas do Alentejo com os seus famosos “abanicos”. Eram etapas “chatas”? Eram tão chatas que quase levaram o Tondo a perder uma volta a PT.

Desde que a volta foi comprada pela LagosSport que temos isto :

1 - Meninos e meninas pagos a peso de ouro para agitarem bandeirinhas.
2 - Chegadas nos mesmos sítios, curiosamente freguesias bem “recheadas”.
3 - Esqueceram-se do Algarve e do Alentejo.
4 - Desorganização total nas estradas.

Este ano temos uma Volta que não interessa a ninguém. Já nem o Cunego cá vem passear.

Eu não diria tanto. Tivemos Agostinho, um grande ciclista do poletão internacional, que poderia ter ido bem mais longe no Tour se o seu talento não tivesse sido desperdiçado pelos directores de equipa que o colocavam a fazer o papel de “aguadeiro” na alta montanha (pudera, não havia quem tivesse perninhas para ir lá abaixo e voltar…). Depois, surgiram alguns ciclistas medianos, que fizeram uma ou outra graçinha nas grandes provas internacionais, mas que estiveram muito longe de ser figuras de primeiro plano. Por exemplo, Azevedo, quando lhe deram alguma margem de manobra, não correspondeu. Faltava estofo…
Falta dinheiro, falta investimento e, sejamos honestos, falta alguma “matéria-prima”!

Tal como disse, tenho noção que existem limitaçoes financeiras. Mas como adepto, isso a mim não me interessa nada, queria era uma corrida interessante, e de preferencia mais original.

Agora, o que é certo é que ha uma decada, tinhamos por aqui ciclistas de 2ª linha do ciclismo digamos…e agora devem vir ciclistas de 3ª,4ª,5ª linha do ciclismo, e muitos apenas para fazer numero!
Isso só faz com que a corrida cada vez seja menos apelativa. E depois é efeito bola de neve, quanto mais fraca for a competição, menos interesse terão os ciclistas de qualidade em cá vir. É que nem para fazer um treino.

Infelizmente o ciclismo sofre com os problemas do país quer financeiros quer estruturais.

Temos estradas planas, temos colinas, temos montanhas. Não temos é quem aposte, quem se chegue à frente.

No entanto acho engraçado como é que temos Voltas ao Algarve e ao Alentejo, e na Volta a Portugal não se consegue lá por uma etapa.

E o mais curioso é serem provas com maior reputação que a própria volta.
Seria como ter a Volta à Catalunha como principal prova em Espanha.

Não se pode considerar esta minha informação algo do outro mundo, é mais uma curiosidade, mas houve uma etapa da Volta à Portugal que passou na rua principal que dá acesso à zona onde habito. Foi bacano ver o pessoal! Eu lá de cachecol do Sporting, mesmo sem equipa Sportinguista presente.

O meu pai adora a Volta a Portugal: costumava jogar com caricas com os amigos, isto nos tempos dos grandes ciclistas do nosso clube.

Eu não falei em história de Merckx’s portugueses, falei em boa história, que temos, a meu ver… e houve mais investimento no ciclismo português, podíamos ter uma história ainda melhor.

Não sei qual é a tua noção de matéria-prima, mas se acompanhasses os escalões mais jovens, ficavas logo com outra ideia, garanto-te. A matéria-prima no ciclismo português nunca foi, nem é um problema… mas pode vir a ser se isto continuar assim. :great:

E porquê? Porque as autarquias estão à rasca de dinheiro e, claro, preferem apostar numa prova própria, de promoção à localidade do que numa Volta a Portugal onde essa mesma publicidade e promoção duraria apenas um dia. A escolha de onde investir é óbvia.

Porque essas provas ocorrem em datas que dão jeito aos grandes nomes. A Volta ao Algarve então é perfeita para quem está a preparar as clássicas… A Volta a Portugal ocorre na pior data possível, logo entre duas das três grandes voltas.

Se o Roque não tem mantido o Agostinho na sombra durante tanto tempo, o grande Joaquim Agostinho teria aparecido mais novo e, como é óbvio, mais capaz.

Como assim? O Agostinho foi descoberto e começou quase logo a correr, ainda com equipamento emprestado.

O que me contaram sobre a relação entre o João Roque e o Joaquim Agostinho, e por mais de uma pessoa, é isto: o João Roque descobriu o Joaquim Agostinho (não sei dizer se num clube, não faço ideia, não me lembro dessa parte), e rapidamente viu nele um talento soberbo, só que atrasou o seu aparecimento porque fazê-lo acabaria por eclipsar o próprio João Roque.

Os mais “idosos” :smiley: do fórum que confirmem…ou desmintam.

Reza a história que o Roque descobriu o Agostinho e meteu-o a correr como amador, com equipamento do SCP emprestado pelo próprio Roque… o Agostinho foi ganhando provas e assinou pelo Sporting. Acho que é mais ou menos isto que está num livro sobre o Agostinho que saiu na bola há uns anos, mas que agora não o tenho comigo.

João Roque aos 8:15 http://www.sporting.footballhome.net/index.php?option=com_seyret&task=videodirectlink&id=693

@ Pedro 1906

Talvez tenha sido injusto na avaliação de alguns ciclistas portugueses. De facto, poucos são os que atingem um patamar de verdadeira excelência no poletão internacional, sejam ciclistas portugueses ou estrangeiros. Até terei sido injusto com Azevedo que, em alguns momentos, chegou a um plano bastante aceitável.

Agora, a nata do ciclismo é aquela que participa com assiduidade no Giro, no Tour e na Vuelta. Os melhores ciclistas correm em equipas do ProTour. E o número de portugueses que se podem gabar de fazer parte desse patamar, é muitíssimo escasso. E sim, a questão também passa por alguma falta de matéria-prima, porque as grandes equipas estão sempre atentas a qualquer valor emergente, e nem por isso se vê um maior nº de portugueses a correr lá fora!

Também posso estar enganado, e talvez o que falte aos nossos jovens, sejam oportunidades para mostrar o seu valor!