E tens na mesma cidade um gigante moribundo desde que virou a ownership.
Newcastle passou mal, Hull City desapareceu e o proximo vai ser o Nothingham com o grego.
O mal com ownership e que se verificar que não estão lá para montar um campeão europeu não há nada que possas fazer senão engolir em seco.
E aqui na tugalandia tens muito mais probabilidade de arranjar um dono que queira fazer disto um entreposto a fundo perdido para o Mendes, do que um grupo estruturado com uma estrategia de expansão desportiva. É o que é.
Nós já caímos varias vezes, demos tiros nos pês, e autoflagelamos nos constantemente. Com dono, uma ou duas situaçoes dessas e passamos a lembrança historica.
E também é uma questão de tradição. Em Inglaterra sempre foi assim, desde o início. Os primeiros Clubes de Futebol de Inglaterra pertenciam sempre, ou a um Lorde, onde jogava com os amiguinhos ricos, ou a um empresário, onde jogavam os trabalhadores dele.
Curiosamente, o Sporting começa de uma forma bem semelhante. A diferença é que as ‘memberships’ em Inglaterra foram criadas para ajudar o Clube a ter recursos financeiros para a profissionalização. Em Portugal, também porque a profissionalização começou tarde, e já haviam outras associações culturais de outras coisas, os sócios começaram logo a ter voto na matéria e a decidirem o futuro do clube.
Daí que eu tenha dúvidas que um Clube que não seja controlado pelos sócios, em Portugal, dificilmente sobreviva. Os sócios são quem dá aquilo sem o qual nenhum clube resiste: militância. E, em Portugal, a malta lida mal com o facto de não ter poder de decisão nos Clubes.
Basta ver que não se faz uma merda de umas obras no Estádio sem que se diga que ‘os sócios têm o direito de saber de que cor vai ser o botão do autoclismo’.
Na Alemanha, ou em Espanha também é um pouco assim, por exemplo. Embora eles vivam bem com a figura do CEO, principalmente na Alemanha, o Presidente é eleito pelos sócios e, em última análise é o Presidente quem contrata e despede o CEO. E isso faz falta no Futebol português. Em vez de termos directores desportivos, que a maior parte das vezes são um ex-jogador que não percebe rigorosamente nada de negócios, mas que é adepto do Clube, deveríamos ter um CEO, como qualquer outra empresa, fosse ele adepto do Clube ou não. Porque, no final do dia, o que toda a gente quer é a mesma coisa: Ganhar.
Este consegue sempre comprar alguém por valores superiores ao que valem e vender por valores inferiores… Trabalhar assim é fácil, fds. Não custa nadinha… Não se mexam não
Acrescenta influência política, que ajudou de forma decisiva a garantir que os três grandes tivessem uma capacidade muito acima do que à partida os seus meios próprios permitiriam. E sim, mesmo o Sporting. Basta ver os terrenos doados pela CML.
A única atenuante do que se passou no mercado, é que o topo da shortlist dada pelo departamento de scouting era toda ela constituída por casos bicudos (desde lidar com os malucos dos gregos, aos tipos da ABANCA) ou demasiado caros (Kevin, Tzolis).
Não entendo como não existe um outro patamar de jogadores mais acessíveis financeiramente e igualmente com potencial, mas que talvez ainda não tenham mostrado o que os outros no primeiro nível mostraram.
Já não existem jogadores por 10 ou 15M€ que sejam de qualidade? Onde anda o mercado sul americano (Brasil, Argentina, Colômbia) ou mesmo outros na Europa como o nórdico e o de leste?
Não percebo como uma estrutura de scouting amplamente profissional apenas devolve uma shortlist de cinco ou seis jogadores, todos de grau de sucesso de transferência muito difícil.
Em 2018 o Bernardo Palmeiro, como especialista em direito desportivo, foi um dos cartilheiros que foi para as televisões discorrer sobre o direito dos jogadores do Sporting a rescindir contratos. A tese começou a ser espalhada logo após o post no FB de BdC sobre o jogo contra o Atletico de Madrid. Como acabaram por concluir que um post no FB não seria uma causa suficiente forte para justificar rescisões, alguém acabou por organizar um ataque a Alcochete. Mas pronto, o Bernardo prestou serviços nessa altura e foi recompensado com um emprego no Sporting. Ser cunhado do Zenha também ajuda, claro.
Claro que existe. Basta ver como é que o FC Porto saca o Victor Froholdt, Kiwior, etc. Ou como o Benfica saca o Dedic. Ou como o Braga saca o Dorgeles por 11M.
Posso continuar também com clubes estrangeiros. O Levante foi buscar o Etta Eyong — que tinha uma situação difícil no Villarreal dada a sua baixa cláusula de rescisão — por 3M. Para nós seria 5M, se pagássemos a cláusula.
Poderia continuar, e a lista seria bastante longa. Nem soubemos comprar bem (Ioannidis), nem soubemos vender bem (Harder).
Haver deve haver, mas pelos vistos (mal ou bem) não há espaço para arriscar. Acho que o futuro será usar a equipa B como teste, comprar jovens com potencial para um dia representar a equipa A
Não podemos ter só contratações na equipa B, em relação aos exemplos que deste, o Blopa só pode ser solução como lateral e o Flávio sim pode jogar como extremo. Daquilo que eu vi, as únicas opções com talento para chegar ao nível do Pote e Trincão são o Flávio e o Iago.
Se tivessem em equipas da segunda divisão espanhola, estariam a jogar e muito provavelmente haveria muita gente satisfeita de o Sporting dar mais de 20 milhões por eles.
o problema é que em tempos de vacas gordas, esquecemos a formação ou os nossos jogadores jovens provenientes de outras paragens.
Muito provavelmente não vai ser despedido, isso seria o assumir de responsabilidades dele e da estrutura pelo mercado vergonhoso que presenciámos. Vai-se manter como diretor desportivo enquanto tentam arranjar outra pessoa para o lugar e depois volta para as antigas funções dele.