não é fator negativo que sirva de lastro mas é, por exemplo, um fator que o diferencia do manel, que teve oportunidade de ir ganhar rios de dinheiro para os rivais e para o estrangeiro e decidiu não o fazer. não julgo o inácio por o ter feito, é o normal num profissional, mas valorizo o manel por não o ter feito.
acho que é mesmo, factualmente, incomparável. o que não significa que o inácio não tenha o seu papel na história do clube que não pode nem deve ser menosprezado. e podia, como dizes, ter sido um papel mais relevante( mas isso aplica-se a dezenas e dezenas de figuras no Sporting).
essa vertente negativa do manuel fernandes, não a negando, deve ser devidamente enquadrada. é comum que as lendas do clube, aquelas que não desenvolvem competências para exercerem cargos intelectualmente desafiantes, prestem um papel mais institucional do que ligado a qualquer direção. na perspetiva deles, querem ser reconhecidos e ajudar o clube, não tecendo qualquer juízo político. temos casos semelhantes noutros clubes e mesmo no nosso( o professor mario moniz pereira fez parte de listas de gente horrível, mas não me parece que saía menorizado como Sportinguista e figura do clube). mesmo essa conclusão, ao dia de hoje óbvia e para mim também óbvia na altura, que se tratava de gente que lesou o clube e não interessava a ninguém… na altura não era uma realidade assim tão universal. foi gente que foi eleita, reeleita, apoiada e pouco contestada. se os sócios, com distanciamento suficiente, não eram conscientes o suficiente, muito menos seria o manel.
também não tenho. não reconheço é a nenhum deles competências executivas para terem um papel relevante no Sporting futuramente.
quanto ao manel defendo e defendi que lhe fosse adjudicado esse papel de embaixador, de lenda que acompanha a realidade do clube mas que não toma decisões, porque não tem recursos e competências nesse sentido.
ao inácio, advogo-lhe o direito de querer ser uma solução, apesar de não lhe reconhecer de todo essas competências.
Adorar? Claro que não. Eu não tenho memória curta… agora uma coisa é certa, mais do que tudo quero o Sporting campeão, e se for continuar a ser campeão com regularidade, deixa-lo estar onde está. Vivo bem com isso
E isso mesmo. Queria chegar aí, era bom médico depois nos primeiros tempos de Presidencia quase ia de sopa, agora está no topo. E a lei da vida. E o mesmo aconteceu ao Inácio ao Manuel Fernandes e tantos outros.
Outra ironia da vida é que o Bruno de Carvalho, que tinha toda a legitimidade para correr com o Varandas quando chegou a Presidente, já que o Fred tinha chegado ao Clube por cunha do irmão, que era Vice-Presidente da direção cessante, e um anti-Brunista primário, decidiu segurá-lo.
Se o Bruno de Carvalho tivesse decidido despedir o Bagangas, e ninguém iria minimamente questionar que o fizesse (como ninguém questionou o despedimento do Mauras, por exemplo), ele não teria tido o palco que teve e, consequentemente, nunca teria armado aquele putedo todo em 2018, e que o levou à Presidência.
É aquela coisa, das borboletas e dos furacões. Pequenas decisões, aparentemente inofensivas, podem depois levar a grandes alterações…
Porque é que te referes ao Bruno de Carvalho pelo seu nome e ao Varandas por “Bagandas” ?
“Armou aquele putedo todo”? O Ataque a Alcochete foi responsabilidade do Varandas?
A propósito da entrevista mais recente, podem tentar desvirtuar o sportinguismo de Inácio, por esta ou aquela razão (política), mas o que poucos lhe podem acusar é de falta de carácter.
Numa altura em que o nome do Bruno de Carvalho foi transformado em algo tóxico, Inácio não se inibe de manter elogios ao trabalho, de manter a lealdade. E certamente não será pelo dinheiro ou pelas perspectivas de algum tacho futuro, pelo contrário, se ele souber bem os anti-corpos que tal postura lhe causará.
É um gajo que relativamente ao Sporting CP se pode estar completamente a cagar para os tachos. Fale bem ou fale mal, não estou a ver que o Augusto Inácio algum dia regresse ao Sporting CP. Aliás, nem estou a ver o motivo pelo qual tal pudesse acontecer. Foi importante, enquanto treinador, no campeonato que conquistou. No resto, não guardo especiais saudades.