Análise naïf das finanças da Sporting SAD

Boa tarde a todos,

As finanças da Sporting SAD são interessantes e analisando estes últimos 10 anos de contas públicas percebe-se algumas coisas. Andei a fazer esse trabalho hoje de manhã. Estes dados são retirados manualmente do relatório de contas emitidos pela Sporting SAD, portanto qualquer imprecisão será erro humano na transcrição. Os dados relativos a 2010 são dados parciais extraídos do relatório de contas do 3º trimestre da época 09/10.

Neste post falo-vos só do Passivo, Dívida e Capitais Próprios. (Façam “View Image” para verem em tamanho grande)

Relativamente à dívida de curto prazo, óptimas notícias. Depois da época 2004/2005 e da reestruturação da dívida, esta foi para níveis muito aceitáveis e normais da gestão corrente. Olhando para a trendline de forecast, dentro de 2 épocas devemos estar em níveis próximos do 0 (ou seja, 1M€… trocos). Esta situação deve-se ao refinanciamento da Sporting SAD, convertendo dívida de curto prazo para dívida de médio/longo prazo e à venda do Alvaláxia, Holmes Place e Edifício Stromp, cujo dinheiro foi aplicado na redução desta dívida.

Relativamente à dívida de Médio/Longo Prazo, esta cresceu gradualmente até aos quase 50M€ actuais. Esta é uma situação preocupante, não pelo valor em questão mas por que a dívida de Médio/Longo Prazo devia estar estável. Sendo paga e renegociada a cada x anos por meio de novo empréstimo obrigacionista. No caso da agremiação que joga no anexo embargado do Colombo, eles têm este problema elevado à 5ª potência. Nos últimos anos têm-se refinanciado constantemente através de empréstimos obrigacionistas de valor crescente.

O que eu espero ver, no caso da dívida de Médio/Longo Prazo, no caso da Sporting SAD é uma estabilização da dívida nos 50M€. Vamos ver o que é que a nova reestruturação financeira trará.

O que se pode ver relativamente ao passivo é que o valor que nos vendem (a barra a verde) é um pouco duvidosa. Tanto para o bem como para o mal. Até 2004, como o nosso capital próprio estava em valores negativos, afectava negativamente o valor do passivo, reduzindo-o. Em 2005-2007, que foi a melhor altura da Sporting SAD a níveis financeiros, os Capitais Próprios eram elevados, talvez devido à venda do património, e o passivo excluindo capitais próprios, manteve-se estável.

Nos últimos 3 anos, o que se tem passado é uma redução do passivo consolidado mas à custa do facto de estarmos com um saldo negativo de -30M € no banco. É como se no nosso cartão de débito tivéssemos saldo de -30M€.

Conclusões:
Descontando o facto de esta minha análise ser superficial podemos chegar a algumas conclusões.

Era obrigatório arranjar dinheiro para reduzir os 100M€ de dívida de curto prazo em 2004. Isto foi feito através da alienação do património e através dos bons resultados desportivos.

A altura de 2005 a 2007 foi fantástica em termos financeiros. Se o futebol do Sporting tivesses sido campeão, entusiasmado as bancadas e chegado longe na Europa nesta altura, estaríamos em muito melhores circunstâncias agora em 2010.

A partir de 2007/2008, foi um decair de capital próprio acelerado e estabilização do passivo excluindo capital próprio nos 140M€. Considerando que nosso total de activos líquidos é 113M€ à data do final do 3º trimestre de 2010, a Sporting SAD seria uma empresa em que eu não investiria.

A Sporting SAD tem claramente de manter a dívida nos níveis actuais (ou reduzir se possível), aumentar o esforço em recolha dos dinheiros em que a Sporting SAD é credora (mais de 2M€ de aumento em crédito mal parado no último ano) e investir para chegar à liga dos campeões (redução de 7M€ em proveitos operacionais relacionados com vendas de jogadores e participação em competições europeias) que, por sua vez, aumentará os proveitos operacionais relativos a direitos televisivos (redução de 3M€) e entusiasmará os adeptos (redução de 2M€).

Posto de uma forma simples, olhando para os números, o Sporting Clube de Portugal, como accionista maioritário na Sporting SAD, tem de obrigar a que seja feito um investimento forte na equipa profissional e na aproximação aos adeptos para aumentar drasticamente e rapidamente os seus proveitos. Há uma dificuldade clara nesta operação porque a Sporting SAD não tem Capital Próprio para investir.

Finalmente, se antes era o passivo que nos asfixiava devido à dívida de Curto Prazo ser a maior componente do passivo da Sporting SAD, agora não é esse o caso. Agora estamos no caso de uma descapitalização sem possibilidade de recurso a novas fontes de receitas a não ser através do futebol sénior, tanto pelos resultados desportivos como através da venda de jogadores. Há dois erros claros feitos nos últimos 5 anos. Redução do investimento em bons jogadores e manutenção de jogadores valiosos no plantel, desvalorizando-os devido à falta de êxito desportivo.

Se nos primeiros 5 anos da década precisávamos de reduzir a dívida, que foi feito, agora é preciso aumentar a receita… e rapidamente!!

Ou seja, estamos falidos.

Se não temos património, e estamos sem capitais próprios, se as nossas receitas não geram “cash flow” suficiente para as despesas correntes, temos que nos financiar (ou como agora se gosta muito de dizer, alavancar) recorrendo ao crédito.

Como os bancos estão a fechar as torneiras do crédito cada vez mais, não sei onde vamos buscar dinheiro para investir na equipa.

Uma solução seria aparecerem um ou dois CR em Alcochete mas isso não vai acontecer.

Estava exactamente a pensar no mesmo. Basicamente precisamos de dinheiro (Liga dos campeões= campeão da liga sagres) mas com uma equipa medíocre. Porque investindo, pela ordem de ideias, é mais um passo em frente para o precipício.

Como não vão aparecer CRonaldo’s que nos encham os cofres, o futuro não se adivinhará nada fácil.

Aqui vão algumas perguntas:

Contextualizando: a reestruturação da dívida em 2005 foi a venda da DE da SAD ao Clube, ou seja, a dívida não desapareceu, foi sim transferida para o Clube Sporting… não é algo que me pareça assim tão positivo. Seja como for, como é que se converte dívida de curto em médio e longo prazo (e definição de curto, médio e longo prazo) e em que relatório é que diz que foi a venda do Alvaláxia, Holmes Place e Edifício Stromp a reduzi-la, uma vez que estes não era activos da SAD?

Uma vez mais, o património foi vendido no final de 2006.

Uma vez mais, não foi através do património.

Sim, contextualizando uma vez mais à custa do Clube que acumulou 65 M€ de dívida da SAD.

A Sporting SAD não consegue manter a dívida nos níveis actuais porque fruto da má gestão tem um défice orçamental que pode ser reposto apenas com recurso à venda de muitos jogadores ou dos melhores jogadores, o que terá impacto na competitividade e levará a uma espiral de piores resultados no futuro próximo… gerando mais dívida a jusante.

Além disso, o entusiasmo dos adeptos não se explica tão facilmente com idas à LC, mas sim com a gestão das suas expectativas ao longo da época. Se tiveres uma pré-época de arromba e convenceres até o mais céptico de que tens muito boas hipóteses de ser campeão então sim, és capaz de ter dinheiro a partir do entusiasmo dos adeptos.

Jura? É que não se estava a ver nem nada. ;D Mas ainda houve os que acreditaram nas balelas da venda do património.

Tenho muitas dúvidas que venhamos a conseguir… a descapitalização não foi só de património físico, foi também de humano e muito deste não mais irá voltar.

Por fim, gostei da tua análise, e penso que as conclusões de que é necessário ter maior competitividade sem aumentar a dívida… agora falta o resto, ou seja, não podes simplesmente dizer “ah, agora tem de se investir muito”, para daqui a 2 ou 3 anos, quando a dívida aumentar como resultado do investimento feito e continuarmos sem ganhar nada dizeres “ah, o erro cometido foi ter investido muito”. Se reparares com atenção verificas que o factor-chave que nunca é atingido e que leva a que toda e qualquer medida seja retrospectivamente considerada um erro é sempre o mesmo: o sucesso desportivo.

O amigo Migo acaba com uma verdade la palissiana, ou seja, a despesa foi durante muitos anos combatida de forma brutal, e apesar de hoje em dia existir ainda um desequilibrio preocupante (o actual exercício é o melhor exemplo), muitas das situações do passado foram, de alguma forma, corrigidas. Depois termina com a conclusão que já era evidente, para quem tem dois palmos de testa, desde há uns 5 anos… há que potenciar a receita se o Sporting quer ter algum tipo de desejo de se manter um grande competitivo, coisa em que as várias direcções têm falhado abjectamente.

No entanto, e para que se possa discutir com algum rigor, é também necessário não incorrer em erros (eu imagino que é apenas desconhecimento), como o que o Paracelsus já apontou.

Eu sempre detestei os provérbios portugueses, mas quando li a análise do Migo lembrei-me logo do “com as calças do meu pai também sou um grande homem”.

E já nem me quero lembrar do que as VMOC’s farão ao actualmente aceitável passivo da SAD. É certo que também lhe darão recursos para gerar receita, mas será que a sociedade (os seus gestores, basicamente) estão em condições de o aproveitar, se durante todos estes anos não o conseguirão?

O que dizer mais quando o próprio utiliza o adjectivo “näif”?

É uma analise feita por alguém que não tem formação académica na área. Corrijam-me se estiver errado!

Aproveitando a boleia, gostava de deixar algumas considerações. De uma vez por todas, o sucesso desportivo tem de ser o fim último e a principal bitola de avaliação do trabalho da SAD. E por sucesso desportivo quero dizer o título de campeão nacional, no mínimo.

Assim sendo, toda a análise económica - e, por inerência, financeira - da Sporting SAD deve andar à volta de duas questões:

  • De quanto dinheiro por época é que precisamos para montar e manter uma equipa com elevadas probabilidades de ser campeã nacional?

  • Como é que podemos gerar receitas suficientes para alcançar e manter esse nível?

A resposta à primeira pergunta dá-nos a meta para avaliarmos a qualidade da gestão do futebol do Sporting. A resposta segunda é a base da estratégia para essa gestão.

Lamúrias das direcções do Sporting, são às pazadas. Mas respostas a estas questões decisivas, nunca as ouvi.

Por isso, sem metas, sem estratégia de crescimento e sem monitorização de resultados, não espanta que a única coisa a que as direcções do Sporting estejam reduzidas é à navegação à vista.

Todos conhecemos os resultados: estamos a ficar para trás dos nossos rivais de uma forma tão acelerada quanto desnecessária. A verdade é que, seja por incompetência, negligência ou cumplicidade, o potencial de receitas do futebol do Sporting está MUITO subaproveitado.

  • Só em direitos televisivos das competições nacionais, podíamos à vontade gerar 20 milhões de euros por época - contra os actuais 7. Bastaria para tal trabalhar para quebrar o monopólio da Olivedesportos - o que implica um trabalho de sapa para atrair potenciais interessados e para criar uma alternativa in case all else fails (que pode ser uma Sporting TV).

  • As receitas de bilheteira estão, como é público, muito abaixo do que podem ser. Deve ser estabelecida uma meta razoável de ocupação - digamos 40000 lugares. A uma média de 120 euros por lugar (que é uma estimativa conservadora), isto representaria 5 milhões de euros por época - mais 2 milhões de euros face à situação actual.

  • Também as receitas de quotização estão pelas ruas da amargura. Também aqui é necessário ser ambicioso e estabelecer uma meta, que podem ser os 100.000 sócios pagantes de que falava JEB. Não é nada do outro mundo para um “grande” - veja-se onde já vão os piolhosos no número de sócios. A uma média de 7,5 euros por quota mensal (para dar conta de correspondentes e juvenis e do financiamento para as outras modalidades), isto significaria 10 milhões de euros por época - mais 5 milhões do que na actualidade.

Só nestas três rubricas, chegamos a 30 milhões de euros. E agora falta adicionar as receitas da publicidade no estádio (também nas mãos da Olivedesportos…), os patrocínios do futebol sénior e da Academia, do merchandising - e as receitas extras de prémios de competições europeias ou da venda de jogadores.

Ou seja, apontar para um orçamento anual de 40 milhões de euros - contra os 25 actuais - não me parece nada do outro mundo. E, como devemos ser ambiciosos, podemos estabelecer uma meta: um orçamento de 50 milhões para atacar a época de 2014/15, altura em deverão entrar em vigor os novos contratos de direitos televisivos.

Agora, trabalhe-se para isso.

Tanto a meta dos 40M, como a dos 50M parece-me demasiado ambicioso. Não que não seja possível, mas pk existem demasiados conflitos de interesse que impedem por exemplo ganhar 3x com receitas televisivas.
No entanto, penso que o aumento de receitas deverá necessariamente passar pelos pontos que falas…
As verbas resultantes da venda de jogadores, deveriam ser sempre para comprar novos jogadores e aumentar o valor da equipa.

Num mundo ideal, se o futebol do Sporting tivesse receitas de 40M por época e gastasse 40M era bom.
Daria para que todo o dinheiro das competições europeias e da venda de jogadores, fosse para o reforço da equipa! Mas isso não acontece!
Por exemplo, mesmo não estando directamente na CL este ano, deveríamos ter feito mais de 5M nas competições europeias deste ano, entre publicidade, receitas de bilheteira, prémios de jogo, transmissões… Esse dinheiro foi todo para o défice do orçamento… Assim como é óbvio não dá!

Parte dessas receitas teriam de ir sempre para pagar os empréstimos.

Eu, na minha condição de leigo em economia e finanças, acho que estas análises ficam sempre incompletas se não compararmos as nossas realidades às dos nossos directos competidores. Como estão eles? Melhor ou pior? Em que aspectos?
Porque o Sporting não vive num vazio, este “benchmarking” ( este estrangeirismo fica sempre bem e faz-me parecer um especialista :D) parece-me uma componente essencial da análise. No entanto, louvo o esforço e a qualidade do trabalho de quem tentou fazê-la.

Estão todos mal :inde: nesse sentido acho que não vale a pena comparar. O que vale a pena é esforçarmo-nos para ficarmos mais à vontade financeiramente.

Até o Porto até há pouco tempo estava em falencia tecnica (não sei se este ano saiu) mesmo com todas as benesses do ciclo fruta-campeoes-liga dos campeoes-mais dinheiro-melhores jogadores-campeoes

Já que falas no porto…a impressão que eu tenho é que o orçamento deles é muito elevado e só funciona em circunstâncias especiais, como as que eles têm conseguido nos últimos anos. Mas julgo que também entrarão em dificuldades com uma ou duas épocas seguidas fora da Liga dos Campeões. O trabalho a que o Sporting foi obrigado, de redução de despesas, fruto das circunstâncias diferentes dos corruptos, pode ter agora que ser feito lá para os lados do Estádio do Ladrão.

Não percebo a necessidade de comparar a nossa situação aos dos nossos principais adversários.

A nossa situação é muito má…e com o mal dos outros podemos nós bem.

Se a nossa é má e a dos outros for ainda pior, isso não nos coloca numa posição de vantagem relativa?

A nossa situação é péssima e não se apuram responsabilidades… Apenas prémios aos administradores e votos de confiança a cada AG e a cada eleição…

Não! Isto não são contas de mercearia. Eu devo 250€, mas como o vizinho do 3ª Esq deve 650€ estou bem melhor. Acontece que se eu ganhar 600€/mês, os 250€ têm um impacto bem maior que os 650€ do vizinho se ele ganhar 2500€ mês.

Qualquer um dos nossos adversários directos tem receitas bem superiores às nossas. Qualquer um deles tem um plantel mais valioso que o nosso. Qualquer um deles tem atletas valorizados e capazes de gerar mais valias muito superiores ás nossas. Qualquer um deles está a gerar mais e melhores expectativas em relação à próxima época junto da sua massa adepta do que nós e independentemente do que devem, qualquer um deles tem maior capacidade de investimento do que nós. Diz-me em que ponto é que estamos em vantagem?

E não confundamos o impacto que uma não ida à champions tem no nosso orçamento comparado com o dos corruptos do norte. É que o ano passado eles foram só o clube que mais dinheiro fez a vender jogadores no mundo inteiro, dando-se ao luxo de ter sobrado mais-valias na ordem dos 35 milhões de euros para o exercicio actual, daí terem apresentado o lucro que apresentaram. Têm interessados no Burro Alves e no Tatuagens ambulante e nós andamo-nos a chorar para que nos comprem um jogador que seja, porque já nem garantias bancárias no valro de 3 milhões conseguimos assegurar para comprar o Petrovic! Onde é que afinal estamos em vantagem?

O problema não é dever. Dever todos devem. O problema é a baixa receitas anual, e o SCP fruto da incompetência da sua gestão se ter deixado cair numa situação em que tem um passivo da magnitude dos seus adversários, senão superior, sem ter a correspondente mais-valia desportiva que eles têm. Isto aliado a um discurso calimerico que só enterra a nossa credibilidade enquanto entidade pagadora, e à alienação definitiva de parte significativa do património garante-nos uma crescente dificuldade em obter crédito.

Como a direcção se recusa a trabalhar com outros bancos que não o BES e o BCP, nunca saberemos até que ponto seria vantajoso para nós refinanciar a nossa divida com terceiros a um prazo mais alargado por exemplo. Mas como o SCP é gerido numa premissa de recompensar favores (FSF dixit) em vez da defesa intrínseca dos interesses do clube, bem podemos esperar com o rabinho sentado que os nossos dirigentes movam uma palha que seja nesse sentido.

O benchmarking nas eras das SADs até que é relativamente simples porque os 3 clubes têm exactamente os mesmos objectivos… nos últimos 10 anos (porque foi mais ou menos a partir daí que as SADs começaram a carburar nos 3 clubes):

Porto
Campeonato - 6
Taça de Portugal - 5
Supertaça - 5
Taça da Liga - 0
Taça UEFA - 1
Liga dos Campeões - 1

Benfica
Campeonato - 2
Taça de Portugal - 1
Supertaça - 1
Taça da Liga - 2
Taça UEFA - 0
Liga dos Campeões - 0

Sporting
Campeonato - 1
Taça de Portugal - 3
Supertaça - 3
Taça da Liga - 0
Taça UEFA - 0
Liga dos Campeões - 0

Conclusão: Porto está muito melhor que Benfica e Sporting, a léguas mesmo, e depois o Benfica acabam por estar aproximadamente ao mesmo nível, embora o Benfica leve vantagem com a conquista de mais um campeonato que o Sporting.

A tua pergunta está errada. A questão não é como estão agora. A pergunta é como vão estar daqui a 5-10 anos - o que planeiam e o que estão a fazer para o conseguir.

Só para teres uma ideia, o Benfica estabeleceu o preço de 25 milhões de euros/época como base de negociação para os seus direitos televisivos a partir de 2013/14 – um valor que até me parece bastante razoável. Para o conseguir, correu com a Controlinveste da SAD e criou um canal próprio. A primeira medida corta pela raíz conflitos de interesses prováveis no interior da SAD. A segunda, além de ser uma central de propaganda (e de divulgação das modalidades e da história do clube, reconheça-se) oferece-lhe uma alternativa de passagem dos jogos em caso de recusa da Olivedesportos em pagar mais. Ou seja, o Benfica está a criar poder negocial. Junta a isto uma dinâmica muito maior que a nossa de crescimento de associados e receitas de bilheteira superiores – e prepara-te para lhes dizeres adeus a partir de 2013.

Corrijam-me se estou a ler mal, mas segundo o gráfico a divida de medio/longo prazo, de 2007 para 2008 desceu um pouco mais de 20 Milhões, o que coincide com a venda do Nani… Poderei concluir que, afinal, o dinheiro do Nani sempre foi para algum lado ?

SL