Análise à Pré-Época 2011/2012:
Como seria de esperar, a tarefa de Domingos adivinhava-se complicada. Pegar num clube completamente descaracterizado, onde a cobrança é enorme e o orçamento é reduzido (se o compararmos aos nossos rivais, nacionais e internacionais), aliado ao facto de ter que construir, de raiz, uma equipa que se pretende competitiva e ganhadora, é sem sombra para qualquer dúvida um desafio só ao alcance dos mais audazes. Construir uma equipa, capaz de respeitar o nome do Sporting, juntando mais de uma dúzia de reforços, aos desmoralizados jogadores da época passada, não facilitará as coisas, tornando ainda mais complicado o cenário.
No entanto, os primeiros jogos disputados nesta pré-época ajudaram a criar uma onda de euforia, diga-se de passagem, desmedida e completamente incompreensível, só possível devido à enorme sede de vitória que a grandiosa massa adepta leonina sente.
A pré-época começou com os seguintes jogos:
Jogo 1: Sporting 3 – 0 Alta Lisboa (jogo à porta fechada, em Alcochete)
Jogo 2: Sporting 8 – 0 Presikhaaf (Estágio na Holanda)
Jogo 3: Sporting 3 – 0 Telstar (Estágio na Holanda)
Os jogos contra equipas amadoras, para mim, só servem para três coisas:
1 – Desentorpecer os músculos;
2 – Cada um perceber os terrenos que os colegas ocupam;
3 – O Postiga marcar golos.
No entanto, gostaria de salientar a escolha do 4x2x3x1, como primeiro esquema táctico da época. De salientar, que Domingos não aproveitou estes jogos para treinar outro sistema, preferindo, desde longo, começar a implementar rotinas dentro da equipa, no referido esquema. Para além disto, um ou outro apontamento interessante, que me vou escusar de mencionar, porque contra estas equipas, tudo fica mais fácil.
Jogo 4: Sporting 3 – 0 Ankaragüçü (Estágio na Holanda):
No primeiro jogo com um nível de dificuldade aceitável, disputado no dia 18 de Julho, ainda em solo holandês, o Sporting defrontou o 13º classificado do campeonato turco da época passada, o Ankaragüçü. Seguindo a linha das últimas partidas, Domingos estruturou a equipa no 4x1x3x2 dinâmico e pressionante, onde se evidenciaram Rinauldo, Schaars e Izmailov, que começava a entusiasmar e a fazer esquecer os tempos difíceis por que passou. Tudo indicaria que teríamos o internacional russo de volta e a 100% o mais rapidamente possível. Demonstrou a raça e a intensidade que nos habituou nos primeiros tempos e, juntamente com a agressividade e força do Rinaudo e a qualidade de passe e a assertividade nas bolas paradas do Schaars, lideraram toda a mecânica da equipa, fosse ela defensiva ou ofensiva, fosse na rápida recuperação de bola, ou na alimentação do ataque. Quem lucrou com isso, foram os avançados, que souberam responder, com golos, a todo o caudal ofensivo enleante criado pelo meio-campo, ao qual a equipa adversária só soube responder com (diga-se) dureza excessiva. O quarteto defensivo não teve trabalho digno de registo, ficando para testes posteriores, a avaliação das reais capacidades, tanto do sistema defensivo como do consequente entrosamento dos jogadores.
Em suma, jogo mais fácil do que seria esperado, muito por mérito da intensidade do meio-campo leonino, que foi capaz de dominar e controlar todo o jogo, anulando, quase por completo, o futebol do Ankaragüçü.
Uma nota negativa para Domingo que decidiu insistir, durante todo o estágio, num único sistema táctico para os testes competitivos. Não duvido que tenha treinado outras alternativas, durante os aprontos. No entanto, consideraria vantajoso ter-se utilizado os jogos-treino, não só para testar as várias soluções individuais, como também para se testar algumas alternativas tácticas, ao escolhido como principal.
Jogo 4: Sporting 2 – 1 Juventus (Canadá):
No dia 23 de Julho, o Sporting deslocou-se ao Canadá (para grande alegria dos milhares de emigrantes que, à distância, sofrem pelo Sporting), para defrontar a Juventus, numa partida que se adivinhava como o primeiro grande teste, às reais capacidades da equipa de Domingos. E a resposta não podia ter sido melhor.
No seguimento do que tinha vindo a ser feito, Domingos apostou no habitual 4x1x3x2, com 4 elementos, a meio-campo muito dinâmicos, onde se evidenciaram novamente Rinaudo e Schaars, pela intensidade na disputa dos lances e pela qualidade nas intervenções, com e sem bola, secando totalmente o meio-campo experiente e de qualidade inegável da Juventus. Talvez por surpresa ou por pura incapacidade, a Juventus não apresentou uma equipa que conseguisse anular o espírito guerreiro do Sporting, entregando o seu futebol à inspiração de uma ou outra individualidade. Por esse facto, o maior colectivismo do Sporting sobressaiu, construindo um domínio seguro da partida. Desse colectivismo, emergiu uma individualidade: Yannick Djaló, autor dos 2 golos e criador de vários momentos de pura magia.
Um teste bastante positivo, cujo resultado só peca por escasso, tal foi a supremacia da equipa do Sporting. De facto, a chave desta equipa continua a ser o meio campo, tendo o quarteto defensivo passado neste teste complicado, com nota positiva, principalmente o norte-americano Onyewu, que impôs a sua presença de forma sólida e robusta. Fica só uma mácula, no golo sofrido, que indicia uma má colocação da linha defensiva e, por jogar muito subida, apresentar dificuldades na recuperação. A nível individual alguns pontos negativos a realçar, que irei mencionar, mais adiante, na análise individual.
Jogo 5: Sporting 0 – 3 Valência (Jogo de Apresentação, Alvalade):
Aproveitando a onda eufórica criada em torno da equipa, devido à boa campanha na pré-época, principalmente após a vitória sobre a Juventus, foi possível encher o Estádio José Alvalade (a 3ª maior enchente da sua história) de paixão e fervor sportinguista, em torno de uma causa. O nosso clube é isto e nada mais que isto. Está vivo e tem a coragem para seguir em frente. E é esta a nossa função, enquanto adeptos, enquanto apaixonados: apoiar os nossos sempre, incondicionalmente.
Analisando o jogo, O Sporting inicia a partida com Rui Patrício na baliza, João Pereira, Carriço, Onyewu e Evaldo, Rinaudo, Izmailov, Schaars e Yannick, Postiga e Rubio. A equipa do Sporting aproveitou a embalagem fornecida por toda a onda eufórica à sua volta e partiu a todo o gás, no seu já habitual, dinâmico e agressivo 4x1x3x2. Só que, do outro lado, estava um Valência bastante organizado, onde cada jogador sabe os terrenos que pisa. E por detrás do dinamismo e da agressividade, sugiram desorganização defensiva e incapacidade ofensiva. A ânsia desmedida em mostrar, desde logo, a toda a massa adepta, que podiam contar com esta equipa, resultante da manifesta inexperiência que advém da juventude da maioria dos seus jogadores e ainda a visível falta de entrosamento entre as linhas mais recuadas e a falta de ritmo de alguns dos jogadores são alguns dos factores que podem justificar a terrível entrada em campo. Descoordenações defensivas constantes, entre centrais, laterais e centro-campistas, uma defesa a jogar demasiadamente subida, para as características dos centrais utilizados (principalmente o norte-americano que se apresentou ainda com, uma mais que natural, falta de ritmo), a visível desinspiração dos dois motores do meio-campo (Rinaudo e Schaars), a mais que óbvia incapacidade física de Izmailov e o forçado recuo excessivo de Yannick foram sinais evidentes que, não só isolaram a dupla atacante do resto dos sectores, como expôs todas as lacunas do Sporting, a um rival mais preparado e mais organizado. A instabilidade rapidamente deu lugar ao nervosismo. Não era a noite do Sporting. A superioridade da equipa do Valência, na primeira parte, foi tão mais evidente que o resultado, ao intervalo, tinha tanto de decepcionante como de inevitável. Da demasiada impulsividade inicial, ao nervosismo contagiado a toda a equipa foi um ápice e o marcador expressou fria e cruelmente a diferença entre as duas equipas.
A segunda parte foi completamente diferente. Se, por um lado, tivemos um Valência muito mais tranquilo, confortavelmente instalado num resultado construído com mérito, por outro tivemos um Sporting mais assertivo a nível organizativo, mais concentrado e consciente de que havia uma camisola para defender. Domingos, pela primeira vez em jogos nesta pré-época, decide abdicar do habitual 4x1x3x2, substituindo-o por um 4x2x3x1, bastante mais seguro e que, em momentos ofensivos, se transforma num 4x3x3 com linhas bem subidas e próximas do ponta-de-lança. Aproveitou, igualmente para ir fazendo algumas alterações ao longo deste período, entrando Boeck para o lugar de Patrício, Pereirinha foi testado, primeiro a médio, no lugar de Izmailov e mais tarde a lateral direito, no lugar de João Pereira, Polga para o lugar de Carriço, Rodriguez para o lugar de Onyewu, Luís Aguiar para o lugar de Schaars, André Martins completou o meio-campo, apoiando directamente Wolfswinkel (no lugar de Rubio), Capel (no lugar de Yannick) e Carrillo (no últimos 10 minutos). Muito sinceramente gostei deste desenho e da abordagem dos jogadores a esta mudança porque, primeiro evidencia inteligência táctica da equipa, que muda de sistema de jogo ao intervalo e soube subir de rendimento, e depois porque agradou-me a segurança dos dois médios mais recuados, com mudanças constantes da posição do vértice do triângulo, com Luís Aguiar a ter um papel fundamental nos equilíbrios da equipa. Por outro lado, gostei da profundidade da equipa nas alas, principalmente da entrega do Capel (no seu jogo de estreia) e da irreverência do Carrillo (poderemos ter aqui um caso sério daqui a uns tempos, se lhe for dado tempo e espaço para crescer). Na defesa, Polga e Rodriguez tiveram um papel muito importante, na segurança que souberam transmitir à equipa.
Em jeito de conclusão, de facto, o resultado foi pesado demais. Na minha opinião, não considero o Sporting assim tão inferior a este Valência. No entanto, este resultado tão desnivelado só foi possível devido às enormes fragilidades defensivas que a equipa evidenciou e que contaminaram todos os jogadores com uma síndrome neurótica desproporcionada. Mas teremos que compreender que não deverá ser fácil para estes jogadores, jogarem pela primeira vez em casa, com o estádio completamente cheio de adeptos sedentos por vitórias. Os jogadores sentiram a pressão na primeira parte e o resto foi o que se viu. Por outro lado, excelente resposta na segunda parte, com os jogadores a saberem dignificar a camisola e a não voltarem a cara à luta. Tiveram a inteligência para se unirem e se organizarem, tendo apenas faltado o golo, que seria um prémio mais que justo.
Uma última nota para a massa adepta do Sporting: somos mesmo a melhor massa adepta do mundo. Continuemos a apoiar esta equipa e eles honrar-nos-ão. Não tenho dúvidas disto.
Jogo 6: Sporting 1–3 Malaga (Torneio Ramon de Carranza):
Duas partes distintas.
Na primeira parte, Domingos colocou a equipa no habitual 4x1x3x2, com Rui Patrício na baliza, o quarteto defensivo composto por João Pereira, Onyewu, Rodriguez e Evaldo, André Santos como centro-campista mais recuado, Capel na esquerda e Yannick na direita, com Schaars a tentar organizar e apoiar os dois avançados, Postiga e van Wolfswinkel.
O Sporting começou mal e levou cerca de 10 minutos a entrar em campo. Encarei este momento como um claro mecanismo de defesa por parte da equipa, para contrapor o claro início desgarrado no jogo contra o Valência, que acabaram por resultar num golo sofrido. Domingos chamou claramente à atenção para esse facto e, neste jogo, a equipa entrou a medo e claramente na espectativa. Depois equilibrou e até superiorizou-se ao Málaga. Organizado e pressionante, capaz de recuperar muitas bolas, mas sempre com pouca objectividade ofensiva. Muita entrega, muito coração, mas pouco discernimento. Ainda durante a altura em que o Sporting estava por cima, no encontro, van Wolfswinkel teve uma excelente oportunidade para marcar, mas na hora de recepcionar a bola, não teve calma nem frieza suficientes para ser eficaz, desperdiçando aquilo que poderia ser um golo certo. Depois houve aquela entrada violenta do Onyewu e correspondente sururu, que só serviu para desconcentrar a equipa. O Málaga aproveitou e chegou ao primeiro golo, num claro momento de desconcentração da defesa. A partir desse momento, o Sporting desapareceu e as fragilidades defensivas começaram a aparecer em catadupa. Aliado ao facto de o meio-campo estar completamente perdido, sem consistência no meio e sem agressividade nas alas. O ataque esteve pouco em campo e muito isolado do resto da equipa, na maioria das vezes, por falta de ligação dos sectores. Muitas das dificuldades defensivas que o Sporting sentiu provieram das alas, não só por ineficácia dos laterais, mas pela falta de apoio dos médios-ala. Isso foi evidente, principalmente no lado esquerdo, onde Capel não recuou, deixando Evaldo entregue à sua sorte, com Joaquim pela frente. O Málaga chegou facilmente ao 2-0, de forma merecida.
A segunda parte não poderia ser mais distinta. Primeiro que tudo, no esquema táctico. Domingos optou por testar, pela segunda vez o tal 4x3x3, que, sem bola, se transforma facilmente num 4x2x3x1 bastante dinâmico. Procedeu, igualmente, a algumas alterações na equipa: Onyewu deu lugar a Carriço, Rinaudo entrou para o lugar de Postiga, ficando no meio campo com André Santos e Schaars (mais tarde, este foi substituído por André Martins) e nas alas trocou Yannick por Carrillo e Capel por Jeffrén, deixando van Wolfswinkel sozinho na frente (mais tarde, deu lugar a Diego Rubio).
Mudou, principalmente a intensidade da equipa, quando tinha a posse da bola, usando um futebol bonito, ao primeiro toque e quase sempre em velocidade, onde os alas tiveram papel determinante na dinâmica da equipa e onde o meio-campo, não só demonstrou muita intensidade defensiva, como objectividade atacante. O Sporting conseguiu reduzir através de uma boa desmarcação de Diego Rubio, a passe de Rinaudo e parecia poder chegar rapidamente ao empate. Na melhor fase do Sporting, o Málaga mata o jogo, marcando o 3-1, num contra-ataque letal, por intermédio de Júlio Baptista. Ainda antes do final da partida, o Sporting teve algumas oportunidades para poder reduzir. Aceito a derrota do Sporting, como castigo pela paupérrima primeira parte, mas considero o resultado injusto.
Notas positivas para Diego Rubio, que manifesta ter um sentido posicional e uma veia goleadora notáveis (está aqui um senhor jogador, sem sombra para qualquer dúvida), para Rodriguez, que se assume, cada vez mais, como líder da defesa do Sporting e para André Santos, que provou ser uma excelente alternativa a Rinaudo (depois do jogo menos conseguido contra o Valência, por parte do argentino). Notas negativas para Schaars, que parece vir a perder gás, para Evaldo, que não acerta um tempo entrada a um lance, seja defensivo, seja ofensivo e para Capel e Jeffrén, que ainda têm muito trabalho pela frente, para justificarem um lugar na equipa titular.
Jogo 7: Sporting 2–2 Udinese (9-10 após gp) (Torneio Ramon de Carranza):
Pela primeira vez, Domingos decidiu começar uma partida com o esquema táctico que tem sido a segunda escolha durante estes jogos da pré-época: o 4x3x3. Não só, foi o sistema de jogo com que começou, como foi o único a ser testado, nesta partida. Marcelo Boeck recebeu a oportunidade para fazer um jogo completo e teve a companhia, na defesa, de Pereirinha, Polga, Carriço (substituído por Rodriguez ao intervalo) e Turan, que fez a sua estreia com a camisola do Sporting (substituído ao intervalo por Evaldo); o trio de centro-campistas foi composto por Rinaudo, André Martins e Schaars (substituído por André Santos no período de descanso) e na frente, Yannick (Capel na segunda parte) e Jeffrén (com Carrillo a entrar aos 76’) apoiaram o único ponta-de-lança Postiga (Rubio entrou para a segunda parte).
Nesta partida, o Sporting, mais uma vez, evidenciou muitas deficiências nos processos defensivos e os golos da Udinese resultam precisamente erros de posicionamento e de coordenação. O primeiro golo da Udinese então, é verdadeiramente anedótico, com vários erros colectivos e individuais a apontar. No entanto, estes jogos servem mesmo para isso: errar e posterior correcção para que não voltem a acontecer, em jogos mais a sério.
No entanto, apesar de, mais uma vez, ter-se sofrido um jogo cedo, a equipa soube se unir em torno da garra de Rinaudo e, sob a batuta do argentino foi possível reorganizar a equipa, tornando-a bastante mais consistente. As melhorias foram ainda mais significativas, após o descanso, quando Domingos substitui Schaars por André Santos.
Ainda na primeira parte, uma nota positiva para alguns lances individuais de Yannick, que, inclusive, desperdiçou uma clara oportunidade de golo, que daria o empate.
Na segunda parte, para além das melhorias já mencionadas, há um nome que sobressai: Diego Rubio. De facto, este jovem tem surpreendido pela sua astúcia no posicionamento e pela sua eficácia na finalização. É dele todo o mérito no golo do empate, pois foi rápido o suficiente para executar o desvio ao remate transviado de Rinaudo. Depois disto, o Sporting superiorizou-se claramente à Udinese, no domínio da partida, empurrando a equipa italiana para bem longe da baliza leonina. No entanto, sempre sem grande objectividade, mas com um par de situações de qualidade, com mais uma vez Rubio em evidência. Numa altura em que o Sporting dominava claramente os acontecimentos, sofre o segundo golo, num lance caricato de bola parada, com esta a sobrevoar toda a área leonina e a ser desviada num segundo poste, completamente desprotegido. Já no final da partida, num lance de pura raça do Rinaudo, este ganha uma grande penalidade, que permitiu a Rubio (mais uma vez) empatar a partida e levar a decisão de quem seria o 3º classificado para os pontapés da marca de grande penalidade. A Udinese teve mais sorte e ficou com o prémio do último lugar no pódio.
A título conclusivo, esta pré-época foi esclarecedora em colocar a nu, as carências defensivas que o Sporting tem, desde já há algumas épocas, e que não conseguiu, para já colmatar com a aquisição de jogadores que significasse ser uma mais-valia imediata. Por isso, prevê-se que, para já, a base da nossa defesa seja aquela que se herda da época passada, talvez com o reforço de Rodriguez, que demonstrou ser uma clara mais-valia. De resto, os mesmos do costume. Por esse facto, Domingos terá muito trabalho pela frente, para aperfeiçoar, o mais rapidamente possível, os processos defensivos da equipa e esta terá que ter bastante celeridade na assimilação desses processos. Caso contrário, teremos muitos dissabores nestes próximos jogos.
No meio-campo, as mudanças serão radicais. Não só nos jogadores, como no sistema e na filosofia de jogo. Nesta zona do terreno, evidenciou-se Rinaudo que se mostrou um guerreiro, dando garantias de base para se criar uma equipa forte. Terá que moderar o seu ímpeto em alguns lances. Um meio-campo que contará, igualmente com a experiência de Schaars, que terá que ser muito mais parecido com o do início da pré-época do que este, das últimas partidas onde, visivelmente perdeu muito gás. Na calha para o substituir está a postos André Santos, que já demonstrou ser um membro à altura do internacional holandês, se Domingos pretender jogar com duplo-pivô.
Na frente, o destaque vai todo para Diego Rubio, não só pelos golos que marcou, mas por ter demonstrado uma extraordinária veia goleadora. Mas não podemos esquecer que estamos na presença de um jogador júnior de 2º ano, com 18 anos completados há pouco tempo. A sua inclusão na equipa titular dependerá em muito do sistema de jogo utilizado pelo Domingos. Se optar pela dupla de avançados, provavelmente, poderá avançar para a equipa, mas se se optar por um duplo-pivô a meio campo, o lugar de avançado deverá ir para um jogador mais experiente.