Bem, a pedido de muitas famílias, venho aqui defender as praxes e contar a minha história.
Ora bem, eu entrei em Évora, e para aqueles que não sabem, Évora é(foi) um dos sítios com mais tradição académica, e em que a praxe é mais puxada.
Eu fui praxado durante um mês inteiro, e quando acabaram as praxes, entrei na segunda fase em Lisboa.
Princípio número 1 das praxes… “É estritamente proibido por em causa a integridade física e psicológica do caloiro”
Em Évora, esse princípio não foi salvaguardado. Em Évora o bixo é tratado mal, muito mal mesmo. O bixo não pode olhar nos olhos do veterano, tem de olhar para o chão… Para aqueles que já me conhecem aqui no fórum, percebem como isso para mim é difícil. Em Évora eu tive de fazer “de sombra” de um cão… imitar tudo o que o cão fazia… praxe que acabei com os joelhos em sangue… etc… Porém, em Évora, os bixos como são tratados mal, em grupo, esse grupo sai muito fortalecido. Ainda hoje conheço alguns dos colegas que apenas tive contacto naquele mês…
Saí de Évora e fui para Lisboa, para uma residência de estudantes… não fui praxado na universidade. Fui mal praxado na residência.
No meu segundo ano, fui um dos fundadores da comissão de praxe de residência. Trabalhei que me fartei para construir um código de praxe que integrasse os caloiros sem nunca esquecer o tal princípio. Trouxe as praxes que achei que integravam os caloiros em Évora, e critiquei os que sugeriam as outras. No meu segundo ano, os caloiros da residência foram bem praxados, e os dos anos seguintes também, sempre com malta que foi praxada no ano anterior a querer participar nas praxes… e não era para se vingar… era mesmo porque eram praxes fixes em que TODA a gente se diverte.
Nesse meu segundo ano, tive uma data de reuniões com malta da tuna e da AE da minha universidade para criarmos um código de praxe da universidade. Os esforços não me valeram de muito… a AE mudou, e a nova não tinha as mesmas ideias :s. Ainda assim, um curso aproveitou esse código de praxe, e fundaram a comissão desse curso. Com a maior parte da comissão a pertencer a residencia. Actualmente, quase todos os cursos da minha universidade têm comissões de praxe, quase todas presididas com malta da residência… com malta que sabe praxar.
Agora imaginem o que senti quando a minha universidade nos comunicou, que estavam proibidas as praxes dentro do campus. Pelo que o Mariano Gago disse…
Espero que tenha esclarecido o que são as praxes no meu entender…
E um conselho dou aos que estão/vão ser praxados… vão para as praxes para se divertirem… mas se sentirem que estão a abusar, não tenham problemas em denunciar um veterano. Os tribunais de praxe servem para eles também, não é só para os caloiros.