A Praxe

Visto não haver um tópico sobre isto, creio que seria boa ideia discutirmos um pouco sobre este tema.

Qual a vossa opinião acerca deste assunto?

Para ajudar, vejam este artigo bem interessante na wiki

[url=http://pt.wikipedia.org/wiki/Praxe]http://pt.wikipedia.org/wiki/Praxe[/url]

as praxes foram apenaas e so a melhor semana que ja tive na universidade (tou no 5º ano) e vou a semanas academicas, recepçoes e outras festas, mas ate hoje nunca me diverti tanto como nessa semana

quem vai para se divertir passa uns bons momentos, quem vai para la contrariado e a fazer cara de “frete” é porque é parvo mas é so a minha opiniao

eu sou completamente a favor das praxes!!! :beer:

eu adorei ser praxado mas detestei praxar lol

A praxe é uma boa altura para os frustrados e recalcados que sempre tiveram alguma dificuldade em estabelecer boas relações e cultivar um grupo de amigos ao qual sempre quiseram pertencer mas nunca conseguiram, de se vingarem dos caloiros escondendo-se atrás do argumento da integração. É também uma boa altura para esses frustrados que sempre tiveram dificuldade em arranjar gaja, para se aproveitarem de uma pseudo-superior posição hierárquica para influenciar as raparigas de modo a efectivarem os seus intentos, é também uma boa altura para as cabras se soltarem e se vingarem de todas as relações falhadas com homens e todas as invejas cultivadas ao longo da vida em relação ás mulheres arquivadas por preconceitos sociais.
É aquele momento em que o falhado social se torna grande e se deslumbra. Integração ? Não ! A praxe na maior parte das vezes leva é a um afastamento do caloiro em relação ás suas obrigações universitárias, tal é o pavor que lhes é incutido.

Já estive em 3 instituições universitárias, já pertenci a uma tuna, já vivi a so caled vida académica, quantas vezes não ouvi amigos meus que foram praxados a dizer “para o ano vou-me vingar”, quantas vezes não vi amigas a deixar a universidade em lágrimas ou a refugiar-se em casa com medo de enfrentar esta ou aquela pessoa, com medo da humilhação, quantas vezes não ouvi o argumento de “ou és praxado ou és afastado de todas as actividades académicas e ainda pomos a tua fotografia na escola que é para ninguém te falar” integração? deixa-me rir… praxe ? não ! Animais!

A questão é polémica e certamente muita gente tem uma visão diferente e com legitimidade para tal , mas há quem saiba praxar e há quem saiba humilhar, infelizmente a linha de orientação é a segunda e com pouco ou nenhum controle sobre o processo em si.

O processo de integração não é algo que se atinga através da praxe, nem está provado que o mesmo seja facilitador de tal integração, é um processo natural do comportamento humano em sociedade, a integração em sociedade não é um processo feito tipo passvite, é um desenvolvimento gradual de aproximação determinado pela própria pessoa e ao seu próprio ritmo, não é através da humilhação publica e completamente descabida que tal processo se desenvolve.

Credo! Que visão negativista…
Creio que estás a exagerar na forma como passas a mensagem, pois praticamente dás a ideia de que isso é assim em todo o lado… É evidente que em todo o lado existem pessoas boas e pessoas más e isso na vida académica não é excepção! Pura também é preciso ter sorte no sítio onde se vai parar!

Falando na minha experiência pessoal, eu quando cheguei à Universidade também já ia informado que ia para um curso com tradições na cidade ao nível de praxe! Estava eu a acabar de fazer a matrícula e já estava a ser praxado forte ne feio com o veterano mais maluco do curso… Andei cerca de um mês (sim , um mês!) onde as praxes eram diárias e a verdade é que sobrevivi e posso dizer que adorei! Evidentemente que se me quisessem colocar a fazer alguma coisa que me ferisse na maneira de ser, só havia uma coisa que eu tinha a fazer e para a qual estava preparado: declarar-me anti-praxe!

No entanto, tenho de dizer que tive um mês duro (sim, porque andar a fazer flexões e abdominais a toda a hora é duro, mas ao mesmo tempo saudável! :D), com brincadeiras originais e com as quais muitas vezes me escangalhei a rir, tudo porque tive veteranos completamente malucos (no bom sentido da palavra!) e que davam piada à coisa… Evidentemente que para praxar não é qualquer gajo que serve já que deve reunir um conjunto de atributos necessários para que faça da praxe um acto de divertimento e não de humilhação, diria mesmo uma aptidão natural para essas brincadeiras… Posso dizer que eu no segundo ano acompanhei as praxes e que desde então nunca mais as segui com atenção, porque rapidamente conclui que era mais engraçado ser praxado do que praxar! Acabei por nunca praxar ninguém… :lol:

Hoje em dia vejo que na minha Universidade as coisas estão muito mais soft, já que o simples acto de mandar fazer uma flexão é considerado um acto de tortura! :wall:

Hoje em dia vejo que na minha Universidade as coisas estão muito mais soft, já que o simples acto de mandar fazer uma flexão é considerado um acto de tortura!

infelizmente os putos hoje em dia sao umas florzinhas que ai deles que lhes toquem :cartao:

Nada a ver… O problema é que houve indicações do próprio Mariano Gago que por causa de uma situação isolada resolveu promover castigos gerais!

Vivi bons momentos em praxe e conheci pessoas que dificilmente conheceria, um deles foi o Presidente da associação de estudantes que veio direito a mim e ordenou que deitasse ao chão o cigarro que acabara de acender, o qual obviamente me recusei a fazer, o espanto do rapaz foi tal que acabou por se tornar um dos meus melhores amigos. Admirou a coragem dito por ele… ainda hoje mantemos uma excelente relação de amizade. Recordo esse e muitos outros momentos com agrado em relação à praxe, mas não é isso que está em questão, no geral discordo da praxe, discordo daquilo em se tornou, discordo do aproveitamento revoltante com que muitas pessoas desempenham a praxe, acho que não funciona, e os seus verdadeiros intentos estão completamente desvirtuados.

As minhas são só para a semana por isso não posso falar ainda :lol:

as tuas vao ser excelentes porque na tua (minha) univ o pessoal ta nas praxes para se divertir e nao para gozar :wink:

e ainda bem que é assim ;D

O a327… têm razão ao dizer que não se devem generalizar os casos.

Mas vamos por partes.

O fundamento principal das praxes é integrar, certo? E eu pergunto, “as noites de bebadeiras” nas festas académicas, não são o suficiente?

Cada pessoa é uma pessoa, e o facto de que por cada Kokas e a32772, que se divertem nas praxes, há sempre uma outra pessoa que não vai achar piada nenhuma aos rituais. Todos nós sabemos o que significa o fenómeno anti-praxe: possibilidade de exclusão (e isto para quem vai estudar para uma cidade nova é meio caminho para desistir do curso e respectivos sonhos), já para não falar da ausencia de traje, que têm o simbolismo que tem.

A praxe é uma boa altura para os frustrados e recalcados que sempre tiveram alguma dificuldade em estabelecer boas relações e cultivar um grupo de amigos ao qual sempre quiseram pertencer mas nunca conseguiram, de se vingarem dos caloiros escondendo-se atrás do argumento da integração. É também uma boa altura para esses frustrados que sempre tiveram dificuldade em arranjar gaja, para se aproveitarem de uma pseudo-superior posição hierárquica para influenciar as raparigas de modo a efectivarem os seus intentos, é também uma boa altura para as cabras se soltarem e se vingarem de todas as relações falhadas com homens e todas as invejas cultivadas ao longo da vida em relação ás mulheres arquivadas por preconceitos sociais. É aquele momento em que o falhado social se torna grande e se deslumbra. Integração ? Não ! A praxe na maior parte das vezes leva é a um afastamento do caloiro em relação ás suas obrigações universitárias, tal é o pavor que lhes é incutido.

Estes casos, pelo que sei dão-se mais em escolas menos importantes, maior parte delas fora das de Lisboa e Porto. O que é certo é que eles existem, alguns já os presenciei ou me chegaram aos ouvidos, várias vezes. O exagero das praxes já levou inclusivamente a mortes de caloiros em Famalicão e na Escola Agrária de Castelo Branco, isto tudo porque os veteranos não sabem quando parar.

Outro aspecto que me parece importante é este:

"para o ano vou-me vingar"

Isto acaba por ser um ciclo vicioso. Geralmente, quanto pior se é praxado, pior se praxa, a questão da vingança é essencial aqui, o que só faz com que este ciclo se venha agravar continuamente, na minha fac as praxes tem tido tendencia a piorar. Felizmente que ainda há quem consiga dizer não.

Deixo outra questão. Já falei com holandeses, finlandeses, belgas, alemães e até mesmo turcos (da parte asiatica), e todos me dizem que o que se faz para integrar os caloiros é “leva-los para a noite”, portanto, não serão estes rituais, das paradas militares, das humilhações, do mexer em dejectos entre outras coisas piores, uma coisa retrogada de país retrogado?

Sim, é algo retrógrado… Conheço várias pessoas que com as praxes em vez de ficarem ‘enturmadas’ acabaram por ficar excluídas. Por exemplo, este ano já me chegou aos ouvidos que houve por aí uma praxe, não sei bem onde, que consistia em andar de joelhos à volta da área da Univ.

Eu pergunto: No que é que isto ajuda? Fica a conhecer melhor o perímetro e ganha umas dores para o resto do mês? :eh:

Praxes bacanas é chamar a caloirada sportinguista, e pintar-lhes o emblema na testa ou na cara.
E juntar a malta toda do curso a entoar canticos provocatórios aos cursos “rivais”. Isso é que é entormar pessoal.

Agora gritar com a caloirada, não deixá-los olhar nos olhos obrigando-os a ficarem de joelhos é a habitual atitude PARVA dos complexados.

Depende das brincadeiras… deve haver limites e se concordo que de alguma forma ajuda a integrar mais rápido os novos alunos, também acho que brincadeiras que impliquem humilhação excessiva devem ser pura e simplesmente proibidas.

kokas hoje foi o primeiro dia da “semana do caloiro” e não achei muita graça :inde:
Tive o dia quase todo de 4, tenho os joelhos em sangue e tou rouco. ::slight_smile:
Como é que posso saber o nome dos doutores todos se eles nem me deixam olhar para eles? ::slight_smile:

Até gostei de algumas brincadeiras mas alguns que lá andam são autênticas bestas com mania da superioridade (incluindo as raparigas). :arrow:

Ui, isso de teres gajas ressabiadas ainda é pior que ter que aturá-los a eles! Normalmente quando elas agem assim, é porque tiveram que contar (aturar gajos parvos) no primeiro ano e depois tem necessidade de vingarem a frustração em alguém…

Odeio profundamente praxes, tradições académicas, tunas, trajes e afins! tal como odeio a obrigatoriedade implícita!

E não, não sofri nenhuma praxe!

Simplesmente acho uma perfeita idiotice humilhar um caloiro, por mais disfarçada de brincadeira de bom humor que seja a praxe!

Ressalvo uma que este ano tive conhecimento que foi em Medicina que praxaram os caloiros fazendo-os andar por Lisboa a angariar dadores voluntários de medula óssea!

lol o primeiro dia é sempre pior mas depois curtes :wink: ja agora quem sao os teus drs?

Bem, a pedido de muitas famílias, venho aqui defender as praxes e contar a minha história.

Ora bem, eu entrei em Évora, e para aqueles que não sabem, Évora é(foi) um dos sítios com mais tradição académica, e em que a praxe é mais puxada.

Eu fui praxado durante um mês inteiro, e quando acabaram as praxes, entrei na segunda fase em Lisboa.

Princípio número 1 das praxes… “É estritamente proibido por em causa a integridade física e psicológica do caloiro”

Em Évora, esse princípio não foi salvaguardado. Em Évora o bixo é tratado mal, muito mal mesmo. O bixo não pode olhar nos olhos do veterano, tem de olhar para o chão… Para aqueles que já me conhecem aqui no fórum, percebem como isso para mim é difícil. Em Évora eu tive de fazer “de sombra” de um cão… imitar tudo o que o cão fazia… praxe que acabei com os joelhos em sangue… etc… Porém, em Évora, os bixos como são tratados mal, em grupo, esse grupo sai muito fortalecido. Ainda hoje conheço alguns dos colegas que apenas tive contacto naquele mês…

Saí de Évora e fui para Lisboa, para uma residência de estudantes… não fui praxado na universidade. Fui mal praxado na residência.
No meu segundo ano, fui um dos fundadores da comissão de praxe de residência. Trabalhei que me fartei para construir um código de praxe que integrasse os caloiros sem nunca esquecer o tal princípio. Trouxe as praxes que achei que integravam os caloiros em Évora, e critiquei os que sugeriam as outras. No meu segundo ano, os caloiros da residência foram bem praxados, e os dos anos seguintes também, sempre com malta que foi praxada no ano anterior a querer participar nas praxes… e não era para se vingar… era mesmo porque eram praxes fixes em que TODA a gente se diverte.
Nesse meu segundo ano, tive uma data de reuniões com malta da tuna e da AE da minha universidade para criarmos um código de praxe da universidade. Os esforços não me valeram de muito… a AE mudou, e a nova não tinha as mesmas ideias :s. Ainda assim, um curso aproveitou esse código de praxe, e fundaram a comissão desse curso. Com a maior parte da comissão a pertencer a residencia. Actualmente, quase todos os cursos da minha universidade têm comissões de praxe, quase todas presididas com malta da residência… com malta que sabe praxar.

Agora imaginem o que senti quando a minha universidade nos comunicou, que estavam proibidas as praxes dentro do campus. Pelo que o Mariano Gago disse…

Espero que tenha esclarecido o que são as praxes no meu entender…

E um conselho dou aos que estão/vão ser praxados… vão para as praxes para se divertirem… mas se sentirem que estão a abusar, não tenham problemas em denunciar um veterano. Os tribunais de praxe servem para eles também, não é só para os caloiros.

Tens todo o direito a isso, como é óbvio. Mas realço a parte a bold. Acho que ninguém deve ser obrigado a participar, caso não queira. E as praxes devem ter como objectivo único, introduzir os caloiros na vida académica, dando-lhes a conhecer a Universidade, e fazendo com que se conheçam uns aos outros.

Eu participei activamente nas praxes como caloiro, e depois como veterano, e foram dos melhores momentos da minha vida.