88ª Cerimónia dos Óscares - 2016

Para quem não percebeu, com razão, este post é sobre o filme Brooklyn.

Inicialmente pensei que ele se tinha enganado no tópico :lol:

Só depois quando olhei para a imagem do banner e reconheci a actriz em questão é que percebi qual era o filme :slight_smile:

^-^ :menos:

1. julgava que o título do filme estava na imagem, obrigado [member=6334]joaommx. :mais:

:lol:

Chamaste, [member=18529]Moutinho-Kun? :mrgreen: Não cheguei a tempo de comentar pré-nomeações, mas posso comentar os nomeados agora… 8)

Já tinha saudades de cá vir… Ando a trabalhar demai. :menos:

Ao filme Brooklyn dou 8 em 10. A história é bem simples mas pelo menos está muito bem cumprido e bem realizado. Gostei, deu para entreter, embora não seja um dos filmes memoráveis para a vida.

Ainda me falta ver todos os outros filmes “oscarizados”. Espero conseguir ver especialmente Hateful Eight, Spotlight, Danish Girl, The Martian, Carol. Realmente há bons filmes aqui, é bom que ultrapasse a “genialidade” do ano passado

Fico à espera! :mrgreen:

[The Revenant]

b[/b] é absolutamente tremendo o trabalho de Alejandro Gonzalez Inarritu que “começa” a construir uma carreira de enorme prestígio internacional [21 Grams, Babel, Biutiful, Birdman, The Revenant] com um ADN muito característico de procura pela melhor e|ou mais apurada simbiose entre a dinâmica|clima|ambiente|aura da peça e a imagem|direcção da mesma. :clap: :mais: É que se em Birdman, o estilo frenético do local - bastidores de uma peça de teatro! - é maximizado através de gravações à mão, planos titubeantes, diálogos apressados e uma banda sonora repleta de sons “soltos”, “perdidos”, “graves” e “agudos” - pequenos aspectos que (nos) fazem “viver-o-filme” e|ou “entrar-na-tela” - em The Revenant, o local onde se desenrola - ambiente florestal de uma enorme imensidão! - é (novamente) explorado com o máximo detalhe para que o espectador possa sentir-se, também ele, a navegar por entre os arbustos, montanhas, rios e|ou neve. Como? É dado um enorme detalhe ao espaço, e não ao “actor” (1) - há vários planos onde o “actor” é um mero adereço com gravações|filmagens aéreas! - a “banda sonora” é uma mistura de sons naturais adequados à perfeição como rajadas de vento, estalar de arbustos, pisadas de folhas, a ondulação de um rio, toda a iluminação durante a película é natural, para além do carimbo especial de Inarritu, com tantas cenas a serem gravadas a partir de um ângulo baixo, para que (nos) sentíssemos “abraçados” pela misteriosa|imponente natureza b. Exemplo:

[spoiler]
(1)

(2)
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2. a (2) também tem imagens de Tree of Life (?), ao que parece, mas não encontrei as imagens de The Revenant sozinhas. Inarritu traz-nos um trabalho absolutamente estupendo, novamente, à sétima arte e agora que já vi 6, dos 8, nomeados [The Revenant, Bridge of Spies, Brooklyn, The Martian, Mad Max, The Big Short], posso afirmar com alguma propriedade que dificilmente alguém terá feito um melhor trabalho em 2015|2016. Fora a direcção de Inarritu, a brilhante e lindíssima cinematografia, o tremendo trabalho de maquilhagem - só Di Caprio (?) ficava 5h na sala de maquilhagem! - a história não (me) convence, de todo, e a forma com que o argumento se move é tudo menos interessante. Há preguiça e|ou pouco interesse na contextualização de determinados temas e basicamente decidiram que quem quer que queira saber a história apropriada que procure na Internet a história de vida de Hugh Glass. Tirou-me interesse. Tirou-me, acima de tudo, propósito. É giro ver 2h30 de resiliência humana mas mais giro é dar à história algum interesse escrito - que poderia começar na devida contextualização da(s) personagen(s) - para que o espectador não fique com a sensação de que viu 2h30 de pessoas a andar, e a fugir, a andar, e a perderem-se, a encontrarem-se, e a fugir, a fugir e a andar, a andar para se vingar, a correr para encontrar, e a andar. Tenho dificuldade em considerá-lo a melhor película do ano - apesar de todas as vénias a Inarritu! - e pessoalmente não é o meu preferido para Best Picture.

3. têm 12 nomeações dos quais, para mim, ganhavam os seguintes: Sound Editing - embora (me) pareça que Star Wars & Mad Max irão dividir as categorias sonoras! - Directing, Costume Design, Cinematography, Actor in a Leading Role e quiçá Editing. Há várias categorias técnicas onde terão uma enorme concorrência até porque este ano houve inúmeros trabalhos de qualidade - por exemplo, o Bridge of Spies tem um Production Design soberbo! - mas diria que irão receber 4|6 Óscares. Falando do Óscar tão aguardado, custa-me que o vá receber por uma produção onde tem tão poucos diálogos mas só de pensar no trabalhão a que (se) sacrificou pela película - a banhar-se na água com temperaturas negativas! - merece. É um papel|prestação completamente diferente do que tem sido hábito ser premiado [Daniel Day-Lewis, Mathew McConaughey, Eddie Redmayne] e apesar de acreditar que Michael Fassbender desempenhou tudo a que se propôs, e que Matt Damon (nos) agarra a “Marte” sozinho de uma forma que parece tão simples, acredito que Leonardo DiCaprio, pela intensidade|sacrifício da sua caracterização merece um reconhecimento próprio. É desta, DiCaprio.

[Bridge of Spies]

b[/b] há películas que merecem ser visualizadas nem que seja pela componente histórica tão determinante e que por vezes é tão desconhecida [Imitation Game, Foxcatcher, Wild, Philomena] e esta é claramente uma delas com uma história que (nos) agarra ao ecrã, nos emociona sem excessos de dramatismos e nos permite ir desvendando o argumento num ambiente de “gato-e-rato” bem aperfeiçoado por Steven Spielberg. :clap: :mais: Há um toque melódico de ET (?) nesta banda sonora de Thomas Newman - fui o único a lembrar-me da graciosidade sonora de ET na música dos créditos? - e a produção é acima de tudo estupidamente competente, de lés-a-lés. Tem um elenco de bastante qualidade [Tom Hanks, Mark Rylance, Alan Alda, Amy Ryan], um compositor em Thomas Newman que já há 20 anos que é nomeado, assiduamente, para os Óscares, um cinematógrafo em Janusz Kaminski que já tem 2 Óscares na sua conta pessoal [Schindler’s List, Saving Private Ryan] em películas que datam de períodos próximos aos da Guerra Fria, uma dupla de escritores de tremendo talento em Ethan & Joel Coen e o … Spielberg. 6 pessoas que ao todo contabilizam 11 Óscares e 44 nomeações (?). É uma película desenha|orquestrada por individualidades tão competentes que não é de admirar que o argumento|cenários|direcção|banda sonora seja tão bem construído.

b[/b] 2h20 que não se “notam” nesta película agradável, que não quis retratar de uma forma demasiado gráfica|tenebrosa alguns dos momentos vividos na Guerra Fria, que manteve, algo atipicamente - tal como The Martian! - um “humor” que a dada altura não (se) encaixa propriamente na tensão da história e que na minha opinião, apenas peca por existirem demasiados recados irónicos, presumo eu, dos Coen, no texto do filme. :lol: :menos: É “os-nomes-que-são-muito-grandes”, o “olá-Thomas-sim-é-ele” e umas quantas comic relief numa produção que abusa, um bocadinho, dos clichés já tão comuns nas produções de Hollywood de que os EUA são exemplares em praticamente tudo aquilo que executam. É uma premissa algo cansativa e que Spielberg faz questão de demonstrar algo exageradamente. É uma história que não garante propriamente um Óscar mas a competência da película é inegável. De resto: é feito um trabalho formidável com a luz em Bridge of Spies. Se forem ver, estejam atentos à forma com que a iluminação dos espaços - interiores e|ou exteriores! - é realizada, às sombras, ao foco dos candeeiros, ou à luz solar em plano de fundo através das janelas. É um estilo em tudo idêntico ao que outrora era exercido - quando ainda não existiam ferramentas tecnológicas e|ou de filmagem tão aprimoradas! - e adequa-se tão bem ao mistério|enigma da peça. Muito bom. Exemplos:

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(1)

(2)
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(3) têm 6 nomeações e parece-me que apenas poderão vencer um: Production Design. :mais: Têm um adversário bastante meritório para Original Screenplay [Spotlight], a banda sonora|composição musical não (me) parece que irá conseguir destronar as restantes nomeadas, o Mark Rylance, na minha opinião, já se pode dar por satisfeito por ter tido a nomeação em detrimento de um Steve Carrell e|ou de um Ryan Gosling, e não creio que seja candidato para Best Picture. É, ainda assim, uma película que vale a pena ver.

O Stallone teve uma performance muito boa no Creed. Fora da sua área de conforto (tiros, explosões e socos nas trombas).

O Creed foi uma agradável surpresa, dos filmes que mais gostei em 2015. Afinal ainda é possivel fazer reboot de uma saga acrescentando algo de novo, com qualidade e que não pareça apenas milking da box office.

O The Martian foi um bom filme, para mim muito melhor que os recentes filmes espaciais (Gravity, Interstellar). O Matt Damon tem um excelente desempenho. Consegue sozinho manter-nos colados no filme.

O Mad Max é adrenalline rush do principio ao fim. Conseguiu contar a história subjacente a cada uma das personagens sem parar a ação por um só segundo. Do ponto de vista técnico e de efeitos especiais foi provavelmente o filme de 2015.

Isto dos filmes que já vi. Estou muito curioso em relação ao The Big Short, Revenant e ao Hateful Eight (apesar de este só ter tido uma nomeação) ou não fosse eu um die hard fan do Tarantino.

[Straight Outta Compton]

b[/b] agradável surpresa, diria até que é a surpresa do ano (?) tal é a qualidade da película quando (se) achava que o talento do elenco não era assim tão promissor [O’Shea Jackson Jr., Corey Hawkins, Jason Mtichell, Neil Brown Jr.] e|ou quando se colocaram tantas reticências em Felix Gary Gray que já não realizava uma película cinematográfica desde 2009 [Law Abiding Citizen]. :clap: :mais: É tudo montado num estilo biográfico, como se de um verdadeiro documentário (se) tratasse, num argumento estupidamente bem estruturado e que não (se) “perdeu” na quantidade inacreditável de histórias|momentos|hits|concertos que poderiam ter colocado no organograma do Straight Outta Compton. Tem 8 no imdb [http://www.imdb.com/title/tt1398426/], 72 no MetaCritic [http://www.metacritic.com/movie/straight-outta-compton] e os elogios que (lhe) são dados são totalmente justificados pela forma com que conseguiram abordar um tema antigo, num género musical que não agrada propriamente a qualquer pessoa e que tem o cuidado de demonstrar que por detrás da excentricidade das suas letras|postura|festas|comportamento estavam|estão pessoas extremamente dotadas do ponto de vista lírico e|ou de produção musical que através da sua competência não (se) preocupavam somente em ganhar dinheiro e|ou coleccionar namoradas, abordavam|abordam temas delicados, profundos e que ainda hoje são bastante abordados na sociedade.

(2) 28M de budget, um sucesso de bilheteira nos EUA e uma nomeação para os Óscares [Original Screenplay]. É complicado conseguir amealhar esta categoria, que este ano, está absolutamente fortíssima [Inside Out, Spotlight, Bridge of Spies, Straight Outta Compton, Ex Machina], mas merece na mesma elogios, pela escolha do elenco - as parecenças físicas são absurdas! - pela autenticidade de tudo o que foi produzido, pela correcta gestão do tempo de antena dado para cada uma das personagens e pela óptima prestação de Paul Giamatti. Gostei. Houve a preocupação de elaborar uma película que não seja apenas para entretenimento dos fãs e a cinematografia de Matthew Libatique [Requiem for a Dream, Black Swan] é estupenda. É um filme urbanisticamente bonito, do ponto de vista visual, e creio que quem seja adepto o irá adorar.

A sério que o barbosa já viu o Straight Outta Compton primeiro que eu? Que fail ^-^ ^-^

:lol: :twisted:

1. prepara-te, vais ficar cá com um bichinho que quando deres por ti estás a galgar as músicas todas dos NWA. :mrgreen:

Perfeitamente de acordo. :great: Espero que tenhas ido a uma sala de cinema, o filme valia a pena ser visualizado numa dessas salas.

Só pelo trailer e publicidade ao filme andei a fazer isso, imagino depois de ver o filme :mrgreen: :mrgreen:

[The Big Short]

b[/b] encontro-me dividido no que diz respeito a esta produção de Adam McKay [The Other Guys, Step Brothers, Anchorman 2] que (nos) apresenta uma película completamente distinta daquilo que já tinha realizado em Hollywood. E sente-se. :clap: :menos: Há aspectos que simpatizei. Há outros que me irritaram. Há uns de chorar a rir. Há outros de nos deixar cansados. Há caracterizações bastante competentes. Há outras que são algo vulgares. Há um estilo dramático, de suspense, que nos agarra. Há outro apatetado, algo atrapalhado, que se concretiza numa comédia fácil. Há linhas bastante inteligentes. Há tantas que apenas cabiam em sketchs humorísticos de qualidade questionável. É complicado. McKlay dá-nos uma aula de entretenimento, rápido, fácil, pouco - ou nada, mesmo! - presunçoso, que aborda temáticas bastante complexas de uma forma simples|acessível, que vulgariza toda e qualquer linguagem contabilista|financeira e que opta por não se definir enquanto um drama, um thriller, uma biografia e|ou uma comédia. Há uma crítica económica envolvida no argumento, há uma mensagem política - que demonstra alguma ousadia, diria até! - na película e há uma lição de história da actualidade que merece ser vista, e (re)vista por quem de direito, no entanto não (me) parece que seja uma película que agrade qualquer um. Há quem adore [http://www.rogerebert.com/reviews/the-big-short-2015], há quem deteste [https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/as-corridas-loucas-do-capitalismo-selvagem-1720836] - perdoa-me [member=19650]DDraper por relacionar o enorme Roger Erbert a uma critica do Público - mas, de facto, não me parece uma aposta consensual para a Academia.

b[/b] Gostei: de praticamente todo o elenco de The Big Short [Christian Bale, Ryan Gosling, Steve Carell, Jeremy Strong, Brad Pitt] com uma palavra especial para o Ryan Gosling, que agora sim, merece elogios pela sua prestação depois de tanto “tesão-de-mijo” por caracterizações simplesmente competentes [Drive, Crazy Stupid Love, Ides of March, Only God Forgives] e para o Steve Carrell que depois de criar uma carreira enquanto um actor dado a comédias [The Office, The 40-Year-Old-Virgin, Crazy, Stupid Love, Despicable Me, Get Smart] nos apresenta em dois anos consecutivos, duas prestações bastante exigentes e sobretudo interessantes, em The Foxcatcher e The Big Short. :clap: :mais: Eles, qualquer um deles, segura a tela nos minutos em que estão no ecrã. Dos diálogos. Há diálogos que resultam muito bem numa obra que não era assim tão fácil de colocar num guião cinematográfico. Da criatividade. Não gostei: da inovação|brincadeira de colocar celebridades a explicar expressões financeiras complexas [Margot Robbie, Selena Gomez]. Senti-me “emburrecido”. Da quebra da “parede-invisível” entre espectadores e a tela nos diálogos do Ryan Gosling para uma melhor contextualização do enredo. Senti-me “emburrecido”. Da montagem|edição das películas de Youtube. Senti-me “emburrecido”. Há uma certa arrogância na realização de Adam McKlay - chamem-lhe ironia e|ou sátira! - que não (me) agradou propriamente. Têm méritos mas receio que determinadas particularidades sejam algo complicadas de digerir quando chegar a altura de eleger o melhor filme do ano.

b[/b] Têm 5 nomeações [Best Picture, Best Supporting Actor, Best Director, Best Adapted Screenplay, Best Editing] e diria que podem conquistar duas, relativas ao argumento e à edição, o prémio de realizador é (quase) uma mentira se não for para Inarritu e o próprio Christian Bale, até creio que (se) possa discutir se terá sido o melhor da própria peça. Há adeptos de The Big Short no Fórum SCP?

[member=1247]barbosa 1º que tudo és uma diva sentes-te “emburrecido” com tudo homem :mrgreen: :mrgreen:

Ainda não vi o filme mas estou mortinho para o ver. É um tema que me chama a atenção, o que vi no trailer deixou-me ainda mais curioso.

Fui à ante-estreia do Spotlight!

Muito bom filme na minha opinião!

É um filme que relata um caso verídico e que nos deixa colados ao ecrã pela forma como o filme se vai desenrolando, descobrindo novas informações atrás de nova informações, deixando algum suspense aqui ou ali sobre determinadas questões.

Gostei muito do argumento.

Sobre prestações, nenhum dos atores principais tem um lead role, por isso percebe-se as nomeações somente para atores secundários, sendo que gostei muito da prestação do Ruffalo, no entanto nenhum dos atores tem na minha opinião uma performance de nos fazer dizer “wow grande performance”, mas também porque o filme não está feito para isso a meu ver, porém os atores vais relevantes tiveram todos boas prestações.

Sobre nomeações, está nomeado para 6 categorias, melhor filme, melhor realizador, melhor ator secundário (Mark Ruffalo), melhor atriz secundária (Rachel McAdams), melhor argumento original e melhor edição. Na minha opinião não ficaria admirado se fosse o grande vencedor e ganhasse o melhor filme (se a Igreja deixar :twisted: :twisted: ), ganhando também melhor argumento e melhor edição. Melhor actor secundário e melhor atriz secundária não me parece que tenham sido prestações fortes o suficiente para levar o Óscar. Melhor realizador, muito dificilmente não ganha o Iñárritu, por isso também não deve ganhar o Óscar.

Vi o filme Spotlight e achei uma bela seca e muito cansativo :lol: Trata-se de um filme que nos traz uma história verídica, uma trama incrível, muito bem executada, é surpreendente e até chocante ver o número de padres que abusaram de crianças. Muito bem Tom McCarthy nas cenas em que as vítimas descrevem aos jornalistas a situação que passaram, dá um certo desconforto ouvir essas descrições. Em relação aos actores na minha opinião destaca-se Rachel Mcadams, é o filme típico para ganhar o oscar por isso não me irá surpreender que receba o oscar em vez do filme “The Revenant”.