O texto que se segue serve de desabafo e, além disso, de alerta para os mais crentes no VA. Antes de mais, para os que possam interpretar mal as minhas palavras ou tirar conclusões erradas, sou totalmente a favor do vídeo árbitro, que não haja quaisqueres dúvidas sobre isso. No entanto, e como qualquer lei ou regra, existem lacunas que podem ser exploradas e assim contornar o que á partida seria correto e a resolução da maioria dos problemas.
O lance do passado Sábado, no jogo de apresentação do Sporting, ao contrário do que se possa pensar, é de muito difícil análise e quando assim é, a decisão passa muito pelo critério dos árbitros (quer o de campo quer o do VA) e a sua interpretação do mesmo lance. Dou como exemplo o lance do 0-3 do Boavista no estádio da Luz o ano passado. Segundo alguns árbitros o lance foi ilegal porque o jogador do Boavista, que está em fora de jogo posicional, tenta jogar a bola, influenciando assim a acão do guarda-redes adversário, sendo para outros legal pelas razões contrárias. A título de curiosidade, um amigo meu que é arbitro e do benfica diz, sem qualquer tipo de complexos, que o lance é legal e mostra o porquê com o que consta no regulamento. Ora pergunto eu: As regras que contemplam este lance não serão iguais para todos os árbitros independentemente da categoria onde se encontram? A resposta é simples e todos nós a sabemos. Então o porquê da divergência de opiniões em ditos árbitros profissionais? O critério e interpretação de cada um! É este o ponto que quero frisar com este “desabafo”. Em certa parte, e no caso de o VA acabar por decidir erradamente determinado lance, a polémica e desconfiança sobre os árbitros será ainda maior que atualmente. No caso de existir erro, como saberemos nós se foi “apenas” uma questão de critério ou má interpretação do lance que levou ao erro e não um aproveitamento “legal” desta ferramenta que é o VA para errar deliberadamente em favor ou prejuízo de alguém? Nunca saberemos.
Além disso, existe um clube (curiosamente o único em todo o mundo) que transmite todos os seus jogos em casa podendo assim mostrar apenas as imagens e os ângulos que mais lhes convém e inclusive manipular imagens antes de as tornar públicas. Será o único a fazê-lo porque foram uns génio ou porque este país é uma republica das bananas? Leva-me a querer que só mesmo neste pais, e sendo o clube que é, é que isto é possível e ainda é considerado inovador e pioneiro! Então pergunto: Nos jogos em que esse clube joga em casa, as imagens para deliberação do VA serão fornecidas por esse mesmo clube ou por entidade exterior? Certamente pouca gente pensou nisto…
Não quero com isto pôr em causa o VA ou os próprios árbitros mas sim alertar que nem tudo o que ao VA diz respeito é um mar de rosas e que, tal qual como qualquer moeda, existem as duas faces da mesma.
Saudações Leoninas!
Um jogador na posição de fora de jogo no momento em que a bola é jogada ou tocada por um colega de equipa só deve ser penalizado se tomar parte ativa no jogo:
interferindo no jogo jogando ou tocando a bola passada ou tocada por um colega de equipa ou
interferindo com um adversário:
- impedindo um adversário de jogar ou poder jogar a bola obstruindo claramente a linha de visão do adversário ou
- disputando a bola com o adversário ou
- tentando claramente jogar a bola que se encontra junto a si quando esta ação tiver impacto num adversário ou
- tomando uma ação óbvia que tenha um impacto claro na capacidade de o adversário jogar a bola
ou
ganhando vantagem dessa posição jogando a bola ou interferindo com um adversário quando a bola tenha
- ressaltado ou tenha sido desviada de um poste, da barra ou de um adversário
- sido deliberadamente defendida por qualquer adversário
Não se considera que um jogador tira vantagem da posição de fora de jogo quando recebe a bola de um adversário que jogou a bola deliberadamente (exceto numa defesa deliberada).
Uma “defesa” ocorre quando um jogador detém a bola que se dirige para a baliza, ou está muito próxima da mesma, com qualquer parte do corpo exceto as mãos (a não ser que se trate do guarda-redes dentro da área de penálti).
Mas quando eu disse que o meu amigo diz que o lance é legal estou a falar do lance do Boavista e não o do golo em alvalade no passado Sábado! Portanto, ele concorda contigo! Aliás, foi precisamente nesse ponto 2 do regulamento que tu aqui colocaste em que ele se baseou para dizer que o golo do Boavista foi legal.
Ah ok, pensava que ele estava a dizer que o golo do Rony Lopes era legal.
Quanto ao VAR, é uma solução necessária mas que não vai resolver tudo. Vai sempre haver lances de interpretação na qual a decisão do VAR e do Arbitro não vão agradar a alguns.
A verdade é que nestes jogos amigáveis em que o VAR foi testado em Portugal foi um sucesso. O golo bem anulado ao Rony Lopes, o golo bem validado ao Bruno Fernandes, a expulsão do André André, o lance do Guimarães que quase era golo mas foi tirado pelo Felipe em cima da linha, uma queda de um jogador do Guimarães na área do Porto que pediu penalty mas que não era.
O VAR também vai errar e nessa altura a lampionagem vai cair em cima disso em força.
Concordo plenamente! E dai este meu “desabafo” e chamada de atenção porque ainda há quem acredite que o VAR vai resolver tudo, o que é utópico. Esperemos que de facto o VAR acabe com todas as dúvidas e não dê qualquer tipo de argumento contra por parte dos bocas de piano.
Eu sou modesta a pedir. Se o VAR resolver os golos legais que nos tiram e os ilegais que nos enfiam… para mim já é um sucesso! Vê os pontos que nos sonegaram, por exemplo, só nas duas últimas épocas à pala disto.
E estou a falar de lances básicos, com poucas dúvidas na interpretação.
O sistema do VAR nada tem a ver com o sistema televisivo, eles a partida já vão ter as camaras montadas nos sitios necessários. O que pode acontecer é o benfica compactuar com os arbitros do jogo, omitir as imagens televisvias e deixar eles aldrabarem como querem, pois só eles tem acesso ao VAR. Isso seria escandaloso, mas vindo daquele clube nojento, tudo é possivel.
É o que eu digo, o benfica representa tudo o que há de mal em Portugal, é por isso que é uma maioria. Pessoas labregas, mal informadas, saloias e que fazem de tudo, legalmente ou ilegalmente, para ganhar vantagem sobre os adversários e, no final, festejar a vitória desonesta. No meio disto tudo há uns 10% que tem olhos para a verdade, mas mesmo esses não os querem abrir. Tenho amigos inteligentes e até que já admitiram que havia falta de transparencia no benfica, que diziam que comparar o apito dourado a isto era uma estupidez, porque isto (emails) eram apenas oferendas e prendas a arbitros (com uma assertividade e ignorancia do topico alarmante). Digo sem qualquer duvida, se o nosso povo fosse como os povos nordicos, o benfica não existia ou era um clube muito pequeno.
Sim, toda a razão. Só assim de repente pelo menos 3 campeonatos nestes 15 anos tinhamos. Aquele da falta do luisão sobre o Ricardo, o capeonato em que o ronny nos marcou um golo com a mão em alvalade e o de há 2 anos que foi de uma dualidade de critérios a favorecer sempre o mesmo gritante.
Sinceramente, em relação ás câmaras não faço a minima de como se vai proceder. No entanto, e independentemente disso, os erros de arbitragem devem (acho) diminuir consideravelmente, no entanto existe sempre a questão do critério/interpretação de cada arbitro que pode gerar ainda mais polémica, e eles (os que são contra o VAR) estão desejosos de á minima coisa terem oportunidade de criticar. Aguardemos.
Vítor Pereira e o vídeo-árbitro. "Evita escândalos, mas não acaba com os erros"
27 jul, 2017 - 12:45 • José Pedro Pinto
Ex-presidente do Conselho de Arbitragem revela, em Bola Branca, postura expectante quanto à adaptação da mentalidade do futebol ao novo meio tecnológico de auxílio aos juízes, que será usado na Primeira Liga desta temporada.
O ex-presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Vítor Pereira, não tem dúvidas do “contributo importante” que o vídeo-árbitro terá para a “justiça” do desfecho dos jogos de futebol.
Todavia, confrontado com a amplitude do novel meio tecnológico de auxílio aos juízes, que será implementado de forma oficial na Primeira Liga desta temporada, o novo líder da arbitragem grega faz uma ressalva.
“É uma nova experiência quer para os árbitros que vão estar a operar no vídeo quer para os que vão estar no campo. Se o vídeo-árbitro pode evitar escândalos e situações gravosas? Indiscutivelmente que pode. Se é a solução perfeita, que acaba com os erros? Nisso não acredito. Mas pode, em primeira instância, evitar que um golo que entrou e não foi visionado ou uma grande penalidade clara que foi feita e que não foi vislumbrada? Isso com certeza que sim. Pode ser um contributo importante para a justiça no jogo”, refere, em entrevista a Bola Branca.
Confrontado, por outro lado, sobre a aceitação da parte de jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos das vicissitudes naturais de um apoio que considera ser importante para os árbitros de campo, Vítor Pereira prefere esperar para ver. E explica o seu ponto de vista.
“Será um processo de aprendizagem e em que todos, sejam eles árbitros ou toda a estrutura à volta - jogadores, treinadores, dirigentes, adeptos e comunicação social -, terão um melhor conhecimento do funcionamento da medida e de aceitação, ou não, da própria medida. Sou um experimentalista, por princípio e diria que só a experiência nos dirá com mais firmeza se valerá a pena ou não o investimento feito”, realça.
Mensagem de confiança para os árbitros e para Fontelas Gomes
O novo presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Grega de Futebol abandonou o cargo homólogo, em Portugal, em Junho de 2016, após vários anos de gestão do sector.
Numa altura em que a arbitragem não abandona os holofotes, no nosso país, quase sempre pelos piores motivos, Vítor Pereira confia que quer juízes quer estrutura do Conselho de Arbitragem liderado por José Fontelas Gomes estarão à altura do ambiente crispado.
“Tenho estado um pouco afastado da nossa realidade. Tenho acompanhado mas com o distanciamento que entendo que devo ter. O que acredito é que os árbitros e toda a sua estrutura vão continuar a fazer o melhor possível para estar ao mais alto nível e é isso que desejo. Desejo muitas felicidades a todos para que continuem a poder dignificar o futebol português e a arbitragem portuguesa”, remata.
Erros continuarao a existir e decisoes parciais dos arbitros continuarao a existir.
Porem, considero indiscutivel que a utilizacao do video-arbitro ira diminuir a diferenca entre os candidatos ao titulo, com claro beneficio para o Sporting que nao continuara a acumular golos mal anulados, penaltis por marcar ou golos ilegais sofridos.
Basta que nao nos anulem golos limpos e que nao permitam golos ilegais dos adversarios, e penso que o video-arbitro conseguira faze-lo, para que o Sporting acumule logo mais 5-10 pontos por temporada.
Engraçado que hoje no resumo da RTP do Sporting - Fiorentina, como em muitos outros resumos nesta CS isenta, o comentador diz qualquer coisa como “(…) passado mais de 1min os adeptos do Sporting lá puderam festejar (…)” salientando o tempo perdido e omitindo o facto de o VAR ter corrigido um erro grave.
[EDIT:
ABolaTV
“este processo demorou 1 minutos e 20 segundos”]
Nem dormem.
No entanto vou-me citar para deixar uma coisa aqui registada que depois irá ser avaliada ao longo do campeonato:
Era um videocético convicto mas estou a mudar de opinião. Hoje demoraram imenso tempo porque só pediram VA uns 30 segundos depois do lance. Lance de golo, há dúvida, é VA logo!
Depois há a imprensa, que se opõe a isto descaradamente, a mando de quem nós sabemos. Até a do Norte, a comprovar que o Porto só quer mesmo voltar a ter domínio.
A que me mete mais nojo foi o título escolhido pelo DN para lançar a notícia do nosso jogo nas redes sociais. ‘Sporting ganhou graças ao videoárbitro’. Eu ia jurar que ganhámos graças a um golo limpo que marcámos!
Tem sido sintomática a diferença que faz ter este apoio técnico na ajuda às decisões tomadas em campo.
No entanto, mantenho que existem questões que, numa primeira fase, criarão dúvidas e desvirtuarão a qualidade das decisões.
No jogo de ontem com a Fiorentina foi possível verificar uma circunstância dessas que mais discrepâncias criará.
Num passe bem colocado para Dost este isola-se frente ao guarda redes quando a jogada é interrompida por alegado fora de jogo matando-se aí a jogada.
Coloco agora várias hipóteses:
1- a jogada foi, no caso de ontem, efectivamente mal interrompida porque o jogador estava em posição legal.
Matou-se assim uma jogada válida e de perigo.
2- a jogada resultaria em golo já com o jogo interrompido no momento em que o jogador hipoteticamente chutava ainda para dentro da baliza.
O quê que valeria? A jogada inicialmente interropida pelo árbitro de campo ou o golo que posteriormente se verificaria válido e mal interrompido pelo árbitro?
3- Após ordem de interrupção do árbitro, o jogador continuaria a jogada violando a decisão do juiz, fazendo golo.
O juiz assinalaria falta e respectivo cartão ao jogador por este não ter respeitado a ordem deste.
Mais tarde, através do recurso a imagens, concluía-se que a jogada era legal.
Em que se ficava então?
Uma jogada mal interrompida, acabada em golo por um jogador que não respeitaria a decisão arbitral perante um adversário que desistiria da jogada por alegadamente o jogo se encontrar parado.
A utilidade do vídeo árbitro está mais que justificada, simplesmente numa primeira fase irão haver muitas perturbações geradas pelo facto de haver agora 4 olhos a actuarem em ritmos diferentes, sendo que aquele que tem o poder de definir a validade das jogadas não acompanha o jogo em tempo real.
Neste particular caso dos fora de jogo há muito que a solução passaria por um dispositivo electrónico em que os jogadores fossem monitorizados automaticamente na sua colocação em campo com resposta imediata através de sinal sonoro para o árbitro de campo terminando assim com a acção directa dos fiscais de linha.
Também o limite de fora de jogo já há muito que deveria ser adiantada para a a linha da grande área para permitir esticar o jogo para mais perto das balizas.
Sobretudo adivinha-se ainda muitas alterações absolutamente necessárias, ainda que esperando que a introdução do vídeo árbitro seja já uma realidade sem retorno, dada a sua extrema utilidade na verdade desportiva como numa primeira fase se tem vindo a verificar.
A verdade é que sem VA não tínhamos ganho os dois jogos devido a erros de arbitragem.
Aliás com o VA, mesmo que todos os árbitros sejam padres, vai ser mais difícil justificar os erros clamorosos. Já não vão poder dizer que não viram, porque viram.
Agora lembrei-me daquele jogo frente à Académica em 2016 onde nos íamos f*** à custa do careca do Cosme. É nestes lances que o VA vem mudar a realidade das coisas, o fora de jogo é uma questão matemática onde a subjetividade não deve existir. É esperar que seja aplicado de uma forma positiva e que se alargue a outras vertentes do jogo, tudo o que possa diminuir o erro humano é bem vindo ao futebol, e isso assusta muita gente.
Pelo menos em teoria podemos dizer adeus a este tipo de erros. Já é um começo, por enquanto.