Expliquem-me lá uma coisa que ainda não percebi direito. Diz-se que o Godinho Lopes por alturas de 2002 esteve envolvido na venda dos antigos terrenos do antigo estádio por um valor abaixo do que lhe havia sido avaliado, lesando assim o Sporting em muitos milhões de euros. Diz-se também que o presidente (ou director) da empresa a quem foram vendidos os terrenos, era pai dos afilhados do Godinho Lopes. Também se conta que um dos administrativos do Sporting que participou nesse negócio que lesou o Sporting, passado um mês estava a trabalhar para a empresa holandesa. A minha questão aqui é que nos terrenos onde estava o antigo estádio, está lá agora um parque de estacionamento que pertence à CML. Isso significa que os terrenos vendidos aos holandeses são outros ou que a “venda” do Godinho não se chegou a concretizar?
A venda dos terrenos do antigo Estádio constitui mais uma situação vergonhosa e mais um caso de polícia.
Recordemos:
O Sporting através de Roquette e do seu braço direito, Godinho Lopes, aprova a venda dos terrenos à empresa holandesa MDC pela mão do Director Geral, Diogo Gaspar Ferreira.
O Sporting vende os terrenos à MDC por menos 40% do valor real de mercado.
O Sporting é lesado nesse negócio em cerca de 41,4 milhões de euros.
O director geral do Sporting, Diogo Gaspar Ferreira, transita pouco tempo depois para Administrador da MDC.
O dono da empresa MDC, Van Veggel, tem dois filhos. O padrinho dos seus filhos chama-se Godinho Lopes.
O chirola também postou esta informação cá no fórum, mas está aí no site, tudo organizado e tal
Isso não responde ao que perguntei, pelo contrário! Isso está escrito ai nesse site e é o que o pessoal diz mas o que eu vejo é outra coisa. Vejo nos terrenos do antigo estádio um parque de estacionamento bem grande que pertence à CML e não a uma empresa holandesa. O que eu quero saber é quais são os terrenos que foram vendidos à empresa holandesa! Dizer que foram vendidos os terrenos a uma empresa holandesa podem dizer, mas não são certamente os terrenos onde estava o estádio antigo porque ai está um parque da camara! Por isso que pergunto: Quais são então os terrenos dos holandeses e onde estão localizados?
Posso até fazer a pergunta de uma forma mais fácil: A quem pertence aquele parque de estacionamento enorme que existe onde era o antigo estádio josé alvalade?
Eu não tenho a certeza do que vou dizer, mas julgo que os terrenos foram comprados pela MDC e depois vendidos por essa empresa por um preço muito maior daquele que comprou.
E quando se fala nos terrenos do antigo estádio, acho que isso não engloba somente o terreno exacto onde o antigo estádio estava, mas sim também alguma da zona envolvente que também era do Sporting, penso eu.
E digo isto por causa desta notícia de 2002:
Aqui é dito que os compradores dos terrenos, gabaram-se de os terem vendido mais tarde pelo dobo do preço que os compraram.
Se estiver errado, alguém que me corrija.
E neste fórum estão várias pessoas que podem esclarecer isto, entre as quais o forista chirola.
É uma questão de mandares uma PM.
Os terrenos são um baldio, isso é certo, apesar de fazerem dele parque de estacionamento pago. Acontece que como leigo no assunto (já percebi que a MDC vai la fazer uma obra), volto a perguntar e peço desde já desculpa se estou a ser chato: Se tivermos de atribuir um dono áquele terreno, quem seria?
PS.: Sò estou a ser chato e a esmiuçar o assunto porque amanhã vou estar com um Sportinguista “couceiro” que diz que os terrenos são da camara, mas eu como sempre li essa história de terem sido vendidos aos holandeses, tive de guardar a viola e calar-me no passado fim de semana! Por isso gostava de esclarecer o assunto e não vejo local melohor do que este para o fazer. melhor só perguntando ao Godinho mas isso não o vou fazer
Suponho que a MDC, já que são os donos de obra. Era muito estranho que depois de terem comprado o terreno o tivessem vendido à câmara para de seguida investirem nele.
Ainda isto - Câmara de Lisboa paga 18 milhões ao Sporting
A Câmara de Lisboa vai ter que pagar ao Sporting 18 milhões de euros, parte dos quais em imóveis para recuperação, segundo o protocolo a assinar com o clube que será analisado quarta-feira em reunião do executivo.
De acordo com a minuta do protocolo, a autarquia paga ao Sporting os 18 milhões em numerário e, mediante a entrega de um conjunto de imóveis municipais para projectos de recuperação “legal e fiscalmente enquadrados no regime de reabilitação urbana”, aceita a construção pelo clube de um gimnodesportivo nos terrenos do antigo estádio.
Uma vez que o Tribunal Arbitral decidiu em 2008 que o Sporting tem efectivamente direito a 29 000 metros quadrados (m2) de edificabilidade e que estes não poderão ser concretizados nos terrenos do antigo estádio, a autarquia e o clube concordaram encontrar outro local na área do município para que tal seja possível.
No entanto, as partes não chegaram a acordo quanto ao valor atribuído às propriedades, optando-se por esta solução, que prevê o pagamento um milhão de euros de imediato, cinco milhões em julho e outras duas prestações de seis milhões, em julho de 2012 e de 2013.
O terreno pertence à MDC, o parque de estacionamento não é explorado pela CML mas por uma empresa privada por acordo com a proprietária dos terrenos.
Resposta (um pouco mais) longa:
Os terrenos do antigo estádio foram vendidos (muito) abaixo do valor de mercado, por Diogo Gaspar Ferreira, que foi trazido para o clube por Godinho Lopes a uma empresa holandesa, cujo filho do dono é afilhado de baptismo de Godinho Lopes. Acresce que esta empresa teria como um dos seus maiores investidores o pai deste descalabro em que o clube se tornou. Neste terreno (que inclui ainda o interface e exclui uma parcela a Norte que ainda é posse do clube) será construído o projecto imobiliário Metropolis, do qual a recentemente construída sede da ZON é o primeiro edifício. O Metropolis, depois de algumas imagens de promoção imobiliária, foi fortemente redesenhado pelo atelier ARX.
O Terreno a Norte (fronteiro com a bomba da GALP e situado grosso modo no que correspondia à antiga superior Norte) mantém-se em posse do clube (juntamente com outras partes menores ali vizinhas) e era sobre esse que se discutiam a capacidade construtiva de 29.000m2. O clube reclamava esse direito, a CML afirmava o contrário, chegando a dizer que aquele terreno deveria ser de uso exclusivo para espaços verdes. O tribunal dá razão ao clube, reconhecendo no entanto a impossibilidade física daquele volume de construção naquele espaço, obrigando à CML ao pagamento de um valor compensatório de cerca de 23.2M€ referentes aos 29.000m2 avaliados a 800€/m2.
É então que Clube e CML elaboram um protocolo que permite regularizar a situação aceitando o clube a redução do valor de avaliação de 800€/m2 para 725€/m2 em troca da possibilidade de edificabilidade naquele lote de um equipamento desportivo com ~9.000m2 de área útil (4.500m2 de área de implantação) tendo sido esse terreno tido a avaliação de 335€/m2, numa conta demosntrada assim: 29.000m2 x € 725/m2 – 9.000m2 x € 335/m2 ± € 18.000.000,00.
E é daqui que surgem os 18M€. Em protocolo era ainda firmado que este valor deveria ser pago através da entrega de bens imóveis para projectos de recuperação legal, sendo o remanescente pago em numerário, através de prestações anuais, do mesmo valor, a efectuar no prazo de 3 anos.
Mais afirmava referente à avaliação e acordo na mesma entra as partes sobre estes bens imóveis, que nunca se veio a verificar. Por isso o acordo posterior do pagamento dos 18M€ em 3 tranches anuais. Desconheço como e se estão a ser pagas, mas admito como fortemente possível que as mesmas já tenham sido antecipadas (os bancos poderão ter antecipado a verba).
O tal terreno que sobra e que será utilizado para a construção do pavilhão, viu recentemente o plano de pormenor que irá balizar os limites e possibilidades construtivas, ser aprovado em sessão da Assembleia Municipal, aguardando a publicação do seu conteúdo documental em DR e no site da CML. Este plano de pormenor (que seria de elaboração da CML) foi, tal como o pedido de informação prévia que sustentou o protocolo, realizado pelo atelier ARX a convite expresso de Filipe Soares Franco. Este atelier será também responsável pelo projecto do pavilhão.
Neste plano de pormenor, além das especificações técnicas, definições gerais do desenho urbano, dos espaços públicos, da circulação viária e pedonal, do estacionamento, dos alinhamentos, implantações, modelações de terreno, distribuição volumétrica e localização dos equipamentos e das zonas verdes, definindo a distribuição de funções e a definição de parâmetros urbanísticos, elabora um quadro de transformação fundiária que provoca a transmissão de 4.824m2 para a posse da CML do lote de 10.142m2 pertencente ao clube onde o mesmo deverá construir os espaços verdes estabelecidos no PP.
Psilva, excelente resposta! Agora sim, fiquei… quase esclarecido No fundo o que eu queria saber, foi finalmente desvendado, mas ao ler o teu texto fiquei com uma dúvida não muito importante, mas dizes que…
“O Terreno a Norte (fronteiro com a bomba da GALP e situado grosso modo no que correspondia à antiga superior Norte) mantém-se em posse do clube (juntamente com outras partes menores ali vizinhas) e era sobre esse que se discutiam a capacidade construtiva de 29.000m2. O clube reclamava esse direito, a CML afirmava o contrário, chegando a dizer que aquele terreno deveria ser de uso exclusivo para espaços verdes. O tribunal dá razão ao clube, reconhecendo no entanto a impossibilidade física daquele volume de construção naquele espaço, obrigando à CML ao pagamento de um valor compensatório de cerca de 23.2M€ referentes aos 29.000m2 avaliados a 800€/m2.”
Mais espremido ainda…
“O Terreno a Norte mantém-se em posse do clube”… “O clube reclamava esse direito, a CML afirmava o contrário”… “obrigando à CML ao pagamento de um valor compensatório de cerca de 23.2M€ referentes aos 29.000m2 avaliados a 800€/m2.”
Se o terreno é do Sporting, porque é que a CML foi condenada a pagar 23.2M€ ao Sporting? Uma coisa é o tribunal decidir que o Sporting não pode constrir o que quiser naqueles terrenos, dando razão à CML, outra é “condenar” a CML a pagar ao SPorting. Não percebi
Resposta curta:
Porque era um volume de edificação protocolado com a CML em 1999 e nunca cumprido sendo que a disputa teve que ser decidida em tribunal, o que veio a acontecer dando a razão ao Clube e acabando por resultar no protocolo que permite a construção do pavilhão mais o tal valor indemnizatório (18M€)
Resposta (uma vez mais um pouco mais ) longa:
O melhor talvez seja fazer uma cronologia (com especial relevo para 19ABR2002 que explica o porquê de ter sido dada razão ao Clube).
12MAI1999 - Protocolo aprovado pela CML em 12/05/1999 e pela AML em 04/02/2003 com reconhecimento da edificabilidade prevista em PDM para 109.000m2 nos terrenos do antigo estádio e ainda a viabilidade de construção de edifícios de usos mistos, habitação escritórios e comércio, sobre o interface do Campo Grande.
19ABR2002 - Acordo de princípios entre o SCP, CML e a EPUL , quantifica a edificabilidade do Projecto do Campo Grande em 109.000m2 e estabelece a forma como deverão ser apresentados os projectos pelo SCP: 29.000m2 no Interface, 80.000m2 nos terrenos do antigo estádio e posteriormente os remanescentes 29.000m2 nos mesmos terrenos, após aprovação de Plano de Pormenor, que a CML se compromete a elaborar.
??AGO2002 - Na sequência do acordo de princípios, no qual a CML reconhece ao Sporting o direito a uma área de construção de 109.000m2, onde se incluem 29.000m2 na zona do Interface do Campo Grande, compromete-se a CML “com vista a assegurar as pretensões e expectativas criadas pelos protocolos anteriormente celebrados entre a CML e o SCP” a elaborar um Plano de Pormenor para os 29.000m2 remanescentes.
11SET2007 - Constituição do Tribunal Arbitral ao abrigo do Acordo estabelecido entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Sporting Clube de Portugal (SCP), tendo por objecto o julgamento de questões relacionadas com um pedido de licenciamento de uma operação de loteamento abrangendo os terrenos do antigo Estádio José de Alvalade, pedido esse que deu origem ao Processo n.º 29/URB/2005.
15SET2008 - O citado Tribunal através de Acórdão proferido, Processo Arbitral n.º 1/2008/AHC/AVS, decidiu que não é obrigatório, no âmbito do processo de loteamento do SCP, a cedência de parcelas de terreno para a implantação de espaços verdes públicos e de equipamentos de utilização colectiva, considerando que neste caso em concreto não há lugar a compensações; No âmbito do mesmo Acórdão o referido Tribunal decidiu também que a CML assumiu, como obrigação de meios, o compromisso de elaborar um plano de pormenor para conceder ao SCP direitos de edificabilidade de 29.000m (23.2M€ referentes aos 29.000m2 avaliados a 800€/m2).
21OUT2009 - A Proposta de protocolo entre CML e SCP que propõe resolver a questão é apresentada.
25NOV2009 - Celebração e aprovação do Protocolo em reunião da CML através da proposta 1098/2009.
12JAN2010 - Aprovação do Protocolo em reunião da Assembleia Municipal.
27JAN2010 - Inicio do procedimento da elaboração do Plano de pormenor pela CML através da proposta 28/2010 de 20JAN2010 onde se aprova os termos de referencia, os prazos de conclusão (120 dias) e a dispensa de avaliação ambiental.
Depois disto deu-se o (demorado) procedimento de elaboração e aprovação do PP em reunião de Câmara e de Assembleia Municipal.
Desculpem levantar a questão tanto tempo depois.
Mas agora que já temos o Pavilhão JR o que sobra do terreno do antigo estádio sofreu alguma alteração de planos?
Se é para construir a tal urbanização Metropolis, porque não arranca e continua um “baldio”?
O “maluco” não andava a tentar recomprar os terrenos ? lembro-me de se falar nisso.
(a MDC (salvo erro) que tinha comprado os terrenos entrou em falência, dai os projectos para os terrenos estarem parados)
Era um dos pontos que tinha previsto para um futuro mandato. A promessa não era recomprar o terrenos, mas pelo menos estudar a possibilidade de isso acontecer.
Nesse processo estava também incluído a recompra do Alvalaxia que foi adquirida pela mesmo entidade que ficou com os terrenos.