[i]Roger Federer participa no Estoril Open 2008
O suíço e indiscutível número um mundial constitui a maior atracção da história do torneio que João Lagos criou há 18 anos
MANUEL PEREZ
Foi a culminar cinco meses de árduas negociações que a João Lagos Sports anunciou, ontem, a presença de Roger Federer na próxima edição do Estoril Open (14 a 20 de Abril). Divulgada desde a semana passada como a notícia mais relevante do torneio criado em 1990, a contratação do melhor tenista da actualidade e, para muitos, o melhor de todos os tempos, adia por algum tempo a expectativa em torno do futuro das instalações de um evento que, como o próprio João Lagos não se cansa de afirmar “está a rebentar pelas costuras”, e antecipa a forte possibilidade de o Estoril Open vir mesmo a ser escolhido, entre 22 candidaturas, como um dos dez torneios da nova categoria “500” (prize money de um milhão de dólares) a partir de 2009. Nessa data já com as desejadas infraestruturas ao nível da grandeza da prova e da respectiva organização.
A primeira abordagem para a contratação do recordista de semanas (190) consecutivas na liderança do ranking ATP foi feita no passado mês de Maio. No incío de Setembro, em Nova Iorque, durante o US Open que levou o suíço à conquista do 12º título do Grand Slam, surgiu o sim definitivo.
As negociações foram estabelecidas através da IMG e sob a batuta de Tony Godsick, o vice-presidente da companhia que gere a carreira de Federer. Para além de se tornar necessário o interesse do atleta em começar mais cedo a temporada na terra batida, convinha apresentar um dossier apelativo e, claro, um cachet aliciante. Muito aquém, no entanto, do milhão de dólares que lhe é oferecido no Open do Dubai.
É sabido que Federer aposta muito forte na conquista do título em Paris e a presença no Jamor ajuda a preparar ainda mais cedo a campanha no exigente pó de tijolo. Por outro lado, o suíço mostra-se atento à tradição. Desde a sua fundação, o torneio português serviu de passagem a nove campeões de Roland Garros…
As propostas apresentadas à IMG exigiram também muita criatividade. Daí que a João Lagos Sports tenha elaborado um excelente dossier para cativar Federer e, já agora, a sua exigente namorada. Para além de recordar o prestígio de outras organizações, a JLS apoiou-se, entre outros “trunfos”, na qualidade hoteleira da região e nos variados pólos de atracção turística do eixo Lisboa-Cascais-Sintra.
Em busca da terra… prometida
Pela primeira vez nos útlimos sete anos, Roger Federer vai disputar em 2008 quatro torneios em terra batida antes de Roland Garros. Para tal contribui a presença no Estoril Open. A opção pelo torneio português dá claramente a entender a intenção de levar muito a sério o “assalto” a Paris. Batido, por Nadal, na final das duas últimas edições da etapa do Grand Slam que se joga em terra batida, o pentacampeão de Wimbledon estabeleceu a seguinte programação: Estoril Open (14-20 Abril), Monte Carlo (21-27 Abril), Roma (5-11 Maio), Hamburgo (12-18 Maio) e Roland Garros (26 Maio-8 Junho).
Gastão soube no US Open
Se o segredo esteve bem guardado até ontem, importa contar que, sem saber da confidencialidade imposta pela João Lagos Sports, Gastão Elias também cumpriu essa “regra”. No passado dia 8, o jovem português - que na Primavera serviu de parceiro de treino de Federer, durante semana e meia, em Monte Carlo - esteve à conversa com o suíço antes da meia-final do US Open. A dada altura, o número um mundial revelou que estaria em Portugal no próximo ano para participar no Estoril Open. “Vai ser muito importante para os adeptos portugueses poderem vê-lo actuar ao vivo e espero voltar a bater umas bolas com ele”, afirmou a O JOGO.
João Lagos
“É como trazer o Papa”
Foi com uma foto em que aparece ao lado de Federer, no recente US Open, como pano de fundo, que João Lagos anunciou a maior contratação do Estoril Open. “É como a vinda do Papa a Portugal”, comparou. A partir de 2008, o torneio está proibido de continuar com uma infraestrutura que implique montar e desmontar áreas de apoio e court central. Mas a vinda de Federer não constitui uma forma de pressão: “É um trunfo que podemos aproveitar tendo em conta a necessidade urgente de novas instalações, mas não preciso de influenciar mais ninguém. Acredito que vamos chegar lá e as autoridades oficiais estão mais sensibilizadas do que nunca”. [/i]
in O Jogo