Andamos com a corda na garganta há alguns anos, e cada vez mais, isso parece-me óbvio.
Andamos a investir cada vez mais, a ter resultados desportivos cada vez piores, e a ficar cada vez mais endividados e asfixiados pela banca.
Sendo assim, as minhas conclusões são de que não se tem investido pouco (principalmente face ao que se fazia anteriormente): tem-se é investido mal!
Em vez de investir mais (e endividar-mo-nos cada vez mais, e ficarmos cada vez mais dependentes e asfixiados pela banca, e vivermos mais 10 anos com a corda - ainda mais - apertada á volta da garganta) preocupe-mo-nos é em investir melhor!
Ao contrário do que se quer fazer crer, acho que era perfeitamente possível nesta última temporada, por exemplo, termos discutido no mínimo uma presença na Champions (mais seria impossível, fosse com que orçamento fosse, porque suplantar aquele Porto não era difícil, era impossível, com craques ou sem eles) com o mesmo orçamento. Tinhamos a mesma despesa, aumentávamos as receitas. Seria possível fazê-lo. Com JEB e Costinha, de facto, nunca.
Temo que nestes próximos anos aconteça o mesmo. Que se pense que é investindo mais que teremos mais êxitos colectivos, e que se continue a ter o mesmo problema que antigamente: investimos mal. O Sporting - a meu ver - não tem de investir o mesmo que os rivais, porque têm mais-valias diferentes em termos estruturais e em termos da composição do plantel do futebol profissional do clube.
A questão, para mim, é simples:
Vamos continuar a investir cada vez mais (tendência das últimas 2,3 épocas) e ficarmos na mão da banca, dependendo a estabilidade e a vitalidade do clube, única e exclusivamente, dos resultados do futebol do fim-de-semana no relvado?
Ou vamos procurar investir melhor, potenciar ao máximo as mais-valias que temos (apoiando-as e suportando-as de forma convicta e, acima de tudo, planeada) e, com isso, “viver” de forma mais segura e, ainda assim, passível de ser coroada com vitórias (porque são possíveis títulos investindo o mesmo com os rivais, se o fizermos de forma competente e se potenciarmos o que já de bom possuimos)?
Desculpem o off-topic, mas isto é um facto que me preocupa. Falam-se em milhões e em mais milhões, em vez de se procurar uma forma de gerir o que já se possui de forma competente, e de se entender que, com um grande trabalho, um grande critério e rigor, e uma grande envolvência com os adeptos, se pode também conseguir êxitos sem viver com o espectro da falência á nossa volta?