Queria saber o quanto estão informados sobre o risco sísmico na zona onde moram.
Os sítios mais “vulneráveis”,o que fazer,se pensam muito nisso,se já passaram por algumas situações de sismo,enfim experiências que possam partilhar.
No meu caso é fácil,apesar de ter vivido alguns anos nos Açores nunca senti um tremor de terra,nem sei a sensação que se tem,suponho de algum susto.
Queria também saber o que acham sobre o que vem a público nomeadamente sobre a cidade de Lisboa,este é um artigo referente a isso de há uns tempos,resumi um pouco pois é um pouco grande:
Duzentos e cinquenta anos após o terramoto que destruiu grande parte da cidade de Lisboa, a capital ainda não dispõe de uma verdadeira Carta de Risco Sísmico, que cruze toda a informação disponível sobre solos, parque edificado e infra-estruturas subterrâneas. Apenas o Plano de Emergência elaborado pelo serviço municipal de protecção civil dispõe de "uma aproximação muito razoável" desse documento, no capítulo das "áreas críticas de risco", considera Carlos Sousa Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica (SPES).Entre as áreas que seriam mais duramente atingidas por um sismo figuram algumas ocupadas por novas urbanizações, como o Parque das Nações e algumas zonas do Lumiar. A restante zona ribeirinha oriental, desde o Jardim do Tabaco a Xabregas, Beato e Matinha, e a zona ribeirinha ocidental, de Algés a Pedrouços, Alcântara, Santos-o-Velho, S. Paulo e Cais do Sodré, estão também incluídas nas áreas de maior risco.
O Chiado e a Baixa, a colina do Castelo e a Graça, a Av. da Liberdade, Praça da Alegria, Santa Marta e Pena, e ainda a Av. Almirante Reis, do Martim Moniz, passando por Anjos, Arroios, Penha de França seriam igualmente muito afectados, a par do Vale da Estrada de Benfica e alguns pontos do Lumiar, de Carnide e do Vale de Chelas.
“Ter uma carta única seria muito vantajoso, para se ter uma ideia um pouco mais concreta de como planear a emergência e até para ser usada em termos de ordenamento do território”, afirma Sousa Oliveira, especialista em engenharia sísmica que foi um dos pioneiros a trabalhar na área da prevenção e da redução do risco e que participou também nos estudos desenvolvidos pela Câmara Municipal de Lisboa.
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Quanto à interrogação que muitos se colocam - “estará Lisboa preparada para um sismo ?” -, Carlos Sousa Oliveira, conhecedor da matéria, acha a questão “complicada”.
“Se for um sismo muito grande, semelhante ao de 1755, é pouco provável e haverá que pedir ajuda internacional, à União Europeia. Os sismos intermédios já provocam alguns problemas complicados, principalmente no parque edificado mais antigo. Os danos vão depender muito da localização desse parque, se está em zonas melhores ou piores, e depende também do próprio tipo de sismo.”
Um outro fenómeno que pode surgir em consequência de um sismo forte é o dos deslizamentos e aí também o plano de emergência detecta áreas da cidade que serão mais atingidas, consoante o tipo de sismo.
in Público em 01.11.2005