Qual agressividade? Desculpa mas nao percebo de que estás a falar.
É o problema de discutirmos um assunto destes via net e não frente a frente com umas cervejas. Pareceu-me um tom agressivo, mas não sendo peço desculpa.
A tua capacidade argumentativa é excelente, já não sei se diga o mesmo da tua habilidade de [i]clickar[/i] nos links que aqui deixo.
Por acaso leste aquilo que o Vaticano diz sobre a Teologia de Libertação? Aconselho-te a ler uns quantos posts mais para cima e [i]clickar[/i] nos devidos links.
Obrigado!
Confesso que não cliquei em nenhum link, mas li o que aqui deixaste e tenho lido, e discutido, bastante sobre isso ao longo dos anos.
Conheço a posição oficial da Igreja, conheço a controvérsia e é minha convicção que a Igreja se demarca essencialmente das colagens ao comunismo. Até porque, se pensares na doutrina social da Igreja e nos ensinamentos evangélicos, a opção preferencial sobre os pobres é praticamente inerente à condição de cristão. Pode não ser seguida por toda a gente, mas não deixa de ser preconizada. E é nisso que me revejo.
Acho que um problema desta discussão está na tua dificuldade em distinguir a “Igreja” da “Hierarquia da Igreja”. A Igreja, somos nós, todos os crentes que partilhamos a mesma Fé em Cristo e a vivemos quotidianamente, chamados à santidade. Se o conseguimos sempre? Não. Se todos aceitam esse chamamento na sua essência e fazem da sua vivência de Igreja algo mais que tradição, ritualismo ou imagem? Também não. Mas há, muita gente, que assim age. Eu sou Igreja, mas não tenho de ter uma posição acrítica ou de carneirismo cego das posições da hierarquia.
Posto isto, vamos voltar ao Romero. Romero, como arcebispo, fazia parte da Igreja e da hierarquia da Igreja. Se foi bispo, foi porque o Papa assim o decidiu. E não terá decidido erradamente, tendo em conta o impacto que D. Oscar Romero teve na sua realidade.
Tens que compreender que estás a cair numa contradição, primeiro porque me pedes a mim para não julgar a Igreja apenas pelas acções de (vamos supor) uma minoria mas sim como um todo. Mas ao mesmo tempo pretendes provar que o Arcebispo Óscar Romero pertence a Igreja devido as particularidades do teu professor de catequese. Percebes a contradição?
Percebo perfeitamente o que dizes, mas não me leste com atenção. Não conheço Oscar Romero só porque o catequista se lembrou. Conheço-o porque a estrutura da Igreja, pelo menos em Portugal, o incluiu naquilo que é o “programa” de catequese. Não foi uma particularidade, é uma generalidade da catequese em Portugal.
De volta ao Arcebispo Óscar Romero, é muito interessante que o pretendam canonizar (talvez daqui a 350 anos) mas é ainda mais demonstrativo de como funciona a Igreja desde tempos imemoriais, ou seja, aproveita-se da morte daqueles a que em vida não podia suportar. Como aliás [b]prova este artigo[/b].
Deixando o facto de quereres “provar” teorias com artigos de opinião, o artigo que colocas não refere nunca Romero. Mas não é verdade que Romero não fosse suportado pela Igreja, ainda para mais quando o resto do Episcopado de El Salvador apoiava as posições de D. Óscar. É verdade que o homem foi escolhido para bispo por ser “conservador” e que ao ver a miséria do povo se tornou uma voz activa contra o estado em que se encontrava o país. Mas, que eu saiba, não foi de forma alguma reprimido pelo Vaticano. E nota, para mim e para muitos cristãos que eu conheço, D. Romero fez exactamente aquilo que um cristão deve fazer! Foi um exemplo, um testemunho! Gostava mesmo que me mostrasses algum documento que refira a animosidade da Igreja em relação a D. Óscar Romero.
Contudo, é verdade que há exemplos de gente Santa que incomodou pessoas da estrutura da Igreja, precisamente por defenderem os valores cristãos na sua essência. Mas lá está. A hierarquia da Igreja é feita de homens, tão falíveis como eu ou tu.
E se me dizes que hoje em dia a Igreja não é uma voz contra a pobreza e as discrepâncias sociais, é porque sabes pouco do assunto.
Então onde é que estão esses progressistas p'ra frentex de guitarra em punho e a ensinar Óscar Romero na catequese como se de um novo Che Guevara se tratasse?
Usas, mais uma vez, um artigo de opinião para dizer que a Igreja é ultra-conservadora. Muito bem. A Igreja é grande, tem muita gente, tem muitas tendências. Tendências mais conservadoras e tendências mais progressistas. Sempre assim foi e, provavelmente, sempre assim será.
Oscar Romero não é nenhum Che Guevara, até porque tanto quanto sei nunca disparou uma arma. Mas vem aqui à Buraca e encontrarás gente a falar dele como um verdadeiro homem da Igreja, que assumiu plenamente na sua vida os valores evangélicos. E sim, às vezes de guitarra em punho, para desagrado das crianças com ouvido musical mais sensível :mrgreen:
A sério, acho que tens a cabeça cheia de preconceitos em relação à Igreja e às pessoas que a compõem. Perguntas-me dos links que cliquei, mas foste ver o que tem dito D. Carlos Azevedo, ou D. José Policarpo ou D. Manuel Martins? Se quiseres deixo depois aqui os links.
A Igreja é plural e tu toma-la por uma instituição estagnada e unidireccional. Longe disso.
E já que me falas do Occupy Wall Street e de um caso que aposto ser mais uma "verdade insofismável" das companhias de relações publicas ao serviço dos banqueiros, até porque só mesmo quem não conhece o tipo de pessoas que vai a estes protestos é que acredita que partem casas de banho dentro de restaurantes, caso nao tenhas reparado, este protesto é pacifico e já alastrou pelo mundo inteiro, portanto nao vejo sequer a necessidade para violencia, até porque quando existe é apenas para atrair os média.
Suspeito que começaste a falar do movimento Occupy com o intuito de o denegrir mas aproveito para te perguntar o que achas do facto da St Paul Cathedral ter fechado as suas portas aos “pobres” que se manifestam contra o capitalismo selvagem e desenfreado que nos empurra para o abismo.
A sério, Yazalde, desilude-me que tornes a interpretar-me erradamente. Não só não quis denegrir coisa nenhuma como até me revejo no “Occupy”. Aposto que para ti qualquer cristão é um tipo riquinho de direita ^-^.
Quis-te ajudar a perceber onde queria chegar através de uma imagem à qual me pareces sensível.
Nem vou entrar muito por aí, mas achas que entre as milhares de pessoas que fazem parte do “Occupy” todos sabem perfeitamente o que lá estão a fazer e não há ninguém com atitudes reprováveis? 
Em relação à questão de St. Paul’s Cathedral, confesso que não estou dentro do assunto e neste momento não tenho tempo para estudar a questão a fundo. Se bem entendi, o que se passa é que fecharam as portas aos manifestantes e, na tua opinião, isso deve-se ao facto de terem financiamentos de grandes grupos económicos. Certo? Quando tiver tempo vou tentar ver isso para o podermos discutir também, se for necessário algum tipo de discussão.
não esteja tão cheio de verdade insofismável (não me recordo de ter escrito nada parecido, mas talvez tenhas aprendido na catequese a propositadamente caracterizar de forma errada as palavras do outros) como o Correio da Manha
Se não estás a ser agressivo, mesmo que de forma passiva, então estás a ser “pouco simpático” 8) Olha para o teu primeiro post.
Tomas a notícia do CdM como verdadeira na íntegra, sem questionares qualquer do conteúdo. Tu, que até costumas questionar a informação “mainstream”. Interpretei mal as tuas palavras? Não tomaste aquilo como verdadeiro? Se assim não foi, pareceu-me, mas peço desculpa pelo meu erro.
Embora eu saiba que a Church of England não esteja em nada relacionada com a Igreja Católica, é esta mesma ligação com os poderosos e vontade de os servir que me revolta. De resto, desde que nao andem a cobrar a dizima, nem me chateiam muito.
Quanto a caridade, também há muita e bastante mais desinteressada por parte, tanto de outras religiões, como de instituições laicas, portanto passar a vida a querer que tudo se desculpa a Santa Igreja por causa da "caridade", é no mínimo uma ingenuidade e no máximo uma tentativa para ofuscar certos assuntos.
Claro que uma ligação subserviente da Igreja aos poderosos também me revolta, até porque vai contra os ensinamentos de Cristo. Mas será mesmo isso que sucede hoje em dia na Igreja Católica? E, partindo do princípio que até existem situações duvidosas, será que é isso que é a “marca” da Igreja actual?
Ainda bem que a intervenção social não é um exclusivo da Igreja, mas não deixa de ser algo positivo que é oferecido à sociedade. E, por favor, se responderes a este post tem isto em consideração: nunca ao longo dos meus posts neste tópico quis entrar no "tudo se desculpa a Santa Igreja por causa da “caridade” ". Mal puseste o tópico, houve respostas a atacar a religião/Igreja, como se fosse a causa de todos os males do mundo (passe o exagero). Trouxe a caridade à baila para dar o exemplo mais concreto e visível da diferença que a Igreja faz na vida de muitas pessoas. Não ofusquei nada e até disse que se o artigo fosse verdadeiro condenava a posição do Santuário.
Eu dizia-te que também não sei argumentar muito bem, mas o meu conceito de falsa modéstia não me o permite.
Nunca te disse que não sei argumentar. A minha mensagem nada teve a ver com falsa modéstia, mas antes com esta tua frase:
Resumindo, para argumentares comigo, vais ter que te esforçar um pouco mais, porque meros diz-que-disse, name dropping e elogios não chega, embora agradeça a educação com que discutes.
Como de acordo contigo vim aqui fazer de cheerleader, despeço-me com um duplo mortal à retaguarda seguido de uma vénia e sinal da cruz :mrgreen:
Paz!