[center][size=18pt][b]"Sporting vai ter 33 modalidades"[/b][/size][/center][b]Ricardo Tomás tem 34 anos, é sócio numa grande sociedade de advogados, e não se incomoda quando lhe lembram que os responsáveis pelas modalidades nos grandes clubes são em regra vice-presidente. “Aqui somos todos unidos. Os cargos são irrelevantes”, atira, ele que é vogal da Direcção. A O JOGO, fez não só uma radiografia daquilo que são as modalidades do Sporting como falou, sobretudo, do futuro.
Já li declarações suas dizendo estar o Sporting aberto a novas modalidades. Porquê?
Houve uma concretização prática disso logo no início do nosso mandato, com a entrada do karting, apoiando um jovem que foi campeão nacional de cadetes. Entrou com um êxito, que esperemos se repita.
Mas isso é apoiar um piloto…
O Sporting não pode ter uma pista de karting! Nos desportos motorizados só podemos estar assim e já tivemos um campeão do mundo de clássicos. Mas também abriu a canoagem, ao entrar o Emanuel Silva. O projecto de expansão das modalidades é para continuar. Está em fase adiantada a preparação do regresso do râguebi, modalidade que por acaso está na origem das camisolas do Sporting. Há mais algumas em projecto. O Sporting vai para 33 modalidades; já temos 31 e somos o clube mais ecléctico do País, além de sermos o clube português com mais títulos na Europa e já no ano passado termos estado perto de ser o clube com mais títulos europeus em modalidades distintas [superando o Barcelona], pois ao êxitos do futebol, andebol, hóquei em patins e atletismo estivemos perto de juntar o futsal.
Mas novas modalidades - e querendo o Sporting mais títulos - não representam mais investimentos?
Perante o cenário económico do País todos os projectos terão pés bem assentes na terra. Qualquer modalidade que entre terá de ser auto-sustentada. O tempo em que se passava um cheque acabou.
O hóquei em patins, se subir à I Divisão, não irá merecer um investimento do clube?
Essa é uma modalidade exemplar. Começou com a formação, foi crescendo e já tem títulos e vai subindo de divisão. A secção de hóquei sabe perfeitamente como tem de funcionar. Os pressupostos vão manter-se: a prioridade é a viabilidade financeira. Se a equipa subir à I Divisão - como acredito vai acontecer -, o restante será depois analisado.[/b]
[center][size=18pt][b]Ginástica e natação querem mais espaço[/b][/size][/center]“A ginástica dará 118 mil euros de lucro. Na natação serão 443 mil euros. O futsal está projectado para um resultado positivo de 40 mil euros. O judo também; nos desportos de combate teremos um lucro de 38 mil euros”, atira, com uma ponta de orgulho, Ricardo Tomás, reconhecendo que “despesas temos no atletismo e no andebol, mas nada de desmesurado”. O orçamento das modalidades leoninas está "próximo dos três milhões de euros e há casos de enorme sucesso, como a ginástica, pois temos mais de mil praticantes e uma tendência para crescer, uma vez que a procura excede os espaços disponíveis, tal como na natação, pois se o estádio fosse uma piscina… estaria cheio". A propósito, o responsável leonino também lembra que “a equipa liderada pelo professor Cruchinho conseguiu o título nacional graças a jovens nascidos e criados cá”. Outro motivo de orgulho, não esconde, é o judo: “O Pedro Soares formou a melhor escola do País, chamou grandes atletas para junto de si e agora até vamos à Liga dos Campeões!”
[center][size=18pt][b]Eclécticos e olímpicos[/b][/size][/center][b]“No triatlo, fizemos agora um protocolo para entregar bicicletas aos atletas, pois temos formação, não ficamos apenas por João Silva, que, por sinal, é o melhor - lidera o ranking mundial! Quem nos procurar pode inscrever-se na nossa escola de triatlo”, refere Ricardo Tomás, responsável das modalidades do Sporting, explicando que, na canoagem, o clube só tem um atleta, Emanuel Silva, porque “em Alvalade não podemos fazer uma pista para ele nem, em Lisboa, existem condições para uma escola de canoagem”.
A política de contratação de atletas olímpicos, já seguida pelo enfica, é prontamente desmentida. “O Emanuel só participou em dois Jogos Olímpicos. Já o Sporting tem 109 atletas olímpicos e conquistou nove medalhas nos Jogos. Portanto, não vamos fazer comparações sobre quem é o clube mais olímpico. O Emanuel insere-se no programa de expansão das modalidades, e é só. Não necessitamos de ‘projectos olímpicos’! O seu eclectismo já deu ao Sporting a maior representatividade nos Jogos, será também o clube a levar mais atletas a Londres, no próximo Verão, e não só: estamos já a preparar os Jogos do Rio’2016, onde aumentaremos o nosso contingente com um atleta português na natação. Pois, porque este ano já teremos um, mas a nadar por Angola! O Sporting não tem necessidade de se afirmar pelo número de atletas olímpicos”, terminou Ricardo Tomás.[/b]
[center][size=18pt][b]Novo espaço é segredo[/b][/size][/center]O Sporting não tem um grande pavilhão - “O presidente Godinho Lopes foi o primeiro a dizê-lo: deveria ter sido erguido juntamente com o estádio”, lembra Ricardo Tomás -, mas tem uma impressionante estrutura para treino chamada Multidesportivo e prepara… uma surpresa. “Falta uma zona onde se juntem as modalidades todas: andebol, futsal, atletismo etc. Uma grande cidade desportiva”, diz Ricardo Tomás, sem abrir mais o jogo. “A Direcção está a estudar alternativas que satisfaçam as necessidades das modalidades e consigam reunir todas num mesmo espaço”, diz apenas, prometendo um anúncio “para breve”. Se o pavilhão em Alvalade está adiado - “A conjuntura económica não é favorável” -, a família leonina vai-se reunindo no Multidesportivo: “Aqui pratica-se desde a natação às modalidades de combate, passando por andebol, ginástica, natação. Num único edifício, está tudo aquilo que é o Sporting e treinam cá seis mil pessoas, a maioria atletas nossos!”
[center][size=18pt][b]As maiores Em análise[/b][/size][/center]> “Andebol tem equipa de futuro”
“No andebol, não somos campeões nacionais, mas já ganhámos a Taça Challenge. Foi o primeiro título internacional de um clube português, e este ano mais uma vez lutamos por ele. Temos uma equipa jovem e dela esperamos um grande futuro. Alguns dos nossos jogadores, sendo jovens, já são certezas, pelo que o Sporting se irá continuar a bater com qualquer adversário. O orçamento foi reduzido da época passada para esta, solução apenas possível devido à forte aposta na formação. O director-geral das modalidades, Mário Patrício, que acompanha bem de perto o andebol, tem garantido essa aposta na formação, que também nos tem dado títulos. Os juniores ainda recentemente bateram o FC Porco. E isto não esquecendo que os seniores ainda têm uma palavra a dizer no campeonato; estão na luta.”
> “No atletismo ficámos com atraso”
“Uma das nossas preocupações tem sido o atletismo. Dá-se muito valor ao trabalho feito, mas a modalidade sofre com os custos que tem. Não move multidões para gerar receitas. Por outro lado, e temos consciência disso, no atletismo temos uns anos de atraso no que toca à formação. Já começámos o ano passado a resolver isso e temos 77 jovens na academia que foi criada. O futuro e a sustentabilidade do atletismo passam pela formação. O Sporting tem de criar muitas Naides e Obikwelus. Podemos ainda necessitar de três ou quatro anos para ter frutos, mas é esse o caminho.”
> “Futsal é campeão e com lucro”
“Em futsal, o Sporting é bicampeão nacional, ganhou Taça e Supertaça, lidera o ranking da UEFA Futsal Cup e tem um orçamento inferior ao do seu principal adversário. Isto deve-se a um enorme trabalho de toda aquela equipa. Pode perguntar-me se este ano vamos voltar a ganhar tudo que eu, se o nosso orçamento fosse o dos adversários, garantiria que sim. Mas não gastamos o mesmo. Por isso digo apenas que vamos discutir tudo. É expectável que, este ano, o orçamento tenha um resultado positivo, mas ainda dependendo de receitas como as de bilheteira.”