Real projecta craques do futuro
Às portas de Lisboa, o Real Sport Clube foi a casa escolhida pelo Sporting para colocar oito dos seus jovens a crescer. O protocolo assinado no início da presente temporada levou nomes como Pedro Mendes, Diogo Rosado ou Wilson Eduardo para o emblema fundado a 1 de Agosto de 1995, que disputa a II Divisão zona Sul. O objectivo dos leões é claro: potenciar os atletas provenientes dos juniores, adaptando-os ao escalão sénior, dando-lhes a possibilidade de jogar num só clube, no qual o acompanhamento da sua evolução é superior. Tudo para que possam subir um ou dois patamares competitivos, sendo o limite a equipa profissional verde e branca, o quanto antes. E a política é para seguir nos próximos anos…
Em estudo, como revela a O JOGO o vice-presidente do Real Sport Clube, Luís Neves, um dos rostos do projecto a par do director para o futebol do Sporting, Pedro Barbosa, já está a próxima temporada [ver peça à parte]. “Não fazia sentido que este protocolo fosse só por um ano”, sublinha. No fundo, todos ficam a ganhar com o acordo, advoga-se em Massamá. O Sporting, ao enquadrar os seus jovens e talentos emergentes na competitividade de uma II Divisão, com a garantia que os atletas vão ser utilizados com regularidade, dá azo ao crescimento futebolístico necessário a quem dá os primeiros passos no futebol sénior: afinal, são potenciais reforços leoninos e seguidores de casos como Yannick Djaló, Miguel Veloso, Pereirinha ou Daniel Carriço - também eles rodaram nas divisões inferiores. Já o Real, em tempos de aperto económico, poupa 150 mil euros por ano, limitando o seu orçamento para a época 2009/2010 a 120 mil euros. É que para além da cedência de Victor Golas, Pedro Mendes, Diogo Amado, André Martins, Fábio Paim, Diogo Rosado, Wilson Eduardo e o ganês William Owusu, a equipa técnica liderada por Filipe Ramos é paga pelo Sporting, assim como o secretário-técnico Vasco Fernandes. O próprio departamento médico está incluído parcialmente no rol dos encargos dos leões. E os craques em potência são mesmo os primeiros a subscrever a parceria que pode servir, como frisa Victor Golas, de “trampolim para chegar mais longe”.
Os miúdos avaliados por FILIPE RAMOS
DIOGO ROSADO (Médio-ofensivo)
Jogador muito talentoso, particularmente forte nos duelos individuais e lances de bola parada. Tem de melhorar o seu jogo sem bola, em particular durante o processo defensivo. Boa capacidade de penetração e desequilibrador por excelência. Revela boa capacidade para rematar de fora da área.
FÁBIO PAIM (Extremo)
Um dos mais talentosos jogadores da formação do Sporting. Tem revelado grandes dificuldades nesta sua fase inicial de integração no futebol sénior. Típico produto do futebol de rua, é um extremo clássico, destro, à “antiga portuguesa”. Apesar de manifestar vontade e talento suficientes para jogar ao mais alto nível, tem ainda de crescer e amadurecer em vários aspectos da sua personalidade para que possa estar à altura das exigências inerentes ao futebol de alta competição.
WILSON EDUARDO (Avançado)
Jogador com grande mobilidade e extremamente veloz, com e sem bola. Revela boa capacidade de penetração, capacidade para criar espaços, mantendo a amplitude e a profundidade de jogo. Boa capacidade para passar no pé e no espaço. Finaliza com objectividade e eficácia. Jogador muito empenhado e criativo, demonstra muita disponibilidade para ouvir e aprender, bem como para integrar uma estratégia colectiva.
WILLIAM (Avançado)
Jogador poderoso e veloz nas zonas próximas e frontais da baliza. Domina as técnicas de passe e remate, solicitando demarcações de ruptura e apoio de forma oportuna. Revela boa capacidade de antecipação. É forte no 1x1, criando, por jogo, várias situações de finalização. Demonstra grande capacidade para efectuar recepções orientadas, ficando frequentemente na cara do guarda-redes. Domina o jogo aéreo.
VICTOR GOLAS
(Guarda-redes)
Jogador de elevada estatura, demonstrando as características físico-condicionais necessárias à função que desempenha. Seguro e eficaz fora e, particularmente, entre os postes. Qualidade bastante elevada nas reposições de bola com o pé. Revela confiança e capacidade de liderança.
PEDRO MENDES (Defesa-central)
Demonstra as características físico-condicionais que a sua função requer (estatura, velocidade, flexibilidade, força e resistência). Participa com eficácia nos lances de bola parada a favor. Revela boa capacidade para impedir que os adversários se voltem e para decidir o momento exacto para agir sobre os mesmos. Elevada capacidade para marcar e anular o adversário directo, embora, por vezes, manifeste excessiva agressividade. Boa capacidade para passar, particularmente no espaço mais afastado. Promove com eficácia a circulação da bola entre os corredores laterais. Lê bem o jogo.
DIOGO AMADO (Médio-centro)
Jogador com elevados recursos técnico-tácticos para fazer qualquer posição no meio-campo, em particular na posição 6. Grande organizador de jogo. Demonstra boa capacidade para gerir e controlar o ritmo de jogo, temporizando com qualidade. Capacidade para passar no pé e no espaço, revelando particular qualidade para jogar atrás da linha da bola. Jogador muito empenhado e criativo, demonstra muita disponibilidade para ouvir, aprender e para integrar uma estratégia colectiva. Lê bem o jogo.
ANDRÉ MARTINS (Médio-centro)
Jogador com elevados recursos técnico-tácticos para fazer qualquer posição no meio-campo. É eficaz a decidir, a executar, demonstrando boa capacidade para gerir e controlar o ritmo de jogo. Apesar de ser um jogador de estatura baixa, tem uma grande capacidade de impulsão. Revela qualidade nos apoios e grande capacidade para jogar atrás e à frente da linha da bola. É um jogador muito empenhado e criativo, demonstrando muita disponibilidade para ouvir, aprender e integrar uma estratégia colectiva. Lê bem o jogo.
O JOGO
RUI MIGUEL GOMES