Não sou muito viajado, nem conheço muitos estrangeiros, por isso o meu depoimento não tem grande relevância.
Do estrangeiros que conheço melhor, e que por acaso vivem cá, um é inglês, adepto do Cristal Palace, e antes de vir viver para cá já queria ser adepto dos orcs, porque eram famosos graças ao Eusébio, quando ele era miúdo.
O outro é italiano, adepto da AS Roma, e percebia mais de futebol português que o outro, antes de vir para cá (já é da geração «televisiva»), em parte graças a Figo e R. Costa, e até Mourinho, sei lá.
Sabia de Moutinho e Veloso, da Academia e de Cristiano e Nani, tinha boa impressão do Sporting por isso. Por acaso pratica atletismo, e sabia quem foram Mamede (sobretudo) e Lopes, e confessou-se fã de Naide Gomes.
Já levei os dois a Alvalade. O inglês disse sempre mal (infelizmente com razão), calhou termos perdido os jogos. No entanto, na final da Taça UEFA parecia um adepto de longa data. Esse dia foi uma grande festa, antes do jogo, e estivemos nos copos com uns britânicos que ele tinha encontrado no metro, e que vinham torcer por nós. Lembro-me que alguns eram adeptos do Newcastle.
Já o italiano, só assistiu ao 4 a 1 que demos ao FCP para a taça da cerveja.
Gostei da apreciação dele ao jogo, vê-se que percebe do assunto. Começou por não gostar de Adrien, por ser muito lento, e facilmente desarmado. Concordei de imediato, já tinha reparado.
(depois chamei-lhe a atenção para Adrien ter «engatado», e ele concordou, e gabou-o)
Também logo de início começou a gabar Izmailov, que se desmarcava muito bem e estava sempre em movimento. Nessa altura do jogo Izmailov até nem estava a tocar muito na bola, mas era verdade que estava em todo o lado, e às tantas fez várias jogadas vistosas.
(depois, na segunda parte, nem se fala.)
Mas quem lhe encheu as medidas, além de Izmailov, foi Moutinho, porque enfrentava os médios do FCP, com corpo, metendo o pé, disputando as bolas, e lançando contra-ataques.
Pelo contrário, detestou o Picanhas, e sempre que me vê pergunta como é possível ter um jogador tão medíocre no plantel.
Durante o jogo, às tantas o tipo vibrava com aquilo tudo, estava ali um adepto ferrenho. É verdade que o jogo ajudou.
Há muitos anos dei-me com uns tipos de Geneve, fui até lá, e todos os copains deles, conheciam o Sporting, mas é preciso ver que pouco tempo antes tínhamos perdido com o Neuchâtel Xamax FC. A propósito disso, pediram-me para traduzir (e pronunciaram bastante bem!) os insultos que os emigrantes tinham gritado ao árbitro durante o jogo em Neuchâtel…
De resto tenho a impressão que o «Sporting Lisbon» é bastante conhecido lá fora, mas, não sou, como disse, muito viajado, e o grosso dos meus correspondentes é das Américas.
Quanto aos brasileiros, os poucos com quem tenho falado sobre o Sporting conheciam-no todos, sempre devido a pequenas coincidências (mas são demasiadas coincidências), um até era adepto do Sporting cá por causas das cores, que eram as do clube dele lá.
BTW, o inglês anda-me a chagar para o levar ao jogo com o Bayern.