A meu ver, os Sportinguistas deverão optar por eleger um Presidente que “endireite” o Projecto e não que o destrua e que reúna na sua estratégia as seguintes prioridades:
1. Promover a aproximação do Sporting com os seus adeptos
Este ponto é fundamental para o futuro imediato e de longo prazo do Sporting porque é o garante da sua projecção nacional e internacional. O Presidente terá que fazer com que os adeptos sintam que o Clube lá está para eles. A estrutura empresarial deverá personalizar a sua abordagem para cada tipo de adepto (como nas cartinhas que manda aos sócios, por exemplo), ter sempre disponível um departamento de apoio ao sócio e adepto que funcione em horas extra e que resolva os problemas que surjam com rapidez e eficiência. Deverão ser abertas salas de convívio no Estádio para os adeptos e sócios que as queiram frequentar com condições decentes (nada de buracos escuros tipo taberna), por exemplo com sala de estar, sala de jogos (cartas, xadrez, damas), biblioteca onde seja possível consultar todas as edições de jornais Sporting, publicações relacionadas com todas as modalidades em que o Sporting tenha participado no passado. Deverá ser dada a voz ao adepto através da promoção de debates, por exemplo, semanais, num local no Estádio específico para o efeito, com o objectivo de discutir a actualidade do Sporting, onde estará sempre um elemento do Sporting com o objectivo de esclarecer sobre o rumo estratégico para as diferentes facetas do Clube e também para colher opiniões construtivas sobre o que deve ser feito para melhorar o Clube na sua generalidade (tipo fórum e não propriamente porque é que o treinador substituiu A por B e não A por C). Deverão ainda ser promovidos inquéritos anónimos aos sócios para que estes possam avaliar vários parâmetros dos diferentes sectores do Clube (por exemplo, como classifica de 0 a 5 a limpeza dos corredores e escadarias do Estádio? ou como classifica de 0 a 5 a rapidez, eficácia ou tratamento do atendimento aos sócios?) para depois se poder fazer uma avaliação mensal e descobrir o que anda a funcionar menos bem. Ou seja, mesmo que o futuro estratégico possa estar nas mãos dos accionistas, é importante trazer os adeptos para junto do Clube e fazê-los sentir que eles contam e são a coisa mais importante que o Clube tem.
2. Promover a contratação de Sportinguistas para os lugares certos.
O próximo Presidente não deverá afastar-se do rumo teorizado pelo Projecto. No entanto, a contratação deverá ser de Sportinguistas com espírito “taliban” se possível. Deverão ser pessoas que não gostem de perder em nada, nem a feijões. Após a avaliação da competência profissional (e cor clubística), só deverão ser contratados os indivíduos após uma avaliação rigorosa do seu carácter. Ou seja, ter sempre em atenção as relações humanas nos departamentos e perceber onde é preciso corrigir esse equilíbrio. E deverá começar nos jogadores até aos directores. Nas relações públicas deveremos ter pessoas hábeis a lidar com os media, com discurso forte e coerente e sempre prontas a reagir aos acontecimentos de última hora; na área financeira, deveremos ter gestores preparados para lidar com a pressão do Grupo Sporting (tipo Ministro das Finanças) para manter rigor absoluto; na área desportiva, deveremos ter não só um treinador de excelência nos seniores, mas também de excelência em todos os escalões de formação, assim como um gestor que perceba do mercado de transferências e que seja habilidoso a lidar com empresários e dirigentes de outros clubes; até na limpeza, deveremos ter pessoas que queiram que o Estádio de Alvalade seja o mais limpinho de todos os estádios em Portugal :). Ter sempre muita atenção que os lugares-chave terão de ter sempre pessoas de Sportinguismo inabalável e com “faro” particular para a posição (não do tipo Oceano a director-deportivo ou coisa assim).
3. Definir uma estratégia de curto, médio e longo prazo para o Clube e manterem-se firmes.
Falar a verdade para os sócios e adeptos. Dizer-lhes que se vão contratar as melhores pessoas para os cargos mas que se se chegar à conclusão que não são lá grande coisa, que serão subtituídos (tipo, ao fim de um ano, se se vir que o treinador é um “panhonha” e que não cumpre objectivos, não faz sentido que continue, pois não encaixa no líder que um balneário precisa de ter para ser vencedor). Perceber quais são as áreas que necessitam de maior investimento, por exemplo, se queremos ser campeões na Natação ou se preferimos o Andebol, ou se queremos ser apenas acima da média nas 2 coisas ao mesmo tempo. Ou então se queremos investir forte no futebol sénior no 1º ano e nos Juniores, com a contrapartida de desinvestir fortemente nos seniores nos 2º e 3ºs anos tendo em vista o aproveitamento do investimento dos juniores que passam então a seniores. Perspectivar até se possível a promoção de Paulo Bento a treinador principal daqui a 3 anos de modo a acompanhar o trajecto que tem efectuado com os juniores Ou seja, definir tudo isso à partida numa perspectiva de 2 a 3 anos, com perspectivas financeiras já incluídas. Se possível, contratar um bom economista que perspective e possa delinear a estratégia económica do Sporting num prazo de 5 a 10 anos. Apresentar tudo isto aos sócios e adeptos na campanha eleitoral e, quando eleitos… manterem-se firmes na estratégia (se forem da matéria prima do ponto 2 concerteza o farão) e fazerem apenas acertos pontuais, consoante os cenários que vão ocorrendo.
Estas são as minhas ideias e votarei no candidato que se mostre que estas são as suas prioridades. Porque é este o Sporting que eu vejo e quero ter no presente próximo e até num futuro longínquo.