Preço dos discos rígidos aumenta 21 euros por TB

[b]Com a alteração da lei, preço dos discos rígidos aumenta 21 euros por TB[/b]

A proposta de lei apresentada hoje pelo PS no parlamento prevê aplicar uma taxa de 20,48 euros a discos rígidos externos de 1TB. Um telemóvel com 64GB pode custar mais 32 euros e um disco multimédia pode quase duplicar de preço.

A proposta de lei da cópia privada (a lei n.º 62/98) é apresentada hoje, mas a posição da bancada do PSD sobre este assunto torna imprevisível a data em que os deputados da Assembleia da República vão votar esta iniciativa.

A Exame Informática contactou o grupo parlamentar do PSD a fim de saber se estaria disposto a aprovar a proposta de lei e apurou que a bancada social democrata pretende debater a iniciativa legislativa do PS na comissão de cultura, a fim de garantir a introdução de contributos de outras bancadas.

Só depois deste “debate na especialidade” a proposta de lei terá um texto final que será por fim sujeito a votação de todos os deputados da Assembleia da República.

O PSD recusou referir se concorda ou não com os valores propostos para as taxas propostas pelo PS. Do mesmo modo não refere que contributos poderão vir a ser introduzidos na proposta de lei. Mas há pelo menos dois dados que são quase adquiridos: 1) sem os votos a favor ou a abstenção da bancada do PSD dificilmente esta lei passa na Assembleia da República; 2) dada a resposta obtida pela Exame Informática, tudo leva a crer que o PSD não discorda da atualização da lei n.º 62/98…resta saber se a bancada apoia o governo concorda com os valores propostos pela bancada do PS.

O que diz a proposta de lei

A Exame Informática analisou a proposta de lei apresentada pelo PS e apurou que entre as alterações propostas consta a aplicação de uma taxa de dois cêntimos de euros a cada GigaByte (GB) disponibilizado num disco rígido. Caso seja aprovada a proposta de lei, o custo de compra de um disco rígido de 1TB (ou seja, de 1024 GB) passa a estar sujeito a uma taxa de 20,48 euros. O que significa que um disco rígido de 1TB que hoje tenha um custo médio de 70 euros passará a ser vendido a 91,48 euros.

A proposta de lei prevê que a mesma taxa seja acrescida de 0,5 cêntimos de euros nos discos rígidos que tenham mais de 1TB de capacidade. Resultado: um disco rígido de 2TB, com um preço médio atual de 100 euros passaria a ter um custo de 151,2 euros (2048GB x 0,025 euros).

A proposta de lei isenta de qualquer taxa os discos rígidos externos que tenham menos de 150GB.

Nos denominados discos multimédia, a taxa proposta é de cinco cêntimos por GB. O que implicaria a aplicação de uma taxa de 103,2 euros num disco multimédia de 2TB, que hoje pode ser comprado por um preço médio de 130 euros.

Nos telemóveis, a proposta de lei do PS prevê a aplicação de uma taxa de 50 cêntimos por cada GB de memória. Em contrapartida, os cartões de memória e as pens USB poderão vir a ser taxados a seis cêntimos por cada GB.

Nos multifunções, os valores propostos também podem deixar os consumidores menos satisfeitos: nos modelos com menos de 17 quilos de peso é aplicada uma taxa de 7,95 a 10 euros, consoante se tratem de máquinas que funcionam a jato de tinta ou laser, respetivamente. Caso essas máquinas tenham um peso superior a 17 quilos, a taxa é aplicada consoante a velocidade de reprodução: de 13 euros para máquinas capazes de fazer nove Cópias Por Minuto (CPM) a 227 euros para multifunções que superam as 70 cópias por minuto.

No site do Parlamento já é possível aceder à versão da [url=http://proposta de lei do PS na íntegra]DetalheIniciativa.

O porquê da proposta de lei

Gabriela Canavilhas, deputada do PS que promove a apresentação da nova proposta de lei, considera que as taxas agora apresentadas não deverão ter impacto na aquisição de equipamentos informáticos pelo consumidor doméstico. “É nos equipamentos usados por profissionais que as taxas se fazem sentir mais - e é justo que assim seja, porque são equipamentos com maior capacidade”, acrescenta a deputada socialista.

A ex-ministra da Cultura do governo José Sócrates lembra que a proposta de lei teve em conta a aplicação de taxas similares em países como “Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Itália e Finlândia” e ainda as condições socioeconómicas de Portugal.

Gabriela Canavilhas recorda que a lei, como está atualmente, não permite acompanhar a evolução tecnológica operada na maioria das casas dos consumidores, e limita-se a aplicar uma taxa fixa de 3% do preço a alguns formatos de discos e leitores de DVD e CD.

A deputada socialista sublinha que só há produtos culturais enquanto os autores e produtores desses conteúdos forem remunerados e lembra que “não podem ser só os vários intermediários desses produtos culturais a ter lucros”. “Como pessoa da cultura, preocupo-me essencialmente com os direitos de autor, mas admito que um deputado da área da economia pense de outra forma. E por isso há disponibilidade para fazer acertos à proposta de lei no debate da especialidade”, acrescentou a deputada do PS, quando questionada pela Exame Informática.

As primeiras críticas

Entre os críticos da proposta de lei do PS encontra-se a Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL). Em comunicado, a ANSOL apela aos vários grupos parlamentares da Assembleia da República a votar contra a proposta de lei que é hoje apresentada pelo bancada do PS.

Rui Miguel Seabra, presidente da ANSOL, acusa os serviços do Ministério da Cultura, então liderados por Gabriela Canavilhas, de terem criado entraves ao envio de contributos para proposta de lei. “A associação de consumidores DECO foi a única entidade que não lucra com estas taxas que participou neste processo. E pelo que sabemos apenas terá estado presente numa única reunião”.

Gabriela Canavilhas confirma que a proposta de lei resulta dos contributos de várias entidades que gerem os direitos de autor, produtores e editores, mas rejeita qualquer restrição à apresentação de contributos externos. “Recebemos contributos das várias entidades representadas na secção dos direitos de autor do Conselho Nacional de Cultura”, sublinha.

Em contrapartida, os responsáveis da ANSOL lembram que a Comissão Europeia pretende lançar, em breve, um processo de recolha de posições dos vários intervenientes do setor. Este processo deverá terminar no final do verão e poderá servir de base à criação de uma nova diretiva da Cópia Privada na UE.

“Pegando na tabela da Proposta de Lei e em preços atualmente praticados no mercado, vemos artigos a aumentar o seu preço em mais de 300%”, estima Marcos Marado, vice-presidente da Direção da ANSOL, sublinhando que é por este aumento de preços que as entidades europeias estão a ouvir os fabricantes de hardware sobre esta matéria.

Os responsáveis da ANSOL criticam ainda a proposta de lei do PS por permitir cobrar taxas em dispositivos que até podem ser usados para armazenar conteúdos de livre partilha.


http://aeiou.exameinformatica.pt/com-a-alteracao-da-lei-preco-dos-discos-rigidos-aumenta-21-euros-por-tb=f1011613

Este governo é tão estúpido.
Agora é que ninguém vai comprar disto em Portugal, vai ser tudo a mandar vir de fora.
Estão a assassinar a economia.

É incrível, qualquer merda serve de desculpa para nos meterem a mão no bolso!

E o melhor é que eles pensam que só piratas é que compram discos, pens, cartões de memória etc.
Sim, porque não há profissionais que precisam de discos de grande capacidade para poder trabalhar com imagens tiradas com as suas SLRs em formato raw e/ou vídeos de alta definição. Só para dar uns exemplos…

Nada mais simples…

tens que ter em atenção de onde mandas vir, visto que na maioria dos países também pagas este tipo de «imposto».

eu é que me safei de boa, visto que acabei de comprar um novo NAS com 6 TB. ;D

Deixa-me ver se percebo bem: o objectivo é, portanto, tornar mais difícil o acesso à tecnologia, com a desculpa de que a capacidade de armazenamento é uma necessidade das empresas e não dos particulares.

Esta medida "brilhante oferece-me um comentário:

  • tanto como consumidor doméstico como responsável de uma empresa, procuro o material ao preço mais competitivo. Nunca tive problemas em encomendar do estrangeiro. Se prejudicam agora as empresas nacionais com esta taxa, pior ficarão. E eu comprarei lá fora. Prejudicando a economia nacional. Bem jogado.

:arrow: :arrow:

Estes gajos às vezes parece que não pensam :wall:

@ JanglinJack

Por quanto? Onde? (Senão for descrição)

“Iomega NAS StorCenter ix2-200 - Cloud Edition - 6 TB”, comprado na pixmania, por 535 euros (incluindo entrega em casa). não é nada do outro mundo, mas para o efeito (servidor de ficheiros cá para casa) é bem suficiente (suporta raid 1, que não vou usar, porque não vou guardar ali muitos ficheiros importantes, e os que vou, já tenho em backup, tanto onine como noutro disco).

Bem o preço… vá lá vai… mas também são 6T… Se fosse uns 200€… ainda pensava em adquirir… agora assim. ui…

pois, isto não são uns simples discos, é basicamente um computador completo (ao qual acedes via browser, ou outro método de acesso remoto que pretendas). tens um serviço de dinamic DNS gratuito por um ano que te permite aceder à informação de qualquer ponto do mundo onde tenhas uma ligação à net, um serviço de gestão de torrents, serviços de backup, 3 portas usb, partilha de impressora e mais umas coisitas. isto tudo sem mudares o SO, porque se conseguires mudar, coisa que não tentei (ainda :mrgreen: ), as possibilidades são infinitas.

se quiseres ler uma review duma versão anterior mas muito parecida:
http://reviews.cnet.com/network-storage/iomega-storcenter-ix2-200/4505-3382_7-33788177.html

Eu era para comprar um disco… de 1TB… porque tenho um 3.5’’ de 500gb da Lacie, e não sei… tenho medo de ir com os porcos e perde-se tudo…

os backups são importantissimos. a maioria das pessoas não pensa assim, normalmente até alguma coisa correr mal.
eu de importante só tenho fotos, e mesmo assim tenho 3 cópias de cada uma (4 se contarmos as que estão publicadas online, mas essa é só uma pequena percentagem).

nos dias que correm já não faz muito sentido não se apostar em backups (seja online, seja em DVDs ou discos rigidos).
se não tiveres uma grande quantidade de informação vital para guardar podes experimentar um serviço online (o ADrive dá-te 50 gigas) gratuito. não dá para fazer backups de filmes e música, mas dá para aqueles documentos que não se conseguem refazer quando os originais se perdem, que ao fim e ao cabo, são os mais importantes.

Comprar discos nesta altura também é uma péssima opção, devido às cheias na Tailândia de há 6 meses que inoperacionalizaram a(s) fábrica(s): aparentemente, a Tailândia tem 75% da quota de mercado do fabrico de discos. Por isso é que o seu custo disparou a nível mundial.

Se tens ficheiros importantes guardados nesse disco de 500gb, convém guardá-los noutro sítio também. Os discos rígidos externos não duram para sempre, ao fim de uns anos vão ao ar…

Uma deputada do PS vai responder a questões sobre a lei 118:
http://noticias.sapo.pt/tec_ciencia/artigo/entrevista-a-gabriela-canavilhas_2413.html

Estou pra ver o que vai dizer ::slight_smile:

E lá vai tudo para a Amazon

Grande medida. :clap:

"Gestora de direitos diz que remunerar cópia privada é questão de princípio

As memórias USB e outros dispositivos, como cartões de memória, ou dispositivos de armazenamento, como discos externos, vão ter uma taxa adicional de 0,06 euros por cada gigabyte de capacidade de armazenamento. Discos rígidos ou outros suportes de armazenamento de dados em massa terão uma taxa de 0,02 euros por cada GB, acrescendo 0,005 euros por cada giga adicional acima de 1 terabyte. As taxas abrangem quase todos os tipos de equipamentos que permitam guardar ficheiros, como os telemóveis."

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=537067&pn=1

:lol: nem merece grandes comentários… isto anda mesmo podre

Ando à procura de um disco externo com capacidades na ordem dos 320G a 1T. Há muita oferta, mas gostaria de saber a vossa opinião tendo em consideração principalmente o preço.