Faz-me espécie como em Portugal não se consegue organizar esta modalidade, que ainda por cima tem tanta publicidade por causa da NBA. :o O Porto está a fazer no basquetebol a mesma guerra à respectiva federação que fez no futebol. Que ninguém diga que não são previsíveis… :
[size=10pt][b]FC Porto ameaça extinguir equipa se acabar a Liga profissional[/b][/size]Ovarense anunciou o abandono do campeonato profissional em 2008/09. Clubes ponderam nova prova amadora, gerida pela federação
aÉ uma opinião do departamento de basquetebol portista, que terá ainda de ser ratificada pela direcção do clube, mas diz muito sobre a guerra aberta no basquetebol nacional. O FC Porto recusa participar num campeonato organizado pela Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), mesmo que isso implique extinguir a equipa sénior ou até mesmo acabar com a modalidade no clube. Esta é a reacção mais dura entre os oito clubes que participam na Liga profissional, depois de ontem a Ovarense ter anunciado o abandono da actual prova e defendido um novo campeonato, não profissional e organizado pela federação.
“Se não houver equipas suficientes para uma liga profissional, o FC Porto, em princípio, não participará numa prova organizada pela federação, mesmo que isso signifique a extinção da equipa ou até todas as camadas da modalidade no clube”, avançou ao PÚBLICO Fernando Assunção, responsável pelo basquetebol do FC Porto, ressalvando que esta é a opinião do departamento que dirige, cabendo depois à direcção do clube uma decisão definitiva. Alegando ser “um dos baluartes da modalidade em Portugal”, o clube portista queixa-se de ser “maltratado pela federação e pela associação do Porto”.O campeonato profissional de basquetebol volta, assim, a viver momentos de crise, depois de no início da época a saída do Benfica e do Queluz quase ter inviabilizado a prova, que tem de ser disputada por um mínimo de oito clubes. O presidente da SAD da Ovarense, Augusto Arala Chaves, anunciou ontem que o clube de Ovar sairá da Liga, considerando que esse campeonato “não tem competitividade, nem credibilidade”. Mesmo salientando que a Ovarense sempre “pugnou pelo profissionalismo”, Arala Chaves não vê outra saída que não seja um novo campeonato, organizado pela Federação.
A Liga profissional tem actualmente apenas oito clubes e a saída da Ovarense é vista quase como a morte definitiva do campeonato. O FC Porto é a única formação que não abre mão da defesa do profissionalismo (ver caixa) e critica as regras estabelecidas na Proliga, a segunda competição da modalidade, não profissional e organizada pela Federação. Fernando Assunção queixa-se de concorrência desleal, afirmando que só os clubes da Liga “são obrigados a cumprir as suas obrigações fiscais, a fazer seguros de trabalho para os basquetebolistas e a ter vistos de trabalho para os estrangeiros”, encontrando “na falta de clareza da Proliga” a justificação para alguns clubes preferirem alinhar nesse campeonato secundário.O presidente da Liga, Paulo Mamede, não quis ontem responder às muitas críticas à qualidade do campeonato, feitas até por observadores exteriores como Jorge Araújo, antigo treinador, e Carlos Barroca, técnico e comentador televisivo. O líder da Liga prefere deixar os comentários para os clubes. E estes, contactados pelo PÚBLICO, reconhecem quase unanimemente que o actual campeonato não é satisfatório e que algo tem de mudar, uma situação que foi agravada pelo triunfo do Vitória de Guimarães, equipa da Proliga, na Taça de Portugal.
FPB quer novo campeonato
Depois de uma reunião na terça-feira passada na Figueira da Foz entre os oito clubes da Liga, quatro deles (Ovarense, Barreirense, CAB Madeira e Ginásio) encontraram-se com a federação na passada quinta-feira, em Elvas, numa primeira abordagem para a criação de um novo campeonato. Mário Saldanha, presidente da FPB, disse ao PÚBLICO que se limitou a ouvir os clubes e a manifestar a disponibilidade da federação para organizar “um novo campeonato com as melhores equipas”, referindo que o ideal será uma prova com 12 a 16 clubes, em que, “se avançar”, a federação pretende aproveitar algumas boas ideias da actual Liga, como “os três árbitros”.Saldanha alega que a actual situação “conduz a pensar que o profissionalismo não é possível em Portugal”. “O orçamento mínimo para estar na Liga profissional é de 300 mil euros, o que até considero baixo. E o presidente da Liga até propôs há um mês baixá-lo para 125 mil euros, o que não considero ser uma proposta séria”, argumenta o presidente da FPB, que rebate as críticas sobre o menor rigor nos critérios exigidos para participar na Proliga. “Estamos na mesma situação que outros campeonatos amadores, como o futsal, o hóquei em patins e o voleibol”.
Alguns clubes consideram que, para a actual situação, muito contribuiu o conflito entre a Liga e a Federação, que “não souberam aliar esforços para promover a modalidade”, diz Mário Luís Rocha, presidente do Vagos. João Orlando, director do Lusitânia para o basquetebol, apela, por isso, ao “diálogo entre a Liga e a Federação”. Mário Saldanha, porém, alega que “os problemas da Liga são anteriores à falta de diálogo com a federação”, que diz ser uma situação recente, depois de se ter incompatibilizado com Paulo Mamede. Certo é que o basquetebol - uma das principais modalidades, a seguir ao futebol, andebol e voleibol - volta a viver em crise, pouco tempo depois de Portugal se ter estreado na fase final de um Europeu e logo com um nono lugar.
Número de praticantes federados de basquetebol (2005, dados do INE), que era a 4.ª modalidade do país.
[b]Clubes da Liga com posições diferentes[/b]Ovarense Diz que sempre defendeu um campeonato profissional, mas desde que tenha “força e credibilidade”. Considerando o actual campeonato pouco competitivo, a Ovarense vai abandonar a Liga e defende um novo campeonato não profissional organizado pela Federação.
CAB Madeira Defende a manutenção do profissionalismo, mas, se não for possível, dialogará com a Federação e os clubes para implementar o melhor campeonato possível.
Ginásio Não quer fazer comentários.
Belenenses O clube quer jogar no campeonato em que estejam as melhores equipas, indepedentemente de a prova ser profissional ou não.
FC Porto O departamento de basquetebol defende um campeonato em que participem as melhores equipas, mas sob a égide da Liga e não da Federação. A opinião da secção (que terá de ser ratificada pela direcção do clube) é de recusa em participar numa prova organizada pela Federação, mesmo que isso implique a extinção da equipa.
Lusitânia Vai participar na prova de mais alto nível que houver.
Vagos Lamentando o número reduzido de clubes no actual campeonato, participará na melhor competição que existir, seja qual for o organizador.
Barreirense Participará na competição de maior nível que existir, independentemente de quem for o organizador.