Porque nos orgulhamos de sermos Sporting Clube de Portugal

OS CINCO MELHORES DÉRBIS DO SÉCULO XXI

Redação do Leonino recorda os cinco melhores encontros do século XXI entre Sporting CP e SL Benfica

Duarte Pereira da Silva

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24 de Março 2020, 17:54

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A pandemia mundial Covid-19 obrigou a que, por todo o globo, as competições desportivas fossem suspensas. Desta forma, a redação do Leonino decidiu recordar os cinco melhores encontros entre Sporting CP e SL Benfica do século XXI.

  • Época 1999/2000 – SL Benfica 1 – 3 Sporting CP

No dia 26 de janeiro de 2000, em partida a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, o Sporting CP deslocou-se até ao Estádio da Luz e venceu o SL Benfica por 3-1. Beto Acosta (11´e 74´) e André Cruz apontaram os golos leoninos, enquanto Cristián Uribe (33´) foi o autor do golo encarnado.

Aos 11 minutos, através de um canto marcado à maneira curta, Ivone De Franceschi cruzou para Beto Acosta, que se antecipou à Paulo Madeira, e cabeceou para o fundo das redes. Contudo, aos 33 minutos, as águias reagiram e Cristián Uribe, de pontapé livre, voltou a igualar o encontro. Todavia, logo de seguida, aos 36 minutos, André Cruz aproveita da melhor maneira o desvio de Acosta e volta a colocar os leões na frente. No segundo tempo, o conjunto de Augusto Inácio haveria de ampliar a vantagem. Beto Acosta foi carregado em falta dentro da grande área e, na conversão, fez o 3-1 e fechou as contas.

Nesse ano, o Sporting CP haveria de se sagrar Campeão Nacional, mas, na prova rainha, seria derrotado, na finalíssima, pelo FC Porto, por 2-0, após o empate a uma bola no primeiro jogo.

  • Época 2000/2001 – Sporting CP 3 – 0 SL Benfica

No dia 29 de abril de 2001, em jogo relativo à 30.ª jornada do Campeonato Nacional, os leões receberam, no velhinho Estádio José Alvalade, as águias e golearam o eterno rival por 3-0. Beto Acosta (3´), Pedro Barbosa (21´) e Beto (57´) foram os autores dos golos verdes e brancos.

Ainda nem os adeptos tinham tido tempo para aquecer o lugar, quando, aos três minutos, Sá Pinto tirou tudo e todos do caminho, mas o guarda-redes encarnado, Carlos Bossio, evitou o golo do português. No entanto, na recarga, Beto Acosta inaugurou o marcador. Aos 21 minutos, e perante total domínio da equipa então orientada por Manuel Fernandes, Rui Jorge cruzou com conta, peso e medida para Pedro Barbosa que, de cabeça, fez o 2-0. Contudo, o melhor momento da noite estava ainda por chegar. Já no segundo tempo, aos 57 minutos, Beto tirou Sabry do caminho e, do meio da rua, disparou um míssil para o fundo das redes encarnadas. Carlos Bossio limitou-se a seguir a bola com os olhos.

O Sporting CP acabaria mesmo por vencer o SL Benfica, por 3-0. Ainda assim, nessa época, os leões terminaram apenas no terceiro lugar do Campeonato Nacional, com 58 pontos, a uma dezena de pontos do primeiro classificado, o Boavista.

  • Época 2005/2006 – SL Benfica 1 – 3 Sporting CP

No dia 28 de janeiro de 2006, em jogo relativo à 20.ª jornada do Campeonato Nacional, o conjunto de Paulo Bento venceu, no Estádio da Luz, o SL Benfica por 3-1. Os golos verdes e brancos aconteceram apenas no segundo tempo, com Sá Pinto (64´) e Liedson (73´e 82´) a apontaram os tentos leoninos. Simão Sabrosa (27´) fez o golo encarnado.

As águias começaram melhor e, aos 27 minutos, Simão Sabrosa, de grande penalidade inaugurou o marcador. Porém, nos segundos 45 minutos, os leões conseguiram dar a volta ao marcador. Aos 64 minutos, Ricardo Sá Pinto, na conversão de um castigo máximo, fez o 1-1. Menos de dez minutos depois, numa transição rápida, Liedson partiu os rins a Luisão e disparou para o fundo da baliza defendida por Quim, colocando, assim, o Sporting CP na frente do marcador. Por fim, o levezinho voltou a fazer estragos e, depois de contornar o guarda-redes encarnado, só teve de encostar e fechou as contas em 3-1.

Nesse ano, os comandados de Paulo Bento terminaram no segundo lugar do Campeonato Nacional, com 72 pontos.

  • poca 2007/2008 – Sporting CP 5 – 3 SL Benfica

No dia 16 de abril de 2008, em jogo a contar para as meias-finais da Taça Portugal, o Sporting CP recebeu e venceu o SL Benfica por 5-3. Naqueles que muitos consideram ser um dos dérbis mais memoráveis da história, Yannick Djaló (68´e 84´), Liedson (76´), Derlei (79´) e Simon Vukcevic (90+3´) apontaram os golos leoninos. Rui Costa (19´), Nuno Gomes (31´) e Cristián Rodríguez (82´) foram os autores dos tentos encarnados.

O jogo não começou da melhor maneira para os leões e, aos 19 minutos, Rui Costa combinou com Ángel Di María e fez o 1-0. Contudo, o cenário haveria de ficar ainda mais negro. Aos 31 minutos, Leo cruzou para Nuno Gomes, que, completamente solto ao segundo poste, só teve de encostar e ampliou, assim, a vantagem das águias.

Porém, nos últimos 20 minutos, tudo haveria de mudar. Aos 68 minutos, após belo trabalho de Vukcevic, Yannick Djaló deu o melhor seguimento ao cruzamento do montenegrino e deu início à remontada leonina. Aos 76 minutos, Liedson aproveitou uma bola perdida na grande área fez o 2-2. No entanto, os leões não ficaram por aqui. Três minutos depois, Marat Izmailov cruzou para Derlei que, só com a baliza pela frente, colocou, pela primeira vez no encontro, o Sporting CP na frente do marcador. Na resposta, quando nada o fazia prever, o SL Benfica voltou a igualar o encontro por intermédio de Cristián Rodríguez.

Todavia, a turma de Alvalade não baixou os braços e, aos 84 minutos, Yannick Djaló, num contra-ataque, e com alguma sorte à mistura – a bola ressaltou em Luisão – rematou para o fundo das redes e fez o quarto golo verde e branco. Por fim, para fechar as contas, e já no tempo de descontos, aos 93 minutos, Simon Vukcevic, de primeira, respondeu da melhor maneira ao passe de Miguel Veloso e fechou as contas num 5-3 final.

Nessa temporada, o Sporting CP terminou no segundo lugar do Campeonato Nacional, com 55 pontos, mas conquistou a Taça de Portugal, com uma vitória, por 2-0, diante do FC Porto, e a Supertaça Cândido de Oliveira, também com um triunfo, por 1-0, frente aos dragões.

  • Época 2015/2016 – SL Benfica 0 – 3 Sporting CP

Mais recentemente, no dia 25 de outubro de 2015, o Sporting CP foi até ao Estádio da Luz vencer o SL Benfica por 3-0. Naquele que era o ano de estreia de Jorge Jesus, que trocou os encarnados pelos leões, Teo Gutiérrez (9´), Islam Slimani (21´) e Bryan Ruiz (36´), foram os autores dos golos verdes e brancos.

Logo aos nove minutos, após perda de bola de André Almeida, Adrien Silva colocou Teo Gutiérrez na cara de Júlio César. Na hora da verdade, o colombiano não tremeu e inaugurou o marcador. Aos 21 minutos, Jefferson, pelo corredor esquerdo, cruzou tenso para Islam Slimani, que, com um ligeiro cabeceamento, desviou para o fundo das redes e fez o 2-0. Ainda no primeiro tempo, aos 36 minutos, num contra-ataque mortífero, Islam Slimani foi por ali fora e disparou para defesa de Júlio César, mas, na recarga, Bryan Ruiz fez o 3-0 e fechou as contas.

Nessa temporada, o Sporting CP terminou no segundo lugar do Campeonato Nacional, com 86 pontos, tendo conquistado, no início da época, a Supertaça Cândido de Oliveira, com uma vitória precisamente frente ao SL Benfica por 1-0.

Leonino

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25 ANOS DO PRIMEIRO TRICAMPEONATO DE FUTSAL

Futsal leonino venceu quatro dos primeiros cinco campeonatos nacionais, três deles seguidos

Rodrigo Soares Fernandes

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25 de Março 2020, 16:57

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Celebra-se hoje, dia 25 de março de 2020, o 25.º aniversário do primeiro tricampeonato do futsal verde e branco. As temporadas entre 1992/1993 e 1994/1995 foram de absoluto sucesso para os leões, que conquistaram o primeiro dos seus dois tricampeonatos – o outro foi entre 2015/2016 e 2017/2018.

Estes três títulos, na então chamada I Divisão de Futebol de 5, juntaram-se a um título conquistado na primeira edição do campeonato e o Sporting CP teve quatro dos cinco primeiros títulos possíveis.

Foram oito os jogadores que fizeram esta caminhada triunfal toda: os guarda-redes Zé Belo e Abílio Gonçalves, a que se juntam Paulo Mendes, Pedro Miguel, Nuno Coelho, Vítor Vilarinho, Pedro Rodrigues e Lhé.

Esta último foi o melhor marcador da equipa no ano do tricampeonato, apontando 21 golos em 31 jogos e tem a particularidade de ser irmão de Zézito, uma das grandes referências do Sporting CP na modalidade, tendo a sua camisola (#5) sido retirada na modalidade.

Os leões terminaram a fase de apuramento de campeão com oito vitórias e dois empates nos dez jogos disputados e com cinco pontos de vantagem para o segundo classificado o Correio da Manhã. O treinador da equipa era Orlando Duarte e tinha como adjunto Paulo Fernandes, treinador que também chegou a ser campeão como treinador do Sporting CP.

Fotografia da WikiSporting.

Leonino

65 ANOS DESDE O INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO JOSÉ ALVALADE

Estádio José Alvalade foi palco de grandes momentos desportivos e musicais

Rodrigo Soares Fernandes

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27 de Março 2020, 13:13

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O antigo Estádio José Alvalade é recordado por muitos Sportinguistas com saudade e celebra-se hoje 65 anos que começou a ser construído, ainda que as obras tenham começado a 11 de dezembro de 1954, com a demolição do Stadium de Lisboa, o antigo terreno dos leões.

27 de março de 1955 fica assim para a história verde e branca, sendo que os Sportinguistas puderam contribuir para a sua construção adquirindo os famosos Lagartos – uma espécie de empréstimo ao Clube. Esta era uma obra esperada há muito tempo e em novembro de 1951 o Jornal Sporting já pedia a ajuda dos Sócios: “Avante, as obras do Estádio! Prepare-se para adquirir um lagarto”.

O projeto do estádio foi da autoria dos arquitectos António Augusto Sá da Costa e Anselmo Fernandez, este último foi atleta do clube durante dezassete anos – futebol, basquetebol, ténis de mesa e rugby –, e era o treinador da equipa que conquistou a Taça das Taças.

A inauguração – a fotografia qua acompanha o artigo é deste dia – aconteceu a 10 de junho de 1956 e existiu uma grande festa, como se pode ler nesta descrição da Wiki Sporting.

“A festa da inauguração foi memorável e grandiosa, à maneira da época. Estiveram presentes cerca de 60.780 espectadores, numa festa que envolveu um desfile de 1500 atletas do Clube, e que contou com a presença de representantes de 31 Federações e Associações Desportivas, 200 Clubes e 71 Filiais do Sporting Clube de Portugal, contemplando também um jogo em que o Sporting reforçado com elementos de outros clubes, perdeu por 2-3 com o Vasco da Gama”.

O Estádio José Alvalade foi palco de muitas alegrias para os Sportinguistas não só pelo futebol, mas também pelo atletismo, pelo ciclismo e pelos ralis. Foi também a casa dos maiores concertos que Portugal recebia, como os Rolling Stones, Guns ‘n’ Roses, Michael Jackson, U2 ou Pink Floyd, entre muitos outros grandes nomes da música mundial, mas também nacional.

Neste dia, mas em 2015, também foi lançada a primeira pedra do Pavilhão João Rocha ( LER AQUI ).

Fotografia da Wiki Sporting

Leonino

OS ÚLTIMOS CINCO TÍTULOS DO SPORTING CP

Redação do Leonino recorda as últimas cinco conquistas da equipa principal de futebol dos leões

Duarte Pereira da Silva

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28 de Março 2020, 19:05

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O coronavírus colocou todo o mundo em suspenso e, naturalmente, o futebol não fugiu à regra. As federações entenderam, assim, cancelar ou, inclusive, suspender as mais diversas competições desportivas. Desta forma, a redação do Leonino decidiu recordar os últimos cinco títulos da equipa principal de futebol do Sporting CP.

  • Época 2014/2015, Taça de Portugal: Sporting CP 2 – 2 SC Braga (3-1 após grandes penalidades)

O dia 31 de maio de 2015 dificilmente sairá da memória dos adeptos leoninos. Sporting CP e SC Braga encontraram-se no Estádio da Jamor para lutar pela conquista da Taça de Portugal. Com bastante sofrimento e emoção à mistura, os leões venceram os arsenalistas nas grandes penalidades.

Desde cedo que o jogo se tornou um pesadelo para os então comandados de Marco Silva. Aos 14 minutos, Cédric Soares fez falta, dentro da grande área, sobre Djavan, quando o brasileiro seguia isolado para a baliza leonina. Marco Ferreira não teve dúvidas e exibiu o cartão vermelho ao lateral português. Na conversão da grande penalidade, Éder bateu Rui Patrício e colocou os bracarenses na frente do marcador. Contudo, as coisas haveriam de ficar ainda piores. Aos 24 minutos, numa transição rápida, Rafa foi por ali fora e só parou quando disparou para o 2-0. Por esta altura, vida muito complicado para a turma de Alvalade.

Porém, quando eram certamente poucos os que acreditavam numa reviravolta, os jogadores leoninos mostraram que um leão só baixa a cabeça para beijar o símbolo. Aos 83 minutos, Islam Slimani aproveitou uma saída em falso de Stanislav Kritciuk e fez o 2-1. No entanto, a festa não se ficou por aqui. Aos 92 minutos, Paulo Oliveira lancou Fredy Montero e o colombiano, na cara do guarda-redes do SC Braga, não se fez rogado e voltou a empatar a partida.

No prolongamento, nenhuma das equipas conseguia marcar e o jogo seguiu mesmo para as grandes penalidades. Alan e Adrien Silva foram os primeiros a bater dos 11 metros e converteram com sucesso. Nos restantes penalties, André Pinto, Éder e Salvador Agra falharam do lado bracarense e, pelo Sporting CP, Nani e Slimani marcaram. Os leões conquistaram, consequentemente, a 16.ª Taça de Portugal da sua história e, sem margem para dúvidas, uma das mais emocionantes.

  • Época 2015/2016, Supertaça Cândido de Oliveira: SL Benfica 0 – 1 Sporting CP

No dia 9 de agosto de 2015, Sporting CP e SL Benfica defrontaram-se, no Estádio do Algarve. Nesse verão, Jorge Jesus tinha trocado as águias pelos leões e, no seu primeiro jogo oficial como treinador verde e branco, venceu o antigo clube, por 1-0, com golo de Teo Gutiérrez.

Nos primeiros 45 minutos, não houve qualquer golo e, talvez por isso, os comandados de Jesus tenham entrado fortes no segundo tempo. Aos 53 minutos, André Carrillo, que no ano seguinte faria o caminho inverso ao de Jesus, trabalhou bem no corredor central e disparou para a baliza defendida por Júlio César. Contudo, a bola desviou em Teo Gutiérrez e traiu o guardião brasileiro. Estava feito aquele que seria o único golo de todo o encontro e que ditou a conquista da oitava Supertaça Cândido de Oliveira para o Sporting CP.

  • Época 2017/2018, Taça da Liga: Vitória de Setúbal 1 – 1 Sporting CP (5-4 após grandes penalidades)

A 27 de janeiro de 2018, o Sporting CP defrontou o Vitória de Setúbal na final da então denominada Taça CTT. Gonçalo Paciência inaugurou o marcador os setubalenses, mas Bas Dost, aos 80 minutos, fez o empate. Nas grandes penalidades, os leões bateram os sadinos por 5-4.

A partida não começou da melhor maneira para o conjunto de Jorge Jesus e, logo aos quatro minutos, Gonçalo Paciência tirou Sebastián Coates do caminho e bateu Rui Patrício. O marcador só voltaria a mexer já nos minutos finais da partida. Aos 80 minutos, num lance de insistência do ataque verde e branco, Bas Dost cabeceou para enorme defesa de Pedro Trigueira. Na recarga, o holandês voltou a tentar a sua sorte e quase conseguia, mas Tomás Podstawski cortou a bola com a mão. Após ser chamado à atenção pelo vídeo-árbitro, Rui Costa assinalou grande penalidade. Bas Dost encarregou-se de converter com sucesso o castigo máximo.

Nas grandes penalidades, todos os jogadores mostraram frieza e pontaria afinada, exceto Tomás Podstawski, que acertou em cheio na barra da baliza leonina. O penalti decisivo foi apontado por William Carvalho, que, apesar de ter escorregado, conseguiu marcar. O Sporting CP conquistou, assim, a primeira Taça da Liga da sua história.

  • Época 2018/2019, Taça da Liga: FC Porto 1 – 1 Sporting CP (4-3 após grandes penalidades)

No dia 26 de janeiro de 2019, leões e dragões defrontaram-se na final da Taça da Liga. No Estádio Municipal de Braga, e após os rapazes de verde e branco terem eliminado, nas meias finais, precisamente a equipa local nas grandes penalidades, o Sporting CP, também nos penalties, levou de vencida o FC Porto.

A partida começou equilibrada e qualquer uma das equipas poderia ter chegado ao golo. No entanto, o nulo prevaleceu até aos 79 minutos. Nessa altura, Fernando Andrade, que tinha saído do banco já no decorrer da segunda parte, aproveitou o facto de Renan Ribeiro ter largado a bola para a frente e só teve mesmo de encostar para o fundo das redes. Todavia, os leões não baixaram a cabeça e, quando os portistas já faziam a festa, Óliver Torres carregou em falta Abdoulay Diaby dentro da grande área. Depois de consultar o vídeo-árbitro, João Pinheiro não teve dúvidas em assinalar grande penalidade. Na conversão, Bas Dost, aos 92 minutos, não facilitou e levou a partida para os penalties.

Nesse momento, os rapazes de verde e branco foram mais eficazes. Bas Dost e Alex Telles começaram por não tremer e marcaram as respetivas grandes penalidades. Seguiram-se Sebastián Coates e Éder Militão, mas os centrais não se mostraram inspirados e falharam a conversão do castigo máximo. Logo de seguida, Bruno Fernandes, com muita classe, colocou os leões na frente. Pelos portistas, foi a vez de Hernâni não esbarrar em Renan Ribeiro. Por fim, Nani mostrou frieza no momento de atirar a baliza e fez o 3-1. Quando não podia falhar, Felipe acertou na barra e o Sporting CP conquistou, assim, pela segunda vez consecutiva a Allianz Cup.

  • Época 2018/2019, Taça de Portugal: Sporting CP 2 – 2 FC Porto (5-4 após grandes penalidades)

O último título conquistado pelo Sporting CP data do dia 25 de maio de 2019. Nessa data, curiosamente também frente ao FC Porto, o conjunto então orientado por Marcel Keizer venceu, também nas grandes penalidades, os dragões.

A partida, como é habitual nas finais, começou bastante equilibrado, mas, quando as equipas já pensavam no intervalo, Héctor Herrera cruzou para Tiquinho Soares, que, ao segundo poste, cabeceou para o fundo das redes e inaugurou o marcador. No entanto, os rapazes de verde e branco não quiseram esperar pelos segundos 45 minutos para responder e, após um ressalto, a bola sobrou para o inevitável Bruno Fernandes, que, à entrada da área e com alguma sorte à mistura, fez o 1-1.

No segundo tempo, nenhuma das equipas foi capaz de voltar a marcar e o jogo seguiu para prolongamento. Nessa fase, aos 100 minutos, Marcos Acuña cruzou, Luiz Phellype desviou e Bas Dost, com um desvio subtil, colocou o Sporting CP na frente do marcador. Contudo, já ao cair do pano, e com os azuis completamente balanceados para o ataque, Felipe, no meio da confusão, cabeceou para o 2-2 e levou a partida para as grandes penalidades.

Nos penalties, e tal como tinha acontecido na final da Taça da Liga, o Sporting CP foi o primeiro a falhar. Bas Dost acertou em cheio na barra. Porém, depois de Danilo Pereira e Bruno Fernandes terem marcado, Pepe imitou o holandês e esbarrou, também ele, na barra. Seguiram-se, por esta ordem, Jérémy Mathieu, Adrián López, Raphinha Hernâni e Sebastián Coates. Todos eles converteram as respetivas grandes penalidades. Na última ronda dos penalties, Renan Ribeiro voltou a ser herói e defendeu o remate de Fernando Andrade. No penalti decisivo, Luiz Phellype teve nervos de aço e disparou para o fundo das redes. O Sporting CP conquistou, assim, a sua 17.ª Taça de Portugal.

Leonino

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O “só, só, só mais um!” que acabou em 21

A invenção data de 1957. Com invenção quero dizer a ideia de alargar a Taça de Portugal ao império que ia do Minho a Timor, embora as equipas de Goa e de Timor não entrassem nas contas. A Federação Portuguesa de Futebol sentiu que a prova precisava de demonstrar a grandeza do país colonial que éramos. Foi o que fez. Atabalhoadamente. Meteram-se os pés pelas mãos.

Reparem na bizantinice inicial: na época de 1957-58, as eliminatórias disputavam-se só entre as equipas metropolitanas até sobrarem apenas duas. Estas, em vez de jogarem a final, jogavam uma meia-final extra, neste caso específico uma contra o campeão de Angola e a outra contra o campeão de Moçambique. Como a diferença de categoria era abismal, tudo começou da forma mais bisonha possível. Antes de se encontrarem no Jamor, Benfica e FC Porto tiveram de eliminar, em dois jogos, os infelizes (embora alegres excursionistas) Ferrovia de Nova Lisboa e Desportivo de Lourenço Marques. Nesta altura, outra questão se erguia: os clubes do Continente não estavam dispostos a ir jogar uma das mãos às colónias, com viagens de horas a fio e o diabo a quatro.

A federação, salomonicamente, apalhaçou ainda mais o que já ganhava foros de grotesco: os campeões de Angola e Moçambique viajavam até Portugal continental a custas federativas e jogavam ora na Tapadinha, ora no Engenheiro Carlos Salema, ora no Restelo, como se fosse o seu encontro caseiro. Mais tarde, atingiu-se mesmo o desplante de jogarem na Luz, em Alvalade ou nasAntas, só para usarmos o exemplo destes três, aparecendo como visitados nas fichas de jogo. Concluindo: antes da inevitável final entre Benfica e FC Porto de 1958, os portistas tiveram de esmagar o Desportivo por 6-2 (Restelo) e 9-1 (Antas), ao mesmo tempo que o Benfica desfez o Ferrovia por 6-2 (Alvalade) e 11-1 (Tapadinha, por interdição da Luz).

Com um regulamento tão feito em cima do joelho, as tranquibérnias não tardaram a explodir nas épocas seguintes. Acabou-se com a presença direta dos clubes das colónias nas meias-finais, por evidência lógica de que não tinham o mínimo mérito ou qualidade para atingirem essa fase da prova, e até 1963-64 passaram a entrar na Taça apenas nos quartos-de-final. Passaram não é o tempo de verbo correto, já que deixou de haver lugar para mais do que um – disputavam entre si qual iria ter direito a um bilhete até à Metrópole.

Alargamento Pelo caminho ergueram-se vozes discordantes. Se o objetivo era dar à Taça de Portugal uma aura colonial, que sentido fazia reduzir ao mínimo o número de equipas que mediam forças com as do Continente? Valeu o argumento. A nova meta mínima passou a ser os oitavos-de-final. Em 1968-69 surgiram nessa fase o ASA, de Angola (que jogou os dois desafios em Luanda, frente aoBenfica), o Ferroviário de Lourenço Marques e a União Desportiva Internacional de Bissau.

Agora, sim: Portugal tinha uma competição verdadeiramente colonial!

Adiantemos, então, os calendários até maio de 1971.

Vindos do outro lado do mar, apresentaram-se o Ferroviário de Lourenço Marques (eliminado nas Antas pelo FCPorto, 1-4), o Independente de Porto Alexandre (que cometeu a façanha de eliminar o União de Coimbra, lá em Angola, por 1-0), e os cabo-verdianos do Mindelense, clube mais antigo e mais popular do arquipélago, fundado em 1919, ao qual tocou a complicadíssima tarefa de defrontar oSporting, em Alvalade, no dia 23 de maio de 1971.

Não era a primeira vez que os moços do Mindelo atingiam esta fase da competição. Na época de 1965-66 tinham sido afastados pelo Marítimo, em duas compitas no Estádio dos Barreiros, com os madeirenses a não permitirem atrevimentos: 4-2 e 7-0.

Mas, desta vez, era uma montanha verde-e-branca que se preparava para desabar sobre os pobres ilhéus.
Não compareceu muita gente em Alvalade. O opositor não era chamativo, foi cedo criado um ambiente de boa vontade, com os jogadores de ambas as equipas a posarem para a foto oficial todos juntos, em franca camaradagem.

Depois, o árbitro Carlos Monteiro, de Setúbal, deu início ao calvário africano e os leões esfomeados desmembraram por completo a sua presa frágil.

O guarda-redes Funa ainda aguentou a baliza em branco até aos oito minutos. Figueiredo fez 1-0, Chico Faria aumentou aos 12 minutos e, cinco minutos mais tarde, Lourenço voltou a marcar. Djoga, Toy, Chibita e Silvério estavam completamente às aranhas com a teia do ataque leonino.

Aos 20 e aos 22 minutos, o Sporting atingiu os 5-0, por Pedras e Dinis.

Aí, o povo animou-se um bocado. Ia gritando: “Só mais um! Só mais um!” E os jogadores do Sporting faziam-lhes a vontade de bom grado.

Lourenço: 6-0, 26 minutos; Fernando Peres, 7-0, 28.

Ainda faltavam 15 minutos para o intervalo. Ibrontino e Tinaise corriam desesperados atrás dos centro-campistas dos leões, de bofes de fora.

Lourenço (31 m), Tomé (32), Fernando Peres (35). Dez-zero! “Só mais um!Só mais um!”. E alguém, mais atrevido, berrando do peão: “Só mais dez!”

Lourenço, Tomé e Fernando Peres: intervalo com 13-0.

Não era espetáculo a que se assistisse todos os dias. Mas a fragilidade dos mindelenses tornava-se assustadora. E o resultado não era de estranhar.

Funa, de cabeça à roda, não voltou para a segunda parte. Armando instalou-se na baliza.

A torneira dos golos aberta: 45 e 46 minutos, dois golos de Peres, esse jogador magnífico, tantas vezes esquecido.

Pedras faz 16-0; Fernando Peres, 17-0.

Qual será o limite? O povo ri-se. “Vamos aos 20! Queremos 20!”

Quinze minutos para o fim: Peres faz 18-0.

Mas os leões abrandaram o passo. É em ritmo de passeio que Marinho marca o 19.o. Peres, finalmente, chega aos 20.

Lourenço fecha a casa do terror: 21-0.

Há lágrimas na face de muitos jogadores do Mindelo.

texto escrito por Afonso de Melo no jornal i

A Tasca do Cherba

Foram nove, mas faltou um

No dia 4 de Abril de 1937 o SCP recebia o FCP, na Estância de Madeira, instalações no Campo Grande 412, que ficaram popularmente conhecidas que foram a casa do Sporting durante mais de 20 anos.

Jogo a contar para a 10ª jornada da I Liga, numa altura em que a competição não estava a correr bem a nenhuma das equipas, principalmente aos portistas que tinham acabado de perder por 3-0 em Setúbal. Na mesma linha, o Sporting também vinha duma derrota em casa, com o Belenenses, que na altura discutia o 1º lugar com o Benfica. Apesar disso vários factores apimentavam este confronto que já era um clássico, o principal dos quais era a presença de Joseph Szabo no banco dos Leões, ele que tinha acabado de ser contratado pelo Presidente Joaquim Oliveira Duarte, em jogada de antecipação ao FC Porto que se preparava para recuperar o treinador húngaro, que havia feito história naquele Clube.

Além disso, havia contas a ajustar depois dos dolorosos 10-1 da temporada anterior, jogo que ficou marcado por um lance ocorrido aos 30 minutos da 1ª parte, quando o FC Porto ganhava por 2-1. Pinga lançou Santos que se isolava, mas uma saída destemida do guarda-redes Dyson, apesar de evitar o golo, deixou-o sem sentidos, acabando por sair de maca a caminho do hospital. Na altura não eram permitidas substituições e assim Carneiro foi para a baliza, onde sofreu 4 golos em apenas 9 minutos, ficando o Sporting a jogar até final com menos um.

Mas o que ninguém esperava era que esse acerto fosse feito tão rapidamente e da forma fantástica que foi, por uma equipa que alinhou com Azevedo; Jurado e Galvão; Manecas, Rui Araújo e Paciência; Mourão, Pireza, Soeiro, Heitor e João Cruz.

Quando João Cruz inaugurou o marcador aos 33 minutos nada fazia prever a goleada que se avizinhava, mas a cinco minutos do intervalo Soeiro fez o 2-0 e três minutos depois João Cruz bisou fixando em 3-0 o resultado da 1ª parte.

A 2ª parte começou com um golo para cada lado, primeiro foi Pireza a fazer o 4-0 para no minuto seguinte Pinga reduzir, reacendendo as esperanças dos portistas que Pireza, João Cruz e Soeiro se encarregariam de apagar rapidamente com três golos de rajada fixando o resultado num já saboroso 7-1 quando ainda faltavam cerca de 30 minutos para o fim do jogo.

A vingança estava ali mesmo à mão de semear e os Leões pareciam decididos a devolverem a goleada da época anterior, mas de repente a fonte parecia ter secado e foi preciso esperar pelos últimos cinco minutos do jogo para que Soeiro fixasse o resultado final tornando-se no primeiro jogador a marcar 4 golos num clássico. No fim ainda ficou a faltar um golo para arredondar o resultado e acertar bem as contas mas os sportinguistas sempre podiam dizer que naquele dia tinham sido onze contra onze até ao apito final.

A Tasca do Cherba

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MEMÓRIA LEONINA: O PRIMEIRO TETRA DA HISTÓRIA

No dia 16 de maio de 1954, o Sporting CP bateu o SL Benfica, por 3-2, e conquistou o quarto título consecutivo

Duarte Pereira da Silva

Texto

16 de Maio 2020, 16:12

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Foi há precisamente 66 anos que o Sporting CP conquistou o primeiro tetracampeonato da história do futebol português. Um feito inédito e que só viria a ser igualado pelo FC Porto, em 1997/1998.

No dia 16 de maio de 1954, os leões receberam o eterno rival, no Estádio Nacional, e, apesar de matematicamente o título ter ficado garantido na 23.ª jornada, os rapazes de verde e branco fecharam com chave de ouro o percurso na prova. A partida até nem começou da melhor maneira e, aos 7 minutos, José Águas colocou os encarnados na frente. Na resposta, János Hrötkö voltou a igualar o marcador. Ainda antes do intervalo, Salvador Martins fez o 2-1 e os leões foram mesmo para o intervalo em desvantagem.

No entanto, no segundo tempo, o conjunto de Joseph Szabo haveria mesmo de conseguir levar de vencida o eterno rival. Aos 52 e 66 minutos, João Martins, que nessa temporada foi o melhor marcador do campeonato, fez o gosto ao pé e ditou o resultado final de 3-2.

O Sporting CP sagrou-se, assim, tetracampeão, ou seja, conquistou quatro título consecutivos. No segundo lugar, acabou por ficar o FC Porto, com 36 pontos, e o SL Benfica, com 32, terminou no lugar mais baixo do pódio.

Nessa mesma temporada, a turma de Alvalade conquistou também a quinta Taça de Portugal da sua história. Após ter deixado pelo caminho o eterno rival e também o FC Porto, o Sporting CP bateu o Vitória de Setúbal, por 3-2, na grande final. Fernando Mendonça, por duas vezes, e João Martins foram os autores dos golos leoninos.

Numa época em que o domínio verde e branca era absoluto, o Sporting CP garantiu assim a dobradinha. Nota para o facto de os leões terem conquistado sete dos últimos oito campeonatos.

Fotografia de Wiki Sporting

Leonino

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MEMÓRIA LEONINA: MAIOR GOLEADA DA HISTÓRIA DA PROVA RAINHA

A 23 de maio de 1971, em jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, o Sporting CP goleou o Mindelense de Cabo Verde por 21-0. Fernando Peres marcou uns impressionantes sete golos

Duarte Pereira da Silva

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23 de Maio 2020, 12:12

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No dia 23 de maio de 1971, em jogo relativo aos oitavos de final da Taça de Portugal, o Sporting CP goleou o Mindelense de Cabo Verde por 21-0, naquela que é, até aos dias de hoje, a maior goleada da história da prova rainha. Fernando Peres (7), Lourenço (6), Pedras (3), Fernando Tomé (2), Dinis (2), Marinho (2) e Chico Faria (1) apontaram os golos da goleada verde e branca.

Para a partida diante do Mindelense de Cabo Verde, Fernando Vaz, o então treinador dos leões, escolheu Vítor Damas (GR), Manaca, José Carlos, João Laranjeira, Francisco Caló, Fernando Peres, Pedras, Fernando Tomé, Lourenço, Dinis e Chico Faria para o 11 inicial. No decorrer da contenta, Pedro Gomes e Marinho foram lançados na partida.

O jogo realizou-se no Estádio José Alvalade e, conforme relatou o Diário de Notícias, ficou marcado pelos “21 golos sem resposta do Sporting ao Mindelense – um recorde na competição”. Na crónica da partida, o jornal destacou “o assédio inicial do Sporting ao reduto defensivo do clube de Cabo Verde havia de repetir-se por todo o espaço de tempo numa manifestação de superioridade e de nível técnico do conjunto leonino que depois o volumoso resultado confirmaria”.

Nessa temporada (1970/1971), o Sporting CP haveria mesmo de conquistar a sétima Taça de Portugal da sua história, batendo, na final, o SL Benfica por 4-1, com os golos a serem apontados por Chico Faria (2), Dinis e Nélson Gonçalves.

Quanto às restantes competições, os leões terminaram em segundo lugar do campeonato nacional, com 38 pontos, a apenas três do eterno rival, com 41. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus, o Clube de Alvalade começou por eliminar categoricamente o Floriana, de Malta, com 9-0 no conjunto da eliminatória. No entanto, nos oitavos de final, o Sporting CP acabaria por cair aos pés do FC Carl Zeiss Jena, da Alemanha, tendo sido derrotado por 2-1 em ambos os jogos.

Leonino

Nos dias que correm, não tenho resposta para a pergunta do tópico.

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Não me orgulho. Mais valia ser do Belém.

Paulo Faria: Sporting venceu a Challenge “porque era a melhor equipa”

Triunfo há 10 anos. Treinador de então garante que o feito teve um “impacto enorme” por ser o primeiro título

O Sporting venceu a Taça Challenge de andebol há 10 anos “porque era a melhor equipa”, assegura hoje o então treinador dos leões Paulo Faria, garantindo que o feito teve um “impacto enorme” por ser o primeiro título.

Dezasseis anos após jogar a final da Liga dos Campeões de 1993/94 pelo ABC, a primeira de uma equipa lusa, que os espanhóis do Teka Santander venceram, Paulo Faria, já como treinador do Sporting, ergueu o primeiro troféu europeu do andebol nacional.

“A conquista da Taça Challenge teve um impacto enorme e, por se tratar do Sporting, ganhou uma dimensão nacional, que não seria possível se fosse, por exemplo, o ABC, de Braga, ou o Águas Santas, da Maia”, explicou à agência Lusa Paulo Faria.

Afastado há três anos do andebol, para abraçar um projeto educativo que lhe ocupa “todo o tempo”, Paulo Faria aponta a conquista do Sporting como “fator impulsionador da modalidade”.

Para o treinador, a conquista da Taça Challenge foi uma espécie de mola impulsionadora, um ‘click’, para os três clubes ditos grandes acordarem para o andebol e investirem, não só ao nível dos orçamentos e jogadores, como na ambição.

“Os plantéis subiram de qualidade, o nível das prestações europeias aumentou e este processo fez com que despontassem jogadores de qualidade, como Rui Silva, Miguel Martins ou, mais recentemente, Luís Frade, reforço do Barcelona”, adiantou.

Segundo Paulo Faria, “estes indicadores são um bom sinal e mostram que o andebol português está a produzir valor e a ter resultados”, e o triunfo de há 10 anos do Sporting na Taça Challenge tem a sua quota-parte de responsabilidade no processo.

“Quase que parecia que estávamos ao nível do futebol. Com acompanhamento por parte dos órgãos de comunicação social, notícias e entrevistas. Vivemos esse momento de uma forma muito intensa”, recorda Paulo Faria, traçando rasgados elogios à equipa.

De acordo com o treinador, “o Sporting era a melhor equipa [na Taça Challenge], tinha excelentes jogadores, experientes e habituados ao ambiente dos grandes jogos, e isso deu confiança para encarar todos as partidas de forma a vencer”.

“Conseguimos vencer [o troféu] e ainda bem. Foi uma caminhada pacífica, uma vez que fomos sempre superiores, com maior ou menor dificuldade”, lembra Paulo Faria, que considera a eliminatória com os romenos do SM Dedeman Bacau “o momento decisivo”.

O Sporting defrontou a equipa romena nos quartos-de-final, começando com um triunfo, por 30-24, no Casal Vistoso, em Lisboa (28/03/2010). Apesar da margem confortável, no segundo jogo (03/05/2010), em Bacau, os ‘leões’ perderam, por 23-28.

“Não era fácil jogar nos países de leste. Os ambientes criados tornavam a situação pesada nos jogos, mas acho que foi essa eliminatória, que foi a mais difícil, num cenário algo complicado, a que decidiu que íamos ganhar a prova”, disse.

Paulo Faria recorda que “havia na equipa jogadores que nestes jogos ainda rendiam mais, porque eram talhados para a alta competição e gostavam - e queriam - participar nestas partidas, e isso tornou a missão do Sporting mais fácil”.

“[Com o Bacau] foi a eliminatória mais difícil, num ambiente com uma animosidade fora do normal. Mas nós tínhamos jogadores com muita experiência neste tipo de ambiente e conseguimos ‘aguentar’ e passar”, explica Paulo Faria.

Entre os jogadores mais experientes encontrava-se, por exemplo, Carlos Galambas, um dos mais internacionais do andebol português, que foi colega de Paulo Faria no ABC, tendo ambos participado na final da Liga dos Campeões de 1993/94.

O facto de Paulo Faria ter terminado a carreira de jogador cedo, com 33 anos, em 2005, no Águas Santas, e de ter passado a treinador na época de 2007/08, no clube maiato, levou o antigo central, que também defendeu as cores do ABC e Sporting, a orientar ex-colegas e ex-adversários.

Como treinador do Sporting reencontrou Pedro Solha, o ponta que foi seu colega de equipa no Águas Santas, o lateral-direito Vladimir Bolotskih e Carlos Galambas, com quem jogou no ABC, e o sérvio Vladimir Petric, que, quando Paulo Faria se sagrou campeão pelo Sporting, foi seu adversário no FC Porto.

Embora afastado do andebol, Paulo Faria é presença assídua nos pavilhões, para assistir a jogos, e ainda recentemente declinou o convite para treinar uma das melhores equipas nacionais, porque não podia deixar o seu projeto educativo.

“Não era o ‘timing’. Se algum dia tomar a decisão de voltar, tenho que ter esta parte da minha vida pessoal, em termos do trabalho, muito organizada, para que a minha ausência não seja sentida”, explicou, aludindo ao colégio em Braga.

Paulo Faria admite voltar, “nem que seja noutras funções”, porque sente a falta do pavilhão, do balneário e do cheiro da resina (das bolas), algo “inevitável para alguém que fez do andebol a sua vida” desde os nove anos, nas camadas jovens do ABC, até aos 45.

Record

“Com a covid-19 houve uma queda que fez apagar a chama”

Carlos Galambas recorda a conquista da Taça Challenge pelo Sporting e fala da evolução do andebol português.

O antigo pivot Carlos Galambas recorda a conquista da Taça Challenge pelo Sporting, há 10 anos, como o momento de “afirmação do andebol português” e o “culminar do trabalho de todos os clubes”.

Na sua terceira presença numa final europeia - as duas anteriores foram disputadas pelo ABC, na Liga dos Campeões, de 1993/94, e na Taça Challenge, de 2004/05 -, Carlos Galambas ergueu o troféu na primeira presença do Sporting numa decisão europeia.

“Para além da importância de o Sporting ter sido o primeiro clube português a conquistar uma competição europeia, foi também o cimentar da qualidade do andebol português, que depois dessa final voltou a erguer o troféu”, disse à agência Lusa Carlos Galambas.

Depois da pioneira conquista dos leões, na época de 2009/10, o ABC, na sua quarta final europeia, conquistou o troféu em 2015/16, na final “fratricida” com o Benfica, e o Sporting voltou a triunfar na Taça Challenge na temporada seguinte (2016/17).

“Em 2010 [com a vitória do Sporting], foi o culminar do trabalho de todos os clubes que lutavam arduamente, ano após ano, por conseguirem uma conquista europeia”, refere Carlos Galambas, que durante 21 épocas jogou ao mais alto nível.

O antigo pivot, que jogou até aos 38 anos, antes de abraçar as funções de treinador e, depois, diretor, recorda a presença assídua dos clubes portugueses, como ABC, Benfica e Sporting da Horta, nas finais e meias-finais da Challenge como antecâmara do êxito do Sporting.

“Conseguimos ganhar e foi a cereja no topo do bolo. O cimentar de um trabalho árduo, porque todos as conquistas europeias são sempre de valorizar, independentemente da prova, porque há sempre concorrência e outras equipas que também querem vencer”, disse.

Carlos Galambas considera que o Sporting “teve a sorte e a ousadia de ser o primeiro clube a vencer uma prova europeia”, mas atribuiu parte do êxito “leonino” ao trabalho coletivo de todos os clubes portugueses que lutaram também pelo troféu.

O antigo pivot, que é um dos jogadores portugueses com mais internacionalizações, considera que Portugal está bem servido de valores e só espera que a paragem forçada pela pandemia de covid-19 não tenha reflexos negativos na continuação do seu desenvolvimento, quer nos clubes quer na seleção.

“A participação de Portugal no Europeu2020 deixou o andebol na retina de todos, mas agora, com a paragem da modalidade, devido à covid-19, e sem competições, houve uma queda que fez apagar a chama que estava a crescer”, sustentou Carlos Galambas.

O antigo jogador, de 47 anos, espera que depois da pandemia os clubes e a seleção voltem a obter bons resultados e repitam as prestações europeias, como as do FC Porto e Sporting, na Liga dos Campeões, e Benfica, na Taça EHF, afastados esta época pela covid-19.

Carlos Galambas gostaria um dia de regressar às funções de treinador, “para matar o bicho” e partilhar a sua experiência com as camadas mais jovens, transmitindo a mensagem de que “com trabalho e persistência se chega sempre a bom porto”.

O Jogo

MEMÓRIA LEONINA: SEGUNDA TAÇA CHALLENGE FOI HÁ TRÊS ANOS

Andebol leonino conquistou a competição europeia, neste dia, frente aos romenos do AHC Potaissa Turda

Maria Pinto Jorge

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27 de Maio 2020, 13:57

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Hoje, dia 27 de maio de 2020, faz precisamente três anos que a equipa de andebol do Sporting CP conquistou a segunda Taça Challenge do seu palmarés, depois de, em 2010, se ter sagrado a primeira equipa portuguesa a conquistá-la.

No Sporting CP, o lema ‘dos fracos não reza a história’, sempre foi uma realidade. E, há três anos, os leões do andebol deslocaram-se até à Roménia, mais precisamente ao Horia Demian Sports Hall, em Cluj Napoca, esta que é terceira maior cidade da romena, para a segunda mão – e última – da competição. Ao comando de Hugo Canela, os leões acabariam por sair da casa do seu adversário com a Taça na mão, pronta para ser entregue ao Museu Sporting e mostrada a todos os Sportinguistas que, à distância, iam sofrendo com a equipa para mais tarde festejar a tão desejada conquista.

Na primeira mão, jogada na ‘casa’ leonina, ainda sem o nosso atual Pavilhão João Rocha, a 20 de maio do mesmo ano, no Pavilhão do Ginásio Sul, encontro que o Sporting CP venceu por nove golos de diferença (37-28), levando, assim, uma confortável vantagem para a Roménia. Em destaque, nesta primeira mão, estiveram Nikcevic, com 10 tentos marcados, e Bosko (8), já para não falar de Asanin, que se mostrou uma autêntica muralha na baliza leonina.

Pois bem, na segunda mão, já todos sabemos. A vantagem era segura, mas os leões deparavam-se com um pavilhão cheio, com cerca de 2.500 adeptos romenos nas bancadas, que iam criando pressão à equipa de Hugo Canela. No entanto, nada disso viria a mudar o inevitável: o Sporting CP venceu por 30-24, numa partida totalmente dominada pelos verdes e brancos, que acabariam, assim, por levantar o tão desejado troféu, depois de ser uma equipa 100% vitoriosa ao longo de toda a competição.

No dia seguinte, a 28 de maio, em Alvalade, a equipa leonina foi recebida em apoteose por dezenas de adeptos, pelas 22h00, para demonstrar que a festa ainda não tinha terminado.

Fotografias de WikiSporting.

Chegada da equipa a Alvalade em festejos com os adeptos do Sporting CP

Leonino


Andebol

“TÍNHAMOS UMA ‘SUPER’ EQUIPA”

Hugo Canela, ex-treinador da equipa de andebol do Sporting CP, recordou a conquista da Taça Challenge, num exclusivo Leonino

Maria Pinto Jorge

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27 de Maio 2020, 17:40

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A conquista da segunda Taça Challenge do Sporting CP faz hoje, dia 27 de maio, precisamente três (LER AQUI) e o Leonino fez questão de relembrar este feito com um dos grandes protagonistas da conquista, Hugo Canela, antigo treinador da equipa de andebol verde e branca, que esteve ao serviço leonino entre 2016 e 2019, como míster principal.

Por curiosidade, esta conquista foi mesmo a primeira alegria que Hugo Canela deu aos leões, algo que nunca irá esquecer: “Foi o primeiro título que ganhei enquanto treinador e foi logo um título internacional. Foi espetacular, acho que isso diz tudo. Primeiro título que se ganha e ser logo internacional, podendo aumentar o número de conquistas europeias para o Sporting CP foi fantástico”, começou por dizer, em exclusivo, ao Leonino.

O caminho até à vitória

Além da conquista histórica, os leões escreveram as suas páginas na Europa ainda de outra forma, vencendo todos os jogos até à final. Hugo Canela lembrou-nos a receita para esse sucesso.

“A Taça Challenge é uma competição que tem umas caraterísticas muito especiais, tínhamos uma ‘super’ equipa e as equipas que fomos apanhando foram sempre acessíveis. Fomos sempre superiores aos nossos adversários e tivemos alguma sorte também no sorteio. O facto de termos sido 100% vitoriosos tem a ver com a qualidade que a equipa tinha, eramos bastante superiores”.

Na primeira-mão, jogada em Lisboa, os leões já levavam uma vantagem de nove bolas e iam confiantes até à Roménia, ainda que com algumas reservas.

“Ficámos mais convictos quando mudaram o local onde ia ser o jogo, porque a equipa que defrontámos não jogou no seu sítio normal, porque tinha havido confusão no jogo anterior, na meia-final. Assim, sabíamos que íamos jogar num pavilhão que teria mais pessoas, mas não era a casa deles e que iriamos com uma vantagem muito confortável, além de sabermos que tínhamos mais qualidade. Fomos muito confiantes, sempre com alguma dúvida, porque íamos jogar fora e devido ao que tinha acontecido na meia-final, sempre um pouco hesitantes, mas acho que estávamos muito confiantes de que íamos ganhar, porque a vantagem era muito boa e a nossa qualidade também”, relembrou.

Também o último treino, já em solo romeno, correu como o esperado: com muito foco e muita concentração, como nos conta o antigo míster e atleta leonino.

“Tenho ideia de que as pessoas estavam muito descontraídas, com os atletas muito concentrados e focados nas suas tarefas e naquilo que tínhamos para fazer. Foi um daqueles treinos em que os jogadores não se zangam, porque estavam todos altamente focados para um objetivo que era comum a todos e que todos tinham muita vontade de conquistar”, recordou.

Com a Challenge já mão

A insegurança foi pouca. A vencer já por alguns pontos, a equipa começou a descontrair e a aperceber-se da conquista. Para o treinador, as coisas correram da mesma forma, mas veio logo à sua cabeça o que ainda faltava: o campeonato nacional.

“Houve uma altura em que já tínhamos alguma vantagem e já estávamos mais descontraídos, mas olhei para o marcador e pensei: ‘Bem, vou ganhar este título’, mas no segundo minuto logo: ‘Agora tenho de vencer o campeonato’. Foi um momento para desfrutar das coisas, mas isto tem que ver com a forma como sou e só aproveitei cerca de um minuto. O Luís Cruz veio abraçar-me, depois os jogadores e já estávamos em ambiente de festa, mas só pensava em recuperar aquela malta porque agora tínhamos de ser campeões nacionais. Foi um minuto muito bom”, lembrou.

Alvalade em festa

Para terminar em beleza, atletas, equipa técnica e staff, chegaram a Alvalade na noite seguinte, pelas 22h00, onde foram recebidos com grande euforia por alguns Sportinguistas. Para Hugo Canela, esse foi o momento alto de todas as suas conquistas de leão ao peito.

“Essa é a parte muito boa das nossas conquistas. Na primeira pessoa, vermos a alegria que damos a milhares de pessoas, que são os adeptos e Sócios do Sporting CP. Gosto muito disso, que é a possibilidade de dar alegrias às outras pessoas é algo com que me identifico bastante. Sobretudo gostando do Clube onde trabalhava e sendo sempre bem tratado pelas pessoas e pelos Sócios”, explicou, antes de terminar esta conversa com aquilo com que mais se identificava no Clube.

“Lembro-me, enquanto treinador, de ter sempre o Pavilhão muito bem composto, com recordes de bilheteiras, acho que as pessoas se identificavam com aquela coisa do atleta que foi do Sporting CP e que agora era treinador e que tinha uma postura diferente. Saber que consegui dar uma alegria a essas pessoas que me acarinhavam foi uma alegria imensa e, lá está, a chegada é sentirmos esse abraço e calor que sabemos que causamos e que é fabuloso”, concluiu.

Leonino

DEZ ANOS DE GLÓRIA EUROPEIA

Por Sporting CP
29 maio, 2020

ANDEBOL

Andebol Leonino venceu EHF Challenge Cup neste dia em 2010

Foi a 29 de Maio de 2010, há exactamente dez anos, que o Sporting Clube de Portugal venceu a EHF Challenge Cup, tornando-se o primeiro emblema português a vencer uma competição europeia de andebol. A histórica conquista foi a cereja no topo do bolo de um palmarés brilhante da modalidade verde e branca, a quem só faltava um título continental.

No caminho até à final, o Sporting CP superou AO Dimou Thermaikou (Grécia), Stiinta Municipal Dedeman Bacau (Roménia) e RD Slovan (Eslovénia). O adversário na fase derradeira da prova foi o MMTS Kwidzyn, equipa oriunda da Polónia que havia eliminado o CD Xico Andebol nos quartos-de-final. A primeira mão realizou-se fora de casa e o Sporting CP venceu por 25-27, regressando a Portugal com boas perspectivas de atingir o objectivo.

Contudo, foi a segunda mão que ficou na memória de todos os Sportinguistas. Num Complexo Municipal dos Desportos Cidade de Almada completamente lotado e com uma atmosfera fenomenal, o Sporting CP triunfou por 27-26 e confirmou a conquista da EHF Challenge Cup. Foi mais um título europeu para o Clube e o primeiro no andebol.

Orientados por Paulo Faria, os Leões alinharam na segunda mão da final com Vladimir Petrić, João Pinto, Pedro Solha, Fábio Magalhães, Bosko Bjelanović, Mitja Lesjak, Bruno Moreira, Pedro Seabra, Ricardo Correia, Pedro Portela, Humberto Gomes, Ricardo Dias, Carlos Galambas e Hugo Rocha, tendo ainda estado presentes noutras fichas de jogo na competição Fernando Nunes, João Paulo Pinto e José Lopes. Com 57 golos, Pedro Solha foi o melhor marcador da competição.

Esta seria a primeira de duas EHF Challenge Cup conquistadas pelo Clube de Alvalade, que voltou a levantar o troféu em 2016/2017.

Dez anos depois, Paulo Faria recordou o momento passado em Almada e o seu significado. “Esta vitória veio dar o primeiro título europeu para clubes portugueses e serviu como afirmação de que, a nível europeu, o andebol existe em Portugal. (…) Depois desta conquista, criou-se o hábito de os clubes portugueses começarem a ter as competições europeias dentro dos seus objectivos”, contou o técnico que liderou o Sporting CP na conquista da EHF Challenge Cup em 2010 em declarações à Sporting TV .

Paulo Faria, que, como jogador, representou o Sporting CP e a selecção nacional, entre outras equipas, não escondeu a satisfação pelo mediatismo e a atmosfera a que a final teve direito. “Na altura, sentimos um pouco o que sentem as equipas e os jogadores de futebol. Tivemos a imprensa desportiva e não desportiva a participarem diariamente no processo. Tivemos as televisões e uma grande manifestação de apoio. Sendo o Sporting CP um Clube de dimensão nacional, sentimos apoio de todo o lado. Vivemos um stress competitivo e positivo. O ambiente em Almada estava impressionante. Estava esgotado e se fosse no Pavilhão Atlântico estaria esgotado também. As pessoas tinham muita vontade de estar presentes naquele momento histórico”, referiu.

Carlos Galambas, pivô do Sporting CP que venceu a EHF Challenge Cup em 2010, não tem dúvidas de que os Leões foram “a melhor equipa nessa competição”. “Merecemos ganhá-la. Vencemos com todo o mérito e há que salientar sempre o facto de termos sido a primeira equipa portuguesa a conquistar uma competição europeia no andebol”, referiu, lembrando depois a forma como foram recebidos pelos Sportinguistas em Almada.

“Estagiámos na Academia Sporting e estávamos ansiosos. A ida do pavilhão da Academia até Almada foi fantástica. Quando chegámos lá, parecia um jogo de futebol. Parecia um grande dérbi de futebol, mas era a final da EHF Challenge Cup. Os adeptos não nos deixaram ficar mal e foi um ambiente fantástico. Foi um dia que nunca mais vou esquecer”, garantiu Carlos Galambas.

“NO AEROPORTO, ANDÁVAMOS A COMPRAR FRANGOS PARA NÃO TERMOS FOME NA VIAGEM”

Em declarações ao Leonino, Ricardo Correia, guarda-redes da equipa de andebol do Sporting CP que conquistou a Taça Challenge, em 2010, contou algumas das peripécias do percurso europeu dos leões

Duarte Pereira da Silva

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30 de Maio 2020, 10:50

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“Foi sem espinhas”, é desta forma que Ricardo Correia, guarda-redes da equipa de andebol do Sporting CP ao longo de 13 temporadas, recorda o triunfo na final da Taça Challenge diante do MMTS Kwidzyn, da Polónia, em 2010.

“Não foi fácil. Tivemos de ganhar a equipas bastante boas. É importante recordar que nunca uma equipa portuguesa tinha vencido uma competição europeia e, na altura, o nosso andebol ainda não estava tão evoluído em termos de competitividade como está hoje”, destacou o guardião.

Sobre a final, que se jogou a duas mãos, Ricardo Correia considerou que a excelente exibição dos leões na Polónia foi decisiva para o triunfo final: “O jogo da primeira volta correu-nos muito bem. Levávamos a lição muito bem estudada e aproveitámos algum cansaço deles”. Quanto ao jogo da segunda mão, em casa, o guarda-redes lembrou que a equipa conseguiu “uma vantagem inicial de sete ou oito golos” e que isso acabou por ser decisivo para o triunfo verde e branco.

“Jogo mais difícil foi nos quartos de final, com o Bacau”

Ricardo Correia confidenciou ao Leonino que a equipa do Dedeman Bacau, da Roménia, com que o Sporting CP jogou nos quartos de final, foi a que mais dificuldades causou aos leões: “Em casa, ganhámos por seis golos (30-24), mas sabíamos que, na Roménia, íamos passar muitas dificuldades até pelo ambiente terrível que íamos enfrentar. Acabámos por ter muita sorte no fim. Terminámos o jogo com quatro jogadores campo e o Humberto (Gomes) na baliza”.

Sobre essa partida em particular, o guardião lembrou os segundos finais do encontro e a forma algo caricata como os leões acabaram por vencer: “Na última bola do jogo, quando faltavam pouco mais de cinco ou seis segundos para o fim, eles, de forma algo estranha, meteram a bola fora. Ficámos a olhar uns para os outros sem perceber muito bem o que tinha acabado de acontecer (risos), mas a verdade é que conseguimos seguir em frente”.

Ricardo Correia contou ainda ao Leonino algumas das peripécias aquando da deslocação dos leões à Roménia: “Fomos de autocarro de Bucareste até Bacau e são oito ou nove horas de viagem. Foi uma eternidade para lá chegarmos. No aeroporto, andávamos a comprar frangos para não termos fome até chegarmos a Bacau (risos)”.

“Dizíamos ao Carlos Galambas que ele era a mão fria”

O guarda-redes português não tem dúvidas de que a experiência dos jogadores mais velhos (Petric, Pedro Solha ou Carlos Galambas) aliada à juventude de nomes como Pedro Seabra Marques ou Pedro Portela, foi “muito importante para o triunfo final porque os mais velhos transmitiam muita segurança para os mais novos”.

Por fim, Ricardo Correia revelou algumas das brincadeiras com Carlos Galambas: “Dizíamos ao Galambas que ele era a mão fria porque já tinha jogado duas finais (risos), mas que ia ser desta. Acabou por ser e foi um momento muito feliz para todos”.

Leonino