Porque nos orgulhamos de sermos Sporting Clube de Portugal

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Falaram aí atrás do hino cantado pela José Valério. Isso não é o hino. É uma marcha.
Confesso que não conheço o hino do Sporting nem sei se alguma vez o ouvi.

Para ouvires vai ao tópico “Hino do Sporting” na wiki sporting

O Hino do Sporting data de 1953. A música foi composta pelo Maestro Flaviano Rodrigues e letra escrita por Ramiro Guedes de Campos e a sua versão original era a seguinte:

Marchando ao Sol, entre vivas e palmas,
E verdes ondas, bandeiras - mais e mais!..
O Sporting surge! E cinquenta mil almas
No Estádio bradam ovações triunfais!

É verde a Esperança! É assim o Emblema
Que o povo tem sobre o peito, a palpitar!
Ser «leão» rampante é a honra suprema
Em Portugal d’Aquém e d’Além-Mar!

Lutai! Lutai! Lutai como leões!
Erguei-vos como fachos a arder!
Fazei vibrar os nossos corações!
A Esperança nos diz: - «Vencer! Vencer!»

«Leões»! «Leões»! Fazei que em vós assome
A Glória num clarão imortal!
Lembrai que tendes no nome
Este nome - PORTUGAL!!!

Letra: Ramiro Guedes de Campos; Música: Maestro Flaviano Rodrigues

Eu amo o Sporting porque sim…não se explica.
Não amo nem mais nem menos porque ganho um título no andebol, no basquetebol ou porque o Fernando Mamede bate o recorde mundial dos 10.000 metros.
Não gosto menos porque fico em 7º lugar, nem quando estou mais de uma dezena de anos sem conquistar um título no futebol.
Corre-me no sangue um sentimento que não se explica, que não tem adjectivos que o qualifiquem correctamente.
Eu amo o Sporting esteja à frente dele o Sousa Cintra, o José Roquette, o João Rocha, o Bruno de Carvalho, o José Eduardo Bettencourt, o Amado de Freitas, o Frederico Varandas ou quem quer que seja.
O Sporting é muito mais do que os nomes que o compõem num determinado período e contexto.

Confesso que sinto inveja dessa maneira de ser. Também já vivi assim o Sporting, mas à maneira que vou progredindo nesta vida vou perdendo muito desse amor pelo Sporting apenas por ser o Sporting e vou cada vez mais valorizando a componente da competência. Porque revolta-me que uma Instituição que tem tudo para ser maior que todas as outras juntas neste País ser tão menorizada por incompetência interna e falta de ambição.

Antes de mais obrigado por responderes, teres uma opinião distinta da minha, que percebo e não partires para o insulto fácil, como tanto se vê por aqui neste fórum.
Compreendo o que dizes, mas já passei por muito nesta vida com o nosso clube…já sofri mesmo muito…já chorei como uma criança quando perdemos a final da Taça Uefa em casa…já fiquei sem saber o que dizer quando fomos campeões frente ao Salgueiros…e esses momentos permitiram-me perceber que aquilo que se sente, é imutável quaisquer que sejam as épocas e as pessoas que, a determinada altura da vida, representam o nosso clube.

Peço desculpa se deveria antes ter criado um novo tópico, mas nunca o fiz :D.

Proponho que, caso concordem, se acrescente na secção de orgulho leonino, a secção de futsal temporada 2018/2019 devido à conquista da uefa futsal champions league.

Afinal quantas taças europeias temos em todos as modalidades/desportos? 36 ou 37? (possivelmente há um tópico mais apropriado para isto)
Tenho ideia de estarmos apenas atrás do Barcelona (dificilmente atingível) e Real Madrid (perto de nós).
E como comparamos com os corruptos?
Obrigado

SPORTING CP: UMA HISTÓRIA OLÍMPICA COM 108 ANOS

Caminhada olímpica começou em 1912 e já tem continuação confirmada em 2020

Rodrigo Soares Fernandes

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24 de Fevereiro 2020, 10:38

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Sporting Clube de Portugal e Jogos Olímpicos são duas instituições familiares no nosso país. A aposta pelo desporto em Portugal é um dos mais fortes traços do Clube e um dos maiores motivos de orgulho de todos os Sportinguistas. Porque não queremos ser apenas “tão grandes como os maiores da Europa”, mas sim de todo o Mundo.

Em ano de Jogos Olímpicos, e quando estamos precisamente a 150 dias do arranque da edição de Tóquio’2020, o Leonino fez um apanhado da história do Sporting CP na mais importante competição desportiva mundial.

Desde 1912 que o Sporting CP participa nos Jogos Olímpicos, ano em que Portugal participou pela primeira vez na competição. Aliás, António Stromp foi o primeiro português a competir por Portugal nos Jogos Olímpicos. Stromp, um dos fundadores do Sporting CP competiu nos 100 metros, tendo terminado em terceiro a sua eliminatória, insuficiente para seguir em frente na prova. Competiu, ainda, nos 200m dessa mesma edição.

Desde aí uma história de sucesso tem sido escrita, maioritariamente com atletas portugueses, mas não só. São 20 participações, 146 atletas – um recorde de 29 na última edição disputada no Rio de Janeiro em 2016 – e nove medalhas, até este momento, incluindo a primeira de ouro para Portugal, com Carlos Lopes em 1984.

Até à edição de 2016 os atletas do Sporting CP estiveram presentes em 18 modalidades distintas (Atletismo, Basquetebol, Boxe, Canoagem, Esgrima, Futebol, Ginástica – Artística, Ginástica – Trampolins, Hóquei em Patins, Judo, Luta, Natação, Pentatlo Moderno, Remo, Ténis, Ténis de Mesa, Tiro e Triatlo), o que já torna o Sporting CP como Clube líder neste aspeto.

As nove medalhas conquistadas estão divididas em dois ouros, seis pratas e um bronze, com seis destas medalhas a serem conquistadas por portugueses e as restantes medalhas por atletas estrangeiros.

Este é o historial leonino por ordem cronológica:

  • 1976-07-20 Montreal (Canadá) – Armando Marques (Portugal) – Tiro, Fosso Olímpico – Prata

  • 1976-07-26 Montreal (Canadá) – Carlos Lopes (Portugal) – Atletismo, 10.000 m – Prata

  • 1984-08-12 Los Angeles (USA) – Carlos Lopes (Portugal) – Atletismo, Maratona – Ouro

  • 1992-08-08 Barcelona (Espanha) – Andrzej Juskowiak (Polónia) – Futebol – Prata

  • 1996-08-03 Atlanta (USA) – Emmanuel Amunike (Nigéria) – Futebol – Ouro

  • 2004-08-22 Atenas (Grécia) – Francis Obikwelu (Portugal) – Atletismo, 100 m – Prata

  • 2004-08-24 Atenas (Grécia) – Rui Silva (Portugal) – Atletismo, 1.500 m – Bronze

  • 2004-08-25 Atenas (Grécia) – Ionela Târlea (Roménia) – Atletismo, 400 m Barreiras – Prata

  • 2012-08-08 Londres (Inglaterra) – Emanuel Silva – Canoagem, K2 1.000 m – Prata

Emanuel Silva, à esquerda, é o último medalhado olímpico do Sporting CP

Sendo o Sporting CP a maior potência desportiva nacional, é natural que já tenha alguns atletas apurados para a edição de 2020 dos Jogos Olímpicos, ainda que para muitas modalidades as fases de qualificação não estejam, ainda, encerradas.

No atletismo, os leões têm já cinco nomes confirmados (João Vieira, Carla Salomé Rocha, Patrícia Mamona, Evelise Veiga e Sara Catarina Ribeiro), na canoagem são dois: Emanuel Silva e David Varela e na natação Alexis Santos.

Modalidades como judo ou ténis de mesa também deverão ter atletas presentes e no futebol Wendel será certamente convocado para a seleção brasileira. O atletismo também deverá ter mais nomes na lista, como por exemplo Nelson Évora. João Costa (tiro) ou Pedro Fraga (remo) também ainda não desistiram de repetir presenças olímpicas.

Leonino

MEMÓRIA LEONINA: 38 ANOS DESDE O ÚLTIMO TÍTULO NACIONAL

Basquetebol bateu o Barreirense e leões conseguiram o bicampeonato

Rodrigo Soares Fernandes

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13 de Março 2020, 13:32

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Faz hoje, dia 13 de março, 38 anos que o Sporting Clube de Portugal alcançou o seu último título nacional de Basquetebol.

Num jogo disputado no Pavilhão de Alvalade, os leões bateram a equipa do FC Barreirense por 82-76 e conquistaram o seu oitavo troféu de campeão, que na altura era o segundo consecutivo. Este foi o penúltimo jogo da temporada 1981/82, e a equipa do Barreiro foi segunda classificada, a dois pontos do Sporting CP.

Neste jogo decisivo, jogaram pelo Sporting CP: Augusto Baganha (16 pontos), Carlos Lisboa (10), Hélder Silva, Israel (16), João Cardoso (2), Jorge Taborda (2), Mike Carter (14) e Rui Pinheiro (22). O treinador era Mário Albuquerque.

O pior veio no final da temporada. A época seguinte ainda começou a ser preparada e chegaram a existir jogos marcados, que nunca se realizaram, com a modalidade a acabar no Sporting CP.

Depois, a modalidade ainda viveu entre 1984/85 e 1994/95, sendo preciso esperar até 2012/13 para ver a listada verde e branca de regresso à modalidade e pela temporada 2019/20 para ver os leões de regresso ao basquetebol sénior, e logo no principal campeonato português.

A equipa orientada por Luís Magalhães, treinador que começou a sua atividade na temporada de 1984/85, está em primeiro da LPB Placard e tem apresentado um nível de jogo muito alto, podendo esta seca de 38 anos finalmente acabar em 2020.

Curiosamente, o último jogo que os leões disputaram foi contra o FC Barreirense, tendo vencido por 97-67. Sendo que, neste momento, ainda não se sabe quando continua o campeonato, devido ao Covid-19. Certo é que nunca será antes de abril.

É verdade que destes 38 anos sem títulos, apenas em sete temporadas os leões estiveram presentes no campeonato, mas o número que fica é que a última conquista foi em 1982.

Fotografia da Wiki Sporting.

Leonino

“MONEY CAN’T BUY HISTORY”: O DIA EM QUE OS LEÕES RUGIRAM MAIS ALTO

Faz hoje oito anos que o Sporting CP eliminou o Manchester City da Liga Europa

Rodrigo Soares Fernandes

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15 de Março 2020, 15:21

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O dia 15 de março de 2012 ficou na memória de todos os Sportinguistas, mesmo com o jogo dos leões a ter terminado em derrota. Faz hoje anos anos que o Sporting Clube de Portugal foi a Manchester eliminar o Manchester City da Liga Europa, apesar de perder o jogo em Inglaterra por 3-2.

Esta eliminatória era para os oitavos de final da Liga Europa e eram poucas as previsões que davam o apuramento a um Sporting CP, que estava em quarto no campeonato e que tinha trocado de treinador recentemente, entrando Ricardo Sá Pinto para o lugar de Domingos Paciência. Para piorar a situação, na eliminatória anterior o City tinha ganho 6-1 ao FC Porto, equipa líder do campeonato português.

A equipa inglesa entrou em campo, no José Alvalade para a primeira mão, com a eliminatória ganha, como mostravam as declarações do avançado bósnio Edin Džeko, que afirmou não conhecer nenhum jogador do Sporting CP, ou do médio Samir Nasri fazer algumas declarações em que mostrava alguma arrogância e menosprezo em relação ao Sporting CP.

No primeiro jogo, o Sporting CP venceu por 1-0, com o mítico golo de Xandão de calcanhar, num jogo disputado a 8 de março. Na semana seguinte, no dia 15, os leões entraram em campo com o objetivo de marcar um golo, mas a verdade é que conseguiram dois, por intermédio de Matías Fernández e Ricky Van Wolfswinkel. A equipa inglesa viria a fazer a reviravolta e no último lance do jogo Rui Patrício ainda evitou o golo que ditaria a eliminação.

A equipa do Sporting CP viria a ser eliminada pelo Atlético de Bilbau nas meias-finais. Um golo de Fernando Llorente ao minuto 88 colocou o Sporting CP fora da possibilidade de disputar a sua terceira final europeia. Já o City, viria a sagrar-se campeão inglês 48 anos depois.

Veja o resumo dos dois jogos:

https://www.dailymotion.com/video/xpbvbq#tab_embed

Leonino

Aquela noite em Manchester

15 de Março de 2012. O Sporting deslocava-se ao Etihad, em Machester, para defrontar o poderosíssimo City na segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa, levando na bagagem o surpreendente 1-0 da primeira mão, por obra e graça do calcanhar de Xandão.

À sua espera, a armada treinada por Roberto Mancini onde cabiam nomes como Kun Agüero, Mario Balotelli, David Silva, Yaya Touré, Džeko, Nasri, entre vários outros nomes sonantes que na ronda anterior tinham despachado o futebol clube do Porto com uma vitória por 2-1 no dragão e um esclarecedor 4-0 em inglaterra. Ora, frente a um Sporting que dividia o quatro lugar da Liga portuguesa com o Marítimo, os ingleses mantinham toda a confiança apesar da derrota em Lisboa.

Sá Pinto, que havia deixado os juniores para substituir Domingos à frente da equipa principal, não se encolheu na defesa da magra vantagem e apresentou-se com uma equipa subida. Rui Patrício na baliza, uma defesa com Bruno Pereirinha, Anderson Polga, Xandão e Insúa; Daniel Carriço a varrer entre a defesa e o meio-campo, Stijn Schaars e Matías Fernández à sua frente, no miolo, Marat Izmailov e Diego Capel a voarem pelas alas de olhos postos em Ricky van Wolfswinkel.

Quando, aos 33 minutos, Matigol atirou um livre directo para o fundo da baliza de Joe Hart, o mundo do futebol levantou o sobrolho. E quando, sete minutos volvidos, o lobo mandou uma segunda dentada após cruzamento de Izmailov, a surpresa ganhou contornos de escândalo.

No recomeço tudo parecia bem encaminhado, até que Kun Agüero reduziu para 1-2. Faltava meia hora, Maldini tinha metido o Dzeko, Sá Pinto trocava Matías Fernandez e Capel por Renato Neto e Jeffren e a partir daí o sonho ficou em risco. O Sporting deixou de ter bola e foi enfiado lá atrás, tentando defender-se como podia. Agüero deixou-se cair, o árbitro marcou penalty e Balotelli empatou.

Faltavam 15 minutos e pouco tardou a que surgisse o 3-2, na sequência de um canto, novamente por Aguero. Com Carrillo no lugar de Wolfswinkel, em mais uma substituição que não resultou pois o Sporting era incapaz de fazer transições, avançámos para dez minutos de autêntico sofrimento, onde apenas tentávamos evitar o KO e Pereirinha já jogava com o ombro deslocado.

No último suspiro, para lá dos 90, falta contra o Sporting. O cruzamento sai largo e encontra sozinho Joe Hart, que havia subido no tudo ou nada e que atira de cabeça com a direcção certa. O relógio pára, a respiração pára e ficaram ali alguns anos de vida dos adeptos leoninos. Quase por instinto, Rui Patrício desvia com a ponta da luva e a bola passa tão perto do poste que quase nos fez pensar que, caraças, não podia ser o Sporting a estar ali e a sorrir contra todas as probabilidades.

Mas sorriu, muito, de orelha a orelha mesmo que fosse na cabeça de um tal Ribeiro Cristóvão que tinha afirmado que, se calhar, o melhor era o Sporting nem disputar a eliminatória para evitar uma humilhação.

A Tasca do Cherba

UMA REVIRAVOLTA PARA A HISTÓRIA

Vitória por 5-0 frente ao Manchester United está eternizada nas páginas do Clube

Rodrigo Soares Fernandes

Texto

18 de Março 2020, 11:25

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“A caminho fez-se o United

De Manchester, poderoso

Em Lisboa deu o tombo

Perante o Leão furioso”

Este trecho é da música dos Supporting – Heróis de 64, e se no passado dia 15 escrevemos sobre uma eliminatória vitoriosa frente ao Manchester City, hoje, dia 18 de março, o Leonino vai escrever sobre a vitória por 5-0 frente ao Manchester United de Bobby Charlton, Dennis Law e George Best.

Faz hoje 56 anos que o Sporting Clube de Portugal derrotou o Manchester United por 5-0, num jogo dos quartos de final da Taça das Taças, competição que os leões viriam a ganhar. A primeira mão, em Inglaterra, tinha corrido mal e os homens de Alvalade regressaram a Portugal com uma derrota por 4-1, com o golo verde e branco a ser marcado por Osvaldo Silva.

Seria precisamente o jogador brasileiro o homem do jogo na segunda mão. O médio, que depois viria a ser treinador do Sporting CP, marcou dois golos na primeira parte, com o jogo a ir para intervalo 2-0. Na segunda parte, Géo, Morais e Osvaldo Silva fizeram os golos desta goleada histórica em mais uma noite mágica do Estádio José Alvalade.

A bola usada neste encontro pode ser vista no Museu do Sporting CP, o que é mais um motivo para visitar a história leonina assim que o Covid-19 permitir que voltemos a sair de casa.

Veja o resumo dos dois jogos:

Fotografia da Wiki Sporting.

Leonino

Aos dias de hoje?
Prefiro nem comentar.

Que jogo devo rever nesta Quarentena? Sporting CP 4-1 Newcastle United FC

Por

Jorge Faria Sousa

18/03/2020

No dia 14 de Abril de 2005, o Sporting Clube de Portugal viveu uma grande noite europeia perante o Newcastle United, em jogo a contar para a segunda-mão dos quartos-de-final da Taça UEFA.

Na temporada 2004/2005, o Sporting Clube de Portugal disputou a malograda final da Taça UEFA, no Estádio José Alvalade XXI. Nessa época, os leões defrontaram no trajeto até à final o Dinamo de Tibilsi, o Panionios da Grécia, o Sochaux de França, os holandeses do Feyenoord e do AZ Alkmaar, os ingleses do Middlesbrough e do Newcastle e, por fim, na final, o CSKA de Moscovo.

Nos quartos-de-final, o Sporting defrontou o Newcastle , que já havia defrontado na fase de grupos, acabando por perder por 1-0 em St. James Park , com um golo solitário de Alan Shearer.

Na segunda-mão, os ingleses dilataram a vantagem à passagem do minuto 20 , com Kieron Dyer a apontar o primeiro golo da partida. Os leões estavam assim em desvantagem por 0-2 na eliminatória. No entanto, no minuto 40, o Sporting começou uma “remontada” histórica , com João Moutinho a cruzar para Marius Niculae empatar a partida.

No segundo tempo, foram 45 minutos de sonho . A equipa verde e branca precisava ainda de dois golos para seguir em frente. Ao minuto 71, Pedro Barbosa que havia entrado na segunda parte, rematou de fora da área inglesa para defesa de Shay Given, com Ricardo Sá Pinto na recarga a colocar os leões a vencer por 2-1.

O jogo só dava Sporting, numa grande exibição de claro domínio sobre os ingleses. A equipa de Graeme Souness tentava, apenas em contra-ataque, criar perigo para a baliza de Ricardo. Numa fase determinante da partida, os leões continuavam a procurar o golo que dava a passagem às meias-finais. Foi então que apareceu o tão desejado terceiro golo leonino , na sequência de um canto batido por Fábio Rochemback, Beto Severo apareceu a cabecear a bola para o fundo das redes dos ingleses .

Já no minuto 90, Rochemback também deixou o seu nome entre os marcadores. O Newcastle tentava construir através da sua linha defensiva e um mau passe permitiu que o médio brasileiro se isolasse na cara de Given para fechar as contas da partida.

Um jogo memorável , onde o Sporting foi claramente superior aos ingleses do Newcastle. Uma verdadeira noite de Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES

Sporting CP: Ricardo (GR), Rogério, Anderson Polga, Beto Severo, Rui Jorge, Fábio Rochemback, Carlos Martins (Pedro Barbosa, 67’), João Moutinho, Ricardo Sá Pinto (Custódio, 87’), Douala, Marius Niculae (Mauricio Pinilla, 74’)

Newcastle United FC : Shay Given (GR), Titus Bramble (Andy O’Brien, 55’), Steven Taylor, Stephen Carr, Celestine Babayaro, Amdy Fayé, Charles N’Zogbia, Kieron Dyer (Patrick Kluivert, 59’), Jermaine Jenas (James Milner, 46’), Lee Bowyer, Alan Shearer

Artigo revisto por Diogo Teixeira

Bola na Rede

O primeiro grande título de Ténis de Mesa do Sporting

A secção de Ténis de Mesa do Sporting tinha sido fundada em 1932/33. Nove épocas depois, em 1940/41, já tinha conquistado títulos individuais, incluindo o Campeonato de Lisboa em singulares homens, e também tinha ganho títulos colectivos, mas nas categorias masculinas inferiores ou nos iniciados. As senhoras ainda não tinham conseguido melhor que segundo lugar. Faltava um título no Campeonato de Lisboa por equipas.

A equipa do Sporting era estável já há alguns anos, baseada no trio constituído por Mário Barata, Afonso Gago da Silva, e Carlos Feio, o qual na época anterior tinha sido campeão de Lisboa em individuais, pares mistos, e pares homens. Assim, o Sporting partiu para o Campeonato Regional de Lisboa masculino por equipas como um dos favoritos claros.

Na primeira volta confirmou o favoritismo, ao ganhar os cinco jogos. Na segunda volta perdeu contra o Benfica, acabando em igualdade de pontos com o rival, que também tinha ganho a todos os outros adversários. Foi necessária uma final para decidir o título, numa reedição do que tinha sucedido em 1936/37, quando o Sporting tinha perdido o desempate contra o Benfica. Ia ser o quinto encontro da época entre os dois clubes, e a contabilidade estava com duas vitórias para cada lado.

A final aconteceu a 20 de Março de 1941, e foi realizada na Sala Central de Desportos no Parque Mayer, perante cerca de oitocentas pessoas, com a lotação completamente esgotada. Era o acontecimento desportivo da semana! O Sporting, à partida mais fraco, tinha tido um final de campeonato difícil, com um abaixamento de forma. O Benfica, pelo contrário, tinha vindo a melhorar, e asim antevia-se uma luta renhida.

A ordem das partidas foi sorteada, e calhou que foi o elemento mais fraco do Benfica, Campas, quem jogou primeiro os seus três jogos, o que abreviou o desfecho do jogo. O jogo começou com Gago da Silva a vencer Cardoso, mas com parciais muito renhidos. Logo depois, Ramos empatou ao vencer Carlos Feio. Mário Barata, de quem dois meses antes se dizia que normalmente perdia todas as suas partidas, ganhou confiança e fez o 2-1 ao derrotar Campas. Mas Ramos voltou a empatar, contra Gago da Silva. Carlos Feio defrontou Campas no 5º jogo, e venceu, apesar com alguma dificuldade, necessitando de três sets. Mário Barata decidiu o resultado quando ganhou a sexta partida contra Cardoso, num jogo equilibradíssimo em que o benfiquista esteve à beira da vitória. Nessa altura, prevendo a derrota, os espectadores afectos ao clube de Benfica debandaram. E, com efeito, Gago da Silva, com uma exibição inexcedível de regularidade, derrotou Campas fazendo o 5-2 final.

Era o primeiro Campeonato de Lisboa por equipas do Sporting, na altura a competição mais importante da modalidade. Muitos títulos se seguiriam!

texto publicado na wikiSporting

A Tasca do Cherba

Uma foto, duas histórias

Hoje, 22 de Março de 2020, cruzam-se duas efemérides. Nesta mesma data:
em 1949, nascia John Toshack
em 1980, Jordão marcava o golo nº 3000 do Sporting no Campeonato Nacional, numa vitória por 2-1 sobre o Braga

Essas duas figuras da história Leonina fazem a foto que vos trago hoje e que acrescento um pouco sobre um dos primeiros treinadores de que tenho uma efectiva memória e que, mesmo sem ganhar, acabou por ficar na nossa memória. Sobre o Jordão, aproveitem a quarentena e, se ainda não o fizeram, cliquem aqui e descarreguem a Revista 1906 dedicada ao nosso craque.

Toshack, avançado internacional galês, marcou mais de duzentos golos na sua carreira que se iniciou no Cardiff, mas foi no Liverpool que se notabilizou, fazendo parte das grandes equipas que dominaram o futebol europeu na década de 70, altura em que formou com Kevin Keagan uma dupla de avançados temível, conquistando uma Taça dos Campeões, duas Taças UEFA, uma Supertaça, três Campeonatos de Inglaterra, uma Taça de Inglaterra e uma Charity Shield.

Em 1978 regressou a Gales para ser treinador-jogador do Swansea, que levou da 4ª à 1ª divisão inglesa, ao mesmo tempo que ganhava três Taças de Gales, tantas quantas já tinha ganho enquanto jogador no Cardiff City.

Foram estes sucessos que levaram João Rocha a contratá-lo para orientar o Sporting na temporada de 1984/85, mas o Clube vivia um período de grande instabilidade e John Toshack não resistiu aos maus resultados, acabando por ser despedido a duas jornadas do fim do Campeonato, sendo então substituído pelo seu adjunto Pedro Gomes.

No entanto a época não tinha sido assim tão má, pois na verdade com Toshack o Sporting apenas perdeu três jogos, um em cada competição, sendo que a derrota em casa com o Rio Ave, em jogo a contar para a Taça, foi a que teve maior impacto pelas suas consequências imediatas.

John Toshack introduziu no Sporting a novidade de jogar com três centrais, que nunca foi bem compreendida, e muitas vezes confundiu-se aquilo que era uma linha de três defesas, com uma defesa com cinco jogadores. O futebol português não estava preparado para esse sistema que viria a ser implementado com sucesso um pouco por toda a Europa, mas principalmente na Alemanha. Foi neste âmbito que Toshack lançou o jovem Oceano, que se tornou na grande revelação da temporada, e transformou Carlos Xavier em lateral ou ala direito. Mais tarde levaria ambos para a Real Sociedad.

O futuro encarregar-se-ia de confirmar que João Rocha se tinha precipitado ao despedir o jovem técnico galês, que prosseguiu a sua carreira em Espanha, onde ganhou uma Taça do Rei na sua primeira passagem pela Real Sociedad, antes de chegar ao Real Madrid para ser Campeão na época de 1989/90.

Completo este pequeno trecho de história com uma entrevista rápida que apanhei

1. O que lhe sugere Portugal?
Peixe e vinho verde, the best. Ah, e gelados! Grandes memórias. Só tinha 35 anos de idade e aquilo tudo entrou-me pelos olhos dentro. Imagine lá beneficiar de tudo isso, fui um sortudo.

2. E o futebol?
Também, “queclaro” [boa tentativa de falar portuguese]. É curioso: não sei o que almocei ontem, ou até hoje, mas lembro–me perfeitamente de coisas de há 30, 40 anos. De golos marcados pelo Cardiff. De sensações vividas no Liverpool. Do regresso a Gales para o Swansea. Da viagem para Portugal. Do encontro com João Rocha, que homem! Era um presidente com uma força colossal. Veja bem, ele entrava no balneário e fazia coisas impensáveis, como abanar a toalha na direcção dos jogadores. Tinha fibra.

3. Viveu em Lisboa de Julho de 1984 a Maio de 1985. Onde?
Passei o tempo num hotel, o Alfa, se não me engano. Era numa rua aberta [Avenida Columbano Bordalo Pinheiro]. Gostei do tempo em Lisboa. O pessoal do hotel era encantador, as pessoas na rua também. Respirava-se bom ar e o Sporting tinha uma massa enorme atrás de si, fosse em casa ou fora. Dizia-lhe há pouco que a minha memória recente é raquítica, mas a outra, de tempos mais distantes, é preciosa, e cá está um exemplo: lembro-me do meu arranque na pré-época. Ganhámos três jogos seguidos: à Académica numa cidade à beira-mar [Figueira da Foz: 1-0 por Eldon], mais Atlético Madrid [2-0] e Benfica [3-1] em Alvalade. Só perdemos ao quinto jogo, num torneio em Madrid, no Vicente Calderón, com o PSV.

4. A equipa satisfazia-o?
Recebemos o Damas, o Jaime Pacheco e o Sousa do Porto, o Eldon do Vitória de Guimarães e ainda o Oceano, via Nacional, aconselhado pelo Pedro Gomes [seu adjunto]. E tínhamos uma série de campeões, como o capitão Manuel Fernandes, Litos, Venâncio, Mário Jorge… Ainda tenho uma lapela de diamantes do Sporting. É um clube que me ficou no coração.

5. Ainda bem que me fala dele, porque o Pedro Gomes disse-me que o Toshack tinha cá uma pastilha…Confirma? [explicamos-lhe a ele, Toshack, o significado de pastilha: remate fortíssimo, de queimar as mãos aos guarda-redes]
A sério, ele disse isso? [gargalhada rouca] Nunca ouvi o Damas queixar-se [outra gargalhada]. E olha que ele poderia tê-lo feito com outro à vontade, hem?! Era mais velho que eu uns dois ou três anos [volta a gargalhada]. Bom, fico contente por ter deixado uma marca em Portugal.

6. Saiu antes do fim da época sem ganhar nada. Isso pesa-lhe na consciência?
Há trabalhos que rendem títulos, outros servem para acumular experiência para um futuro mais promissor. Em Alvalade, arrisquei a minha primeira aventura no estrangeiro e conheci outra realidade, outro país e outro futebol que me permitiram conduzir a aventura seguinte com outra perspectiva. Tanto assim é que ganhei a Taça do Rei pela Real Sociedad. Na final jogaram 11 espanhóis vs. Real Madrid. Recuando um pouco: no meu tempo, não perdi com o Benfica [1-0 em Alvalade, o jogo da segunda volta já é do tempo de Pedro Gomes] nem com o FC Porto [duplo 0-0]. Estávamos a ir bem, mas as coisas, às vezes, precipitam-se. Só perdi uma vez para o campeonato, em Penafiel, e a interromper uma série de cinco vitórias seguidas. Fui eliminado da Taça de Portugal pelo Rio Ave em Alvalade e aí, sim, foi um choque. E também caímos da Taça UEFA, em Minsk, nos penáltis.

7. Falhou o Carlos Xavier, não foi?
Yup. O Carlos era um portento. Tenho histórias sobre ele que nunca mais acabam. Era um portento, abria uma garrafa de Sumol com a perna direita. Nesse desempate com o Dínamo Minsk, falhou o penálti, mas disse-lhe para continuar a acreditar nele porque eu também continuava a acreditar. Tanto assim é que o levei para a Real Sociedad. E aí, my friend, tenho as tais histórias.

8. Quais?
Estamos a jogar com o Barcelona. Aos 80 e tal minutos, está 2-1 para nós e o Carlos isola-se. Só tem Zubizarreta pela frente e falha! Que raiva! Ainda por cima, havia um colega ao seu lado, um jovem negro chamado Cuyami. No balneário, atiro-me ao Carlos. “Porque é que não deste a bola ao Johnny?” E ele, que gaguejava ligeiramente quando se animava ou era apertado, disse-me: “Pen-pen-pen-pensava que era o Oceano; se dou ao Oceano, se-se-se-seguro que ele falhava.” Bem, nem preciso de dizer que me parti a rir. Outra história: um golo dele ao Real Madrid a fazer o 2-2. Era o meu primeiro jogo contra o Real Madrid, com quem me fiz campeão espanhol num ano de recorde de golos marcados, 107, e precisava daquele golo para me libertar. Não sei o que aconteceu comigo, mas a verdade é que fui a correr na direcção do Carlos mal a bola entrou na baliza. Quando cheguei ao pé dele, abracei-o com força. Pfffff, se isto fosse agora, era expulso, suspenso e multado.

9. Falou-me do Real Madrid, onde foi campeão espanhol com 107 golos marcados…
E só duas derrotas, ambas com um homem a menos. Gostaria de ter perdido uma vez num 11 para 11. Disse isso mesmo numa conferência de imprensa e o “presi” Ramón Mendoza chamou–me logo à atenção. “Isto não é a Real Sociedad. Estas declarações são lidas em toda a Europa. Aqui lavamos a roupa suja dentro de casa.” E eu, que não me deixava ficar sem resposta: “Sim, é verdade, mas estou a lavar a roupa em casa há oito meses e continua sem secar. O melhor é abrir a janela para entrar ar.” Mendoza puxa de um cigarro. Sempre que ele fazia isso, era sinónimo de que não tinha resposta. Era um homem forte e determinado. Engraçado, também. Devo-lhe tudo o que consegui em Madrid. A ele e a Hugo Sánchez. O homem marcou 38 golos e o mais incrível nem é isso: marcou-os sempre ao primeiro toque. Sempre. Okay, penáltis e livres directos é normal, mas também nas jogadas de bola corrida. Unbelievable!

10. Treina três vezes a Real Sociedad, duas o Real Madrid e uma o Depor. Gosta de tapas, é isso?
Very much, very much. Nem imaginas. É um prazer sentar-me à mesa em Espanha. E em Portugal também. Então na Linha, é uma maravilha. Até te esqueces do futebol. Vinho verde, peixe grelhado… já falámos disto, não já? Tenho essa ideia [gargalhada imensa]. Em Sanse [San Sebastian], há as tapas. Em Madrid, os asados. Na Corunha, o marisco. Ay ay ay, wonderful life. No campo, ganhámos uma Supertaça espanhola ao Real Madrid. Aliás, essa época ganhámos quatro jogos ao Madrid: o da final da Teresa Herrera, os dois da Supertaça e ainda um outro para o campeonato, no Bernabéu, perto do Natal. Esse jogo tem história: os brasileiros Donato, Bebeto e Mauro Silva queriam passar o Natal e o Ano Novo em casa, mas o calendário do Depor só compreendia férias entre 22 e 29 de Dezembro. Eles treinavam-se sem alma. Disse–lhes então que podiam voltar a 30. No can do. Então falo com o Mauro e ele explica-me: “Mister, temos de sair da Corunha para Madrid, depois São Paulo e depois cada um vai para a sua cidade. Não há tempo para quase nada.” Viro-me para o Bebeto e digo-lhe: “Por cada golo marcado, um dia a mais de férias.” Ao intervalo, ganhávamos 3-0. Hat-trick de Bebeto. Eles só voltaram do Brasil no início do ano, para o jogo da Taça do Rei.

A Tasca do Cherba