Não é que a direita venha endireitar as coisas quando um novo resgate acontecer. Mas de uma coisa tenho a certeza, este “bom” momento financeiro não vai durar muitos anos, quando a próxima crise económica mundial Portugal vai ser dos que mais vai sofrer. Neste momento a economia portuguesa está a crescer pois a esmagadora maioria das economias do Ocidente também estão, mas quando isso acabar é que vamos ver a força da economia portuguesa para se manter estável, ou melhor, a falta dela.
O problema é exactamente esse. É que o António Costa é exactamente tão bom líder como o Passos: são ambos fracos. O Costa, contudo, é melhor político. Confesso que não gosto de nenhum e que me desagradam as restantes alternativas, mas o A. Costa assusta-me particularmente.
Não tenho a certeza do que falo mas… esses números a bold não incluem o resgate da troika? Isso também conta para a divida. Um pais falido que precisa de dinheiro e pede emprestado… contrai divida. Certo?
edit:
É um pouco complicado o estado privatizar o que não dá lucro, não? Quem é que queria a CARRIS e a CP falidas com os sindicatos lá dentro a minar aquilo tudo? Será que era possível a um privado pegar numa destas empresas estatais falidas e reforma-la até dar lucro? A TAP teve de dar uma grande volta, por exemplo.
Estou a escolher o teu post, por acaso. Não é nenhuma ataque pessoal.
Eu que não tenho grandes inclinações politicas (voto conforme o que me aparece pela frente) até percebo porque é que o pessoal não gosta do Passos Coelho. Não é nem nunca foi um politico. É um técnico que até tem jeito para falar. Mas sem grande arcabouço politico e sem carisma.
Mas acho que não é possível comparar o incomparável. Deve ser complicado privatizar empresas publicas que não dão lucro num pais que, à altura, estava falido. Quem é que vinha com capital investir cá?
E bem ou mal, com muitos erros pelo meio, o Pedro Passos Coelho pegou num país na falência e deixou-o num patamar de recuperação economia em 3 anos. Acho que os números demonstram isso. E falo como alguém cuja família sofreu muito com a crise e com as medidas do governo anterior. Mas que deram resultado, deram. Mesmo que tenham deixado muita “terra queimada”.
3 anos “rasgadinhos” para ter a possibilidade de ter um país com futuro. Parece-me que foi esta a politica do Passos. Mas será que tinha opção? Onde é que havia dinheiro (e liberdade financeira com uma intervenção externa) para fazer diferente?
Acho que muita gente culpa o Pedro Passos Coelho pela crise. Mas a crise e as politicas do PPC eram mais a consequência do estado grave a que o pais tinha chegado do que propriamente ideologia do Pedrocas Coelho. Caso contrário, não tínhamos chamado o FMI ANTES do governo PSD/CDS entrar em funções.
Digo isto achando que o PPC já há muito que não tinha condições para continuar à frente do PSD. Coisas como “o diabo vêm aí” e aquela cena dos suicídios de Pedrogão foram os maiores tiros nos pés que eu me lembro de ver um politico dar (acho que só os corninhos do Manuel Pinho foram piores… :lol:) Nenhum politico, “Jamé”, deve estar a torçer para que as coisas corram mal só para ter razão.
Just my 2 cents. De alguém que percebe pouco disto mas que tem 2 olhos e 2 ouvidos.
Já agora. Se a geringonça conseguir manter a trajetoria de recuperação do país (a atentar no que vejo nas noticias), óptimo! Até é engraçado ver 3 partidos todos com o “rabinho” apertadinho, a controlarem-se uns aos outros a ver quem mija fora do penico. De futuro, até era bom que existissem mais partidos no nosso parlamento e mais coligações assim no governo. Andavam todos a piar mais fininho e havia mais vigilância. Poder absoluto corrompe.
ChaVerde, estou aqui para debater, não tem problema algum pegares no meu quote e responder.
A minha pergunta em relação às privatizações foi sempre a mesma: porquê privatizar o que dá lucro? Se tens lucro estas a contribuir para a economia, não a tirar da mesma. Aceito que fosse necessário sanear certas empresas públicas antes das privatizar (as deficitárias) mas não consigo simplesmente aceitar que se venda o que rende dinheiro.
Quanto ao governo anterior, eu não os culpo pela crise. A crise foi uma mistura de conjectura internacional com burrice do Sócrates e do seu executivo, mas que as politicas do governo PAF apenas exacerbaram os efeitos da mesma a curto prazo não tenho duvida alguma.
Eu critico o executivo anterior por ter privatizado empresas que davam lucro, como os correios, tendo também subscrito parceiras publico privadas ruinosas (dei exemplo antes) e não tendo acabado com a real mama do estado, os tais valores de prestações de serviços. Durante o tempo da PAF tomei conhecimento de um escritório de advogados que assinou um contrato de representação com o estado avaliado em 7 milhões ao ano. Isto numa cidade pequena! Multiplica isto por 10, 20 ou 100 e tens logo aí muito dinheiro a fugir para os amigos.
Passos Coelho não foi, não é, não será um bom líder político. Isso é óbvio dado a não popularidade que tem junto do eleitorado, até pelos colegas do partido (a Ferreira Leite veio logo meter nojo e já há uma boa meia-dúzia a rondar o poleiro, isso não aconteceria se o partido estivesse com ele). Um líder partidário tem de ter bem mais carisma do que o que ele alguma vez mostrou. É o que separa um Passos Coelho de um Cavaco Silva, que em primeiro ministro mandou cargas policiais na ponte 25 de abril (aberrante), e 15 anos depois é eleito presidente da república.
Se calhar chamar Passos Coelho de Jerónimo da direita é demasiado, realmente. O Jerónimo sempre consegue manter o eleitorado base (tem é dificuldades em adicionar / renovar). Já o Passos Coelho foi a desgraça que se viu.
Não tem a ver com ciclos. O PS meteu um gajo sem carisma para fazer a ponte entre Sócrates e um novo líder (Costa), o Seguro. Serviu para limpar o palato de um tipo que se revelou ser um criminoso da pior espécie. Foram inteligentes nessa jogada. O PSD insistiu no Passos Coelho em alturas que não teve qualquer sentido, nem da primeira vez em que deviam ter apostado em alguém bem mais carismático do que ele para preparar o terreno por causa da troika. Mas compreende-se que o foram buscar porque mais ninguém estava interessado.
O Costa é carismático e populista, sim. E um líder partidário pode ser o mais competente possível, mas sem isso náo vai a lado nenhum. E não há melhor exemplo do que o populismo vence fácil, fácil, quando temos o presidente da república que temos. E não é só porque comentava aos domingos na TV. O Marques Mendes e o Sousa Tavares também o fazem e nunca na vida seriam eleitos a presidente da república se se candidatassem.
Estudado ao pormenor.
Concordo.
Mas o formato é o mesmo. Tem de ter aquele astúcia e lábia que o Passos Coelho simplesmente não tem.
É um banana, entre aspas. Não tem carisma para sobreviver a líder partidário. É isso que quero dizer. Aliás daquela vez que se meteu em chatices, quem lhe limpou a borrada foi… o Costa.
Como ministro, até gosto bastante. Discordo da leitura do Chown sobre o Passos Coelho, mas sobre o Centeno, acho que está bastante boa. Um tecnocrata que se perde em teoria, ouvi-lo é uma chatice para o comum eleitor, mas na verdade… o comum eleitor confia nele.
Foi antes assim: existia uma proposta do PEC IV que o Passos votou contra na Assembleia (apesar de ter dado a entender que ia votar a favor), entalando o Sócrates que não teve alternativa a não ser chamar o FMI e a demissão do seu governo. Sim, o FMI/Troika acabariam mais tarde ou mais cedo por ter de entrar em cena, no entanto ela foi precipitada (catalizada) pelo Passos exactamente para poder colocar em prática a sua ideologia camuflada sob as “medidas impostas pela Troika”. Outro exemplo que atesta a camuflagem é o Passos ter ido mais longe que as próprias recomendacões da troika, ter vezes sem conta dito que não ia aumentar impostos ou que a crise tinha acabado (anunciou isso em 2011 dois meses apenas depois de ser eleito :lol: Passos Coelho anuncia princípio do fim da crise em 2012 | Primeiro-ministro na Universidade de Verão do PSD | PÚBLICO).
E depois foi dos gajos mais brutamontes que já governaram Portugal, desde incentivar a malta a emigrar à sugestão para a malta com dificuldades económicas para que se aguentassem à bronca.
Permite-me só uns comentários rápidos,
“no entanto ela foi precipitada (catalizada) pelo Passos exactamente para poder colocar em prática a sua ideologia camuflada sob as “medidas impostas pela Troika” (…)”
Correcto (se bem que ele nem publicamente assumia ter essa ideologia, é só ler o programa eleitoral de 2011, assinado por Catroga, o qual nas reuniões com o FMI pulava em frente às câmaras a gabar-se do seu mérito no plano final aprovado), mas a principal razão foi que no círculo dele (Marco António e outros) era unânime ser o momento ideal para se tornar primeiro ministro. Daí o recuo, que depois publicamente é envolto em retórica. Nos bastidores, foi uma jogada de poder.
Em relação aos exemplos que depois deste, relembro um de que talvez algumas pessoas se recordem. Numa visita a uma escola, na campanha de 2011 e já com o acordo aprovado e conhecido, uma jovem perguntou-lhe se ele iria cortar salários e pensões. Ele amuou, “eu já disse que não existirão cortes, quem é que lhe contou esse disparate?”.
“E depois foi dos gajos mais brutamontes que já governaram Portugal (…)” Paracelsus, thank you. :great:
Não nacionalizou o BES: decisão mais corajosa tomada por um político português desde sei lá quando.
Corajosa e acertada. Mandou o Salgado f****-se. Mandou o Dono Disto Tudo para o c******.
Subiu ao poder quando o país estava a poucos meses de não ter dinheiro para pagar as suas despesas: os promotores dessa vergonhosa situação estão hoje no Poder.
Disse, por agora, adeus à política e tenho a certeza de que não vai para Paris viver luxuosamente, ao contrário de um certo vampiro cujos amigos governam Portugal presentemente…
Passos mau líder? Manuela Ferreira Leite? O problema dessa era outro; o Passos foi-lhe ao bolso.
A memória é de facto curta… quando foi eleito (Junho 2011) já havia troika em Portugal (maio 2011). O cenário de não haver dinheiro para o país pagar as despesas foi precipitado pela rejeicão do PEC IV (cuja aprovacão iria assegurar o pagamento dessas tais despesas), plano esse negociado com PSD que depois o rejeitou na Assembleia da República.
Sim, foi muita mauzão com o Salgado, e em vez de o deixar cair meteu o estado a contribuir com mais de 4 mil milhões de euros para segurar um privado (e os bancos privados pouco mais de 600 milhões de euros), prometendo também que “não vai trazer custos de forma alguma para os portugueses”.
Ah, ainda acreditas na fábula de que não teria havido intervenção se o PEC 4 (quatro…) não tivesse sido rejeitado pelo PSD?
O teu problema não é de memória, é de ausência de factos. O PEC 4 não iria resolver nada.
Nada. Esse documento não contemplava, por exemplo, os custos do BPN, do BPP, das PPPs, etc. Contemplava um défice orçamental muito mais baixo que o apurado, por exemplo.
No fundo, a sua base estatística era uma mentira.
Pensei que o 4 seria suficientemente esclarecedor quanto à sua ineficácia e falta de credibilidade.
4 mil milhões é muito? Sabes quanto pagámos pelo BPN, um banco insignificante ao lado do BES? Faz as contas.
Grosseiramente, pagaste 4 mil milhões de euros por um banco insignificante (nacionalização) e pagaste outros 4 por um dos maiores bancos portugueses (solução parcial).
Passos Coelho e Manuela Ferreira Leite é uma história com muito passado. A ex-líder do PSD bloqueou a chegada de Passos Coelho à liderança do PSD, algo que acabaria por acontecer algum tempo depois. Desde então, nenhum dos dois se suportam e por isso é fácil aparecer críticas duras de Ferreira Leite em relação ao Passos Coelho.
Foi o trabalho duro, de sapa, do Governo de Passos Coelho, que hoje o Governo actual pode devolver os cortes que foram sendo feitos porque era necessário fazer cortes. Ainda o é. Com erros, com assertos, período marcadamente duro para toda a política nacional. Passos Coelho resistiu até ao fim e sai da cena política de cabeça levantada, fez o melhor que soube e deu tudo o que tinha para dar.
A memória tende a ser curta. Mas estou certo que a história acabará por reconhecer algum mérito a Passos Coelho e ao seu Governo. Hoje vivemos um período feliz, Governo Socialista alinhado com boa imprensa, com fraca oposição, esquerda sodomizada, com os bons ventos económicos internacionais, são condições excelentes que dão logo a ideia que está tudo bem e tudo muito bem feito. Olhem que… Olhem que…
Venham novos protagonistas políticos. Sobretudo venha uma alternativa marcadamente distinta do que temos, já que isso faz falta a Portugal, há quem se reveja pouco neste Governo e queira outras estratégias. Cabe ao PSD e ao CDS poderem trabalhar em termos uma oposição que apresenta outros caminhos. Veremos quem se segue a liderar o PSD.
O Banco Central Europeu (BCE) debateu, na última reunião sobre política monetária, diversas formas de começar a reduzir os estímulos monetários à economia no próximo ano, anunciou o banco central esta quinta-feira.
Segundo as atas da última reunião de política monetária, publicadas esta tarde, o BCE assegura que o conselho de governadores debateu “algumas soluções gerais inerentes a vários cenários para a redução futura” do programa de compra de dívida, concretamente sobre “a escolha entre o ritmo e a duração planeados”.
BCE quer que bancos tenham provisões para 100% do malparado
“Os benefícios de planear comprar (dívida) durante mais tempo combinado com a maior redução no ritmo comparam-se com os de um período de compras mais curto e maiores volumes mensais”. Nas duas situações, adiantam as atas da reunião, o conselho de governadores considerou que havia que ter em conta os riscos para a estabilidade dos preços se se ampliar o programa de compra de dívida.
Mas, em qualquer cenário, a política monetária continuará muito expansionista porque o BCE reinveste a principal quantidade dos títulos de dívida que vence, oferecendo muita liquidez aos bancos nas operações de refinanciamento. As taxas de juro, antecipa a instituição liderada por Mario Draghi, continuarão no nível atual, em mínimos históricos, durante bastante tempo.
Atualmente, o BCE empresta aos bancos a 0% e cobra 0,4% pelo excesso de reservas. Desde finais de 2014, o Eurosistema, que inclui o BCE e os bancos centrais nacionais, acumulou uma grande quantidade de dívida do setor público e privado, que manterá no seu balanço, reinvestindo o pagamento principal, todo o tempo que seja necessário, segundo as atas.
O conselho de governadores debaterá na próxima reunião, em finais de outubro, a redução das compras de dívida pública e privada na zona euro a partir do próximo ano.
Em julho, o BCE considerou “por amplo acordo” que é necessário que a política monetária apoie o regresso da inflação a taxas próximas, mas um pouco abaixo de 2% a médio prazo. Um membro do conselho de governadores considerou que estão reunidas as condições para ajustar a intensidade da expansão monetária e que estas proporcionariam a oportunidade para reduzir as compras de dívida.
BCE mantém travão. Compra 494 milhões em dívida de Portugal
Mas, em geral, o conselho de governadores considera que qualquer avaliação nova da sua política monetária “deveria proceder de forma muito gradual e cautelosa, ao mesmo tempo que se mantém flexibilidade suficiente” porque há incerteza em relação à inflação e às condições financeiras.
Precisamente a apreciação do euro é um fator que contribuiu para o agravamento das condições financeiras e a que o BCE vai dar especialmente atenção porque também põe em perigo o regresso da inflação.
Este abrandamento de estímulos, por parte do BCE, será um verdadeiro teste a Portugal. Nem só, mas sobretudo aos países que saíram de ajudas financeiras externas, para percebermos o quão consistentes estamos e se conseguimos prosseguir na recuperação económica sem ajudas extras do Banco Central Europeu. O sistema bancário teve algum tempo já para rejuvenescer, tenho dúvidas que o tenham feito da melhor forma, agora têm que começar a viver com as oscilações normais do sector.
O Passos não implementou aquelas regras porque foi obrigado pela troika. No geral, ele implementou aquelas regras porque a ideologia dele era que era assim que se governava um país. “Calhou”, deu-lhe muito jeito. E essa é uma das razões para qual ele carregou ainda mais além do que a própria troika. A própria troika que admitiu mais tarde que as suas medidas carregavam mais os pobres que os ricos.
o costa como politico não é melhor... é mais sabido e rasteiro seja pela forma como subiu dentro do PS como pela forma como recusou sistematicamente fazer coligaçao à esquerda durante o periodo eleitoral... e depois qd perde as eleições duma forma escandalosa é que vai vender um acordo (que foi o que eles fizeram... um negocio) com bloco e pcp para conseguir sentar o rabo no poder.
Tudo o que é político mais tarde ou mais cedo contradiz-se. Até o Cavaco, um dos mais irredutíveis políticos portugueses, virou o prego quando lhe foi necessário. Ser bom político é saber lidar com essas contradições e não ser prejudicado por elas, e Costa conseguiu fazer isso sem problema. O eleitorado castiga o Passos Coelho até pelas coisas boas que fez (com a ajuda da Cristas), quanto mais pelos erros ou pelas contradições. Mas o eleitorado não castiga o Costa pelas contradições que tem.
O melhor exemplo será sempre aquela barraca do Centeno com as SMS. E bem que tentaram explodir essa barraca na CS, mas na rua… o eleitorado seguiu o comportamento do Costa e ninguém queria saber (e deviam ter querido saber). Tancos vai exactamente pelo mesmo caminho, está tudo mais entretido a mandar piadolas do que a exigir do governo. E estas autárquicas mostram isso também, não houve consequências por ter fundado a geringonça.
é lamentavel olhar para a nossa governação e ver ali tanta gente com sérias lacunas em algo que devia ser essencia: Caracter.
Isto é igual em todo o lado. O Brexit e a mixórdia da Cataluña são óbvios, mas se vocês vivessem em cada país desses (França ou Itália então…), chegariam ás mesmas conclusões.
Presumo que estejas a contar a história ou como queres que ela seja ouvido ou como te a contaram… Mas a verdade não é essa, a Manuela não o suporta porque nos bastidores Passos e Relvas foram minando a sua liderança diariamente, com críticas, notícias plantadas na comunicação social, etc etc, desgastando-a até ao ponto em que ela teve de abrir caminho.
Dito isto, a governação de Passos teve algumas coisas muito más, outras - a maioria - dificilmente poderiam ter sido muito diferentes. O problema dele não foi a Governação, foi ter feito do PSD um eucalipto, um partido sem quaisquer quadros com valor, sem “palco” para jovens promissores. Basta olhar para a sua direcção e temos de parar e rir uns minutos…
Além disso, depois da formação da geringonça, não soube construir um discurso coerente e equilibrado na oposição. Tanto antecipava a vinda do diabo como dizia que a geringonça havia de estar para durar. Não havia um fio comum no discurso, que foi nadando ao sabor da maré, e acabou chamuscado por uma gestão tenebrosa das eleições autárquicas (na qual ele, como líder de partido, tem as suas responsabilidades).
Passos não tem ideologia nenhuma , não passa de um catavento , mostrou grande entusiasmo em ír alem da troika , até fez aquelas declarações todas escandalosas , para impressionar principalmente os alemães que seguiam o que cá se passava.
A verdade é que Passos pegou no país quando o barco estava a afundar , já Costa nessa hora deixou Seguro fazer o trabalho sujo e depois puxou-lhe o tapete.
E o eleitorado já castigou Costa , ele perdeu as últimas eleições , agora está numa boa fase do ciclo economico , mas vamos a ver se no futuro próximo a forma como o Costa vai lidar com o PCP , se não vai ser uma reprise da forma como ele lidou com o Seguro , vamos ver se a atitude de Costa agora que já pode pensar em dispensar tanto o PCP como o BE , se não vai desavir a esquerda por mais 20 ou 30 anos é que deslealdades costumam-se cá pagar mais caro que divergências políticas principalmente à esquerda e Costa já provou que pelo poder vale tudo.
O Costa não foi castigado nas primeiras eleições que perdeu. Não podes castigar alguém que ainda não tinha feito nada. O único castigo que realmente teve foi a perda da maioria absoluta na câmara de lisboa, mas as capitais sempre puxaram à direita.
Quanto à deslealdade, o povo tem memória curta para aquilo que não considera lamentável, sempre teve. Se passou o Seguro, vai passar PCP / BE, que já andam a meter os corninhos de fora (e bem). Se bem que metade dos dramas que os três de esquerda levantam é só para entreter.
A malta esquece que o PS (e PSD) não têm de encantar o eleitorado adversário. Apenas têm de apanhar o eleitorado próprio e os indecisos, tudo o resto é lucro. E essas “traições” do Seguro (que não era popular dentro do PS nem do eleitorado comum), do eventual PCP / BE vão valer bola.
Os pontos a mais que BE / CDS tiveram nos últimos são descontentes com o PS. No geral não são novo eleitorado. O tempo de popularidade do BE já passou e eles ficaram “iguais”, e a Cristas é igual ao Portas, não vai conquistar mais eleitorado base.
Isso foi antes ou depois de Manuela Ferreira Leite afastar Passos Coelho e Miguel Relvas das listas para deputado nas Legislativas de 2009? Recordo que Passos Coelho disputou, perdeu, as eleições internas para líder do PSD em 2008.