Dependerá sempre da metade do subsídio a que te refiras…
Independentemente do custo mais elevado em coisas de alimentação, higiene e afins é sem dúvida na moradia que Lisboa fica extremamente cara comparativamente a outras zonas do país. Quase competem com Genebra ou Munique…
A Alemanha não entrava ainda nas contas nem o Chipre, Hong-Kong e Singapura (centro financeiro) estavam abaixo de Portugal, assim como a Coreia-do-Sul, e a Eslovénia nem existia ainda… Mas a Suíça tinha um índice de 0,883 e Portugal estava 90 “pontos” abaixo, com 0,793.
Em 1980, com mais ou menos seis anos de turbulento regime democrático em cima, sem guerra colonial a sorver importantes recursos ao país, sem colónias também a produzirem receitas também, portanto, um país sem aquela escala que tinha antes de 1975 e que vivia no regime da Outra Senhora, Portugal ocupava o 28º lugar da tabela.
A Alemanha (a Federal certamente) já entrava nestas contas e Chipre também, ambas à nossa frente, mas tirando Hong-Kong que entretanto se tinha colado a Portugal, Singapura e Coreia-do-Sul tinham ainda muita papinha para comer para nos passarem à frente… Mas a Estónia e as Bahamas tinham-nos ultrapassado também!
Em 1985 Portugal ultrapassava o Chipre num duelo que tornar-se-ia um clássico na competição (pronto, já estou a divagar por completo, não bebo mais nada hoje senão água) e recuperava para 25º lugar. Depois de dois FMI, depois de um Bloco Central, com a entrada para a CEE alinhavada e as contas mais ou menos em dia, com a democracia estabilizada e um regime aparentemente saudável, parecia que estávamos a dar passos importantes na senda da prosperidade…
Em 1995 Portugal continuava em 25º lugar, no finar do Cavaquismo e com o Monstro da Despesa Pública prestes a crescer de forma desmesurada, mas apenas 51 “pontos” nos separavam do primeiro lugar…
Em 2000 Portugal permanecia no 25º lugar, 15 anos depois o país não saía daquela posição, mas também não descia, mas os 0,904 sempre eram melhores que os 0,885 de 1995 e apenas tinhamos 54 “pontos” de diferença em relação ao primeiro lugar…
Em 2005, com a adopção do Euro e a crise do défice, graças a um Monstro da Despesa Pública que entretanto se tinha tornado enorme, o país tombou para 29º lugar da tabela classificativa, com 0,897 e menos 71 “pontos” que a Islândia e a Noruega.
Em 2010, com o Querido Líder Sócrates à frente do barco (que dado o actual estado de coisas chamar navio a este regime é um insulto aos navios), Portugal conseguiu a proeza de tombar 11 lugares para o 40ª posição da tabela classificativa!!! Com um indíce de 0,795 (o mesmo que a Polónia) a diferença para o índice de 0,793 em 1975 é o equivalente a uma parelha de cornos, perdão, de “pontos”!!! :victory: ^-^ :wall:
Chipre também não está muito melhor, que em 1980 tinha 0,809 e agora tem 0,810 e está em 35º lugar…
República Checa, Eslováquia ou Hungria, ex-repúblicas socialistas, estão agora em melhores lençóis que Portugal, que viveu 6 anos de terror pseudo-socialista, debaixo de um governo que conseguiu fazer aquilo que noutros países, debaixo de outros regimes era motivo para revoluções sociais e políticas.
No tempo da Outra Senhora ainda tinhas os territórios ultramarinos por explorar e estavas com uma guerra colonial que custava tanto ao país, mas 30 e tal anos depois, continuas na mesma miséria, apesar de continuares a esbanjar oportunidades atrás de oportunidades…
Mas a culpa é da crise externa, dos mercados, e do mundo que mundo em 15 dias dizia o Querido Líder Sócrates, ó bem amado que tantas saudades ameaça agora deixar!!!
E das agências de rating e dos bancos especuladores que dominam a finança mundial, o melhor rosto daquela classe da Burguesia que urge combater… e neste particular, da maneira como as coisas estão, não vejo como nos vamos desenvencilhar desta maldita gente que manipula os mercados da maneira sofisticada que o faz…
Tudo isto é verdade, todos esses são culpados, mas o maior culpado da nossa situação é aquele que mentiu e vigarizou, que fez contratos em PPP para rodovias, ferrovias e saúde que só a partir de 2014 vão custar ao Estado uma média anual de 1600 milhões de euros e que não sabemos ainda como os vamos pagar…
E nem vale a pena falar dos outros culpados que continuam a pensar que eles é que sabem o que é melhor para a nossa economia, que Portugal deve é investir nisto e naquilo, que Portugal deve apostar neste ou naquele negócio…
Isso são vícios de estados com planeamentos centrais ou de estados mercantilistas… Olhem para os países onde as sociedades no que à concorrência empresarial diz respeito é feita pelas empresas propriamente ditas, onde qualquer um pode entrar, tirando este ou aquele sector em que é preciso muita escala, e onde o Estado não interfere… Na Coreia-do-Sul ainda há os Chaebols, por cá nem isso… se era para adoptar o modelo sul-coreano, que tal fosse feito como deve ser…
Mas há outros culpados no cartório… Todos aqueles que receberam dinheiros da CEE e que os gastaram em casas e carros e férias e não os aplicaram nas suas empresas… Em vez de sustentarem os seus negócios, sustentaram outros vícios…
E outros culpados são todos os que vivem à conta do Estado, recebendo reformas, subvenções e subsídios, ocupando lugares de administradores e não só, que negociaram contratos da mais variada ordem, sempre com o lucro para eles, e o risco todo para os contribuintes… Esses são tão ou mais culpados que o Querido Líder Sócrates, que como todos bem sabemos, é um moço poupadinho e que vive sem grandes luxos, que nunca esteve metido em casos duvidosos nem nada que se lhe pareça…
Os políticos (gatos) que os cidadãos eleitores (ratos) elegeram nestes últimos 30 e tal anos da terceira república representam o que de melhor e pior este regime partidocrático moribundo é capaz de fazer…
E se há coisa que jamais esta partidocracia é capaz de fazer ou muito me engano, é por exemplo, fazer uma tal extinção de institutos públicos e empresas públicas (ou sua privatização, começando nos transportes e acabando na RTP) e empresas municipais e acabar com subsídios e subvenções e lugares de administradores e não só, para não falar de outras artimanhas que permitiriam uma tal economia de despesa que o Estado e as Autarquias acabariam os seus exercícios com superavits em vez de deficits…
De tal maneira que os impostos podiam baixar drasticamente, que alguns complementos sociais podiam ser usados para amenizar a vaga de despedimentos das empresas públicas e municipais que tivessem sido extintas (protegendo o mexilhão, perdão, os trabalhadores afectados) e de caminho criar condições para que realmente a economia em Portugal fosse mais saudável, com uma concorrência verdadeiramente aberta e leal, onde os infractores fossem severamente punidos… Mas vai sonhando, que neste país de brandos costumes, o povo é sereno…
Aliás, estou para ver como cedências de terrenos para bombas de gasolina para clubes de futebol, manter estádios municipais que só dão prejuízo aos contribuintes, subsídios em dinheiro para clubes de futeol vão ser tratados nos próximos meses, pois isto da política tratar o futebol como trata a “classe trabalhadora” é capaz de dar muita confusão… Mas é despesa tão prejudicial a quem paga impostos como aquela que se faz com administradores disto e daquilo, com senhas de presença para deputados municipais, para administradores de empresas municipais e empresas públicas, etc, etc…
Só que em Suécias e Alemanhas, as pessoas vivem e pensam de uma maneira e têm sociedades construídas com uma certa mentalidade que para Portugal é inconcebível. Nesses países não há culpados, há responsáveis. Em Portugal só encontramos culpados, mas nunca responsáveis. Ninguém responsabiliza-se por tudo o que de mal fez, mas todo o mundo encontra sempre culpados.
Por isso, das duas uma, ou pensas em emigrar para outro país, onde o custo de vida para o que é essencial é semelhante ao nosso, mas onde os salários de quem tem qualificações são muito superiores aos praticados em Portugal, porque entre outras coisas, a carga fiscal é bem menor, logo a riqueza criada não é roubada a olhos vistos como acontece entre nós, ou então aguentas-te à bronca e comes e calas-te. Quem não quer comer e calar tem boa solução: abrir os olhos ou a pestana e fazer que outros o façam…
Quando todos nós, sem excepção, tivermos consciência de todos os crimes de lesa-pátria cometidos não só pelos nossos representantes eleitos, mas também por aqueles que se aproveitaram deste estado de coisas, talvez haja realmente uma mudança de fundo, caso contrário, teremos mais do mesmo, o grupo dos privilegiados continuará a partir e a repartir, ficando sempre com a melhor parte…
Mas há muito que abri a pestana e os olhinhos… Não fui eu que me queixei e achei que era impróprio um PM derrotado em eleições, ser questionado sobre eventuais processos judiciais com perguntas incómodas, feitas ainda por cima por uma jornalista de uma rádio que jamais conseguiu uma entrevista com Sócrates, olhem só o descaramento dessa gente, nem fui eu que achei que era muito bem feito que os apoiantes de Sócrates na altura faziam muito bem em apupar tais perguntas incómodas feitas ao Querido Líder… Sócrates é que era o bom, Sócrates era um santo!!! :
"As medidas adicionais em estudo pelo Governo não serão, caso sejam postas em prática, uma novidade para Portugal. O imposto extraordinário e retroactivo sobre o 13.º mês foi aprovado em 1983, era Mário Soares primeiro-ministro e Ernâni Lopes ministro das Finanças.
O imposto incidiu sobre os rendimentos da contribuição predial, sujeitos a impostos de capital de 1982 e “independentes” (6 por cento) e sobre os salários, tanto do sector privado como da função pública, relativos ao período de Janeiro a Setembro de 1983. O imposto foi de 2,8 por cento sobre as remunerações, ou seja, cerca de um quarto do subsídio de Natal. retido na fonte entre Novembro e Dezembro. "
Se o que o Público afirma está correcto, então a medida deste governo não é muito diferente da implementada por Mário Soares, e afinal este não criou um imposto que tirasse um subsídio de natal por inteiro a cada português que vivesse do rendimento do seu trabalho.
Quanto à tua sugestão de doar a título voluntário o restante do meu décimo terceiro mês, no actual estado de coisas e com gente tão responsável, honesta e idónea como a que temos actualmente neste país, prefiro aplicá-lo em algo que realmente faça a diferença para mim e para os meus, porque não estou para alimentar chulos.
Sei muito bem que as coisas não vou mudar, mas tenho a pestana bem aberta para saber distinguir um Sócrates de um Passos Coelho, e para saber também que nem um nem outro são capazes de expurgar todos os parasitas que actualmente sugam muita da riqueza criada por quem trabalha, investe ou tenta empreender neste país.
Outros ainda não abriram a pestana e acham que os deles, é que são os bons, os maiores, uns santos, mas esquecem-se quando lhes é conveniente de todas as trafulhices que fizeram e continuam a fazer…
E quando falo em abrir a pestana, falo em investigar, em procurar saber, em uma pessoa informar-se.
Por vezes, descobrimos que coisas que afirmámos umas horas ou dias antes afinal não estavam correctas.
E podemos pedir desculpas como peço agora, pela incorrecção relativa ao décimo terceiro mês alvo de imposto em 1983… :great:
Oxalá que outros possam com o tempo abrir a pestana também, quantos mais formos, melhor este país poderá ser.
Eu nem curto o PPC, mas acho que só quem não quer perceber que há uma diferença entre acabar definitivamente com os Subsídios de Natal e / ou Férias - aquilo que o PPC disse que não faria - e confiscar por um período limitado os montantes correspondentes (o que acontece este ano) é que não percebe. Mas o que interessa é colocar uma notícia com um título apelativo. Há muito tempo que o Expresso deixou de ser um jornal de referência em termos de credibilidade, de qualquer modo.
Mas quem é que está a falar do salário mínimo, que mania de distorcer a conversa. Estou a dizer acabar com os 2 meses extra e distribuir esse dinheiro pelos restantes 12 meses, logo estarias a ganhar o mesmo, deixava era de haver por parte das empresas o pagar de 2 meses em que os trabalhadores não fazem nada, porque simplesmente são 2 meses que não existem!
Mas há muito que abri a pestana e os olhinhos... Não fui eu que me queixei e achei que era impróprio um PM derrotado em eleições, ser questionado sobre eventuais processos judiciais com perguntas incómodas, feitas ainda por cima por uma jornalista de uma rádio que jamais conseguiu uma entrevista com Sócrates, olhem só o descaramento dessa gente, nem fui eu que achei que era muito bem feito que os apoiantes de Sócrates na altura faziam muito bem em apupar tais perguntas incómodas feitas ao Querido Líder... Sócrates é que era o bom, Sócrates era um santo!!!
Achar que determinado tipo de perguntas sao ou nao incovenientes nao me parece que tenha a ver com ter ou nao os olhos abertou ou a pestana.
Diria o mesmo fosse quem fosse que estivesse naquela situaçao.
Alias e para atalho de foice, estou-me bem cagando para o antigo PM.
Quanto à tua sugestão de doar a título voluntário o restante do meu décimo terceiro mês, no actual estado de coisas e com gente tão responsável, honesta e idónea como a que temos actualmente neste país, prefiro aplicá-lo em algo que realmente faça a diferença para mim e para os meus, porque não estou para alimentar chulos.
E eu sinceramente so tenho “pena” que tu e todos nós nao possamos ter o Sub na totalidade para podermos disfrutar um pouco do bom da vida.
[hr]
Quanto á questao de fundo:
O que é triste é os Portugueses terem de levar com este cenários mal preparados e de quinta categoria.
Andamos semanas a levar com o cenario da troika para aqui troika para ali.
Finalmente chegou-se á conclusao de quais medidas seriam necessárias.
É bom nao esquecer que o PSD acompanhou este trabalho da troika.
Por que carga de agua agora resolveram que teriam de martelar metado do Sub Natal? E nao vou nessa cantiga mal cantada do boletim do INE…
Ou entao PPC e o PSD sabiam que era necessário esta medida e esconderam-na do Povo por estarmos em periodo eleitoral e com medo de perder votos…
Eu não me posso queixar da vida, mas há quem possa. E não me parece justo que andem a enganar as pessoas e sirvam o “13” mês como um bónus caído do céu, ou que criem um novo imposto sobre rendimentos devidos, enquanto outras reformas mais prementes não são feitas. Ou enquanto não se avaliam despesas de serviços completamente irreais, como se vê nos serviços de Estado. Como habitual, faz-se o mais fácil.
Triste mesmo é ver choradinho por parte dos tribunais, de alguns ramos militares ou da GNR. Já para não falar dos municípios. E cortes aí, não? E eficiência nesses serviços?
Olha que eu trabalho no sector privado, grande parte dos meus amigos no público e nota-se bem a diferença… Não nos trabalhadores ou no seu trabalho, que não me passa que não sejam dedicados. Mas na organização de serviços e no cuidado com os recursos estão a milhas. Menos numa das Instituições Nacionais atrás referidas, que conheço razoavelmente bem, tenho vários amigos que lá prestam serviço e onde é tudo à grande!
Boa pergunta.
Publicado em 29-06-11 por Luis M. Jorge
Que falta faz esta televisão pública? Talvez o ajude a pôr as coisas em perspectiva saber que a RTP recebeu no ano passado 230,6 milhões de euros de fundos públicos e gastou 289,6 milhões de euros — 103 milhões dos quais em pessoal. No mesmo período o grupo Impresa, proprietário da SIC, gastou em televisão cerca de 148 milhões de euros; quase metade da despesa do serviço público. Valeu a pena? Você é que sabe — você é que paga.
A propósito do post anterior, conto uma história. Há alguns anos fui convidado a criar a campanha de promoção de um grande programa da RTP. Normalmente proponho orçamentos com um valor fechado, mas naquela vez, por inspiração divina, aceitei cobrar ao dia. Tudo correu bem até à apresentação da campanha; e depois correu melhor. O baronato da casa pôs-se a rever e a alterar os anúncios, o que os arruinou para sempre, mas graças ao taxímetro recebi três ou quatro vezes o valor previamente calculado, já muito generoso.
Como foi dinheiro dos seus impostos, leitor, aqui lhe manifesto o meu sentido reconhecimento.
Quando não há responsabilidades para assumir, numa sociedade onde a culpa morre solteira, é assim…
(…)
@ reilagarto:
Confesso que quando falei do assunto, não imaginava que horas depois soubesse uma cena destas:
Jornalismo presciente
Carlos Guimarães Pinto @ 20:53
Sem querer tirar qualquer mérito à jornalista da Renascença que colocou a famosa pergunta a José Sócrates na noite das eleições, o comportamento da justiça portuguesa é muito previsível.
O antigo PM teve o azar de desde que há eleições em Portugal ter sido o primeiro PM em exercício a perde-las. E agora arrisca-se a sofrer o cerco de uma justiça que apenas se atreve a “lidar” com os poderosos quando estes estão mais vulneráveis… Deve ser por isso que Vale e Azevedo só teve chatices depois de perder as eleições no Benfica e deve ser por cenas como estas que Pinto da Costa vai morrer com presidente do Fê Cê Pê…
Quanto às tuas suspeitas, há a ténue possibilidade de só agora Passos Coelho ter começado a perceber o real estado do país, pois como bem sabes, Sócrates foi exímio a aldrabar as contas todas e a esconder a verdade dos desmandos que fez enquanto PM. Isto é o que a minha ingenuidade quer acreditar. Mas o meu lado racional não vai muito nestas cantigas e uma ideia destas estava já cogitada e apenas aguardava um pretexto para ser anunciada. Obviamente que jamais seria referida em campanha eleitoral, pois da maneira como as coisas estavam, quem menos falasse sobre o que pretendia fazer para resolver o problema, mais hipóteses teria de ser o vencedor das eleições…
Mas se repares no video, o moço ainda não sabe onde vai cortar na despesa… ou omite o que vai fazer para já…
Não digo que omitir é pouco melhor que por exemplo, fazer as promessas o Vigarista Aldrabão fez em 2009, como aquela dos medicamentos gratuitos para os idosos, apenas para caçar o voto. O problema é que os 800 milhões que se espera arrecadar agora são insuficientes se é verdade que o incumprimento orçamental vai chegar aos 2 mil milhões… Da maneira como isto está, tudo o que seja empresa pública, especialmente a que tem dado prejuízo, tem de ser privatizado… As consequências serão todavia gravosas para trabalhadores e clientes… Muitos trabalhadores serão despedidos porque haverá por parte dos novos donos uma acção de racionalização dos recursos e consequente corte nas despesas, enquanto que os clientes sofrerão aumentos dos preços.
O maior problema do sector público é o desperdício e só quando se atalhar a sério no combate ao mesmo é que vamos deixar de ter défices enormes como os que temos tido nos últimos anos. Mas mesmo que consigas cortar em 2 anos no desperdício, nos tachos, subsídios e subvenções várias, gastando com critério apenas no essencial, deixando de fazer qualquer obra, tanto a nível nacional como local, vais ter depois de lidar com este problema: as PPP.
E como referiu o juiz Carlos Moreno do Tribunal de Contas, salvo erro, a partir de 2013, há que pagar 1600 milhões de euros em média por ano:
Mais de 100 Parcerias Publico/Privadas existem em Portugal e envolvem encargos futuros na ordem dos 60 mil milhões de euros…
Cavaco Silva fez as duas primeiras… António Guterres fez mais de 30… Algumas delas chamam-se… SCUT.
Durão Barroso fez mais 6… José Sócrates avançou com mais de 50…
Ou seja, PSD e CDS-PP fizeram apenas 8, o PS fez 112 das 120 PPP contratadas…
A Saúde corresponde apenas a 1%, a Ferrovia apenas a 4%, a Rodovia é que tem a maior fatia: 41%. Todas juntas, correspondem a partir de 2013, a 1600 milhões de euros de encargos médios anuais.
Da mesma maneira que é preciso renegociar a dívida soberana, mais importante é renegociar todas estas PPP… Mas tanto para uma como para a outra, primeiro é preciso fazer os trabalhos de casa e tornar o Estado mais forte, eliminando o desperdício do Estado a nível local e nacional. Não esquecer que Portugal é fértil em grupos de interesses, que tantas vezes conseguem ser autênticas forças de bloqueio às reformas necessárias ao país…
Uma coisa é certa, o ministro da Economia até já sabe quais são os organismos do Estado: http://desmitos.blogspot.com/p/organismos-do-estado.html Saberá ele onde se deve cortar? Aliás, deixarão os clientes dos partidos do arco governativo cortar a eito como ele quer ou pensa que se deve fazer como deixou escrito nos seus livros?
distorcer a conversa como, então essa tua medida era só para salários acima dos €4000? Ou não se aplicava também aos salários mínimos (€485) e médio (cerca de 800) ?
O Expresso deve ser o único jornal que leio com alguma regularidade, especialmente pelas suas colunas de opinião.
Quanto a medida do PPC, concordo contigo Angel. No entanto queria realçar um aspecto que me parece importante.
Quando Cavaco, PPC, Teixeira dos Santos e outros especialistas da área disseram/dizem que os próximos tempos serão decisivos e extremamente difíceis para o Pais, não foi uma coisa dita da boca para fora e acho sinceramente que alguns portugueses ainda não se aperceberam bem dos esforços que teremos de fazer para que as conta públicas voltem a endireitar e que Portugal volte a crescer.
Não considero este medida tão injusta quanto possa parecer, para quem ganha 1000€ ou menos é difícil ficar sem 200 e tal euros ainda mais neste tempo, mas quem ganha 2500 pode contar com 1000€ de fora. Esta medida actua em percentagem do que cada um ganha por isso é natural que quem ganhe mais vá perder ainda mais.
Espero que PPC consiga reduzir drasticamente o défice, que esta descida da TSU social única e introdução de alguns privados na Segurança Social não seja o fim do Estado Social e espero também que não venda as empresas públicas a preço de saldo. Se ainda a isso conseguirmos em 2013 voltar a crescer e libertar-nos deste sufoco financeiro irei sem dúvida considerar PPC um bom PM. Não sei se isto tudo é possível, os especialistas na materia que opinem melhor :great:
Gostaria de fazer uma pergunta a algum forista mais ou menos entendido da matéria ou pelo menos que me indicassem algum video/site/livro que me pudesse responder. Qual o futuro real do Euro? Será possível a Portugal continuar com a moeda única? Pelo que tenho lido, um dos principais problemas é que não existe uma politica economica comum nem tão pouco as economias latinas crescem da mesma maneira que a Alemã o que leva a um crescimento enorme da divida soberana dos países do sul da Europa levando-a para níveis insustentáveis. Basicamente, gostaria de saber senão seria melhor Portugal preparar uma saída da moeda única para evitar uma situação de contagio por parte da Grécia?
Eu não sei se era para mim, se não for peço desculpa.
De qualquer forma não, não é a RTP. Aliás 289,6 milhões de euros são amendoins, pois o desperdício é maior que isso (o orçamento foi acima dos 2 milhões).
Os portugueses ainda não perceberam o quê? Vocês ainda não perceberam que há pessoas que não conseguem já cobrir todas as necessidades básicas? Que há pessoas que não conseguem pagar os seus créditos (e aqui nem tudo é irresponsabilidade, porque se há três anos um casal tinha emprego e tirava 2000 euros, se agora foram ambos para o desemprego é óbvio que não se consegue fazer frente a créditos que estavam adequados ao seu rendimento)? Isto é muito fácil falar quando se fala de barriga cheia. Cortem os salários de 4000 para 2000 para ver se também gostam de ver apenas metade do rendimento a entrar em casa, cortem-lhes telemóveis, automóveis e computadores do estado, cortem mais do que cortam a quem pouco tem para comer e depois a população pode compreender. Até lá é uma cambada de chulos e arrogantes que nunca na vida souberam o que é viver com o salário mínimo e que nem sabem o significado da palavra “sacrifícios”. Mais dia menos dia estão-se é a habilitar a levar com um sacrifício na tromba e aí é que isto fica bonito. Já há muita gente que está a ficar farta de ser sugada até ao tutano.
A verdade é que isto há-de ficar o país que as grandes corporações sempre quiseram, só entre amigos. Muita da população portuguesa já percebeu que deste país mais nada se pode esperar e basta passar uma manhã no consulado de Angola (por exemplo) para se perceber quem está disposto a fazer sacrifícios…se são estes senhores com medidas populistas (desligar as luzes mais cedo, viajar em económica…) ou quem está disposto a abdicar da família (porque muitos têm que ter ainda mais um rendimento cá) para poder ter para sobreviver. E eu quando puder também me piro daqui para a fora e o Estado Português não vai ver nem um cêntimo do que eu ganhar, porque não compactuo mais com esta palhaçada.
Btw, Fátima Felgueiras absolvida de todos os crimes! Viva Portugal! :victory:
no dia seguinte a ter sido anunciado o corte no subsídio de natal, que trará mais 800 milhões de euros de receita aos cofres do Estado, foi publicado um despacho em que são transferidos mais mil milhões de euros de dinheiro público para o BPN para serem entregues a quem vai ser dado o banco no processo de privatização…
O Banco Português de Negócios (BPN), instituição nacionalizada no final de 2008 que tem de ser vendida até ao final deste mês, vai emitir mais mil milhões de euros em dívida sob a protecção do Estado(...)A emissão tem "garantia total" de subscrição da Caixa Geral de Depósitos (CGD)
Fica provado que o Governo já tinha a medida preparada faz tempo.
Fica provado que o Governo vai mais longe nas medidas a aplicar que a propia troika o que para mim nao faz sentido.
Era bom tb que o Governo podesse explicar o que se passou com o senhor da TVI que ia para o Governo e depois já nao foi.
O Governo ou entao Jose Eduardo Moniz/Manuela Moura Guedes…
Todas as viagens Governamentais na TAP sao de “borla”.
Essa ideia da viagem em economica foi puro marketing que nao pegou felizmente pq os orgaos de comunicaçao social nao deixaram.
Juntamente com a história do Governo mais curto.
É um facto que têm menos Ministros mas por outro lado têm mais Secretarios de Estado.
Se é verdade o que o jornal i afirma, parece que o Expresso esqueceu-se de informar que essa emissão de dívida foi decidida por Sócrates depois da derrota nas eleições:
"O governo de José Sócrates concedeu dois avales de Estado para financiamentos de empresas públicas no valor de até 1620 milhões de euros. Estas operações, que beneficiam o Banco Português de Negócios (BPN) e a Parpública, foram assinadas pelo secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, dia 9 de Junho, quando já se tinham realizado eleições da quais saiu vencedor o PSD.
No caso do BPN, o aval do Estado visa salvaguardar as assistências financeiras concedidas pela Caixa Geral de Depósitos ao banco nacionalizado, através de uma emissão de papel comercial totalmente subscrita pelo banco do Estado e em que os pagamentos são assegurados com garantia pública.
O valor da emissão pode chegar aos mil milhões de euros e será reembolsado em dez anos, tendo como finalidade assegurar o financiamento das necessidades de tesouraria, bem como permitir o desenvolvimento da actividade normal do banco. O aval recebeu o parecer favorável do Instituto de Gestão de Tesouraria do Crédito Público, entidade de onde é originária a nova secretária de Estado do Tesouro, Maria Luísa Albuquerque.
Fonte oficial do banco nacionalizado garantiu ontem à Lusa que este aval não representa uma transferência adicional de mil milhões de euros para o BPN. "