Já eu acho que as tecnologias estão demasiado “overrated”.
A fisiologia humana então é tão variável que é praticamente impossível conseguir um relatório fiável seja de que tecnologia for atualmente disponível para o futebol. Por exemplo, o mesmo medicamento administrado em dois periodos diferentes pode ter uma variabilidade de 50, 60 ou 70%. O mesmo plano de treino aplicado à mesma pessoa em periodos distintos pode ter resultados muito diferentes.
E depois estamos a falar de algo a um nível tão micro que se trata de algo incremental e não disruptivo. Organização tática, treino com bola, formação humana vão sempre continuar a ser 100x mais importantes que qualquer tecnologia. Porque por muito cara que seja a tecnologia nunca vai tornar um cepo num craque da bola nem um jogador burro num jogador inteligente. No limite, pode moldá-los para serem menos burros ou menos cepos.
EDIT:
O que não invalidade que essas tecnologias tenham um papel fundamental em desportos individuais, como por exemplo o atletismo em que ganhar 0,5 segundos no arranque pode fazer a diferença entre ir ou não aos jogos olimpicos :great:
Uma máquina é muito mais eficiente a melhorar certos aspectos técnicos como passe, recepção, primeiro toque (em suma o contacto com a bola) e permite libertar mais tempo para desenvolver a tal organização táctica e formação humana. Não vem substituir nada, é um complemento.
Uma máquina é mais eficiente a melhorar aspetos técnicos como o passe, recepção ou primeiro toque? Tenho sérias duvidas :whistle:
A não ser que a máquina consiga ser tão imprevisivel como o colega com quem geralmente se faz esse tipo de treino.
O futebol não é um desporto mecânico ou mecanizado. E por isso é que é tão popular. Se a capacidade técnica estivesse dependente de maquinaria qualquer tosco como eu podia ser jogador da bola.
Claro, um passe, uma recepção, são mecanismos que precisam de treino, são movimentos técnicos que com treino e prática são melhorados. A máquina vai obrigar um jogador a repetir esse movimento muito mais vezes e de mais maneiras diferentes e variadas que consegues num treino normal. Perdes menos tempo nos treinos de equipa com estas questões técnicas individuais e ganhas espaço para todo o trabalho táctico e de equipa. E o jogador pode atingir níveis de técnica muito mais elevados (e mais rapidamente) do que com um treino normal.
Pode até ajudar, mas nada como o jogo no treino permite treinar tanta coisa ao mesmo tempo (passe, recepção, drible, remate, desarme, posicionamento, leitura de jogo, velocidade, intensidade, etc).
O grande desafio que o Paulo Leitão terá é fazer mais com menos. Espero ver sobretudo menos matrecos na formação, tipos com cabedal e força mas sem qualidades técnicas sequer para esses níveis. Mas aí reparto as culpas com as opções dos treinadores.
Não conheço a pessoa em causa, mas tudo o que ouvi dele foi bastante positivo e elogios oriundos de várias sensibilidades. Em tese o nome foi bem escolhido, resta dar a autonomia necessária ao Paulo Leitão que tem uma tarefa bastante árdua.
Eu espero que o Sporting se volte a lembrar que a formação começa com o recrutamento. E isso significa estar atento, significa chegar primeiro que os outros, implica rede, implica avaliação, implica estar presente. Coisas esquecidas.
Espero que o Sporting recorde que a competência gera competência e um mau profissional pode dar cabo da carreira a um jovem.
Ainda que temos hoje condições que não tínhamos há 20 anos, mais isso não significa sentar eternamente a admirar os campos. Porque o mundo ainda não parou de girar.
Apesar de me parecer não ter propriamente o dom do palavra, aparenta ter muito boas ideias, uma visão de futuro e conhecimento do campo. Parece-me uma boa adição. Desejo-lhe sorte para o grande trabalho que tem pela frente.
