Os assobios: análise sobre as causas e possíveis soluções

Uma analise sensata e esclarecida, como é habito do Winston.

Só discordo da escolha do termo “posições extremistas”, já que não assobiar a equipa em situação alguma (como eu) não é uma posição extremista. Essa era a norma quando o Sporting ainda tinha adeptos que, por falta de melhor palavra, respeitavam o emblema do Clube.

Talvez fossem outros tempos, talvez esteja relacionado com o perder de muitas inibições e com o mudar dos comportamentos em publico, algo que quanto a mim é bastante positivo, embora não aprecie nada este side effect dos assobios.
Talvez seja devido ao acelerar excessivo do ritmo de vida, ao não haver paciência para nada, estar já habituado a ver jogos na televisão, onde tudo acontece a trezentos por hora e em ângulos ainda mais acrobáticos do que o nosso antigo jogador.

Ainda pouco tempo atrás li sobre um grupo de professores que se queixavam de como era difícil manter as crianças atentas (e afinal é disso que se trata) quando não se dispõem dos meios técnicos de um estúdio de televisão. Se já assim era com a geração MTV (os que tem agora entre trinta a quarenta anos de idade) imaginem como será com as gerações mais novas.

Sabe-se que pelo menos três por cento da população sofre de ADHD (Attention Deficit Hyperactivity Disorder), havendo quem diga que estas são estimativas bastante conservadoras, acreditando que um numero perto dos doze por cento seria mais realista.

Eu não faço a mínima ideia de um ponto de vista profissional, mas julgo que tudo isto terá alguma influencia no comportamento dos adeptos nos estádios, onde basta que vinte por cento dos adeptos assobie para já se ouvir razoavelmente alto.

Disseram aqui que no final dos anos oitenta já havia assobios no velhinho Alvalade. Eu não me lembro de ser nada, mas absolutamente nada do que é agora. O que também devemos reconhecer é que o nível do futebol apresentado na época passada foi muito abaixo daquilo que é normal, sendo essa a razão para muitos dos assobios, nao querendo eu dizer com isto que se deva ignorar a actual moda assobiadora.

Quanto a mim era só mais uma razão para não banir as vuvuzelas, já que ao assim ouvia-se menos os assobios, dando uma arma aqueles que como eu, não assobiam a equipa que representa o seu Clube. Alem de permitir usar as vuvuzelas para lhes quebrar o animo com uma boa porrada na cabeça :stuck_out_tongue: only joking :stuck_out_tongue:

Absolutamente de acordo com os que afirmam que o nível do futebol praticado tem que aumentar mas não me vejo com capacidade e possibilidade para comentar nos aspectos mais técnicos do dia a dia da nossa equipa ou mesmo em actividades que requeiram e ultrapassem a normal sugestão de senso comum limitada pela distancia que o computador impõem.

:lol: :lol:

Absolutamente. Mas não esquecer há fragilidades estruturais que não são fáceis de superar. Para mim, há duas que são fundamentais. A primeira é a hegemonia do Porto e, sobretudo, a mentalidade de cerco que lhe deu origem e a lógica de “satelitização” de outros clubes da Liga que a sustenta. O Porto tem minado quase todas as iniciativas inovadores da Liga, sejam de alteração de quadros competitivos ou de promoção de transparência - e.g. Taça da Liga, limitações de empréstimos, endurecimento de penas para a corrupção - temendo que qualquer alteração ao status quo ponha em causa o seu modus operandi e os faça perder o seu lugar cimeiro.

A outra é a Olivedesportos, talvez a grande praga do futebol português e a grande causadora e beneficiária da eterna anemia financeira dos clubes. O facto de os clubes venderem separadamente os seus direitos televisivos (ao contrário do que sucede com a premier league e que é a sua grande força) e de, ainda por cima, a relação com as TV ser mediada pela empresa do mano Oliveira não só reduz brutalmente o retorno financeiro como limita fortemente a possibilidade de uma promoção concertada do nosso campeonato e a defesa da sua imagem. Só assim se explica o paradoxo de, apesar de ser um maná de audiências, o futebol português ser tratado ao pontapé nas TVs . Veja-se:

  • O facto de campeonato português servir de tapa-buracos na programação da SportTV, com dias de jogo e horários absurdos e o privilegiar incompreensível das ligas inglesas e espanhola. Isto apesar de a Liga Portuguesa e os jogos três grandes serem a verdadeira âncora para 80%-90% das assinaturas.

  • Os programas de resumo da jornada nos canais generalistas serem atirados para a madrugada (TVI) ou simplesmente não existirem (como no ano passado na RTP). Ainda não vi o novo da TVI. Mas o anterior era composto por resumos curtos dos jogos das equipas não-grandes enchouriçados entre metades dos resumos dos grandes, o que não só era profundamente irritante para quem via como prejudicava a exposição mediática dos não grandes e, logo, dos seus patrocinadores.

  • Não há programas de promoção da Liga nos canais generalistas. Falo de programas com entrevistas a jogadores e treinadores, destaques a equipas, imagens dos jogos, etc. e não de programas de paineleiros. Compare-se as produções da premier league, não só para o mercado britânico como para o estrangeiro.

Tudo isto é completamente suicida do ponto de vista da promoção do campeonato junto do público. Se os direitos fossem vendidos em conjunto e directamente aos canais, a Liga poderia impor condições – horários de transmissões, número e qualidade dos programas de resumo e promoção do campeonato, etc – aos canais compradores, sob pena, por exemplo de indemnizações e/ou rescisão de contrato. Assim, ficamos sujeitos ao que dá na veneta aos canais.

Ah e sobre os assobios, fico-me pelas citações, que acho que resumem tudo

‘nuff said.

Assobios?Só no fim do jogo e se forem merecidos…isto é o que eu peço aos adeptos/socios do Sporting.

Aos jogadores peço que deêm o litro para nãp haver assobios nem durante,nem após o fim do jogo. :great:

Á equipa técnica peço só que não inventem e metam os melhores a jogar e nas posições que mais rendem. :great:

A direcção não peço nada porque é escusado… :lol:

Força Sporting.

Não será manifestação de desagrado suficiente não comparecer no estádio? Acredito que quando os dirigentes ou treinadores deixam a expressão: “fiquem em casa” ou “vão ao cinema” a mesma pressupõe que já é castigo suficiente para o clube não ter os seus adeptos a acompanha-los. Gostaria de ver qualquer um de vocês no trabalho, com alguém ao vosso lado, dizendo constantemente que o vosso trabalho estava a ser mal feito, que vocês não prestam, para se irem embora… há alguém aqui no fórum que não tenha tido um mau (ou vários) dia de trabalho, daqueles dias em que nada corre bem? Quantos de nós aqui, muito certamente, jogamos uma ou duas peladinhas por semana com os amigos? Por muito que seja a brincar, a partir de uns minutos de jogos, embrenhamo-nos tanto no jogo que já nem nos lembramos que é a brincar… quantas vezes fazemos 20 jogos bem feitos e 2, 3, 4 em que nada sai bem? Eles são profissionais? Correcto. Mas são humanos como nós, com problemas como nós, frustrações como nós.

Deixo outro exemplo - Um dos meus trabalhos é como animador musical de eventos. Felizmente, nunca me assobiaram durante um espectáculo, mas já tive os engraçadinhos que antes de começar, sabem mandar as suas bocas. Durante o espectáculo vou-me concentrando e fazendo o melhor que sei, dando o meu melhor. Com as palmas das pessoas tudo vai ficando mais fácil, até que chega um ponto em que me estou a divertir com o meu trabalho. E já pensei algumas vezes… quantas vezes um jogador faria melhor se o apoiassem depois de cometer algum erro? Como ficará um jogador que sem ter ainda jogado, já está a ser assobiado???

Concordo com a direcção, se for para assobiar fiquem em casa. Já é castigo suficiente. Já mostra que os adeptos estão insatisfeitos com a equipa. Que quando começarem a gostar do que vêem na TV começam a ir ao estádio e a apoiar.

A mentalidade que está a ser criada é uma mentalidade de frustração. Como nada se vê nos últimos anos que seja positivo, começa-se a criticar o que se faz, as contratações que chegam e as que ainda estão para chegar. Mas acreditem que, parte desse problema está a ser criado pelos adeptos que nem chegam a apoiar.

Podem também dizer… Em Paços de Ferreira encheram o estádio como há muito não se via e deu no que deu… Pois é meus amigos. Mas a pré-época foi prometedora e já andavam todos esperançados que os problemas íam embora. Como voltaram, o que se fez? Assobiar, insultar e reclamar. NÃO. APOIEM. São adeptos. É isso que devem fazer… Lembrem-se que a massa adepta do Sporting é conhecida como uma das melhores do mundo. Vamos perder isso também?

Belo texto caro Filipe Barros, e subscrevo-o linha por linha.

Não me cabe na cabeça, como Sportinguista acérrimo, assobiar a minha equipa em pleno Alvalade, é algo que não faz parte, de todo, da minha maneira de ser e sentir Sporting.

Obrigado. :wink:

É uma questão cultural. Os ingleses têm a sua forma de ver o jogo e nós temos a nossa.

Eu lembro-me de ver o porto a ser assobiado a ganhar por 2-0 por estar a gerir o resultado na altura em que o porto ganhava tudo. E neste ano foram “n” os jogos que vi do Real a jogar com assobios e praticamente desde inicio. Não jogam são assobiados.

E estamos a falar de clubes vencedores ou com grandes probabilidades de vencerem.

O Sporting não vence à muito tempo, não jogamos nada e cada vez menos fé existe. São naturais os assobios. As pessoas que assobiam certamente não o fazem para prejudicar o Sporting, fazem-no no seu diireito de adeptos acreditando que será o melhor que têm a fazer. Eu acho que não dá grandes resultados, mas se acham que é o melhor que têm a fazer…

E os jogadores do Sporting têm mais que obrigação que aguentar a pressão e superarem os momentos de adversidade.

Isto tudo falando de assobios à equipa… sou contra perseguições a jogadores como há algumas no nosso e noutro clubes. O único que o mereceu mas infelizmente durou pouco foi o anão.

Excelente post inicial a colocar uma temática que é bastante controversa.

Podem-me chamar “velho do Restelo” que eu não me importo, mas que eu saiba, Portugal ainda é um estado democrático do qual o Sporting Clube de Portugal é uma instituição reconhecida como de utilidade pública, logo todas as formas de manifestação autorizadas dentro da lei são possíveis quer sejam a favor ou contra a nossa equipa.

Sou sócio do Sporting desde que nasci há mais de 30 anos, tenho gamebox mas não vou (vai a familia), tenho acções e sempre que posso e estou em Portugal vou às AG. Não votei JEB, não gosto do COstinha e não posso aceitar a onda de conformismo que reina no nosso clube e a belemnização que se começa a instalar na massa adepta.

Ou seja enquanto as minhas finanças o permitirem irei apoiar o meu clube com o pagamento de quotas e gameboxes e acções, por isso posso criticar porque cumpro os meus deveres para com o clube. Não vou ao estádio para não me enervar ainda mais, já cheguei ao ponto que nem sequer quero ver os jogos para não me enervar mais. Confesso que das poucas vezes que vou lá, já assobiei algumas vezes, pois a frustração falou mais alto.

Quando houver eleições cá estarei para uma vez mais votar contra o JEB e sua pandilha espero é que não seja tarde de mais…sobre os assobios é como diz no post inicial…joguem melhor que quem paga bilhete ao menos gosta de ver uma equipa esforçada a lutar até ao fim por cada bola, mesmo que não ganhe…,. mostrem atitude!

Bom, assobiar é uma coisa que nunca me ouvirão a fazer no estádio… :angel:

Boa fundamentação Winston!

Não sei mesmo assobiar…

Eu assobiar até sei, mas sem muita intensidade! Talvez seja uma coisa boa, vendo pelo prisma deste tópico… eheheh. O que é certo é que também não costumo assobiar os jogadores, exijo é sempre mais e melhor deles, na medida do que penso que podem e devem fazer! Ou seja, prefiro incitar ou mandar uns berros para o relvado (em jeito de reprimenda mas corrigindo o que penso estar mal) que desatar a assobiar! E no fim dos jogos, aí sim se deve mostrar o agrado ou desagrado, porque os 90 e tal minutos (ou mais) devem ser sempre para apoiar e cantar pelo Sporting Clube de Portugal e quem o representa!

Mas reconheço que há momentos de desespero, e aí quem eu gosto de chamar à pedra e à razão são os técnicos e dirigentes do nosso Clube, pois esses sim têm muito mais responsabilidade e são eles que formam os plantéis e colocam as equipas e os jogadores em campo, com as suas opções técnico-tácticas. Os nossos jogadores têm de ser mais defendidos, depois não se queixem de não renderem e de saírem a preço de saldo, por tusto e meio, ou meio tusto, e de termos de ir comprar outros com esse dinheiro, num círculo vicioso. Quem lucra são sempre os mesmos, mas quem tem perdido é sempre o SPORTING. Temos de quebrar esse ciclo.

E considero o tópico pertinente e interessante. Saudações Leoninas

Obrigado pelos elogios Yazalde. :great:

Quanto ao termo “posições extremistas”, não o utilizei de forma crítica. Isto é, eu também tenho a minha posição sobre o tema e confesso que não sou grande fã do assobio - até porque não sei assobiar. O que quis dizer é que se passa muito tempo de um dos lados da barricada e poucas vezes se analisa a questão de forma desapaixonada.

Estamos a falar de assobios, mas creio que poderiamos bem generalizar para qualquer outra forma de manifestação de desagrado, até porque pessoalmente parecem-me muito mais fortes os momentos em que se houve um bruá de desagrado no estádio perante um erro, mesmo que não existam muitos assobios.

Eu não assobio, mas numa ou outra jogada sou capaz de comentar em voz mais alta o lance com termos menos carinhosos, é óbvio que alguns milhares a fazerem o mesmo provoca uma onda sonora “audível” que estará ao mesmo nível que o assobio.

Os que entendem o apoio total como ferramenta de motivação querem o quê, que nos limitemos todos a entrar, bater palmas, e sair sem nos manifestarmos de forma negativa, se for caso disso? De certeza que estão a falar de futebol? De ópera não estão a falar de certeza, porque em conversa com qualquer melómano (pisa, pisa que deixa gosma) saberão que em todas as grandes Opera Houses do mundo o nível de exigência é tão alto que uma má prestação pode interromper a actuação.

Conheço poucas coisas mais democráticas que a “avaliação” num estádio de futebol, onde no mesmo minuto se assobia um mau passe e logo de seguida se aplaude um bom. Cabe aos jogadores, profissionais do clube, é preciso notar, fazer com que escutem apenas aplausos, o que parece ser tónica de algumas intervenções.

Que eu saiba o profissional da bola cresce desde cedo ciente da realidade com que se vai deparar, e é provavelmente, a par dos musicos, o profissional que mais oportunidades tem de alterar a avaliação que dele fazem os outros, bastando para isso ser um bom profissonal (de qualidade, quero dizer).

Agora se estivermos a discutir comportamentos minoritários e aleatórios dentro do espectáculo, então já a estória é outra, e assumo que existe uma série de gente parva que cada 15 dias passa por Alvalade, só teremos é que reformular a discussão, e retirar o peso que alguns querem atribuir à questão, porque é instustentável defender que meia dúzia de palhaços (quanto muito uma meia dúzia de meia dúzia) condiciona de tal modo a equipa profissional (nunca esquecer) que esta não consegue render ao nível daquilo que noutras condições poderia render.

Toda a gente tem direito às suas discordâncias. Toda a gente tem direito a manifestar-se. Aliás, esse é um legado que temos desde o 25 de Abril.

Qualquer manifestação desportiva, com o futebol à sua frente, é sinónimo de paixões, muitas vezes desenfreadas, e que consequentemente levam a extremismos.

Embora não concorde com assobios durante todo o jogo, compreendo que aqueles que semana sim, semana não (às vezes também semana sim) fazem esforços e sacrifícios para pagar o seu bilhete, se deslocam aos estádios com e para ver a equipa jogar bom futebol e têm sido muito defraudados, se sintam de alguma forma frustados e assobiem.

Num panorama de crise em que vivemos neste rectângulo à beira-mar plantado, com notícias diárias de desemprego a subir, do país a ser consumido pelas chamas, da corrupção impune, dos problemas familiares, enfim, o futebol e no caso concreto, o Sporting, surge para muita gente como um escape, uma catarse para tudo isto.

Para outros não é preciso ir tão longe. Simplesmente gostam de futebol, gostam do Sporting, muitos deles desde que aprenderam a ser gente, e gostam que o seu clube ganhe. É por isso que todos os anos, recorrentemente, adquirem a sua Gamebox e às vezes até o fazem para os seus filhos (as).

Todos têm uma coisa em comum: amam o Sporting. Fazem sacrifícios pelo Sporting, financeiros e não só. Gastam dinheiro e tempo que gostariam de ver bem empregue, entenda-se por bem empregue, ver o Sporting a ganhar. E a jogar bem. Como os melhores da Europa.

Ora na última década temos visto muito pouco o Sporting ganhar muito e jogar bem. Muito pelo contrário, ultimamente. Então a última época pôs-nos todos à beira dum ataque de nervos. E nós não queremos, não aceitamos que a época passada se repita.

Eu (in) felizmente não sei assobiar daquele forma invejável que vejo os meus companheiros de sofrimento assobiar, alguns deles com verdadeiros assobios que parecem apitos de fábrica, mas tenho que aceitar o seu descontentamento.

Já não posso concordar que se assobie só porque sim. Se assobie um jogador só porque se tem um ódio de estimação por ele. Não concordo que o assobio sirva como venda ao que de bom muitos jogadores fazem, sendo bons profissionais e esforçando-se para dar alegrias ao Sporting.

Querem assobiar? Assobiam bem? Então façam-no quando têm razão para o fazer.

Os assobios antes de tempo fazem-me lembrar aquelas situações - tão comuns aos da minha geração que tivemos pais disciplinadores muito mais disciplinadores do que nós somos actualmente - quando era puto e o meu pai vinha à janela e assobiava duma certa maneira, já sabia o que me esperava… Na melhor das hipóteses, um raspanete por ter passado a hora de ir para casa e ter continuado na moinice. E o caminho para casa, fazia-o com as pernas trôpegas e a pensar o que teria eu feito de mal para o meu pai me estar a chamar assim… (Obrigado querido pai pelas que levei pois só se perderam as que cairam no chão… :mrgreen:). Aquele assobio punha-me em frangalhos. :-[

Ora, do meu ponto de vista, assobiar a equipa ou um (ns) determinado (s) jogador (es) quando ainda nem começaram a jogar, meus amigos, é uma castração, é uma demonstração de desconfiança imerecida.

E nós Sportinguistas queremos ter confiança na nossa equipa. Temos que ter confiança na nossa equipa.

Portanto, assobiar, acho que podemos assobiar. Mas façamo-lo quando a equipa merecer.

Ninguém, acho eu, falou que não é permitido assobiar. Claro que é. Agora, terão de ponderar se é a melhor táctica de apoio/motivação que poderão fazer à equipa. Ninguém falou em entrar mudo e sair calado. Falou-se em apoiar enquanto for possível. Quando o apoio cessa, é já razão de que algo vai mal. Quando acabar o jogo, manifestem-se. Bem ou mal.

Quem não está de acordo com a actual direcção, treinador, director, etc, têm várias opções… não vão ao estádio, não apoiem e votem contra nas próximas eleições. Estar a massacrar quem lá está não os vai fazer sair mais depressa.

O actual presidente caiu do céu quase com as eleições em andamento e ainda assim foi vitória esmagadora. Andariam 90% dos sócios enganados?

Dos treinadores disponíveis, queriam quem? Villas-Boas? Penso que não veio devido ao clima de desconfiança que os adeptos criaram quando surgiram as notícias. Domingos? Será que vocês trocavam um vice-campeão com possibilidade histórica de chegar à Champions por um clube em que quase tudo é preciso erguer de novo? Apontem-me outras soluções, pelo menos a nível nacional, pois o internacional não concordo, nem o Sporting tem os recursos financeiros para isso.

O último ano de resultados mostra que sim…

Por essa lógica, e temos de dar a mão à palmatória que o FCP tem provavelmente o líder mais lúcido e que até hoje tomou as melhores decisões… no ano em que o FCP começa com Del Neri, passa Victor Fernandez e acabam com José Couceiro e foi dos anos mais vergonhosos que vi o FCP fazer… deveriam ter demitido o presidente do FCP? Assobiar e pressionar para que saísse?

Quando Luis Filipe Vieira começou o seu mandato no Benfica, depois de tantas contratações erradas, futebol de meter medo, quem diria que passado esses anos o Benfica seria o que foi na passada época e com perspectivas de o continuar a ser?

Confesso que o 1.º Ano de LF Bettencourt deixou algo a desejar, mas espero que no 2.º se emendem erros cometidos e possamos remar todos para o mesmo lado.

Filipe, o FCP é Pinto da Costa, pá. O FCP não tem identidade própria. FCP, fundado no ano em que o gajo que gosta de ir às meninas foi eleito.

Vê o futebol como quiseres. As questões extra-futebol pouco me dizem. Sei que muitos jogos de bastidores foram realizados nos últimos anos, mas bem ou mal, são eles que têm ganho títulos. Cá ou na Europa e aí o poder do FCP é muito menor e ainda assim…

Provavelmente não te recordas, mas eu lembro-me bem dos assobios no dragão para esses treinadores do Porto que estás a falar. A pressão dos adeptos foi uma das razões que levou Pinto da Costa a demitir três treinadores numa época, sendo que nenhum desses três treinadores tinha apresentado resultados suficientes para permanecer no Porto.

O mais triste disto tudo é pensar que, se o Paulo Sérgio não conseguir inverter a qualidade do futebol apresentado nos últimos jogos, irá continuar durante todo o ano no lugar de técnico principal. O despedimento não me faz confusão, é sinal que os dirigentes de um clube acreditam que é possível encontrar melhor. O que me revolta é a inacção, porque revela que os dirigentes desistiram de tentar encontrar soluções para que o bom futebol seja possível em Alvalade.

Quanto ao Luis Filipe Vieira, não é um bom exemplo. O Benfica investiu quase 100 milhões de euros em 4 épocas, sendo que apenas numa ganhou o campeonato. Ninguém sabe ao certo de onde vem tanto dinheiro, eu acredito que seja de fontes ilegais e afins, mas não vale a pena especular. Aliás, muitos benfiquistas são marcadamente contra a política despesista do Vieira, mesmo depois de ele ter sido campeão.

Por fim, em relação ao presidente actual do Sporting, o primeiro ano não deixou nada a desejar nem surpreendeu os mais atentos. Quando um presidente é eleito sem programa eleitoral e não tem uma estratégia clara de gestão, é natural que os resultados sejam catastróficos. A linha do JEB não é diferente dos seus antecessores, portanto o grande salto de fé não é acreditar que a mudança pode trazer benefícios. O grande salto de fé é acreditar que esta linha, depois de já ter demonstrado a sua incompetência, pode mudar o clube para melhor.

O único problema dos assobios é a sua irracionalidade. Porque se fossem dirigidos para as pessoas certas, seriam uma arma poderosa para melhorar o clube.