PORTUGAL
Operação Tutti Frutti: Gabinete de André Ventura alvo de buscas
28.06.2018 13:11 por SÁBADO 2978
Investigação da PJ está a analisar a contratação de um assessor, proveniente do PSD de Lisboa, suspeito de ter um cargo fictício.
O gabinete do vereador na Câmara de Loures eleito pelo PSD André Ventura foi um dos alvos da operação Tutti Frutti, da Polícia Judiciária, que investiga suspeitas de crimes como tráfico de influências, corrupção, participação económica em negócio ou financiamento proibido dos partidos.
Segundo o Correio da Manhã, a investigação da PJ está a analisar a contratação de um assessor, proveniente do PSD de Lisboa, suspeito de ter um cargo fictício. O também comentador da CMTV disse ao jornal diário que “a PJ esteve nos gabinetes e foi dada toda a colaboração”.
Saiba tudo sobre uma das 70 buscas realizadas esta quarta-feira aqui.
André Ventura alvo de buscas Jurista investigado por suspeitas de contratação de um assessor, proveniente do PSD de Lisboa, com um cargo fictício.
A operação Tutti Frutti, da Polícia Judiciária, também passou pelo gabinete de André Ventura, vereador na câmara de Loures eleito pelo PSD. O jurista, cronista do CM e comentador da CMTV conhecido pela ligação ao Benfica, era o visado daquela busca, uma das 70 feitas pela PJ, quarta-feira, no processo em que se investigam suspeitas de crimes como tráfico de influências, corrupção, participação económica em negócio ou financiamento proibido dos partidos. Em causa, sabe o CM, está a contratação de um assessor, proveniente do PSD de Lisboa, suspeito de ter um cargo fictício, simulando o desempenho de funções e auferindo mais de dois mil euros. De resto, esta é uma das suspeitas de PJ em relação à contratação de dezenas de assessores em juntas de freguesia e até na Câmara de Lisboa, conforme o CM avança na edição de hoje. No caso de André Ventura, limitou-se a dizer ao CM que “a PJ esteve nos gabinetes e foi dada toda a colaboração”. Mas fonte próxima do vereador explica que o referido assessor trabalha com outra vereadora, nada tendo a ver com André Ventura. “Simplesmente foi o André, como cabeça a lista do PSD em Loures, a requisitar aquele assessor, mas não para trabalhar com ele”. Foram pedidas as passwords de acesso aos computadores e os mesmos foram analisados. Recorde-se que, tal como o CM noticiou esta quarta-feira, Fernando Medina e o PSD trocaram falsos assessores. Medina logo depois de ter vencido as eleições na Câmara de Lisboa, no final do ano passado, é suspeito de ter negociado com Sérgio Azevedo, deputado da Assembleia da República que era vice-presidente da bancada do PSD, a distribuição de boys socialistas por juntas de freguesia laranjas, ao mesmo tempo que os boys sociais-democratas teriam emprego nas juntas ganhas pelo PS, sob o pretexto de cargos de assessores. E muitos destes cargos são fictícios.
Emails do Tutti Frutti reforçam suspeitas de desvio de dinheiros públicos
PORTUGAL 21.11.2018 às 16h42
A VISÃO revela esta semana os emails comprometedores que o deputado do PSD Sérgio Azevedo terá enviado a empresários do seu círculo de amigos. Nessas mensagens de correio eletrónico, o deputado dará instruções detalhadas sobre como podiam assinar contratos com a Junta de Freguesia de Santo António, em Lisboa, e usar esse dinheiro para serem clientes da sociedade de advogados onde trabalha, a Legal Seven. Escutas telefónicas reforçam as suspeitas de um esquema de faturação falsa e avenças fictícias.
Enquanto transcreviam centenas de escutas telefónicas e analisavam a correspondência eletrónica da Operação Tutti Frutti, os inspetores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária (PJ) foram surpreendidos por emails em que Sérgio Azevedo, deputado e ex-vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, dava indicações detalhadas a amigos empresários amigos sobre como todos poderiam lucrar com contratos assinados com a Junta de Freguesia de Santo António, junta lisboeta liderada pelo social-democrata Vasco Morgado.
O nível de pormenores de algumas destas mensagens de correio eletrónico, conjugado com escutas telefónicas que estão a ser transcritas, leva os investigadores a suspeitar que Sérgio Azevedo terá montado, juntamente com funcionários daquela junta de freguesia, um esquema de tráfico de influência, participação económica em negócio, faturação falsa e branqueamento de capitais que pode ter sido replicado noutras juntas de freguesia de Lisboa.
O plano descrito nos e-mails e em contatos telefónicos passaria por levar a que determinada empresa fosse convidada por escrito a assinar um contrato com a junta de freguesia, que esse contrato fosse adjudicado mas que, no final, nenhum ou pouco trabalho fosse feito em prol daquele órgão executivo local.
De acordo com informações recolhidas pela VISÃO, nos planos alegadamente traçados por Sérgio Azevedo, pelo menos parte da avença mensal paga pela junta deveria ser reinvestida na contratação do escritório de advogados onde aquele deputado do PSD trabalha: a Legal Seven, uma nova sociedade de advogados com sede perto da Praça de Espanha, em Lisboa.
Um dos destinatários dos emails de Sérgio Azevedo é Jorge Varanda, um advogado de Braga que foi constituído arguido no final de junho na Operação Tutti Frutti - que investiga trocas de influências entre militantes do PS e do PSD para conseguirem posições estratégicas, avenças e contratos públicos e ainda financiamento proibido de partidos políticos e falsificação de fichas de inscrição de militantes.
Perante a ausência de resposta de Jorge Varanda, os investigadores acreditam que Sérgio Azevedo - que ainda não foi constituído arguido nem interrogado neste inquérito, mas esteve sob escuta - terá recorrido a outro amigo - José Paulo do Carmo - para levar avante o seu plano. A história obriga a explicar um quadrado de relações que vão desembocar no deputado do PSD.
SAIBA MAIS SOBRE ESTES E OUTROS DETALHES DA OPERAÇÃO TUTTI FRUTTI, NA EDIÇÃO DA VISÃO QUE AMANHÃ CHEGA ÀS BANCAS.