O Sporting é a melhor equipa desta época. Sem duvida alguma, comprovado pelas exibições dentro do terreno de jogo e pelas estatísticas rigorosas de uma época de excepção. Num pais normal, numa competição normal, seriamos campeões com naturalidade, impondo-nos aos nossos adversários com uma superioridade indesmentível.
No entanto, existe uma forte possibilidade de a melhor equipa deste campeonato, o Sporting Clube de Portugal, não vencer a competição. Sim, por vezes acontece que não é o melhor a vencer. São eventos ocasionais que servem apenas para confirmar a regra de que o mais forte vence (quase) sempre. O problema é que o Sporting pode não vencer a liga porque se decidiu “'a priori” que tal fosse o desfecho do campeonato. O Sporting pode não vencer porque fez uma desfeita a um clube rival na pré-temporada e isso tornou-o no alvo a abater pelo universo peculiar do futebol lusitano.
No entanto, desengane-se quem pense que isto é um fenómeno recente: são décadas em que o nosso clube sofre uma perseguição sem tréguas com vista a diminuir o seu papel de clube grande, com dimensão internacional. O que acontece agora é apenas o sintoma do nosso reerguer, do acordar do leão. O desespero perante tal cenário leva a que se perca a vergonha na cara, a que todos os meios para nos atacar sejam legítimos, a que a corrupção e o compadrio tenham a complacência e mesmo o comprometimento de instituições que deviam ser sérias e isentas.
Desengane-se quem pense que isto é apenas o reflexo do nosso futebol. Não, o que se passa neste desporto é o reflexo daquilo que são os valores e as regras sociais pelas quais a nação se rege. Enquanto a grande parte da população tiver o tom vermelho como cor desportiva, o país nunca sairá da mediocridade. A mentalidade reinante do lampião é mesquinha, balofa, azeiteira e cheia de teoremas do famoso “chico esperto”. Esta gente rege-se na vida pelos mesmos princípios com que regem a sua faceta de adeptos de clube. Portugal será sempre um país atrasado enquanto a lampionagem reinar na sociedade, na politica, na comunicação social e, obviamente, no desporto.
O Sporting não pode mudar de país. O Sporting é forçado a participar em competições nacionais que estão inquinadas de corrupção até ao tutano. E’ a nossa escolha participar em campeonatos viciados porque somos teimosos nos valores que defendemos e na crença de que os nossos princípios serão, no final, vencedores. Temos a determinação dos justos e cada vez mais, quanto mais nos atacam, mais fortes nos fazem. Não sabemos o que é lutar de igual para igual. Para vencer temos de ser 100 vezes melhores do que os nossos adversários. Não nos vergamos às vozes da mediocridade, dos alarves e grunhos a quem é dado tempo de antena. Somos superiores a tudo isso porque acreditamos que nem todos os meios justificam os fins e que os valores fundamentais do desporto não são negociáveis.
Estamos orgulhosamente sós, mas a mentalidade salazarista está do outro lado.
Nunca foi tão bom ser do Sporting como agora.
O futuro é nosso!