Tenho uma edição antiga d’ “O Idiota” abandonada algures em casa. Tinha pensado ler, mas como seria o meu primeiro “russo” achei primeiro começar por este que era mais curto para ter uma noção da escrita do autor.
Recomendas ?
Tenho uma edição antiga d’ “O Idiota” abandonada algures em casa. Tinha pensado ler, mas como seria o meu primeiro “russo” achei primeiro começar por este que era mais curto para ter uma noção da escrita do autor.
Recomendas ?
Os livros do Dostoievski têm a particularidade de em termos de análise psicológica se apresentarem bastante actuais. O desenvolvimento psicológico das personagens perante determinadas acções é incrivelmente realista. Por outro lado, as crises das personagens também são comuns ao autor. Acho que era propositado e provavelmente era um reflexo do próprio escritor.
O jogador mesmo sendo um livro um bocado apressado, continua a explorar bem essa ideia psicológica e oscilante. As personagens tanto estão eufóricas com a possibilidade de sucesso, como ficam altamente deprimidas e desesperadas depois de mais uma noite de insucesso.
Todos os livros do Dostoievski que li são assim. Se quiseres continuar na leitura de livros pequenos dele, tens “O Duplo” que é claustrofóbico. O meu favorito, até ao momento, é “Os Demónios”.
Eu ainda não li muito do Idiota (li umas 100 paginas). Mas a história de momento está-me a puxar mais exactamente por ser mais “romance” do que os outros dois que li. Definitivamente acho interessante começar pelas obras mais pequenas para te habituares à escrita (hiper descritiva, parece até que começa a divagar dos assuntos tal é a pormenorização). Recomendo imenso o Notes From the Underground.
Notes from The Underground é o meu favorito do Dostoievski até agora, um retrato fascinante de um certo tipo de depressão narcisista.
Falando de escritores russos também recomendo Bulgakov, o autor de “The Master and the Margarita”. Tanto a sua obra prima, como “Heart of the Dog” e as suas ficções mais curtas, que recentemente encontrei em português na feira do livro, são absolutamente excelentes.
Do “Margarida e o mestre” não gostei particularmente, mas pode ter sido porque as minhas expetativas estavam altíssimas. De escritores russos, os livros que mais gostei foi “Crime e castigo”, “Dr. Jivago” e “Almas mortas”.
Meus caros, alguém aqui já leu o Protocolo Caos, do orelhudo?
Se já leram, vale a pena?
Foi oferecido por uma amiga à minha mulher no seu aniversário, mas quem o está a ler sou eu…, vou a cerca de metade.
Que te parece?
Leio com agrado, por assim dizer, mas quase sempre fala de coisas que eu já conhecia de vários outros livros…
Messalina?..
Eliminada umas páginas atrás…, estou no assassinato de Agripina Menor (mãe de Nero).
Devo terminar O homem do castelo alto já daqui a bocado. Estou a gostar do mundo e a realidade alternativa inventada e , se por um lado não adoro propriamente sci-fi, já li e gosto de demasiadas obras para dizer que desgosto. Os bocadinhos de ficção científica aqui metidos não fogem àquela que tem sido a minha experiência até agora .
Os livros deste autor costumam sempre explorar e partir de conceitos inovadores e fascinantes, mas ele como escritor era algo medíocre - já estou pronto para mais um fim “meh”.
De seguida, “100 anos de solidão” ( “Crónica de uma morte anunciada” e “amor em tempos de cólera” são dos meus livros preferidos) e continuarei a incursão sul-americana com a minha primeira obra de Vargas Llosa (“a tia Júlia e o escrevedor”).
“O amor em tempos de cólera” foi dos livros que mais gostei de ler do Gabo, embora goste bastante de toda a sua obra. Se vais ler Mario Vargas Llosa, há um livro que é obrigatório ler, A festa do chibo, baseado em factos reais da vida do ditador Trujillo.
Obrigado pela sugestão
Eu gosto de Philip K Dick. Tem um estilo próprio que acho que funciona melhor nas histórias curtas, mas eu sempre apreciei. A sua masterpiece, Do Androids Dream of Electric Sheep (Blade Runner), tem tudo o que uma boa história de sci-fi precisa.
Tem-se falado de Dostoievski, morreu hoje Filipe Guerra, grande tradutor diretamente do russo. Também traduziu Tolstoi, Tchekov, Gogol, Bulgakov.
O meu preferido do Dostoievski é o Crime e Castigo, mas gosto de todos. Os Demónios, Irmãos Karamazov, Noites Brancas, todos.
Também já li esse e o “flow my tears, the policeman said”. Achei o conceito mais uma vez super interessante, o fim achei atabalhoado.
Por acaso neste que acabei agora, achei o final mais “limpo” que já li dele.
Desse que falas, lembro-me de estar completamente colado à história e no final aquilo quebrar completamente o ritmo da narrativa e de me fazer perder um pouco o interesse daquilo que supostamente seria o clímax.
Mesmo assim, diria que o aprecio como autor, ainda que considere as suas obras algo imperfeitas. Na questão dos finais, e embora tenham estilos diferentes, faço um bocado de paralelismo com o Stephen King - o qual também aprecio apesar de em muitas obras eu achar que lhe falta capacidade para “fechar”.