Já não me lembro se o Avantix mas alguém perguntava o outro dia afinal como funcionava esta coisa das comissões e das negociatas com jogadores de bola.
Nem de propósito, no blogue que recentemente descobri surge este texto explicativo, publicado em Novembro, na altura da coboiada SCP - Veiga em torno do “custo zero” JVP. Leiam e percebam finalmente uma das formas como isto é feito (curiosidade: reparem na frase “obrigação de distribuição”, lá para o fim).
A FUGA DO CACAU.Ainda sobre o caso João Pinto garantiram-me que tudo vai ficar em águas de bacalhau e até o Veiga vai ficar fora da acusação.
As coisas no nosso país funcionam desta forma e não há volta a dar-lhe. O Governo e a Justiça têm um medo que se pelam dos homens do futebol e quando há indícios de que algo pode ferir o poder instituído, não interessa o espectáculo dado antes, o escândalo e a vergonha. Deixa-se falar do assunto por uns dias e mais uma vez ninguém vai ser acusado.
O Veiga diz que tem documentos e que os vai jogar na hora certa e o Sporting já os jogou, mas fez bluff.
Dos 4,2 milhões que ninguém sabe ao certo para que serviam e o que é que pagou, só se vai saber que o João Pinto é um homem cheio de sorte. 5 anos depois de ter assinado o seu contrato com os leões, estes descobriram que ainda não lhe tinham pago cerca de 900 mil euros e ao contrário do que normalmente fazem, quando devem alguma coisa a alguém, foram ter com o jogador e quase o obrigaram a aceitar aqueles míseros milhares de euros.
Em relação è expectativa que todos alimentam e que tem como pano de fundo as ameaças de Veiga, também podem ficar descansados porque tudo funciona desta forma:
Todos sabemos que anda por aí muita gente a receber comissões da venda de jogadores, mas quando isso acontece os dinheiros são entregues em moeda viva e essa não fala. Por acaso não estão à espera que alguém tenha assinado um recibo ao Veiga de recebimento de comissões, pois não?
Por outro lado também sabemos que alguns desses pagamentos são feito através de offshores. Também aqui tudo funciona com a máxima segurança.
Isto é apenas um exercício de uma mente que sabe como elas se fazem. È apenas um exemplo explicativo de como funcionam situações como esta.
Imaginem que os 3,3 milhões de euros eram para pagar comissões e inicialmente foram depositadas numa conta do Veiga e este por sua vez ficaria na obrigação da distribuição. Esse dinheiro tinha duas formas de ser distribuído: ou se fazia em nota viva ou através de um depósito numa offshore. Em dinheiro vivo ninguém fica com prova nenhuma. Mas, imaginemos que os comissionistas já estão muito habituados a negócios destes, principalmente efectuados com jogadores, clubes e empresários estrangeiros. Nestes casos, ninguém se desloca a um país diferente para ir buscar a fruta em cacau vivo. O depósito é feito numa offshore que normalmente está em nome de uma pessoa que ninguém conhece e o rasto perde-se. Um dos grandes peritos neste tipo de negócios é Luciano d’Ónófrio e já tem várias acusações nesta área