O maior desafio da história do SCP

O SCP está numa encruzilhada, está num momento decisivo da sua história.

Desde que me lembro, o objectivo do clube sempre foi ser o melhor e o maior clube em Portugal.
Em qualquer jogo e em qualquer modalidade em que estivesse uma equipa com a camisola do SCP, o objectivo teria sempre que ser a vitória a conquista de títulos.

Nos últimos anos, aos poucos, para minha grande surpresa, venho assistido a um mudar de discurso encapotado.
Começou a nível directivo…
Agora, mesmo os próprios adeptos, outrora exigentes e sedentos de honra e glória, já começam a aceitar resignadamente que o nosso objectivo é apenas sobreviver com honra.
Abdicámos do nosso estatuto de candidato a sermos os melhores e os maiores.

Quem ouve falar alguns até pode pensar que há algum problema com a genética do clube…
Ou que não temos capacidade…
Que partimos em desvantagem é verdade que partimos mas, o problema não está na genética do clube (os fundadores foram bem claros em relação a isso e deram condições), o problema está na mentalidade instalada e na estratégia seguida. Uma autêntico vírus…

Esta é a encruzilhada em que nos encontramos:
Assistimos a uma espécie de refundar do clube, agora mais pequeno, mais modesto e com objectivos divergentes daqueles que conhecemos no passado.

Mas ninguém se iluda nem por um momento…
Não é mesmo nada fácil a tarefa da actual e das últimas direcções do nosso clube.
Direcções normais… não conseguirão dar a volta à situação.
Precisamos de uma competência fora de série…

É que o problema é mesmo muito, muito grave…

O GRANDE PROBLEMA DO SCP É O VALOR DA MARCA!
O valor actual da marca SCP não é proporcional à ambição que o clube teve no passado e que alguns temos no presente!
Este é que é o grande drama e é algo que não se muda de um ano para o outro…

Para piorar ainda mais a nossa situação, o nosso maior rival, o slb, é o maior clube de Portugal.
É aquele que tem maior número de adeptos e portanto aquele que tem maior capacidade de geração de receitas.
Esta relação grandeza-receitas vai ser cada vez mais brutal no futuro.
Esta é a maior ameaça que se conheçe à nossa existência no futuro.
O risco de nos transformar-mos numa espécie de At. madrid de Lisboa e do slb se transformar numa espécie de Real de Lisboa.

Quem tiver alguma dúvida de que no futuro a grandeza dos clubes terá uma relação ainda mais directa do que já tem hoje com a conquista de títulos, desengane-se definitivamente.
Deixe de ser anjinho…
Maior orçamento = Melhor Classificação.
Cada vez haverá menos excepções a esta regra que será hegemónica.

Muito o SCP tem feito com o orçamento que tem apresentado.
Simplesmente há um problema de sustentabilidade nisto…
Apresentando menores orçamentos iremos fatalmente ser engolidos pelo nosso rival.
É uma inevitabilidade!

Que fazer?
Aumentar o orçamento?

Infelizmente não podemos de uma forma irresponsável aumentar o orçamento de uma forma totalmente desfasada com a geração de receitas. Por outro lado, a geração de receitas está directamente relacionada com a grandeza do clube que, por sua vez, está relacionada com o número de adeptos e o seu grau de motivação.
Ora, o número de adeptos e o seu grau de motivação está relacionado com plantéis com impacto e com conquistas desportivas.
E isto realisticamente só se consegue com um maior orçamento…

É este o difícil jogo que o SCP vai ter que jogar…

O fcp, que ainda tem um problema de falta de grandeza em relação ao slb, optou por uma politica de risco calculado que tem corrido bem. Tem tido as receitas extraordinarias suficientes para poder investir o suficiente para conquistar titulos e adeptos.
Têm aumentado a sua grandeza e o valor da marca ao mesmo tempo que vão festejando títulos.

Nós estamos a perder as 2 coisas…

É neste contexto que vive o SCP.
O slb é o maior, o fcp é o melhor e está em recuperação.

O SCP está a mirrar.

Façamos o que fizermos, é importante estarmos conscientes disto !

Quem não souber que o valor da marca é o bem mais precioso de um clube, deve-se afastar e dar lugar a quem veja o quão óbvio isto é.

Um adepto vale prata, um sócio vale OURO !!!

Sabendo isto, qual deve ser a estratégia ?

Correr mais que os outros, ganhar os jogos e deixar de complicar tanto.

A estratégia só pode ser apostar no êxito desportivo. Não há outra solução e foram os delírios de uns “empresários” que nos fizeram perder tempo e MUITO dinheiro. O projecto imobiliário trouxe a ruína financeira ao Sporting. Como já alguém disse, é incrível como o Sporting conseguiu perder dinheiro com o imobiliário, mas de facto assim foi. Hoje o Alvaláxia ainda está mais desertificado que quando pertencia ao Sporting. A EPUL e o Sporting saíram do Edifício Visconde de Alvalade, que vai ser outro elefante branco. Asneiras sobre asneiras, pelas quais nunca ninguém se responsabilizou e hoje o clube paga com juros.

Está correcta a política de angariar novos sócios, com recurso a este marketing que é muito fogo de vista (a grande maioria dos sócios que são apresentados são empregados do clube ou familiares de empregados ou dirigentes, ou seus conhecidos, não havendo nenhuma corrida espontânea de adeptos para se fazerem sócios) mas neste momento não se consegue melhor. Só quando o Sporting for campeão poderá crescer mais em popularidade e consequentemente aumentar as receitas de publicidade e patrocínios.

Está correcta a aposta nos jogadores da formação. Sem esta, e com os parcos recursos para investir, o nosso plantel era uma ofensa ao prestígio e à história do Sporting. Teriamos equipas ainda piores que as dos anos 80. :sick:

Os calcanhares de Aquiles são a estrutura da SAD e o treinador. Não acredito que o Paulo Bento seja treinador para o Sporting. Não tenho confiança no Pedro Barbosa, no Ribeiro Telles e no departamento médico. Por muito boa vontade que os sócios tenham, também têm maneira de ver as coisas racionalmente e por isso é natural que persista muito cepticismo. Não se pode só apoiar o que está, só porque está, senão nunca se melhora nada. O Bettencourt pode vir com muita energia, com vontade de fazer coisas e ainda bem. Mas ou vê as coisas friamente e se apercebe que isto não está bem, ou fica engatado, enquanto que os tipos que estão na “sombra” estão lá toda a vida. Isto assim não pode ser. A seu tempo se deverá fazer um banço e agir, espero eu. Ele tem um mandato claro passado pelos sócios. De nada serve ter um presidente remunerado a tempo interiro se for só para fazer o que outros querem e pedir sacrifícios aos sócios…

PS - É um erro sobrevalorizar a marca beifica. As receitas de quotização deles não são muito maiores que as nossas. A grande diferença é o marketing, a política de imagem. Conseguem fazer do beifica muito “maior” que realmente é e ganhar dinheiro com isso. Neste aspecto o Sporting tem sido um desastre, só se conseguindo fazer mais “pequeno”. Mas também não nos serve de nada desatar a imitar os lampiões na basófica. Tudo vai entroncar na política desportiva que no caso do futebol deixa muito a desejar, portanto é uma “pescadinha de rabo na boca”. ???

Excelente post Stikerr. :clap:

Realmente o peso da marca Sporting tem decrescido ao longo dos anos, e muitos os Sportinguistas se têm afastado do clube por não se reverem no actual estado das coisas. O Sporting está hoje em dia relegado a uma posição de sub-alternidade, estilo Feyenoord, ou seja, um clube que sazonalmente ganha um campeonato. Mais fruto do acaso, e do demérito alheio, que assente numa politica concertada de investimento no futebol.
Sem futebol de sucesso, não há clube de sucesso. Os 2 são indissociáveis, e foi isso que a direcção Roquette e seus sucessores nunca foram capazes de perceber, porque não é a àrea deles.
Nós passámos de um clube que conquistou 23 titulos de campeão nacional (diversas modalidades) num único ano com João Rocha, para um que em média talvez conquiste uns 2 ou 3 actualmente, e muito graças ao inevitável atletismo. A cada modalidade extinguida, extinguimos exposição mediática do clube, e mais um canal de ligação aos sócios, adeptos, praticantes. Basicamente fomos extinguindo o clube.

É curioso a forma como a história julga 2 personagens passados que muito moldaram a história do Sporting actual. Jorge Gonçalves e José Roquette.
Se não é mentira que com o primeiro, o Sporting bateu o fundo da credibilidade com os fornecedores e atletas, fruto das dividas acumuladas, não é menos verdade que este não desbaratou um cm2 de património do clube. O Sporting não tinha dinheiro para ordenados, água, luz etc, mas continuava com o seu valioso património intocável. Património esse, que serviu de suporte a todos os disparates que se lhe seguiram. Tivesse o Jorge Gonçalves ido à banca e á custa desse património conseguido os muitos milhões que ele valia, teria tido uma gestão descansada e sairia do Sporting com uma imagem totalmente diferente. Não o fez, por Sportinguismo e muita ilusão de conseguir inverter a situação das coisas alicerçadas apenas nas suas capacidades.
Já Roquette, pegou no clube com um passivo moderado e perfeitamente sustentável, deixado por um Sousa Cintra que investiu sem dúvida no futebol, mas teve o defeito de ser invariavelmente mal aconselhado por quem o rodeava nesse departamento. E alicerçado por esse património extremamente valioso, conseguiu junto da banca os muitos milhões necessários ao faraónico projecto imobiliário que tornaria o Sporting uma potência auto-sustentável, logo à partida votado ao fracasso por estar assente em pilares errados. Não seria o futebol a mola do clube, mas sim todas as empresas conexas.

Tantos anos passados, temos o Sporting sem património, atulado no maior passivo de sempre, e sem capacidade de investimento no futebol! Quem foi afinal o pior presidente?? J. Gonçalves ou J. Roquette??? Quem hipotecou o futuro do Sporting Clube de Portugal??? Aquele que deixou as contas saldo negativo mas não tocou nos anéis, ou o que vendeu dos anéis aos penicos, já hipotecou receitas futuras, e ainda assim nunca devemos tanto?

Pior que tudo, foi a forma como foi negociado o project finance que sustentaria este deboche patrimonial. Que eu saiba, só o Projecto Finance do Sporting incluia uma clausula que limitava a capacidade da SAD do clube investir anualmente antes de pagar 5.5 milhões de euros à banca. Ou seja, teriamos de vender acima de 5.5 e só depois de pagarmos esse valor ao BES é que poderiamos começar a gastar!!! O clube deixou de soberano na forma como geria os seus activos. Nem os Andrades, ou os Orcs estavam a tal obrigados, e tal como nós também tiveram de ir à banca buscar os muitos milhões necessários para os seus estádios. Como é possível terem aceite uma clausula destas??? Quem são afinal os paraquedistas?

Da mesma forma que é no mínimo ABSURDA, a nomeação do José Maria Ricciardi, presidente de uma das ramificações do BES, para a vice-presidência do nosso Conselho Fiscal. É como dever dinheiro a um agiota, e todos os meses lhe entregar o cheque do ordenado antes de o descontarmos. O que só prova que o clube tem sido gerido, não numa perspectiva de sucesso desportivo, mas sim numa prossecução quase cega do cumprimento das obrigações bancárias.

Isto está a matar o Sporting. Pegando num post do Skyr, que dizia haver 2 tipos de sócios do Sporting, eu concordo. Só não concordo com a definição que ele faz dos mesmos. Sobram realmente 2 tipos de sócios, aqueles que não têm noção o que era um Sporting ganhador. Que lutava pelos titulos de campeão em Futebol, Andebol, Hockey, Basket, Voleibol, Futsal, etc, e que ganhava títulos amiúde. Um Sporting que era uma potência desportiva nacional. Aqueles que sempre viveram e aceitam a ladainha do temos um orçamento mais baixo, gestão equilibrada, somos os puros do futebol português, etc. Aqueles que sempre conviveram com o Sporting campeão de 15 em 15 anos e acham isso norma.
E depois os casmurros masoquista que se recusam a atirar a toalha ao chão mesmo vendo o clube definhar diariamente. Que têm assistido ao clã de colarinho branco vender tudo e mais alguma coisa, sem resultados práticos, nem desportivos nem financeiros, e ainda criticarem os outros do topo dos seus pedestais de salvadores da pátria.

Esta ausência de titulos no futebol e em menor grau de importância, nas outras modalidades, tem feito desaparecer da vida do clube milhares de sócios e adeptos que não estão dispostos a aceitar este modelo de gestão, mas pior que isso, tem feito desvalorizar o clube em si, e fará a médio prazo desvalorizá-lo ainda mais. Os Andrades, fruto de décadas de sucesso desportivo crescem a olhos vistos nas crianças adeptas. Há 20 anos atrás encontrar um miúdo do Porto em Lisboa era como encontrar uma agulha num palheiro. Hoje em dia, são imensos! As crianças querem de ser de quem vence. E o ritmo de vida actual que afasta cada vez mais o contacto dos pais com os seus filhos, deixa-os entregues a si mesmos ou à companhias igualmente juvenis. E assim continua o Sporting a perder adeptos e futuros sócios potenciais.

Para mim só há uma saída, e esta passa pelo investimento claro no futebol. Enquanto o Sporting não tiver um futebol vencedor, nem sairá da cepa torta. Atentem o caso do Porto. gastou nesta década mais de 250 milhões em jogadores, mas só de 2003 até agora já vendeu 300!
Sem um futebol de sucesso não se valorizam jogadores, a real mais valia potencial que um clube como o Sporting tem. Atente-se que tão mal está a ser gerido o futebol do Sporting, que no ano que atingimos a melhor classificação de sempre do clube na Champions, temos um dos planteis mais devalorizados de sempre. Ainda não geramos um tostão com os jogadores dispensados, e parece-me que nem vendendo Moutinho, Liedson e Veloso chegaríamos ao valor que os Tripas conseguirão pelo Bruno Alves.
Os titulos no futebol é que são a mola de suporte do crescimento do clube. Com titulos á aumento de número de sócios, aumento de receitas de merchandising, da venda de gameboxes, das receitas publicitárias, das receitas com jogadores, da exposição mediática, do orgulho dos sócios e adeptos. O clube cresce.
Sem títulos, toda essa lenga lenga de crescimento sustentado, VMOCS, gestões racionais, são palavras levadas ao vento, e vento vai havendo cada vez num estádio a esvaziar ano após ano.

Estou de acordo com todo o post, menos com esta parte.

Quando o dinheiro não abunda, exige-se mais responsabilidade, mais competência e dedicação ao clube de quem nos dirige. A política de contratações deverá ser mais rigorosa e certeira, pois não se pode desperdiçar - o rigor e a qualidade da gestão devem ser portanto, inversamente proporcionais aos orçamentos. Um bom exemplo disso, é o Porto que começou como um clube de bairro e agora já tem dimensão internacional, muito à custa de uma boa gestão ao longo dos anos. É claro que há um limite mínimo e o problema é que nós já batemos no fundo nessa matéria, ou seja, não temos dinheiro sequer para mandar cantar um cego, mas não estou seguro que o dinheiro resolva tudo.

O problema do clube, faz-me lembrar um pouco as teorias dos economistas perante uma determinada crise. A crise é a mesma para todos, mas a forma como ela deve ser combatida, varia de economista para economista. O que fazer no Sporting? Que modelo seguir? PPC afirmava que o clube não podia continuar de costas viradas para os sócios, porque estes eram a sua verdadeira riqueza. Através de uma política de risco calculado de investimento (boas contratações para o futebol), associada a rigor e eficiência de gestão, os sócios poderiam voltar a entusiasmar-se com o clube e o «efeito bola-de-neve» seria imparável, isto sem deixar de cumprir os nossos compromissos para com a Banca, obviamente.

Por outro lado, temos a continuidade que diz assim: «enquanto devermos à Banca, temos de cumprir os nossos compromissos e pagar as dívidas, logo, não podemos sonhar de alto». Foi este o modelo que a massa associativa escolheu, iludida com a eventualidade de ser possível juntar o útil ao agradável, ou seja, continuarmos a ser subservientes para com a Banca e continuarmos a ser competitivos, mas não vai. Eu sei de antemão que aqueles a quem o beto e curto vai servir e os interesses que defende, não são consentâneos com os interesses do SCP, pois para ele, a prioridade será mesmo pagar à Banca, custe o que custar e cause isso os danos colaterais que causar. Eu vou estar curioso é com as reacções dos sócios, quando esta subserviência se traduzir na continuidade de ausência de títulos ao longo dos anos, ou pior ainda, em lutas pela Euriopa, em vez de lutas pelo título…

Para que o Sporting tenha salvação, vai ser necessário haver uma grande e inesperada revolução. Algo de verdadeiramente extraordinário que coloque o clube no caminho certo. Se isso não acontecer, podem dizer adeus ao Sporting que conhecemos. :arrow:

E o Sporting há-de continuar a perder com o património imobiliário que já vendeu, ou não existissem umas cláusulas que obrigam o Sporting a cobrir a diferença quando o Alvaláxia não atinge um X de receitas das rendas.

bom post…mas deixo a resposta…a minha respota: Mentalidade…mudança de mentalidade. O Sporting tem na sua base de apoio uma mentalidade muito fraca e quase nada exigente. Ha no seio da cultura leonina a mentalidade mais do que atrasada de que criticar nao é ser Sportinguista,ou seja quem critica, pede e exige mais e melhor é no imediato atacado por outros como sendo alguem que so serve para provocar instabilidade, alguem que nao gosta de verdade do clube, como sendo alguem que nao apoia verdadeiramente. O resultado está num ciclio vicioso que se extende por decadas…gente branda escolhe gente branda. exigencia zero.
Ora no mundo actual os niveis de qualidade e uma exigencia permanente de fazer mais e melhor sao a grande lei da selva que garante a sobrevivencia entre os que lutam para se manterem á tona. Se nao houver uma motivaçao de superar os padroes estabelecidos (muitas vezes ultrapassados) o resultado seguinte sera o começo do definhar das coisas ja adquiridas, provocando a inercia do pensamento, uma regreçao temporal da compreensao das coisas e uma decadencia imediata e latente dos conceitos de ambiçao.
Se o Sporting nao tiver uma força motora capaz de motivar e gerar niveis de ambiçao e consequente exigencia no seu nucleo, dificimente poderá balizar conceitos que lhe permitam pelo menos a aspirar a ultrapassar velhas fronteiras.
Ora esse motor somos nós; socios, adeptos e simpatizantes do clube que em todo momento, e obedecendo sempre ás directrizes originais de fundaçao, devemos questionar as linhas de orientaçao no sentido de nos certificarmos se essas serao sempre as melhores no desenho de um projecto que visualize uma realidade de vitorias que é neste contexto o que se ambiciona e o que confere grandeza.
Assim nao haja duvidas que o primeiro grande problema do Sporting é sem duvida alguma a resoluçao e consequente renovaçao da mentalidade actual que vigora na larga maioria da sua massa de apoio. Enquanto nao for instituida uma definiçao de exigencia global no modo de pensar Sporting e no modo de pensar a constante construçao do clube, este sofrerá sempre de um defice de sucesso pois com a continuidade de uma cultura de medianismo (e isso ja acontece em larga escala) o alcance de objectivos prioritairos (victorias) passam apenas pelo assegurar da mera existencia do nome, e isso será obviamente nefasto ao metabolismo de ambiçao do clube, pois um Sporting sem victorias é se calhar um nome que nao vale apena existir.

Bom post, mas não concordo com uma coisa: o problema do Sporting não é o valor da marca, mas sim o valor da relação.

O grande problema é da relação da instituição Sporting com os seus adeptos. Um discurso alienado das ambições e desejos de todos os que vibram e sofrem pelo clube, que ao longo dos anos foi quebrando essa relação. Houve o afastar da realidade do clube, das expectativas dos adeptos, e isso provocou um afastar dos adeptos que, pouco a pouco, se deixavam de rever num clube que abdicava da sua ambição e emoção, em troca de um pragmatismo empresarial.

O desporto vive de relações, de emoções, de irracionalidade, de sonho e esperança. São estes os “drivers” dos adeptos, é isto que os faz mover e que os une. Ao ignorarem isto, vão ignorando o interesse na equipa. Mau futebol, falta de ambição, falta de exigência e um ignorar das expectativas dos adeptos, vão matando estas mesmas expectativas e pouco a pouco os adeptos vão-se desligando do clube.

Tudo isto desgastou a marca Sporting, resultando em menor mediatismo nos jornais, menor valor dos contractos publicitários, menor capacidade de atrair jogadores de todo, menor capacidade de negociação, menos gente nos estádios, etc. Pouco a pouco o Sporting torna-se cada vez mais um clube só, isolado na sua elite, com uma marca a perder constantemente valor. A perca desse mesmo valor é uma consequência e não a causa do mal do clube, a causa é a quebra de relações com os adeptos, o ignorar do que os move, pois pensar que os adeptos vão gastar dinheiro apenas por amor ao clube é um erro. Alguns o farão, mas a maioria não o fará e o Sporting perdeu a capacidade de motivar e mobilizar essa maioria que não vive de um amor cego, mas se alimenta de sonhos e emoções.

O Sporting tem muita capacidade e potencial. No entanto, o clube tem de ser gerido, responsavelmente, em função dos interesses dos adeptos, que querem espectáculo e vitórias. Só isso mobilizará as massas, só isso voltará a encher o estádio, só isso fará o clube renascer.

Depois de em 2009 escrever isto foram 2 Campeonatos em 3º e 4ºlugar a mais de 30 pontos do Campeão com os nossos rivais a engradecer-se ainda mais, distanciando-se como nunca de nós.

Quanto ao valor da marca, só digo isto:
“A renegociação dos direitos TV dos 3 grandes podem representar o fim do SCP candidato ao titulo se não formos muito hábeis a gerir este enorme risco…”

Quem é que tinha razão?

A marca do SCP depende unicamente da sua massa adepta. Quando mais mercado, mais valor. Só isso. Simples.

Só digo isto: basta ler como aqui neste fórum muitas vezes se esforçam por dar cabo da marca, duma promoção, duma iniciativa, dum jogador…?!

O Sporting somos nós. Pois somos. Não há duvida que há malta que se afasta por algo que o SCP fez ou deixou de fazer. Também não há dúvidas que essa malta que se afasta só regressa quando fazemos a dobradinha. Assim também eu.

Então agora a culpa da marca Sporting estar fraca é dos adeptos? Aqueles que, mesmo não ganhando e praticando um futebol miserável enchem o estádio nos inícios de época e em jogos europeus?

A massa adepta do Sporting é a mais fiel de Portugal. Nos últimos 30 anos, ganhámos pouco e continuamos a ter enchentes no estádio, a ter milhares de sócios, a ter pavilhões cheios. E não somos mais porque temos tido, infelizmente, pessoas muito pouco competentes nos lugares de chefia o que origina prestações desportivas medíocres no futebol.

Os adeptos conquistam-se com vitórias. Basta ver o boom de adeptos do Porto na região centro e sul, mesmo sendo eles um clube puramente regional.

Agora, culpar os adeptos pela fragilidade do nome Sporting é das coisas mais absurdas que já li aqui. Acho que nem tu, como pessoa inteligente que és, acreditas nisso.

Enchentes no estádio?! Que estádio? O de Alvalade…? :o :o :o

Os adeptos não são OS culpados da fragilidade como é óbvio, mas daí a poderem sacudir as mãos vai uma longa distância. Basta ler este fórum para se perceber que os primeiros a desvalorizar qualquer coisa que o SCP faça, somos nós. Negar isso é tapar o sol com a peneira.

Os adeptos conquistam-se com vitórias.

Alguns sim. Não todos. Vê os clubes de Inglaterra, vê até mesmo um grande de Inglaterra tipo Arsenal que nada ganha e no entanto, fieis ao amor… Claro que não se pode comparar com grande validade, mas o adepto Sportinguista é naturalmente carrancudo e maldizente, desconfiado e tipicamente “eu não te disse?”. É o primeiro a elogiar contratações de rivais e o primeiro a queimar Elias, ou Wolfswinkel.

Não sei se te lembras do período de seca dos 18 anos. Não afirmo que o estádio enchia, mas a verdade é que o Sporting tinha uma massa de adeptos vibrante, fiel… verdadeiros leões, com esperança renovada todos os anos que o próximo seria o ano de glória. Era comum dizer-se queo SCP tinha os melhores adeptos do mundo e lembro-me muitas vezes de ouvir pessoas, adeptos dos rivais, a manifestar admiração por um clube afastado das vitórias ter uma base de apoio tão forte. O nosso problema não começou pelos adeptos. Começou por uma cultura de falta de exigência e ambição desportivas, discurso miserabilista e assente numa lógica financeira, desprezando a desportiva, iniciados por uma certa linha de pensamento que está à frente do clube aos anos. Trata-se de um vírus, cuja origem foi o topo da estrutura e alastrou às bases.

Um adepto fiel não se deixa contaminar. Esses que enchiam o estádio durante esses anos continuam lá agora, mas mais velhos. O problema são os novos. Os que preferem um fórum, do que um estádio. Um sofá, do que uma cadeira. Quando vão ao estádio preferem assobiar, do que cantar.

É preciso ter-se a noção de que o SCP é a estrutura e a massa adepta, e um vive do outro. Não há uma linha recta, mas sim um ciclo. Se há maus dirigentes podes ter a certeza que o que não falta também são fracos adeptos.

…não vou tanto por aí. Talvez seja um problema, mas o que me preocupa mais não são os que preferem um fórum ou um sofá. Porque esse ainda vivem o clube e facilmente são reconduzidos, os que podem, a Alvalade ou a outro ponto do país a acompanhar o clube. São os que os esquecem que o SCP jogou e perguntam depois a um amigo pelo resultado. os que chegam a perguntar, pois outros provavelmente só o saberão pelo telejornal, se tiverem paciência pela rúbrica de desporto. Ou os que nem sabem o nome dos jogadores, principalmente se são os novos. Os que preferem defender-se e deixarem de sofrer pelo clube. Conheço demasiada gente assim.

Na década de 80 e inícios de 90 não havia a massificação da net, consolas, um naipe brutal de actividades. O futebol concorre directamente com muitas outras opções e diga-se, fica caro. Ir ao futebol é um roubo à carteira. Quem ainda se dá ao luxo de ser da classe média pode continuar a ostentar esse privilégio, mas com uma crise aguda como não se via à décadas, é normal que se façam outras escolhas. O futebol ao vivo fica para segundo plano. No campo desportivo eu concordo em parte com o Majestade, a culpa não é totalmente nossa mas somos um dos grandes senão o grande culpado. Desde 90 que vemos o Sporting a afundar com dirigentes ridículos, com acções e atitudes de trolhas autenticos (com todo o respeito pelos mesmos), sendo comidos em toda a linha, venda de património, negociações com a banca, braços dados com os rivais, favores de agentes, negociação com a Oliversports, além de comerem descaradamente o Sporting como abutres que comem a carne do defunto. Ao fundo está o adepto leonino sereno a aplaudir e a eleger constantemente esta corja. Esta última eleição não foi pacífica mas rapidamente foi esquecida. Por isso a culpa é claramente dos adeptos, mas os portugueses sempre foram cornos mansos e não será agora que irão mudar. É a vida, vamos sentar, relaxar e ver decomposição do Sporting sem nos aperceber-mos.

Enchentes no estádio sim. Neste início de época, tiveste cerca de 30.000 em Alvalade. O ano passado, tiveste casa praticamente cheia contra o Atlético Madrid, mesmo estando nós a praticar um futebol absolutamente miserável. Quando há derbys, tens normalmente 35.000/40.000 espectadores. Tendo em conta o que foram os últimos 10 anos, acho que os sportinguistas vão a Alvalade bem mais do que os seus rivais. Basta lembrar o que é o Estádio das Antas quando o Porto perde.

E o adepto sportinguista é carrancudo? Não costumas é falar com benfiquistas nem frequentar, por motivos humorísticos, o fórum deles. Os lampiões, após terem ganho com Jorge Jesus a praticar excelente futebol, já diziam que o queriam despedir no início da época transacta. Os lampiões, quando perdem, dizem que vão rasgar o cartão de sócio. Os lampiões assobiam o Cardozo na Luz, um jogador que garante 25 golos por época. Queres maior exemplo que este?

Em relação ao Porto, a coisa ainda é pior. Não há adepto mais exigente e mais critico que o tripeiro. Aliás, basta ver quando começam a perder que o coro de assobios nas Antas parece um recital de Schubert. Chegaram, inclusive, a assobiar várias vezes o Quaresma. E no ano em que perderam o campeonato, vários adeptos começaram a questionar o Pinto da Costa.

Em suma, os sportinguistas não são mais críticos que os outros. Ganham é menos.

Na apresentação, 49.000. Com a Olhanense, 33.000, após aqueles resultados decepcionantes da pré época e num período de férias.

O tópico tem mais de 120 dias, mas o titulo dele chamou-me a atenção, li, e não posso deixar de fazer isto:

:clap: :clap: :clap:

Majestade,

Se o Domingos meter o Sporting a jogar á Arsenal, eu vou ao estádio com mais entusiasmo. Não apoio mais a equipa, porque isso faço sempre, e não vou passar a deixar de assobiar, porque também não o faço.

Mas vou passar a fazer 40 minutos de autocarro para Lisboa, semana sim semana não, e ás vezes mais regularmente do que isso, com muito mais entusiasmo.

Sabes porquê? Porque sei que irei ver futebol em Alvalade. E esse só tenho visto a espaços, nunca de uma forma verdadeiramente continuada.

Olha, com Domingos, vi durante algumas partidas daquelas séries tremendamente positivas. E o estádio quase que enchia, mesmo sem deslumbrarmos (como o Porto da temporada passada, ou o Benfica da anterior).

Com o Carvalhal, num certo momento, ao ponto de termos uma deslocação memorável e incomparável a Madrid, com a presença de, salvo erro, 5 mil sportinguistas no Calderon.

Com Paulo Bento, nos primeiros tempos. Não sei se foi com ele, mas creio que sim, em que nos últimos 15 minutos do último jogo de um Campeonato que não vencemos, se cantou um cântico de apoio de forma ininterrupta.

Há, por vezes, uma mentalidade excessivamente negativista sobre as qualidades de x ou y? Talvez haja. Mas mais do que recriminar isso, é preciso perceber o porquê de isso ter consequências na “marca Sporting”.

Por exemplo, na questão do Yannick Djaló, que discutimos recentemente. É verdade que o comportamento dos adeptos foi vergonhoso. Mas ficamos-nos pelos juízos de valor? Passamos a aceitar que os adeptos controlam os destinos do Clube?

O Yannick era o exemplo de um jogador que, se fosse protegido pela estrutura, estaria bem melhor. Ele nunca seria, em condições normais, um titular indiscutível, como foi.

Domingos entendeu que sim, e um jogador português, super profissional, da formação, internacional A e com custos reduzidíssimos foi enxovalhado pelos sportinguistas. Injusto? Sim! Mas o que originou a situação? A decisão de não defender o jogador não importa?

Neste momento, eu creio que o valor da marca Sporting CP tem vindo a ganhar preponderância e a aproximar-se dos rivais. É preciso é que a equipa de futebol comece a ter resultados condizentes com o investimento feito e com o apoio dos sportinguistas.

E rapidamente.

Caso contrário, a questão do desinvestimento, o assumir de um projecto para o futuro (para o tal “triénio”, ou mesmo para o “mandato”, o que na prática já se verifica) e a desobrigação de vencer no imediato (que também já se verifica) passará a ser a realidade.

E não sei se os adeptos reagirão bem a isso. Quero acreditar que, se esse infeliz cenário se verificar, vão perceber a situação. Mas terão de lhes falar verdade, sem os desmobilizar.

Terão de os fazer acreditar que será um caminho difícil, mas executado de forma competente.

Eu cá estarei, sempre que puder, sem me preocupar em valorizar a marca Sporting. Preocupando-me apenas em não a enfraquecer, mas vendo os temas da forma mais realista e pragmática possível.

Porque também tem sido a falta de bom senso, da parte de quem manda, nos últimos anos, que leva a imbecilidades como chamar a um jogador que enverga a camisola do SCP há muitos anos e sempre com profissionalismo de “burro de #$%$%”.