Com as competições em suspenso, as novidades das últimas semanas são raras, mas há algumas notícias relevantes no que ao Sporting diz respeito.
A mais importante é certamente a redução salarial do plantel de futebol ( bem como dos administradores, embora neste caso o impacto financeiro seja pouco relevante e serve mais como liderança pelo exemplo ), que era claramente imperativa perante o actual contexto e é para mim surpreendente não ver tal decisão acompanhada pelos outros clubes (ainda ).
E quando se faz o que se tem que fazer, é para elogiar.
Boa medida.
Registo no entanto, alguma confusão no Universo Sporting, que é já bem confuso por natureza, mas sempre disponível para cair em enredos ainda maiores de confusão, por memória curta e neste momento, “amaciado” pelo estado de pandemia, que há claramente prioridades muito acima do futebol.
E há.
Mas essas prioridades colocam o clube em suspenso, não redefinem posições ( ou não deviam ) e muito menos reescrevem um trabalho absolutamente miserável da actual direcção do clube, a todos os níveis.
Isto apesar das tentativas dos media mainstream, que continuam apostados em jogos florais e e em manter uma narrativa folclórica, insultando a inteligência dos adeptos do Sporting.
Num artigo anterior, abordei e desmontei com FACTOS a falácia da “herança pesada” que não serve para outra coisa que justificação do mau trabalho de Varandas e companhia, da mesma forma que outros o fizeram e têm feito nas redes sociais e blogosfera, mas obviamente que os FACTOS pouco interessam para o jornalismo desportivo, que se inibe de investigar e de se informar e em consequência, informar os leitores.
Não é que por vezes não se usem factos, mas contar parte de uma história ou desenquadrá-los, configura não própria e obrigatoriamente uma mentira, mas certamente que falácias e meias verdades, sim.
Relembro que sob a gestão de Varandas ( numa época que não preparou e em outra que fez o “lindo” serviço à vista de todos ), conforme RCs, o Sporting pagou 105M em salários ( 18 meses ), o que levaria ao total de 140M gastos em 2 épocas desportivas.
Só para os mais distraídos, relembrar também que tal seria superior aos gastos salariais das 2 últimas épocas pré Varandas. Mas quando o clube estava na Champions League e tinha planteis valorizados.
Ainda para os muitos distraídos, estes 150M em vendas para fazer face à “herança” pesada, resultam exactamente da “herança pesada”.
Olhem para a qualidade do plantel actual, puxem pela imaginação, retirem os jogadores provenientes da “herança” e tentem calcular o valor a receber no caso do clube querer vender, dos jogadores contratados pelo Varandas. E não foram poucos nem de baixo valor. São “só” cerca de 50M em jogadores que não acrescentam valor ( somem a estes valores, os montantes pagos por treinadores ).
Esta é a verdadeira herança pesada. Fruto de uma péssima gestão que afastou os adeptos e sócios, sem as desculpas de um acto criminoso perpetrado por uns acéfalos oportunisticamente aproveitado por alguns. Um plantel de futebol fraco, com pouco valor, tão caro como os bons planteis que o antecederam.
Entretanto, muitos activos com valor já “foram”, a carteira de acordos com os rescisores, resume-se agora ao sr Rafael Leão e o contrato NOS é cada vez mais diminuto
A conversa da “herança pesada” vai ter como reposta um feito kármico que seria cómico, não se tratasse do Sporting.