Entre as equipas de 2004 e as de hoje as diferenças são muitas.
As individualidades espanholas melhoraram muito.
O colectivo pode ser fortíssimo, mas neste mundial está a carburar pouco, mas, feitas as contas, cumpriu.
Quanto a nós, piorámos muito.
Por posições ou por individualidades, só prefiro o Ronaldo 2009 por comparação com o de 2004, mas neste campeonato ele ainda não decidiu nada.
6 anos em cima de Miguel e de Carvalho fazem diferença para pior.
Já agora e como curiosidade.
O Miguel 2004 uma espécie de Coentrão 2009.
Com êxito, era um extremo que tinha sido adaptado, nessa mesma época, a lateral por Chalana, com Camacho a ficar com os louros.
E estava a sentar Paulo Ferreira, o homem que tinha negociado o contrato com o Chelsea a bordo de um iate fundeado no Tejo.
Miguel era a loucura, o melhor lateral do mundo, milhões em perspectiva para o Colombo.
O resto já se sabe, nomeadamente os efeitos de ter assumido que fumava e saía à noite ou de ter forçado a saída com a ajuda do Paulo Barbosa e do Dias Ferreira, contrariando o pneus.
Quanto às novidades no 11, as de hoje ficam muito aquém.
Mas a grande vantagem no 11 de 2004 era a matriz do Porto de Mourinho, com as conquistas que se sabe.
Esse entrosamento e essa confiança adquirida em conquistas não existem hoje, nem podem existir.
E isso faz muita, mas mesmo muita diferença.
As carreiras de Carvalho, Valente, Costinha, Maniche, Deco estavam no ponto.
Acho que foi este mesmo jogo com a Espanha que foi comentado pelo Mourinho em directo.
Diz quem ouviu (não foi o meu caso) que o homem previa os movimentos que estes 5 iam fazer, antecipando as vantagens das decisões que iam tomar.
Portanto, eles melhoraram, muito.
Nós piorámos, bastante.
Mas eles não são imbatíveis, como a Suíça demonstrou.
E Portugal, mérito (feio, mas mérito) de CQ, já demonstrou que sabe jogar para não perder com equipas de nível.
O problema é que Costa do Marfim e Brasil também estavam a jogar para não perder.