Aproveitando esta época de paragem no futebol Português, seria agradável discutirmos um tema que tem vindo a lume no que toca ao Sporting Clube de Portugal.
Muito se tem falado das modalidades amadoras no Sporting, acima de tudo a extinção destas num clube cuja tradição tem por base o ecletismo e que muitos títulos tem trazido ao Sporting. Para enriquecer ainda mais o tema, nada melhor que fazer um balanço às modalidades que existem hoje, os investimentos necessários, os títulos que dão ao clube, as receitas que geram, os custos que poderão ter, etc.
As modalidades denominadas amadoras que existem actualmente no Sporting Clube de Portugal são:
Andebol – continua a haver uma aposta na modalidade. Temos actualmente um plantel equilibrado, com uma margem interessante de progressão. Denotou-se um aumento no investimento esta época. Para ter sucesso, o investimento necessário será médio.
Nos últimos anos, a modalidade não tem dado os títulos desejados. O facto de terem transferido a modalidade para a Cova da Piedade provoca um grande distanciamento dos sócios e adeptos. As receitas que gera não deverão ser suficientes para a auto-suficiência, pois facilmente são superadas pelos custos. O novo pavilhão iria, concerteza, trazer um novo fôlego à modalidade.
Atletismo – é a modalidade amadora de elite do Sporting Clube de Portugal. É certo que muito graças ao Senhor Moniz Pereira, mas a verdade é que a modalidade continua a dar títulos e honra ao clube. Nem o facto de deixarmos de ter pista de atletismo (não se enquadrava minimamente no novo estádio) provocou uma diminuição do investimento na modalidade. Soares Franco afirmou que o estado tem uma dívida para com o Sporting no que toca ao atletismo e que faz falta uma pista coberta na área de Lisboa. O investimento necessário não deverá ser muito elevado, bastando manter o que se tem efectuado.
Futsal – é, neste momento, a modalidade rainha das amadoras. Embora seja mais recente que o atletismo, o Sporting também tem grande tradição na modalidade e o seu palmarés fala por si. Os investimentos têm sido constantes e é das modalidades mais autónomas do clube, capaz de gerar receitas suficientes para a sua sobrevivência. Além disso, tem capacidade para crescer ainda mais no que toca a adeptos, pois é sem dúvida atractiva. Os investimentos necessários ao sucesso são elevados, mas isso não deverá assustar os dirigentes, pois o retorno é positivo e com margem de progressão.
Esta é outra das modalidades que iria ganhar em muito com o novo pavilhão e ganhar uma assistência mais elevada e mais regular.
Natação – de grande tradição no nosso clube, a natação continua a dar resultados positivos. O facto de possuirmos piscinas no multidesportivo ajuda a que a modalidade se mantenha por muitos anos, pois rentabiliza-se com as muitas pessoas que, por prazer ou necessidade, praticam este desporto. Os custos deverão estar acima de tudo associados à manutenção das instalações, mas deverão tentar ser compensados com as receitas de quem frequenta as instalações (prestação de serviços a sócios).
Tenis de Mesa – o Sporting sempre foi forte nesta modalidade e é raro o ano que não resulte em títulos. Investimentos baixos, custos baixos, receitas baixas. Não deverá haver qualquer problema na manutenção desta modalidade.
Bilhar – Idem
Boxe, Capoeira, Full-Contact, Halterofilismo, Judo, Aikido, Jujutsu, Karate, Karate Shotokan, Karate Competição, Krav Maga, Lutas Amadoras, Taekwon Do – são modalidades que, usualmente, nos dão títulos e cuja tradição é forte. Existem muitos praticantes destas modalidades no Sporting, acima de tudo os verdadeiros amadores. Os investimentos são muito baixos, bem como os custos associados. As receitas, embora pouco significativas, deverão facilmente cobrir os custos da modalidade.
Ginástica – é uma modalidade que me diz pouco, mas que por uma questão de tradição tem sido positiva para o Sporting. Quem não se lembra da mulher (na altura namorada) do Cadete? A melhor atleta da ginástica do Sporting (em todos os sentidos)? Deverá ser uma modalidade auto-suficiente, gerando receitas que, pelo menos, cubram os custos.
Hóquei em Patins – embora o Sporting não a considere como extinta (e bem, já que se mantém nos escalões jovens), para mim é como não existisse. Eu tenho uma grande paixão pelo Hóquei em Patins, modalidade de grande tradição em Portugal, na terra onde vivi a maior parte da minha vida (Paço de Arcos) e do nosso Sporting. O nome Livramento jamais será esquecido.
Bem sei que a modalidade tem decaído muito nos últimos anos, mas é com grande mágoa que não vejo o Sporting a lutar, ombro a ombro, com os principais clubes que disputam os títulos da modalidade.
Classificaria os investimentos necessários como médios e seria uma modalidade que teria muito a ganhar com a construção de um novo pavilhão. Não tenho dúvidas que os sócios iriam reaproximar com facilidade do Hóquei em Patins.
Pesca Desportiva – modalidade com muitos adeptos e atletas, ao contrário do que possa parecer. O Sporting continua a mostrar-se bastante activo na pesca desportiva e os resultados obtidos são resultado disso. Temos alguns atletas com resultados excepcionais em competições internacionais.
Pólo Aquático – continua bastante activo no Sporting, disputando ombro a ombro os títulos nacionais. É pena que a modalidade não tenha um grande desenvolvimento em Portugal, o que causa, naturalmente, algum impedimento ao crescimento da mesma.
Tiro à Bala, Tiro com arco – o Sporting possui alguma tradição e um palmarés rico nestas modalidades. São desportos olímpicos, daí uma das razões que aponto para a sua manutenção.
Xadrez – modalidade que pouco traz de energia ao clube (não chama adeptos, não dá receitas, mas por outro lado os investimentos e custos são praticamente nulos), mas que é salutar para o convívio entre os praticantes.
Relativamente às modalidades extintas no Sporting Clube de Portugal, poderemos encontrar as seguintes:
Andebol Onze – penso que será uma modalidade extinta em todo o lado.
Automobilismo – é complicado manter uma modalidade como esta activa, dada a sua especificidade.
Badminton – nunca foi uma modalidade de grande desenvolvimento em Portugal, o que atrai pouca gente.
Basquetebol – faz parte de um conjunto de 5/6 modalidades amadoras que qualquer grande clube deveria ter (futsal, andebol, basket, hóquei, voleibol e atletistmo). Embora não seja fã da modalidade, era com gosto que veria o Sporting voltar à disputa dos títulos de basket.
Ciclismo – Soares Franco disse recentemente que seria uma modalidade que levaria o nome do Sporting a todos os cantos da País. O problema é que isso apenas aconteceria 1 vez por ano, na altura da Volta a Portugal em Bicicleta. Gosto muito da modalidade e, independentemente da visibilidade que teria, gostaria de ver novamente as camisolas do Sporting na estrada. É uma modalidade que já exige algum investimento, mas, aliando-se a uma marca de renome (é habitual nas equipas de ciclismo) penso que poderia ser viável o regresso do ciclismo ao Sporting.
Esgrima, Act. Subaquáticas, Pentatlo Moderno -
Patinagem – acaba por ser uma modalidade que entrou em queda, pois não atrai grande atenção em Portugal.
Râguebi – Com Tomaz Morais na SAD, com o enorme crescimento que esta modalidade terá nos próximos anos, com a moda dos Lobos, a reactivação da modalidade seria, sem sombra de dúvida, uma boa aposta do Sporting.
Tiro (armas de caça) – apenas me vem a ideia de aproveitar o campo de tiro de Alcochete.
Voleibol – aplica-se o que escrevi anteriormente para o basket.