O Mathieu ontem só fez borrada, sim. Nem parecia ele. Salvou-se aquele golão. E o Coates igual, mas esse tem estado genericamente mal desde o início da época.
É rezar para que Janeiro chegue rápido, porque o Keizer, que tem sido uma lufada de ar fresco, precisa ele próprio de uma lufada de ar fresco no plantel. Se apenas podemos inscrever 5 jogadores, é apostar em Geraldes, Matheus, um lateral esquerdo, um 6 e depois pensar num central ou num lateral direito para fechar a questão. Preferia o lateral aqui, porque gosto do Tiago Djaló e acho que pode ser uma boa opção para o eixo defensivo, neste modelo de jogo. O perfil está lá. E porque também não confio nada no Bruno Gaspar, e o Risto (que vai elevar o nível na posição) precisa de competição, que o Thierry ainda não consegue dar.
De resto, que se mantenha a aposta no Miguel e, sobretudo, que se corrija a distância entre sectores na primeira fase de construção. Os centrais cometem erros atrás de erros porque saem com bola e vêem os médios colados ao Dost e relativamente estáticos. Era aqui que o Wendel marcava a diferença: a dinâmica sem bola do brasileiro é inigualável neste plantel, e tão depressa o víamos a atacar a profundidade quando o Dost fazia o movimento contrário e puxava a linha defensiva, como no momento seguinte já estava ele perto do Gudelj a pegar no jogo.
Para além de jogarmos com o Miguel mais próximo do Gudelj, o próprio Bruno tem de baixar mais do que aquilo que tem feito. Isso ajudará a nossa construção, ajudará a controlar o ritmo dos jogos (porque é esse bloqueio na construção que nos tem feito perder bolas atrás de bolas em zonas perigosas, que depois resultam em contra-ataques adversários) e ajudará na criação de oportunidades. Construir juntos, para chegarmos juntos ao golo, e para podermos reagir juntos à perda da bola e recuperá-la mais rapidamente e com mais segurança, para não concedermos tantas transições ao adversário. A máxima tem de ser esta, e os jogadores têm de respirar isto.
É isso que mais tempo de trabalho vai trazer, juntamente com a melhoria da qualidade individual do plantel. Estamos no caminho correcto, e os sinais são mais do que positivos. Aliás, nem na primeira época do Jesus tínhamos perspectivas de evolução tão promissoras como agora.