[b]Maniche não está satisfeito no Dínamo de Moscovo e admite mesmo deixar a Rússia num futuro próximo. O jogador diz não gostar do país, do clima e do campeonato, revelando também que a sua família não se adaptou a esta nova vida. «Não digo que estou arrependido, mas se fosse hoje pensava duas vezes», confessou.
As coisas não estão a correr bem ao ex-jogador do F.C. Porto, que saiu para o Dínamo em Maio passada, mas que parece já estar cansado desta experiência russa, até porque os estrangeiros não são muito bem tratados: «Está a ser bastante complicado. É um país que vive muito do antigamente e não estavam habituados a ter tantos estrangeiros no campeonato russo. Eles olham para os estrangeiros como jogadores em busca de dinheiro, que só pensam nisso e eles estão dificultar muito a nossa tarefa. As contratações que os clubes russos estão a fazer são para melhorar o campeonato».
Palavras que parecem indiciar um certo arrependimento pela decisão tomada, mas Maniche preferiu dizer que deveria ter pensado melhor antes de aceitar a proposta que lhe foi feita: «Não digo arrependido, mas se fosse hoje pensaria duas vezes. Reflecti muito sobre isso e o dinheiro não é tudo na vida».
«Quero jogar ao mais alto nível. Tenho 27 anos e preciso de ter ambição e alegria de jogar. O futebol russo não é aquilo que eu esperava e não é aquilo que me preenche», admitiu. E embora tenha assinado um contrato por cinco anos, não parece inclinado a cumpri-lo até ao fim: «Tudo pode acontecer. Não quer dizer que o vá cumprir, logo se verá».
À procura de uma solução
Maniche revelou já ter falado com o seu empresário, dando-lhe conta do seu descontentamento: «Já lhe disse que não estou contente com a situação. Não é aquilo que esperava e obviamente que temos de encontrar uma solução boa para mim, porque preciso de ter mais alegria naquilo que faço».
Regressar a Portugal é um cenário que não admite para já (até porque as inscrições estão fechadas e ainda tem um contrato para cumprir), mas não descarta a hipótese de tentar a sua sorte noutro país: «Tenho de pensar no Dínamo mas não estou satisfeito. Tenho todas as condições para jogar em qualquer campeonato, mas preciso de ter condições para chegar a um entendimento com o Dínamo que é o mais importante».
Com os mercados encerrados, encontrar outro clube até Janeiro parece ser a hipótese mais viável: «Não sei, só sei que tenho transmitido a minha insatisfação ao meu empresário, que vai falar com o clube e logo se verá. Já há propostas, mas não vou revelar».
Além das questões relacionadas com a realização profissional, Maniche tem também motivos familiares que tornam a experiência na Rússia ainda mais penosa: «Fui pai há pouco tempo. A minha esposa também não gostou da Rússia e quando a família não está bem eu também não estou. Não gosto do país, não gosto do campeonato, não gosto do clima. Tenho de resolver a minha situação e pensar na minha família e no meu futuro».
Questionado sobre esta insatisfação era extensiva aos seus companheiros de equipa, Maniche disse que «cada um fala por si», mas admitiu que «é um campeonato que não condiz com o valor dos jogadores» e em que é difícil «desenvolver o rendimento ao mais alto nível».
O jogador, que falou aos jornalistas antes de mais um treino de preparação para o jogo com a Rússia, disse esperar um ambiente complicado: «Sei que a imprensa não gosta muito dos jogadores estrangeiros. Obviamente que gostaria de ganhar a Rússia e eles viram isso como uma grande afronta»[/b].
In MaisFutebol
Quem busca o El Dorado a todo o custo, pode acabar por encontrar o… inferno.
«Reflecti muito sobre isso e o dinheiro não é tudo na vida».
Frase-paradigma da hipocrisia. :evil: